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METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA Mário Adelmo Varejão-Silva Versão digital 2 – Recife, 2006 194 tura (Berry, Bollay e Beers, 1945). O sinal negativo revela apenas que há uma atenuação na intensidade. É evidente que, se a direção da propagação formar um ângulo Z com a vertical local, então a espessura da camada atravessada pela radiação será dz = ds cosZ. Assim, d I eλ = – Kλ ρdz I eλ /cosZ. (V.10.2) Teoricamente, a integração da equação V.10.2, pode ser efetuada apenas quando Kλ não variar ao longo do percurso e quando se dispuser de um único absorvente, resultando, para o comprimento de onda selecionado: I eλo = I eλz exp[– secZ ∫Z K λ ρdz ] (V.10.3) onde Ieλo e Ieλz estão sendo introduzidos para exprimir a intensidade do fluxo monocromático observada na base (o) e no topo (z) da camada absorvente, respectivamente. Normalmente se faz: ψ = secZ ∫Z Kλ ρdz ] = m secZ (V.10.4) onde m é a massa seccional, ou profundidade ótica, da camada. As dimensões da profundida- de ótica são M/L2 e fisicamente ela representa a massa do meio absorvente que existe numa coluna vertical, com área de secção reta unitária e espessura dz. É claro que a massa seccio- nal (m) depende da densidade do meio absorvente. Substituindo V.10.4 em V.10.3, vem: Ieλo = Ieλz exp(– Kλψ) (V.10.5) que é outra forma da Lei de Beer. A aplicação da última equação à atmosfera, para pequenos intervalos de comprimento de onda (radiação monocromática), poderia ser feita numericamente, integrando-se camada a camada e levando-se em conta, separadamente, a absorção de cada constituinte do ar nesses intervalos. Tal procedimento é muito complicado, haja vista que os coeficientes (Kλ) dependem da pressão e da temperatura na camada particular que se considere e, além disso, a massa seccional (m) muda com a densidade do ar (variável, no tempo, com a temperatura, a pressão e o conteúdo de umidade) e igualmente com o tamanho e a concentração das partículas em suspensão. Inúmeros modelos têm sido desenvolvidos, a partir da equação V.10.5, assumindo diferentes hipóteses, mas envolvem considerações que estão fora do objetivo deste texto. A maneira mais segura de se conhecer a energia radiante posta à disposição da super- fície terrestre em um determinado local, durante um dado intervalo de tempo, é medi-la. Re- sultados aproximados satisfatórios, no entanto, podem ser obtidos com modelos numéricos que consigam simular os processos radiativos que se verificam na atmosfera.
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