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[ART] Pé Diabético

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Pé Diabético Cícero Fidelis 
 16/05/2003 Página 1 de 21 
Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. 
Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro 
Pé Diabético 
 
 
Cícero Fidelis Lopes 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO
Mais de 120 milhões de pessoas no mundo são 
portadoras de diabetes mellitus e muitos 
destes indivíduos têm úlcera no pé, que podem 
levar a uma amputação de membro inferior, o 
que acarreta prejuízos para o paciente e 
sistema de saúde.1 
Nos Estados Unidos e Suécia, 50% e 32% das 
amputações de membro inferior não 
traumática são realizadas em pacientes 
portadores de diabetes.2 E o risco é 15 vezes 
maior do que entre indivíduos não diabéticos.3,4 
O recente Estudo Brasileiro de Monitorização 
de Amputações de Membros Inferiores 
revelou que no Rio de Janeiro e baixada 
fluminense a incidência de amputações de 
membro inferior alcança 180 / 100.000 
diabéticos, em relação à de 13.8 / 100.000 
habitantes, portanto um risco13 vezes maior 
do que a população não diabética.2 
A úlcera precede 85% das amputações de 
membro inferior entre diabéticos, 
documentando-se a presença de gangrena em 
50-70% dos casos, e a presença de infecção 
em 20-50%, portanto, na maioria das 
amputações de membro inferior há uma 
combinação de isquemia e infecção.4 
Cerca de 80-90% das úlceras são precipitadas 
por trauma extrínseco (em geral sapatos 
inadequados). Em 70-100% as lesões 
apresentam sinais evidentes de neuropatia e 
apenas 10% das úlceras são puramente 
vasculares.4 
O paciente diabético portador de doença 
vascular periférica tem uma probabilidade de 
desenvolver gangrena, 17 vezes mais que um 
indivíduo não diabético.5 
Um estudo realizado pelo Ministério da Saúde 
revelou uma prevalência de 7,8% de diabetes 
na faixa etária de 30 a 69 anos na população 
baiana.6 
Os dados citados revelam por si a importância 
do problema que abordaremos de maneira mais 
simples e prática do que nos livros destinados 
a especialistas. 
 
O QUE É PÉ DIABÉTICO? 
"Pé Diabético" é a infecção, ulceração e/ou 
destruição de tecidos profundos associados 
com anormalidades neurológicas e vários graus 
de doença vascular periférica no membro 
inferior.1 
Para um bom entendimento do assunto, 
seguindo o exemplo do "consenso", se faz 
necessário a definição dos termos contidos no 
conceito e alguns outros que serão utilizados 
no decorrer do texto: 
a) Neuropatia diabética: a presença de 
sintomas e sinais de disfunção de nervos 
periféricos em pessoas com diabetes, após 
a exclusão de outras causas. 
 Pé Diabético Cícero Fidelis 
 16/05/2003 Página 2 de 21 
Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. 
Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro 
b) Deformidades do pé (deformidade ósteo-
articular): anormalidades estrutural no pé , 
tais como presença de dedos em "martelo", 
dedos em "garra", hálux valgus (joanete), 
proeminência de cabeças dos metatarsos, 
estados após neuro-ósteo-artropatia, 
amputações ou outras cirurgias do pé. 
c) Neuro-osteoartropatia (Pé de Charcot): 
destruição não infecciosa de osso e 
articulação associados com neuropatia. 
d) Angiopatia (vasculopatia, doença vascular 
periférica): presença de sinais clínicos tais 
como ausência de pulsos podais, uma 
história de claudicação intermitente, dor 
de repouso e/ou anormalidades na 
avaliação vascular com métodos não 
invasivos, indicando distúrbios ou prejuízos 
na circulação. 
e) Isquemia: sinais de prejuízos no circulação 
verificado por exame clínico e/ou teste 
vascular. 
f) Isquemia crítica (isquemia 
descompensada): dor de repouso isquêmica 
persistente requerendo analgesia 
regularmente por mais que duas semanas 
e/ou ulceração ou gangrena de pé ou de 
dedos, associadas com pressão sistólica de 
tornozelo menor que 50 mmHg ou uma 
pressão sistólica do pododáctilo menor que 
30 mmHg. 
