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SISTEMA_DIGESTORIO

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Capítulo do Caderno Universitário de Fisiologia e Nutrição do curso de Enfermagem da ULBRA, elaborado por Profa. Ana Lúcia Fernandes Chittó e Profa. Dra. Anapaula Sommer Vinagre
9. SISTEMA DIGESTÓRIO
9.1. Anatomia
	O sistema digestório é composto pelo tubo (trato) gastrointestinal (TGI) e pelas glândulas anexas. O TGI é um tubo longo, que inicia na boca, se alarga para formar o estômago, se afunila formando o intestino e termina no ânus. As glândulas anexas secretam soluções ao longo do TGI.
Tubo Gastrointestinal:
Boca
Faringe
Esôfago
Estômago
Intestino delgado:
Duodeno
Jejuno
íleo
Intestino grosso:
Ceco
Cólon:
Ascendente
Transverso
Descendente
Sigmóide
Reto
Ânus
Glândulas Anexas:
Salivares (3 pares de glândulas exócrinas) > produzem a saliva
Parótidas
Submandibulares
Sublinguais
Pâncreas > glândula mista: produz o suco pancreático (secreção exócrina) e hormônios (insulina e glucagon).
Fígado > glândula mista: produz a bile (armazenada na vesícula biliar) e hormônios (somatomedina C, vitamina D).
9.2. Alimento
	Em um pedaço de comida, seja um bife ou uma alface, encontramos os mesmos elementos nutricionais (proteínas, vitaminas, carboidratos, ácidos nucléicos, sais minerais, lipídeos e água), porém em diferentes quantidades. No bife, por exemplo, têm mais proteínas e na alface, mais carboidratos.
Figura 9.1.: Composição dos alimentos.
9.3. Processos digestórios
	Para que os nutrientes dos alimentos se tornem disponíveis para as células do organismo humano, precisam ser absorvidos no intestino. E, para que isto aconteça, precisam atravessar a membrana das células intestinais. E, para atravessar a membrana, precisam ser moléculas pequenas. Daí a necessidade da sua digestão. Mas antes de serem digeridos, os alimentos devem ser ingeridos. Portanto, podemos considerar como processos digestórios:
Ingestão > ato de colocar o alimento na boca;
Digestão> pode ser:
Mecânica > redução do alimento por força mecânica. Exemplo: mastigação.
Química > separação dos nutrientes e sua digestão até moléculas pequenas pela ação de enzimas.
Absorção > passagem dos nutrientes pelas células intestinais e entrada na corrente sangüínea.
Defecação > movimento de excreção do material restante no TGI após a absorção.
Figura 9.2.: Comparação entre digestão mecânica e digestão química.
9.4. Motilidade Gastrointestinal
	Refere-se ao estudo dos diferentes tipos de movimentos encontrados ao longo do TGI. Os movimentos peristálticos, por exemplo, impulsionam o bolo alimentar ao longo de todo o TGI. Já a mastigação (boca) e os movimentos segmentares (intestino) são responsáveis pela digestão mecânica.
9.5. Secreções Gastrointestinais
 	Além das glândulas anexas, o estômago e o intestino delgado também produzem secreções. Desta forma, podem ser considerados como glândulas mistas, pois produzem tanto uma secreção exócrina quanto hormônios.
Figura 9.3.: Visão geral dos processos digestórios.
�
9.6. Controle dos Processos Digestórios
	Os processos digestórios, a motilidade e a liberação das secreções gastrointestinais são coordenados de forma reflexa pelo centro digestivo bulbar (Núcleo do Trato Solitário) que comanda os nervos simpáticos e parassimpáticos do TGI. Porém, na parede do TGI, além dos nervos autonômicos comandados pelo Sistema Nervoso Central (SNC), encontramos duas camadas de neurônios entre as camadas musculares, o plexo submucoso e o plexo mientérico.
	Além de noradrenalina e acetilcolina, estes neurônios também podem secretar outras moléculas sinalizadoras, principalmente, peptídeos. Estes, por sua vez, podem agir como hormônios, neurotransmissores ou agentes parácrinos. Exemplos: gastrina, colecistoquinina (CCK), secretina, peptídeo vasoativo intestinal (VIP), peptídeo liberador de gastrina (GRP)...
