A Fórmula de Taylor: Teorema da Fórmula de Taylor Pontos Cŕıticos: Operador Auto-Adjunto, Hessiana e Exemplos Érika Patricia P. Souto Marina Bastos Universidade Estadual de Montes Claros - Unimontes Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas Disciplina: Análise no Rn Professor: Lenadro Luz Novembro - 2021 Érika Patricia P. Souto - Marina Bastos (Unimontes) Análise no Rn - Seminário Novembro - 2021 1 / 23 A Fórmula de Taylor Lema 2 Seja r : B −→ R de classe C 2 na bola aberta B ⊂ Rn, de centro 0. Se r(0) = ∂r ∂xi (0) = ∂2r ∂xi∂xj (0) = 0 para quaisquer i , j = 1, . . . , n, então lim v→0 r(v) |v |2 = 0. Érika Patricia P. Souto - Marina Bastos (Unimontes) Análise no Rn - Seminário Novembro - 2021 2 / 23 A Fórmula de Taylor Teorema 5 (Fórmula de Taylor) Seja f : U −→ R de classe C 2 no aberto U ⊂ Rn. Fixado a ∈ U, para todo v = (α1, . . . , αn) ∈ Rn tal que a+ v ∈ U, escrevamos f (a+ v)− f (a) = n∑ i=1 ∂f ∂xi (a) · αi + 1 2 n∑ i ,j=1 ∂2f ∂xi∂xj (a) · αiαj + r(v), as derivadas sendo calculadas no ponto a. Então lim v→0 r(v) |v |2 = 0. Érika Patricia P. Souto - Marina Bastos (Unimontes) Análise no Rn - Seminário Novembro - 2021 3 / 23 Demonstração: (Teorema 5 - Fórmula de Taylor) De acordo com o Lema 2 devemos demonstrar que r(v) = f (a+ v)− f (a)− n∑ i=1 ∂f ∂xi (a) · αi − 1 2 n∑ i ,j=1 ∂2f ∂xi∂xj (a) · αiαj se anula, juntamente com suas derivadas parciais de primeira e segunda ordem, no ponto v = 0. Érika Patricia P. Souto - Marina Bastos (Unimontes) Análise no Rn - Seminário Novembro - 2021 4 / 23 Demonstração: (Teorema 5 - Fórmula de Taylor) Para fazer o cálculo, vamos lembrar que, na expressão de r(v), as variáveis independentes são as coordenadas α1, . . . , αn de v . É em relação a elas que as derivadas parciais de r devem ser tomadas, embora continuemos escrevendo ∂r ∂xi e ∂2r ∂xi∂xj . Observemos também que, no somatório duplo que ocorre na definição de r(v), cada par de variáveis αi , αj aparece em duas parcelas iguais, a saber, ∂2f ∂xj∂xi (a) · αjαi e ∂2f ∂xi∂xj (a) · αiαj . Érika Patricia P. Souto - Marina Bastos (Unimontes) Análise no Rn - Seminário Novembro - 2021 5 / 23 Demonstração: (Teorema 5 - Fórmula de Taylor) Levando isto em conta, derivando: r(v) = f (a+ v)− f (a)− n∑ i=1 ∂f ∂xi (a) · αi − 1 2 n∑ i ,j=1 ∂2f ∂xi∂xj (a) · αiαj , temos: ∂r ∂xj (v) = ∂f ∂xj (a+ v)− ∂f ∂xj (a)− n∑ i=1 ∂2f ∂xi∂xj (a) · αi . Derivando outra vez, vem: ∂2r ∂xi∂xj (v) = ∂2f ∂xi∂xj (a+ v)− ∂ 2f ∂xi∂xj (a). Érika Patricia P. Souto - Marina Bastos (Unimontes) Análise no