g) Claudicação intermitente: dor em pé, perna 
ou coxa que é agravada por deambulação e 
melhorada por repouso, e está combinada 
com evidências de doença vascular 
periférica. 
h) Dor de repouso: dor severa e persistente 
localizada no pé e freqüentemente 
melhorada com o pé em posição pendente. 
i) Lesão do pé: bolha, erosões, cortes ou 
úlceras no pé. 
j) Infecção superficial: uma infecção de pele 
que não se estende através de músculo, 
tendão, osso ou articulação. 
k) Infecção Profunda: Evidência de abcessos, 
artrite séptica, osteomielite ou 
tenosinovite. 
l) Ulceração Superficial: lesão total da 
espessura da pele não se estendendo 
através do subcutâneo. 
m) Ulceração profunda: lesão total da 
espessura da pele se estendendo através 
do subcutâneo, que pode envolver músculo, 
tendão, osso e articulação. 
n) Necrose tissular: tecido desvitalizado, 
seco ou úmido, independente do tecido 
envolvido. 
o) Gangrena: uma necrose contínua de pele e 
estruturas subjacentes (músculo, tendão, 
articulação e osso), indicando prejuízo 
irreversível onde a cura não pode ser 
prevista sem perda de alguma parte da 
extremidade. 
p) Debridamento: remoção de tecido 
desvitalizado. 
q) Amputação maior: toda amputação acima 
do nível médio dos ossos do tarso. 
r) Amputação menor: desarticulação médio-
tarsal ou abaixo. 
s) Alto risco: presença de características 
que indicam alta probabilidade de 
desenvolver uma complicação específica. 
t) Baixo risco: presença de poucas ou 
ausência de características que indicam 
uma alta probabilidade de desenvolver uma 
complicação específica.1 
Portanto, de uma forma simples e mais prática, 
considerando a freqüência de alguns sinais, 
poderíamos dizer que, quando qualquer 
profissional de saúde olhar (examinar) os pés 
de um paciente diabético e notar a alteração 
da sensibilidade da pele, presença de 
hiperemia, hipertermia, edema, deformidades, 
calos, feridas (ulcerações) com ou sem 
secreção ou gangrena, estará diante de um “pé 
diabético”. 
 
O QUE CAUSA O PÉ DIABÉTICO? 
A tríada composta por neuropatia, doença 
vascular periférica e a infecção está 
relacionada com gangrena e amputação.7,8 
 
Neuropatia 
 Pé Diabético Cícero Fidelis 
 16/05/2003 Página 3 de 21 
Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. 
Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro 
As alterações neurológicas ainda são 
explicadas através de teorias. Destacamos 
duas teorias: A teoria vascular , na qual a 
microangiopatia da vasa nervorum causaria uma 
isquemia com lesão do tecido nervoso. E a 
teoria bioquímica, na qual a ausência de insulina 
alteraria as células de Schwann através do 
efeito tóxico do sorbitol e da frutose que 
estão aumentadas no diabetes, e pela depleção 
do mioinositol.9 
A neuropatia do pé diabético é na verdade uma 
pan-neuropatia, uma vez que acomete nervos 
sensitivos e motores (neuropatia sensitivo-
motora) e nervos autônomos (neuropatia 
autonômica)4,8 e seus principais mecanismos 
fisiopatológicos são: 
a) A neuropatia sensitivo-motora acarreta 
perda gradual da sensibilidade dolorosa, 
por exemplo, o paciente diabético poderá 
não mais sentir o incômodo da pressão 
repetitiva de um sapato apertado, a dor de 
um objeto pontiagudo no chão ou da ponta 
da tesoura durante oato de cortar unhas, 
etc. Isto o torna vulnerável a traumas e é 
denominado de perda da sensação 
protetora. Acarreta também a atrofia da 
musculatura intrínseca do pé causando 
desequilíbrio entre flexores e extensores, 
o que desencadeia deformidades ósteo-
articulares ( dedos em garra, dedos em 
martelo, proeminências das cabeças dos 
metatarsos, joanetes), que alteram os 
pontos de pressãona região plantar com 
sobrecarga e reação da pele com 
hiperceratose local (calo), que com a 
contínua deambulação evolui para ulceração 
(ex. mal perfurante plantar), que se 
constitui em uma importante porta de 
entrada para o desenvolvimento de 
infecções.4,7,8 
b) A neuropatia autonômica através da lesão 
dos nervos simpáticos, leva a perda do 
tonus vascular, promovendo uma 
vasodilatação com aumento da abertura de 