 Fases das Secreções Gastrointestinais
	A liberação das soluções gastrointestinais está sob o controle do Centro Digestivo Bulbar (Núcleo do Trato Solitário).
( Fase Cefálica
Inicia quando a pessoa vê, cheira ou pensa sobre o alimento. Estes estímulos convergem para o centro digestivo bulbar e este ativa as vias parassimpáticas gastrointestinais. Aumentam os movimentos peristálticos e inicia a liberação dos sucos digestivos, principalmente saliva e suco gástrico.
( Fase Gástrica
Quando o alimento está no estômago. Aumenta a secreção de suco pancreático e intestinal. Fase de produção máxima de suco gástrico. 
Fatores que estimulam a secreção gástrica:
Composição do alimento, principalmente proteínas e aminoácidos;
Gastrina;
Distensão das paredes do estômago.
( Fase Intestinal
Inicia quando o alimento passa para o duodeno.
A secreção gástrica diminui progressivamente, devido à ação de hormônios como a secretina, o VIP e a CCK.
Fase de liberação máxima dos sucos pancreático e intestinal.
Hipotálamo
Estudos realizados na década de 50, onde foram feitas lesões em núcleos específicos do hipotálamo de gatos e ratos, evidenciaram a importância do Hipotálamo para o controle da ingestão de alimentos, quando verificou - se que:
Núcleo lateral > centro da fome
Núcleo ventro – medial > centro da saciedade
Figura 9.4.: Núcleos Hipotalâmicos. Adaptada de Bear, Connors e Paradiso, 2002.
Centros da fome e da saciedade estão no hipotálamo
	
Porém, quando estes núcleos são ativados? Várias teorias foram propostas para explicar o que ativaria o centro da fome e o da saciedade. Inicialmente, pensou-se na glicemia: uma hipoglicemia estimularia o centro da fome enquanto a hiperglicemia estimularia o da saciedade. Porém, sabe-se que os níveis de glicose circulantes são estreitamente regulados por hormônios, principalmente pela insulina após as refeições e, durante o jejum, pelo glucagon, adrenalina e cortisol. Atualmente, várias moléculas sinalizadoras estão em estudo quanto à função como orexígeno (induz a fome) ou anorexígeno (induz a saciedade). A insulina, a CCK e a leptina (hormônio produzido pelos adipócitos) seriam exemplos de anorexígenos. Enquanto o neuropeptídeo Y, as endorfinas e as orexinas seriam exemplos de orexígenos.
Figura 9.5.: Moléculas Sinalizadoras da Fome: Orexígenos e Anorexígenos.
9.7. Histologia geral
	A parede do trato gastrintestinal é composta de quatro camadas de tecido. De dentro para fora, são elas:
Túnica mucosa: reveste internamente o trato, está em contato direto com o conteúdo do GI. Composta por uma camada de epitélio, tecido conjuntivo areolar e uma fina camada de músculo liso (que determina pregas na túnica mucosa que aumenta a superfície para as atividades digestivas)
Túnica submucosa: tecido conjuntivo contendo vasos sanguíneos e nervos que controlam as secreções do trato GI.
Túnica muscular: camada espessa de músculo esquelético na boca, faringe e na parte superior do esôfago. No restante do trato consiste de músculo liso, geralmente formando uma camada interna de fibras circulares e uma camada externa de fibras longitudinais.
Túnica serosa (peritônio): camada mais externa composta por epitélio escamoso simples e por tecido conjuntivo. Secreta líquido que permite o deslizar do trato contra outros órgãos.
Seguindo o trajeto do alimento no trato GI, serão consideradas a motildade do trato GI, as secreções, a digestão de alimentos e a absorção de nutrientes, bem como a função das estruturas acessórias.
9.8. Boca
Mastigação
Inicia a digestão mecânica, reduzindo o tamanho das partículas do alimento, mistura o alimento com a saliva, inicia a digestão de carboidratos (amilase salivar).
Tem um componente voluntário e um componente involuntário. O componente voluntário é desencadeado pela presença do alimento na boca: o bolo alimentar inibe músculos da mastigação, a mandíbula cai gerando o reflexo de estiramento e uma contração de retorno, elevando a mandíbula e comprimindo o bolo alimentar. A informação sensorial é transmitida, a partir de mecanoceptores na boca, para o tronco encefálico que coordena os músculos da mastigação. O componente voluntário pode se sobrepor ao componente involuntárioa qualquer momento.