Rn - Seminário Novembro - 2021 6 / 23 Demonstração: (Teorema 5 - Fórmula de Taylor) No ponto v = 0, temos: r(0) = f (a+ 0)− f (a)− n∑ i=1 ∂f ∂xi (a) · 0− 1 2 n∑ i ,j=1 ∂2f ∂xi∂xj (a) · 0 = f (a)− f (a) = 0, a derivada parcial de primeira ordem ∂r ∂xj (0) = ∂f ∂xj (a+ 0)− ∂f ∂xj (a)− n∑ i=1 ∂2f ∂xi∂xj (a) · 0 = ∂f ∂xj (a)− ∂f ∂xj (a) = 0 Érika Patricia P. Souto - Marina Bastos (Unimontes) Análise no Rn - Seminário Novembro - 2021 7 / 23 Demonstração: (Teorema 5 - Fórmula de Taylor) e a derivada parcial de segunda ordem ∂2r ∂xi∂xj (0) = ∂2f ∂xi∂xj (a+ 0)− ∂ 2f ∂xi∂xj (a) = ∂2f ∂xi∂xj (a)− ∂ 2f ∂xi∂xj (a) = 0. Como r(0) = 0, ∂r ∂xi (0) = 0 e ∂2r ∂xi∂xj (0) = 0 para quaisquer i , j = 1, . . . , n , de acordo com o Lema 2, lim v→0 r(v) |v |2 = 0. ■ Érika Patricia P. Souto - Marina Bastos (Unimontes) Análise no Rn - Seminário Novembro - 2021 8 / 23 Observação: (Teorema 5 - Fórmula de Taylor) Se pusermos ρ(v) = r(v) |v |2 ⇒ r(v) = ρ(v) · |v |2 quando v ̸= 0 e ρ(0) = 0, a fórmula de Taylor se escreve assim: f (a+ v)− f (a) = n∑ i=1 ∂f ∂xi (a) · αi + 1 2 n∑ i ,j=1 ∂2f ∂xi∂xj (a) · αiαj + ρ(v) · |v |2, onde lim v→0 ρ(v) = 0. Érika Patricia P. Souto - Marina Bastos (Unimontes) Análise no Rn - Seminário Novembro - 2021 9 / 23 Pontos Cŕıticos Uma forma quadrática H : Rn −→ R é uma função cujo valor no vetor v = (α1, . . . , αn) é n∑ i ,j=1 hijαiαj , onde [hij ] é uma matriz simétrica n × n, ou seja, [hij ] = h11 h12 · · · h1n h21 h22 · · · h2n ... ... . . . ... hn1 hn2 · · · hnn com hij = hji . Érika Patricia P. Souto - Marina Bastos (Unimontes) Análise no Rn - Seminário Novembro - 2021 10 / 23 Pontos Cŕıticos: Forma quadrática O valor da forma quadrática H no vetor v será indicado com a notação H · v2. Portanto H · v2 = [α1, α2, . . . , αn] · h11 h12 · · · h1n h21 h22 · · · h2n ... ... . . . ... hn1 hn2 · · · hnn · α1 α2 ... αn = n∑ i ,j=1 hijαiαj quando v = (α1, . . . , αn). Se t ∈ R então H · (tv)2 = t2 · (H · v2). Érika Patricia P. Souto - Marina Bastos (Unimontes) Análise no Rn - Seminário Novembro - 2021 11 / 23 Pontos Cŕıticos: Forma quadrática A forma quadrática H chama-se não-negativa quando H · v2 ≥ 0 para todo v ∈ Rn, positiva quando H · v2 > 0 para todo v ̸= 0 em Rn, não-positiva quando H · v2 ≤ 0 para todo v ∈ Rn, negativa quando H · v2 < 0 para todo v ̸= 0 em Rn e indefinida quando existem v ,w ∈ Rn tais que H · v2 > 0 e H · w2 < 0. Quando H é positiva ou negativa, diz-se que ela é definida. Érika Patricia P. Souto - Marina Bastos (Unimontes) Análise no Rn - Seminário Novembro - 2021 12 / 23 Exemplo 4: (Forma quadrática) A forma quadrática H : Rn −→ R, onde H · v2 = ⟨v , v⟩, é positiva. Como ⟨v , v⟩ = α21 + . . .