comunicações artério-venosas e 
conseqüentemente passagem direta do 
fluxo sangüíneo da rede arterial para a 
venosa, causando a redução da nutrição aos 
tecidos. E leva também a anidrose 
tornando a pele ressecada e com fissuras 
que também servem de porta de entrada 
para infecções.3,10 
Com relação ao “pé de Charcot” (neuro-
ósteoartropatia), acredita-se que a neuropatia 
autonômica com o conseqüente aumento de 
fluxo através das comunicações artério-
venosas, promove um aumento da reabsorção 
óssea com conseqüente fragilidade do tecido 
ósseo.11 
Esta fragilidade óssea associada a perda da 
sensação dolorosa e a traumas sucessivos 
levam a múltiplas fraturas e deslocamentos 
ósseos (sub-luxações ou luxações), causando 
deformidades importantes (ex. desabamento 
do arco plantar) que podem evoluir também 
para calosidade e ulceração.7,11,12 
Angiopatia 
O paciente diabético pode apresentar a 
macroangiopatia e a microangiopatia. A 
macroangiopatia afeta vasos de maior calibre , 
é causada pela aterosclerose, que no paciente 
diabético tem um comportamento peculiar : É 
mais comum, mais precoce e mais difusa, 
quando comparada com aterosclerose nos 
pacientes não diabéticos. Outra característica 
em diabetes é a calcificação da camada média 
de artérias musculares, principalmente nas 
extremidades inferiores.1,9 
A microangiopatia é caracterizada 
morfologicamente pelo espessamento difuso 
das membranas basais, mais evidentes nos 
capilares da pele, músculos esqueléticos, 
retina, glomérulos renais e medula renal.13,14 É 
considerada quase que exclusiva dos pacientes 
portadores de diabetes.9,14 
A angiopatia do “pé diabético“, representada 
principalmente pelas lesões estenosantes da 
aterosclerose, reduz o fluxo sangüíneo para as 
partes afetadas dos membros inferiores, 
causando inicialmente interrupção da marcha 
pelo surgimento de dor no membro 
(claudicação intermitente). 
A evolução da doença vascular agrava a 
redução do fluxo sangüíneo, surgindo uma 
condição na qual mesmo o paciente em repouso, 
a dor estará presente (dor de repouso). E 
finalmente, a progressão da doença vascular 
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Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. 
Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro 
pode atingir níveis tão graves de redução de 
fluxo, que pode ocorrer dano tissular com a 
aparecimento de uma ulceração ou gangrena.8,9 
Esta mesmo mecanismo também pode causar 
alteração de coloração e redução da 
temperatura da pele , alteração de fâneros 
(pêlos e unhas) e atrofia de pele, sub-cutâneo 
e músculos.8,9 
Com relação à microangiopatia há relatos de 
que o espessamento de membrana basal não 
diminui a luz do vaso , a rigidez da membrana 
pode limitar a dilatação arteriolar 
compensatória em resposta à redução de 
perfusão, pode interferir na permeabilidade 
impedindo a migração de leucócitos mas, seu 
verdadeiro papel patológico é discutível,15 e 
não se deve aceitá-la como causa primária de 
uma lesão de pele.1 
Infecção 
A infecção no paciente diabético pode variar 
de uma simples celulite localizada à uma 
celulite necrotizante, abcesso profundo ou 
uma gangrena e são oriundas de traumas, 
úlceras e principalmente de lesões 
interdigitais e / ou peri -ungueais.14,16 
As infecções leves em pacientes sem uso 
prévio de antibiótico são geralmente causadas 
por uma ou duas espécies de cocos gram 
positivos aeróbios, dos quais, o Estafilococos 
áureus e Estreptococos são os mais 
comuns.1,16,17 
As infecções mais graves (ex. profundas, com 
necrose e/ou isquemia), freqüentemente, são 
causadas por uma flora polimicrobiana. E os 
germens geralmente encontrados são: 
Estafilococos aureus (gram positivo), 
Escherichi coli e Proteus sp (gram negativos) e 
Bacterióides sp , Peptoestreptococos, 
Peptococos e Clostrídio sp 
(anaeróbios).1,14,16,17,18 
A pan-neuropatia (fissuras, úlceras, perda da 
sensibilidade dolorosa, etc.), a insuficiência 
vascular e a disfunção imunológica tornam o 
paciente diabético susceptível à infecção.1,14,18 
 
COMO RECONHECER UM PÉ DIABÉTICO? 