9.9. Glândulas salivares
	As glândulas salivares maiores são três: as glândulas parótidas, as submandibulares e as sublinguais.
Composição da saliva
	Quimicamente a saliva é formada 99,5% de água e 0,5% de solutos. Entre os solutos estão:
Íons: sódio, potássio, cloro, bicarbonato
Amilase salivar: enzima que digere carboidratos (amido)
Muco: lubrifica o alimento para ser deglutido
Lisozima: destrói bactérias, protege a túnica mucosa de infecção e os dentes de cáries
Lípase lingual: digere lipídios
Calicreína: enzima que participa da síntese de bradicinina, um potente vasodilatador
Formação da saliva
	As glândulas salivares parecem cachos de uvas, onde cada uva corresponde a um ácino. O ácino é a extremidade fechada de um sistema de canalículos (ductos).
	As células acinares secretam a saliva inicial, que é isotônica e tem a composição eletrolítica semelhante ao plasma. Essas células também secretam as enzimas amilase e lpase salivar, mucina, IgA e calicreína.
	As células dos ductos modificam a composição inicial da saliva, através de mecanismos de transporte, tornando-a hipotônica.
 
Controle da secreção salivar
	A secreção salivar é estimulada pelo sistema nervoso autônomo simpático e parassimpático, predominando o controle parassimpático. A atividade parassimpática sobre as glândulas salivares é aumentada pelo alimento na boca, pelo cheiro, pela náusea e por reflexos condicionados. É inibida pelo medo, sono e desidratação.
9.10. Faringe e Esôfago
	A faringe é um tubo que se estende das coanas ao esôfago, composta de músculo estriado esquelético e revestida por túnica mucosa. As contrações musculares na faringe ajudam a propelir o bolo alimentar para o esôfago. O esôfago é um tubo muscular que transporta o alimento ao estômago, secreta muco, que auxilia no transporte.
Deglutição
	Inicia através de controle voluntário e depois passa a ter controle involuntário, pelo centro da deglutição no bulbo. Ocorre em 3 fases:
Fase voluntária ou oral: o alimento é empurrado pela língua contra o palato, forçando-o para a faringe
Fase faríngea: involuntária, o alimento passa da faringe para o esôfago, a traquéia é fechada e a passagem para o esôfago é aberta e o bolo alimentar é empurrado por uma onda peristáltica
Fase esofágica: involuntária, o alimento passa para o estomago com o auxílio de ondas peristálticas, há o relaxamento do esfíncter esofágico inferior e do esôfago.
9.11. Estômago
	O estômago é dividido em quatro áreas: a cárdia (circunda o óstio esofagogástrico), o fundo (porção acima e a esquerda da cárdia), o corpo (porção central) e o antro ou pilórica (região inferior).
	A parede do estômago apresenta pregas gástricas que podem ser vistas a olho nu quando o estômago está vazio. As células epiteliais também se estendem profundamente nas pregas, formando canais estreitos chamados fovéolas (fossas) gástricas, que são revestidas por células secretoras chamadas glândulas gástricas. As glândulas contém 3 tipos de células exócrinas que secretam seus produtos no estômago e um tipo de células produtoras de hormônios:
células mucosas do colo: produzem muco
células principais (zimogênicas): produzem o pepsinogênio
células parietais (oxínticas): poduzem ácido clorídrico (HCl), que acidifica o conteúdo gástrico até pH entre 1 e 2, e fator intrínseco
células G: produzem o hormônio gastrina
	Na região da cárdia predominam as glândulas cárdicas com células mucosas. O corpo do estômago contém glândulas oxínticas ricas em células principais e células parietais. O antro contém glândulas pilóricas, ricas em células mucosas e células G. 
Digestão no estômago
Digestão mecânica: ocorre através de movimentos peristálticos chamados ondas de mistura, que passam pelas paredes do estômago empurrando o bolo alimentar para frente e para trás. O bolo alimentar começa a se transformar em um líquido chamado quimo. Cada onda força a passagem de um pouco de quimo para o duodeno.