+ α 2 n, a matriz de H é a identidade. H · v2 = [α1, α2, . . . , αn] · 1 0 · · · 0 0 1 · · · 0 ... ... . . . ... 0 0 · · · 1 · α1 α2 ... αn = α21 + α22 + . . .+ α2n = ⟨v , v⟩ Para todo k ∈ [1, n], H · v2 = α21+ . . .+α2k é uma forma quadrática não-negativa em Rn. Por outro lado, se pusermos H · v2 = α21 + . . . + α2k − α2k+1 − . . . − α2n com 0 < k < n, teremos uma forma quadrática indefinida. Evidentemente, se H é positiva (respect. não-negativa) então −H é negativa (respect. não-positiva). Érika Patricia P. Souto - Marina Bastos (Unimontes) Análise no Rn - Seminário Novembro - 2021 13 / 23 Pontos Cŕıticos: Operador Auto-Adjunto Seja H : Rn −→ R uma forma quadrática cuja matriz é [hij ]. Se chamarmos de H0 : Rn −→ Rn o operador linear cuja matriz na base canônica de Rn é também [hij ], vemos imediatamente que H · v2 = ⟨H0 · v , v⟩ para todo v ∈ Rn. Como a matriz [hij ] do operador H0 na base canônica é simétrica, H0 é auto-adjunto. Reciprocamente, para qualquer operador auto-adjunto H0 : Rn −→ Rn, a função H : Rn −→ R, dada por H · v2 = ⟨H0 · v , v⟩, é uma forma quadrática. Quando H é definida, o operador H0 é invert́ıvel pois ⟨H0 · v , v⟩ ≠ 0 para todo v ̸= 0 ⇒ H0 · v ̸= 0 para todo v ̸= 0. Érika Patricia P. Souto - Marina Bastos (Unimontes) Análise no Rn - Seminário Novembro - 2021 14 / 23 Pontos Cŕıticos: Forma Quadrática Hessiana Dada a função f : U −→ R, de classe C 2 no aberto U ⊂ Rn a forma quadrática hessiana H(x) = (Hf )(x) de f no ponto x ∈ U é aquela cuja matriz é [hij ] = ∂2f ∂2x1 (x) ∂2f ∂x1∂x2 (x) · · · ∂ 2f ∂x1∂xn (x) ∂2f ∂x2∂x1 (x) ∂2f ∂2x2 (x) · · · ∂ 2f ∂x2∂xn (x) ... ... . . . ... ∂2f ∂xn∂x1 (x) ∂2f ∂xn∂x2 (x) · · · ∂ 2f ∂2xn (x) = [ ∂2f ∂xi∂xj (x) ] . Érika Patricia P. Souto - Marina Bastos (Unimontes) Análise no Rn - Seminário Novembro - 2021 15 / 23 Pontos Cŕıticos: Forma Quadrática Hessiana Assim, para todo v = (α1, . . . , αn) ∈ Rn, tem-se H(x) · v2 = n∑ i ,j=1 ∂2f ∂xi∂xj (x) · αiαj . A forma hessiana é usada para determinar a natureza dos pontos cŕıticos da função f . Érika Patricia P. Souto - Marina Bastos (Unimontes) Análise no Rn - Seminário Novembro - 2021 16 / 23 Pontos Cŕıticos Diz-se que a ∈ U é um ponto de máximo local da função f : U −→ R quando existe δ > 0 tal que f (x) ⩽ f (a) para todo x ∈ U ∩ B(a; δ). Analogamente a ∈ U é um ponto de ḿınimo local da função f : U −→ R quando existe δ > 0