 
Para se fazer o diagnóstico de “pé diabético“ é 
necessário entender de forma clara as suas 
causas e principalmente as suas conseqüências, 
das quais falamos nos itens destinado a 
patogênese e a fisiopatologia. 
Felizmente, a despeito do avanço tecnológico 
nesta área, o diagnóstico de pé diabético 
depende muito de um exame clínico adequado, 
ou seja, uma boa anamnese e um bom exame 
físico. 
Portanto, se faz necessário entender, 
pesquisar e interpretar todos os sintomas e 
sinais apresentados pelo paciente. Nos casos 
duvidosos ou quando merecem maior 
investigação deve-se utilizar os exames 
auxiliares. 
Com o exame clínico. Que sinais e sintomas 
caracterizam o pé diabético? Para 
exercitarmos as informações expostas acima, 
abordaremos os sintomas e sinais mais 
importantes, relacionando-os com a sua origem. 
Relacionados com a neuropatia. Os sintomas e 
sinais relacionados com a neuropatia são 
divididos de acordo com o tipo de nervo que é 
comprometido: 
a) sensoriais: dores tipo queimação, pontadas, 
agulhadas, sensação de frieza, parestesias, 
hipoestesias e anestesias. Relembrando , 
há uma perda progressiva da sensação de 
proteção tornando o paciente vulnerável ao 
trauma. 
b) motores: atrofia da musculatura intrínseca 
do pé, deformidades ósteo-articulares com 
suas mais freqüentes apresentações como: 
Dedos em martelo, dedos em garra, hálux 
valgus, proeminências de cabeças de 
metatarsos. Presença de calosidades em 
áreas de pressões anômalas e ulcerações 
(Mal perfurante plantar). 
c) autonômicos: diminuição da sudorese com 
ressecamento da pele e fissuras. 
Vasodilatação e coloração rosa da pele (“pé 
de lagosta”) oriunda da perda da auto -
regulação das comunicações artério-
venosa. 
Vale lembrar que também está relacionado com 
a neuropatia a condição denominada como “pé 
de Charcot” (neuro-ósteoartropatia), já 
 Pé Diabético Cícero Fidelis 
 16/05/2003 Página 5 de 21 
Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. 
Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro 
descrita acima, que se caracteriza na sua fase 
aguda por sinais clássicos de inflamação (calor, 
rubor, edema, com ou sem dor) e na sua fase 
crônica por deformidades importantes, 
chegando a alterar a configuração normal do 
pé. 
Os sintomas e sinais relacionados com a 
angiopatia são dependentes essencialmente da 
macroangiopatia com suas lesões estenosantes 
que leva a redução de fluxo sangüíneo e 
consequentemente a redução dos nutrientes 
para os tecidos como já foi descrito 
anteriormente. 
Assim, a redução de fluxo sangüíneo pode 
promover o aparecimento de claudicação 
intermitente, dor de repouso, alteração de 
coloração de coloração da pele como palidez ou 
cianose, alteração da temperatura da pele 
como hipotermia, alterações tróficas dos 
tecidos como atrofia de pele , sub-cutâneo, 
músculos e de fâneros como rarefação de 
pelos e unhas quebradiças. 
A lesão estenosante da luz do vaso pode levar 
também a alteração de pulsos periféricos, 
facilmente avaliados, traduzindo-se 
clinicamente por diminuição ou ausência à 
palpação. Deve-se, portanto,proceder-se a 
palpação dos pulsos femorais, poplíteos, tibiais 
posteriores e pediosos ou pelo menos dos dois 
últimos, como recomendado pelo consenso 
internacional de 1999. 
Finalmente, poderemos constatar a presença 
de ulceração ou gangrena, que são as situações 
mais graves da insuficiência arterial na doença 
vascular periférica. 