Digestão química: o pepsinogênio secretado pelas células principais das glândulas gástricas é transformado em pepsina quando entra em contato com o HCl produzido pelas células parietais. A pepsina é a enzima ativa que digere proteínas, rompendo as ligações peptídicas entre os aminoácidos que compõem as proteínas. Ela é mais ativa em ambiente muito ácido (pH=2). Portanto a digestão de proteínas inicia no estômago.
Secreção de HCl
	As membranas luminais (em contato com o lúmen das glândulas gástricas) das células parietais contem H + - K+ ATPase e canais de Cl-. As membranas basolaterais contém Na+-K ATPase e trocadores Cl--HCO-3. O Cl- se difunde passivamente por canais de Cl- para os canalículos das células parietais. O H+ é bombeado para o lúmen dos canalículos em troca de K+. O H+ combinado com o Cl- forma o HCl que se difunde pelo lúmen das glândulas gástricas até a cavidade estomacal. Nesse trajeto, ao entrar em contato com o pepsinogênio, transforma-o em pepsina.
	A secreção de HCl é estimulada pela acetilcolina liberada pelas terminações colinérgicas vagais parassimpáticas, pela histamina liberada pelos mastócitos e pela gastrina liberada pelas células G. Esses mensageiros se ligam em receptores específicos na membrana basoateral das células parietais, estimulando a secreção de HCl.
	A secreção de HCl pode ser dividida em 3 fases:
Fase cefálica: responsável por 30% da secreção de HCl em resposta a uma refeição. Estimulada pelo cheiro, gosto do alimento, mastigação, deglutição e reflexos condicionados. Mecanismos de estimulação: ação direta da acetilcolina sobre as células parietais e ação indireta da acetilcolina sobre as células G, estimulando a liberação de gastrina.
Fase gástrica: responsável por 60% da secreção de HCl estimulada pela distensão do estômago e pela presença de produtos da degradação de proteínas (aminoácidos e proteínas). Mecanismos d estimulação semelhantes ao da fase cefálica, além da estimulação vagal pela distensão do estômago, pela ação direta dos aminoácidos e pequenos peptídeos pra estimular a liberação de gastrina. O álcool e a cafeína também estimulam a secreção gástrica.
Fase intestinal: responsável por 10% da secreção de HCl e é mediada por produtos a digestão protéica.
A secreção do suco gástrico e a contração do músculo liso da parede do estômago são reguladas por mecanismos nervosos e humorais. Os impulsos parassimpático são estimulatórios, enquanto alguns hormônios intestinais são inibitórios, veja quadro 1.
Esvaziamento gástrico
	É a liberação do quimo no duodeno. O esvaziamento total ocorre 2 a 6 horas depois de uma refeição. É regulado por controle nervoso e humoral.
	Vômito: é estimulado pela irritação e distensão do estômago, por visões desagradáveis, tonturas e drogas como morfina. Impulsos nervosos são transmitidos ao centro do vômito no bulbo e dali, impulsos nervosos são enviados aos órgãos do trato GI, ao diafragma e aos músculos abdominais. 
Absorção no estômago
	Somente um pouco de água, alguns eletrólitos, certas drogas (aspirina) e álcool são absorvidos no estômago.
	Após o estomago o quimo segue para o duodeno, primeiro segmento do intestino delgado, mas antes veremos o pâncreas, o fígado e a vesícula biliar que liberam secreções importantes para a continuação da digestão no duodeno.
9.12. Pâncreas exócrino
	O suco pancreático contém água, alguns sais, bicarbonato de sódio e enzimas. O bicarbonato de sódio dá ao suco pancreático um pH levemente básico (7,1 a 8,2), que interrompe a ação da pepsina e favorece a ação das enzimas pancreáticas, que são:
Amilase pancreática: digere carboidratos
Tripsina, quimiotripsina e carboxipeptidase: digerem proteínas; são secretadas no ducto pancreático em forma inativa e ativadas no duodeno (tripsinogênio ativado pela enterocinase da borda em escova; quimiotripsinogênio e carboxipeptidase ativads pela tripsina) 
Elastase: secretada na forma inativa, pró-elastase, e ativada no duodeno pela tripsina
Lipase pancreática: digere lipídios
Colipase: secretada na forma inativa, é ativadano duodeno pela tripsina, auxilia a liase pancreática na digestão dos triglicerídeos.