Vale salientar um detalhe clínico importante. 
Um paciente com angiopatia e neuropatia com 
componente sensorial importante (hipoestesia 
ou anestesia), pode não apresentar um quadro 
típico com claudicação intermitente ou dor de 
repouso. 
Os sintomas e sinais relacionados com a 
infeção dependem fundamentalmente da 
gravidade e profundidade do processo 
infeccioso. Do ponto de vista clínico é 
norteado pelos clássicos sintomas e sinais 
inflamatórios de calor, tumor, rubor e dor. 
Mas, vale salientar que febre e leucocitose 
podem estar ausentes em pacientes diabéticos. 
Entretanto, em termos de diagnóstico, vale 
lembrar que a neuro-ósteoartropatia de 
Charcot também pode se apresentar com um 
quadro inflamatório clássico, sem existir um 
processo infeccioso. 
O conhecimento de detalhes clínicos nestes 
casos é muito importante, a fim de evitar um o 
retardamento de um diagnóstico precoce de 
uma infecção, que é sempre ameaçador para o 
paciente diabético. Por exemplo:um simples 
apagamento do pregueado plantar após um 
trauma perfurante, pode ser a tradução clínica 
da formação de um abcesso local. 
Que testes e exames podem ser solicitados 
para auxiliar no diagnóstico do pé diabético? 
A avaliação clínica de alguns pacientes pode 
deixar dúvidas ou necessitar uma maior 
investigação. Nestes casos utilizamos testes e 
exames auxiliares para aumentar a nossa 
capacidade diagnóstica. 
Para avaliar a neuropatia: 
a) teste com monofilamento, a incapacidade 
de sentir a pressão necessária para curvar 
o monofilamento de 10 g, quando 
pesquisado em diversos pontos do pé é 
compatível com neuropatia sensorial. 
b) Teste com o martelo, a sensação profunda 
pode ser avaliada através do teste do 
reflexo do tendão de Aquiles utilizando-se 
o martelo. 
c) Teste com o diapasão e com o 
Biotesiometro, a sensação vibratória pode 
ser avaliada de uma forma mais simples 
com o diapasão ou através de um aparelho, 
o Biotesiômetro. 
Todos estes testes são utilizados para 
determinação do risco de ulceração mas, o 
teste do monofilamento por sua simplicidade e 
baixo custo é considerado o teste de escolha. 
A radiografia simples pode revelar as 
alterações ósteo-articulares, inclusive no “pé 
de Charcot”. 
Para avaliar a angiopatia: 
a) teste com o doppler, é o mais largamente 
usado, através do índice de pressão 
 Pé Diabético Cícero Fidelis 
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Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. 
Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro 
tornozelo-braço e da medida da pressão 
sistólica do tornozelo. O índice de pressão 
tornozelo-braço (ITB) é igual a pressão 
sistólica do tornozelo dividida pela pressão 
sistólica do braço, madidas com o paciente 
em posição supina. O resultado abaixo de 
0.9 indica presença de doença arterial 
oclusiva. Há classificação que consideram 
abaixo de 0,8. A pressão sistólica do 
tornozelo quando menor que 50 mmHg 
associada à presença de úlcera ou gangrena 
é indicativo de isquemia crítica. 
Entretanto, devido à calcificação da 
camada média da artéria, uma 
característica da angiopatia diabética as 
pressões em tornozelo podem ser 
falsamente altas e portanto, não 
confiáveis. 
b) teste com o fotopletismógrafo, 
considerando que as alterações de artérias 
do pé não são avaliadaspor medidas em 
tornozelo, recomenda-se a medida de 
pressão em dedos com o 
fotopletismógrafo. A classificação do 
Texas considera que pressão sistólica do 
dedo menor que 0,45 mmHg é indicativo de 
isquemia e o consenso registra que valores 
menor que 0,30 mmHg associado com 
úlcera ou gangrena é compatível com 
quadro de isquemia crítica. 
c) medida da tensão transcutânea de 
oxigênio, esta medida é menos utilizada. é 
sugerida para suplementar as medidas 
anteriores, para avaliar a probabilidade de 
cicatrização de úlceras. 
d) angiografia, a indicação de arteriografia é 
aceita como uma avaliação da 
doençaarterial para o planejamento 
operatório das revascularizações de 
membros inferiores. 
Para avaliar a infecção: 
a) cultura de amostras teciduais e 
hemocultura / antibiograma: a literatura 
revela os germens mais freqüentemente 
encontrados nas infecções em “pé 
diabético”, mas, é necessário perseguir o 
diagnóstico de certeza, paraumuso 
adequado de antibióticos. Para isto, 
podemos utilizar a pesquisa do micro-
organismo através cultura de amostras de 
tecidos profundos comprometidos, 
inclusive osso, ou através do sangue. A 
coloração tipo Gram é também utilizada. 
As culturas de amostras superficiais e os 
aspirados por agulhas são considerados 
imprecisos, pois, estas feridas podem ser 
colonizadas maciçamente por flora 
hospedeira residente. 
b) Radiografia, Cintilografia e “Probe” e 
Ressonância Nuclear Magnética: Todos 
aplicados mais para o diagnóstico de 
osteomielite, mas, com suas limitações. O 
raio X tem seus resultados não muito 
confiáveis porque os pacientes diabéticos 
também podem apresentar lesões ósseas 
de natureza degenerativa. A radiografia 
também revela a presença de gás, que 
pode ser de origem bacteriana ou por 
ordenha de ar para dentro dos tecidos 
através da ferida pela deambulação 
contínua. A avaliação com o “probe”, que 
em inglês significa sonda ou sondar , 
método muito pouco difundido em nosso 
meio, consiste em introduzir um pequeno 
e delicado bastão de ponta romba, de 
forma não agressiva em uma área 
ulcerada. Se o bastão ou sonda tocar em 
superfície óssea, há uma forte suspeita 
de existir osteomielite. A cintilografia e a 
ressonância magnética tem sensibilidade 
superior ao raio X para osteomielite , 
mas, são onerosas. 
Sabendo das limitações em nosso meio, 
principalmente em relação a aparelhos e 
equipamentos, é possível, se fazer uma 
avaliação clinicamente prática e consistente? 
Se considerarmos a classificação do Texas 
como uma avaliação satisfatória e tomarmos 
como base a identificação dos sintomas e 
sinais, e aplicação do teste com o 
monofilamento, veremos que com isto é 
possível alcançar uma grande parte da 
avaliação. 
Portanto, como não dispomos de todos os 
equipamentos descritos , devemos aplicar a 
máxima capacidade de identificar todos os 
possíveis sintomas e sinais, alcançando um 
 Pé Diabético Cícero Fidelis 
 16/05/2003 Página 7 de 21 
Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. 
Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro 
diagnóstico clínico prático e consistente, 
reforçado pelo teste com o monofilamento, o 
que é plenamente possível e de baixo custo. 
Entretanto, achamos que tais aparelhos e 
equipamentos utilizados na ampliação 
diagnóstica devam existir em unidades de 
referencia para “pé diabético”. 
Reforçamos a necessidade de todos os 
profissionais de saúde que lidam com a 
assistência ao paciente diabético, estarem 
familiarizados pelo menos com os sintomas e 
sinais, já descritos e comentados acima, e que 
para maior fixação são listados a seguir: 
Os sintomas e sinais oriundos da angiopatia 
são: 
a) dor / claudicação intermitente; 
b) dor de repouso; 
c) palidez; 
d) cianose 
e) hipotermia 
f) atrofia de pele/tela subcutânea/músculo 
g) alterações de fâneros (pelos e unhas) 
h) diminuição ou ausência de pulsos à palpação 
i) flictenas / bolhas 
j) úlcera isquêmica 
k) necrose seca (isquêmica) 
l)gangrena seca (isquêmica) 
Os sintomas e sinais oriundos da pan-
neuropatia são: 
a) ressecamento de pele; 
b) fissuras de pele; 
c) hiperemia / eritema; 
d) hipertermia; 
e) ectasia venosa; 
f) alteração de sensibilidade; 
g) deformidades ósteo-articulares (ex.: 
joanete, dedos em garra ou em martelo, 
“pé de charcot”, etc ); 
h) calosidades; 
i) úlcera neuropática. 
 
Os sintomas e sinais oriundos da infecção são: 
a) edema; 
b) secreção/pus (na ferida e no penso. 
expressão e ordenha da área); 
c) necrose infecciosa; 
d) gangrena úmida (infecciosa). 