Hidrolase dos ésteres de colesterol: hidrolisa os ésteres de colesterol a colesterol livree ácidos graxos, hidrolisa as ligações ésteres de triglicerídeos produzindo glicerol
Fosfolipase A: secretada na forma inativa, é ativada pela tripsina, hidrolisa os fosfolipídios a lisolecitina e ácidos graxos.
Ribonuclease e desoxiribonuclease: digerem ácidos nucléicos
A secreção pancreática é regulada por mecanismos humorais e nervosos. A secreção de enzimas pancreáticas é estimulada por fibras parassimpáticas vagais e pelos hormônios secretina e colecistoquinina (quadro 1). 
9.13. Fígado
As funções do fígado são: metabolismo de carboidratos, metabolismo de lipídios, metabolismo de proteínas, remoção de drogas e hormônios, síntese de sais biliares, secreção de bile, armazenamento de vitaminas e minerais e ativação de vitamina D.
Bile
	A bile é produzida e secretada pelos hepatócitos e armazenada na vesícula biliar. Quando necessário ela é liberada no duodeno. Ela tem um pH de 7,6 a 8,6 e é composta, principalmente, por água, sais biliares, colesterol, lecitina (um fosfolipídio), pigmentos biliares e vários íons. A bile é parcialmente um produto de excreção e parcialmente um produto de secreção. A bilirrubina, excretada na bile, é um pigmento biliar resultante da degradação das hemácias velhas. Os ácidos biliares são: ácido cólico e ácido quenodesoxicólico (ácidos biliares primários formados no fígado), ácido desoxicólico e ácido litocólico (ácidos biliares secundários formados por bactérias intestinais). Os sais biliares são formados no fígado partir da conjugação dos ácidos biliares com os aminoácidos taurina ou glicina, podendo formar oito combinações. Exemplo: ácido glicocólico e ácido taurocólico.
Funções dos sais biliares
	Eles são moléculas anfipáticas, isto é, tem uma parte hidrossolúvel e uma parte lipossolúvel. Eles se orientam em torno dos triglicerídeos provenientes da dieta, mantendo-os dispersos na solução aquosa e aumentando sua área de superfície, para a ação da lípase pancreática. Eles emulsificam gorduras. Quando a concentração de sais biliares atinge certo limite formam as micelas. Elas contêm sais biliares e os produtos da digestão de lipídios (ácidos graxos, monoglicerídeos e colesterol).
Regulação da secreção da bile
	O sistema nervoso autônomo parassimpático e a secretina estimulam a secreção de bile, enquanto a colecistoquinina estimula a ejeção da bile da vesícula biliar (quadro 1).
Quadro 1: Controle hormonal da secreção gástrica, da secreção pancreática e da liberação da bile (Tortora, 2000)
	HORMÔNIO
	LOCAL DE RPODUCÁO
	FATOR ESTIMULADOR
	AÇAO
	Gastrina
	Túnica mucosa, parte pilórica
	Distensão do estômago, proteínas parcialmente digeridas e cafeína no estômago, pH alto do quimo gástrico
	Estimula a secreção do suco gástrico, aumenta o movimento do trato GI e relaxa o músculo esfíncter pilórico e a valva ileocecal 
	Peptídio inibidor gástrica (PIG)
	Túnica mucosa intestinal
	Ácidos graxos e glicose no intestino delgado
	Estimula a liberação de insulina pelo pâncreas, inibe a secreção gástrica e torna o esvaziamento gástrico mais lento
	Secretina
	Túnica mucosa intestinal
	Quimo ácido que entra no intestino delgado
	Inibe a secreção de suco gástrico e estimula a secreção de secreção pancreático rico em íons bicarbonato
	Colecistoquinina (CCK)
	Túnica mucosa intestinal
	Aminoácidos e ácidos graxos
	Inibe o esvaziamento gástrico de suco pancreático rico em enzimas digestivas, estimula a ejeção da bile pela vesícula biliar e induz a saciedade.
9.14. Vesícula biliar
	Estrutura em forma de saco que concentra e armazena a bile até que ela seja necessária no intestino delgado. Quando triglicerídios chegam no duodeno, a colecistoquinina é liberada para estimular a contração do músculo liso presente na túnica muscular da vesícula biliar. Então a bile é liberada no ducto cístico e dali para o ducto colédoco que desemboca no duodeno.
9.15. Intestino Delgado
A maior parte da digestão e da absorção ocorre no intestino delgado. Este tubo é dividido em 3 partes: duodeno (25 cm), jejuno (1 m) e íleo (2 m). Uma vez que o intestino delgado seja responsável pela absorção de nutrientes, ela apresenta uma estrutura adaptada para aumentar a área de absorção de nutrientes. Podemos citar 3 adaptações, além do seu grande comprimento:
Vilosidades: projeções em forma de dedos da túnica mucosa; cada vilosidade no centro tecido conjuntivo onde se encontram uma arteríola, uma vênula, uma rede capilar e um quelífero (capilar linfático). Os nutrientes passam pelas células epiteliais que revestem as células intestinais, passam através da parede de um capilar sanguíneo ou linfático e então penetram na corrente sanguínea ou linfática.
Microvilosidades: projeções citoplasmáticas das células epiteliais absorventes, formam a chamada borda em escova; 
Pregas circulares: dobras permanentes da túnica mucosa
	O epitélio da túnica mucosa do intestino contem vários tipos de células:
Células absorventes: absorvem nutrientes, essas células produzem enzimas que digerem dissacarídeos e pequenos peptídeos
Células caliciformes: secretam muco
Células granulares basais: produtoras de hormônios (secretina, colecistoquiina e peptídeo inibidor gástrico)
Células de Paneth: fazem fagocitose e secretam lisozima, enzima que mata bactérias
A secreção dessas células forma o suco entérico (intestinal).
A túnica mucosa contém muitas cavidades revestidas com epitélio glandular, formado pelas células citadas anteriormente, formando as glândulas intestinais. A tela submucosa do duodeno contém glândulas duodenais que secretam muco alcalino que ajuda a neutralizar o pH ácido do estômago. 
Suco entérico (intestinal)
É secretado pelas glândulas intestinais, é um líquido claro que possui ph 7,6 e contém água e muco. O suco serve como veículo para a absorção de substancias do quimo. 
Digestão no intestino delgado
	A digestão química no intestino delgado inicia no duodeno através das enzimas pancreáticas e termina através da ação das enzimas da borda em escova, que são:
Enzimas que digerem dissacarídeos em monossacarídeos:
Maltase: degrada maltose em duas moléculas de glicose
Sacarase: degrada a sacarose em glicose e frutose
Lactase: digere lactose em galactose e glicose
Enzimas que digerem peptídeos em aminoácidos: Peptidases
Resumo da digestão dos alimentos no sistema digestório:
Carboidratos: inicia na boca pela ação da amilase salivar, continua no duodeno pela ação da amilase pancreática e termina pela ação das enzimas da borda em escova do intestino delgado, a maltase, sacarase e lactase.
Proteínas: inicia no estômago pela ação da pepsina, continua no duodeno pela ação da tripsina, quimiotripsina e carboxipeptidase e termina pela ação da peptidase, enzima da borda em escova.
Lipídio: inicia na boca pela ação da lipase lingual, continua no estômago pela ação da butirase (digere gordura da manteiga) e termina no intestino pela ação da lipase pancreática, facilitada pela emulsificação dos triglicerídeos pelos sais biliares.
A digestão mecânica se dá por dois tipos de movimentos do intestino delgado: a segmentação e a peristalse. A segmentação é uma contração localizada em áreas contendo alimento. A peristlase propele o quimo através do trato gastrintestinal. 
A motilidade do intestino é controlada por reflexos locais em resposta a presença do quimo n intestino. Impulsos parassimpáticos estimulam a motilidade gástrica enquanto impulsos simpáticos a inibem.
Absorção
Aproximadamente 90% da absorção dos produtos da digestão ocorre no intestino delgado. Os 10% restantes ocorrem no estômago e no intestino grosso.
Carboidratos: são absorvidos na forma de monssacarídeos; a glicose e a galactose passam para as células epiteliais intestinais por transporte ativo; a frutose passa por difusão facilitada; das células intestinais são transportados ao LEC por difusão facilitada e então passam aos capilares sanguíneos;dos capilares são transportados ao fígado pela circulação porta êntero-hepática e então à circulação geral.