Notem bem que estes sintomas e sinais podem 
se apresentar isolados em seu grupo de origem 
ou em associação. Deste modo poderemos 
encontrar um pé que do ponto de vista clínico é 
um pé neuropático e/ou isquêmico associado 
ou não a infecção. 
 
Do ponto de vista prático, que exames 
auxiliares podemos utilizar em nosso meio 
para complementar o diagnóstico ? 
Além da aplicação de um exame clínico 
adequado, podemos utilizar pelo menos o teste 
do monofilamento, a cultura de amostras de 
tecidos profundos, o raio X, e o doppler. Os 
outros exames devem estar ao alcance dos 
pacientes nos referidos centros de referencia. 
 
E diante de diversas maneiras de 
apresentação do pé diabético, como 
classificá-lo de forma compreensível? 
Para classificar o pé diabético se faz 
necessário que seja contemplado os seus 
principais sintomas e sinais e os seus 
respectivos sistemas envolvidos, a fim de 
possibilitar de forma racional as diversas 
medidas terapêuticas. 
Entre algumas classificações que consultei , a 
classificação do Texas (figura), na minha 
opinião, preenche esses requisitos. 
Vale salientar que esta classificação contempla 
métodos de avaliação que não são difundidos 
em nosso meio., porém, se analisarmos 
atentamente veremos que muito do que está 
contido nesta classificação pode ser alcançado 
em nosso meio, e assim, achamos que é um 
modelo a ser adotado. 
Quadro 1. Resumo do quadro clínico (sintomas 
e sinais) da Angiopatia - pé diabético isquêmico 
a) dor / claudicação intermitente; 
b) dor de repouso; 
c) enchimento capilar > 15 segundos 
d) palidez 
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 16/05/2003 Página 8 de 21 
Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. 
Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro 
e) cianose 
f) hipotermia 
g) atrofia de pele / tcsc / músculo 
h) alterações de fâneros - pelos e unhas 
i) diminuição ou ausência de pulsos à palpação 
j) flictenas / bolhas 
k) úlcera isquemica 
l) necrose seca (isquêmica) 
m) gangrena seca (isquemica) 
Quadro 1. Resumo do quadro clínico (sintomas 
e sinais) da Paneuropatia - pé diabético 
neuropático 
a) ressecamento de pele 
b) fissuras de pele ( rachaduras) 
c) hiperemia / eritema ( "pé de lagosta") 
d) hipertermia 
e) vasodilatação dorsal 
f) alteração de sensibilidade 
g) hipotrofia de músculos dorsais 
h) deformidades ósteo-articulares (ex.: 
joanete, dedos em garra ou em martelo, 
proeminência de metatarsos, "pé de 
charcot", etc ) 
i) calosidades 
j) úlcera neuropática 
Quadro 1. Resumo do quadro clínico (sintomas 
e sinais) da infecção - pé diabético infeccioso 
a) edema 
b) secreção / pus ( fluxo espontâneo ou por 
expressão ou ordenha da área.) 
c) necrose infecciosa 
d) gangrena úmida ( infecciosa ) 
estes sintomas e sinais podem se apresentar 
também em associação, caracterizando um "pé 
misto" (ex. neuro-isquêmico).4 
 
TRATAMENTO 
Neuropatia 
A dor neuropática não tem um tratamento 
definido. O uso de analgésicos habituais não 
controla a dor. Há recomendações do uso de 
antidepressivos tricíclicos (imipramine, 
amitriptyline, desipramine, clomipramine ), 
mexiletine, capsaicin e anticonvulsivantes como 
carbamazepine. O uso dos inibidores da aldose 
redutase ainda encerram controvérsias.29,30 
As deformidades, apesar de pouco divulgado 
em nosso meio, são tratadas em vários centros 
têm utilizado ósteo-artroplastias para 
correção cirúrgica de deformidades como 
dedos em martelo, dedos em garra, halux 
valgus (joanete), proeminência óssea em 
cabeças de metatarsos, "pé de Charcot", etc.31 
As calosidades são tratadas com as 
substâncias tópicas, denominados de 
ceratolíticas usadas para tratamento de calos, 
não são recomendados para o paciente 
diabético, porque, a calosidade no pé do 
paciente diabético é um sinal fortemente 
sugestivo de neuropatia com perda de 
sensação protetora, assim, o ceratolítico pode 
provocar lesão da pele em torno do calo sem 
ser percebida pelo paciente.1 As calosidades 
devem ser desbastadas cirurgicamente, pois, 
aumentam a pressão local com evolução para 
ulceração.1 Há relatos de que a retirada do calo 
pode reduzir a pressão local em quase 30%.1,32 
As úlceras de origem neuropáticas podem ser 
tratadas de forma conservadora com diversos 
tipos de calçados terapêuticos e de órteses. O 
fundamento científico é, através da utilização 
com "botas de gesso" de contacto total, 
palmilhas, diferentes formas de calçados ou 
órteses, obter a eliminação de áreas ou pontos 
de pressão anômalas, permitindo a cicatrização 
da ulceração. 