Proteínas: são absorvidas na forma de aminoácidos, principalmente no duodeno e jejuno. Os aminoácidos passam às células intestinais por transporte ativo e ao sangue por difusão, a partir daí seguem a mesma rota dos monossacarídeos.
Lipídios: são absorvidos na forma de monoglicerídeos, ácidos graxos, colesterol, lisolecitina e glicerol; os ácidos graxos de cadeia curta (menos que 12 átomos de carbono) passam por difusão às células epiteliais e seguem a mesma rota dos aminoácidos e monossacarídeos; os ácidos graxos de cadeia longa, os monoglicerídeos e o colesterol presentes nas micelas aproximam-se das células intestinais e entram por difusão; os sais biliares da micela não penetram na célula intestinal; dentro da célula intestinal, os produtos da digestão lipídica são reesterficados, formando novamente triglicerídeos, ésteres de colesterol e fosfolipídeos; eles são empacotados em quilomícrons (lipoproteínas); estes são transportados por exocitose para capilares linfáticos (quilíferos) e são levados ao canal torácico que deságua na corrente sangüínea. 
Além dos quilomícrons existem outras liporpoteínas:
LDL ou LBD: lipoproteína de baixa densidade, ricas em colesterol e algum fosfolipídeo, transporta o colesterol dos tecidos adiposo e muscular para outros tecidos do corpo, onde é utilizado para síntese de hormônios esteróides e manufatura da membrana plasmática. Altos níveis de LDL estão associados a aterosclerose, pois parte do colesterol transportado pela LDL pode se depositar nas paredes das artérias.
HDL ou LAD: lipoproteína de alta densidade, ricas em fosfolipídio e colesterol, transporta o colesterol dos tecidos ao fígado, onde é catabolizado em sais biliares. Altos níveis de HDL estão associados a um menor risco de doença cardiovascular, pois podem remover o colesterol das paredes das artérias. O nível de colesterol total deve ser menor que 200 mg/dl e a relação total para HDL deve ser menor que 3:1.
VLDL: lipoproteína de muito baixa densidade, produzida no fígado a partir de carboidratos da dieta, carrega traglicerídeos
IDL: lipoproteína de intensidade intermediaria, produzida no sangue, entra no fígado por endocitose e é convertida em LDL
Água: cerca de 9,3 L chega ao intestino, quase todo o volume é reabsorvido no intestino delgado por osmose e cerca de 100ml passa ao intestino grosso, onde a maior parte deste volume também é reabsorvida.
Eletrólitos: provenientes das secreções gastrintestinais, dos n é líquidos ingeridos; como sódio, cloro, nitratos, iodeto, cálcio, ferro, potássio, magnésio e fosfato são absorvidos pelas células intestinais, em sua maioria, por transporte ativo. O transporte de cálcio depende também do paratormônio e da vitamina D.
Vitaminas: as lipossolúveis (A,D,E e K) são absorvidas junto com os triglicerídeos ingeridos, nas micelas, por difusão. A maioria das hidrossolúveis,como B e C, é absorvida por difusão. A vitamina B12 combina-se com o fator intrínseco produzido pelo estômago para ser absorvida no intestino delgado, por transporte ativo.
9.16. Intestino grosso (IG)
Mede cerca de 1,5 m. Na abertura do íleo no intestino grosso há a papila ileal, uma prega de túnica mucosa que permite a passagem dos materiais do intestino delgado ao intestino grosso. Pode ser dividido em colo ascendente, colo transverso, colo descendente e colo sigmóide que se continua com o reto. A parte terminal do IG é o canal anal e a abertura deste ao exterior é o ânus.
Não há vilosidades na parede do IG, seu epitélio forma glândulas tubulares, com células absorventes de água e células produtoras de muco. A contração muscular de faixas longitudinais de músculo liso (tênias do colo) formam bolsas (haustros).
Digestão no IG
	A digestão mecânica por movimentos característicos de IG:
Batedura nos sáculos (haustros) do colo: os sáculos relaxados se enchem até um certo limiar, as paredes contraem e empurram o conteúdo para o sáculo seguinte.
Peristalse: mais lenta que em outras partes do trato GI
Peristalse em massa: uma forte onda peristáltica que inicia na metade do colo transverso impulsiona o conteúdo do colo ao reto; ocorre de 3 a 4 vezes ao dia, durante ou imediatamente após uma refeição.
A digestão química é feita pelas bactérias. 40% da massa fecal é composta por bactérias. Elas fermentam carboidratos, liberando hidrogênio, CO2 e gás metano, que contribuem para os flatos (gases) do colo. Elas degradam proteínas aminoácidos, decompõem bilirrubina, contribuindo para o odor e a cor das fezes, e sintetizam vitaminas B e K, que são absorvidas.
Fezes
Quando o quimo permanece no IG por 3 a 10 horas, torna-se sólido como resultado da absorção e passa a ser chamado de fezes. Composição: sais inorgânicos, células que forma descamadas da túnica mucosa, bactérias, produtos da decomposição bacteriana, porções não digeridas dos alimentos e água.
Reflexo da defecação
Peristalse do colo sigmóide
↓
Enchimento do reto e distensão de sua parede
↓
Estimulação de receptores de estiramento e envio de impulsos nervosos à medula espinhal
↓
Impulsos motores pela fibras parassimpáticas aos músculos do colo sigmóide, reto e canal anal
↓
Esfíncter interno do ânus relaxa devido a pressão causada pela contração involuntária do músculo longitudinal do reto e contração voluntária do diafragma e músculos abdominais
Relaxamento voluntário 			Contração do músculo externo
do músculo externo do ânus 		do ânus (acima dos 3 anos de idade
(de controle voluntário)				↓
↓
Defecação		Fezes retornam até o colo sigmóide até nova onda de peristalse de massa
Figura :Defecação.
Questionário para estudo – Fisiologia digestiva
Quais os componentes do sistema digestivo (SD) e suas funções?
Quais as funções do SD?
Sobre a saliva: qual sua composição? Onde é produzida? Qual sua função (s)?
Quais as fases da deglutição?
Quais as secreções do (especifique o tipo de célula secretora):
a) esôfago; b) estômago c) intestino delgado d) intestino grosso
e) pâncreas f) fígado
O que é digestão?
Quais as principais fontes de carboidratos, proteínas e lipídios da dieta?
Onde ocorre a digestão dos (das):
a) carboidratos; b) proteínas c) lipídios
O que é absorção? Onde e como ocorre a absorção dos nutrientes (aminoácidos, glicose, frutose, ácidos graxos, colesterol)? 
Onde ocorre a absorção de água?
Qual é aproximadamente o pH e qual a importância da manutenção do mesmo no estômago e no duodeno?
Como é secretado o HCl (no estômago) e o HCO-3 no suco pancreático?
Sobre o suco pancreático: qual sua composição? Onde são produzidos seus componentes? qual sua função? onde é secretado?
Sobre a bile: qual sua composição? Onde é produzido? qual sua função? onde é secretado? onde é armazenada?
Quais as fases da secreção gástrica?
Que componentes neurais regulam a motilidade gástrica e intestinal?
Que hormônios são produzidos pelo SD, onde são produzidos e qual a função de cada um?
Que tipos de contração muscular ocorrem no intestino delgado?
Que fatores regulam a secreção de HCl?
Quais os reflexos gastrintestinais? Explique o reflexo da defecação.
Referências bibliográficas
COSTANZO, L. S. Fisiologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2.ed.
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BEAR, M. F.; CONNORS, B. W. e PARADISO, M. A. Neurociências – desvendando o sistema nervoso. Porto Alegre, Art méd. 2. ed. 2002.
BERNE, R. M. e LEVY, M. N. Fisiologia. Guanabara Koogan, 2000
CINGOLANI e HOUSSAY. Fisiologia Humana. Art Med. 2003
DOUGLAS, C. R. Tratado de Fisiologia aplicada à Ciência da Saúde. São Paulo: Robe. 
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GUYTON, A. C. e Hall. Tratado de Fisiologia Médica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
HANSEN e KOEPPEN. Atlas de Fisiologia Humana de NETTER.Art Med. 2003
Glicorreceptores 
(↓ glicemia, ↓ aminoácidos)
Liporreceptores
(↓ tecido adiposo)
mecanoceptores
Centro da fome
HIPOTÁLAMO
Fome
(contrações gástricas)
Centro da saciedade
HIPOTÁLAMO
Ingerir alimento
Saciedade 
(inibição das contrações )

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