O tratamento cirúrgico engloba uma variedade 
de técnicas operatória que envolve as áreas da 
ortopedia, cirurgia plástica e vascular, com a 
finalidade de corrigir deformidades ósteo-
articulares com osteotomias, tenotomias e/ou 
utilizar enxertos de pele livre ou vascularizado 
para substituir áreas com perda tissulares 
importantes. 
As operações devem considerar o tratamento 
do fator causal e não apenas a seqüela, para 
evitar recidiva da úlcera e devem ser 
precedida da avaliação do estado 
vascular.1,29,31,33,34,35 
Tratamento da angiopatia 
 Pé Diabético Cícero Fidelis 
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Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. 
Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro 
CLAUDICAÇÃO INTERMITENTE, DOR DE 
REPOUSO, ÚLCERA E GANGRENA 
A claudicação intermitente (não 
incapacitante), de modo geral tem sido 
preferivelmente tratada de maneira 
conservadora. As principais recomendações 
são: O uso de drogas vasodilatadoras, 
hemorreológicas e antiagregantes 
plaquetários, a prática de exercícios 
programados e a eliminação ou controle de 
fatores de riscos como tabagismo, 
hiperlipidemia, hipertensão arterial, o próprio 
diabetes, etc.20,21,22 Porém, na claudicação 
limitante, há uma tendência a se aceitar a 
indicação cirúrgica.20 
Os casos de "dor de repouso", úlcera e 
gangrena são situações clínicas clássicas para a 
indicações de tratamento cirúrgico.20,21 
Estas intervenções cirúrgicas têm o objetivo 
de restabelecer um fluxo sangüíneo adequado 
para a região afetada , utilizando uma 
variedade de técnicas operatórias e 
genericamente denominadas de 
revascularizações de membros inferiores, 
também conhecidas como "pontes" e "by-
pass".20 Além das "pontes" ou "by-pass", tem 
surgido uma outra opção de tratamento menos 
invasivo que as revasculatizações tradicionais, 
é a cirurgia endovascular, na qual através de 
um cateter se consegue dilatar a área 
estreitada do vaso, obtendo a melhora do 
fluxo sanguíneo.20,36 
 
Tratamento da infecção 
O tratamento das infecções se faz 
basicamente com a utilização de antibióticos, 
drenagem, debridamento e cuidados da 
ferida.14,16 
Não há unanimidade3 na escolha da 
antibioticoterapia em "pé diabético", mas é 
possível fazê-la de forma racional. 
Primeiro, deve ser norteado pelos princípios 
gerais do uso deste tipo de droga. Considerar 
sempre uma alta atividade contra o micro-
organismo causador, o alcance de 
concentrações efetiva no sítio de infecção, 
umabaixa toxicidade, não levar a resistências, 
poder ser administrado pela via desejada e ser 
econômico.37 
Segundo , já vimos que diversos trabalhos 
revelam que a maioria das infecções do "pé 
diabético" são polimicrobianas e revelam a 
flora mais freqüentes , portanto , há substrato 
científico para a utilização inicial de uma 
antibioticoterapia empírica de amplo 
espectro.14,18 
Terceiro, devemos perseguir identificação do 
agente causador através de exames auxiliares 
para uma antibioticoterapia específica.14,18 
Existem diferentes classificações que 
envolvem a infecção do "pé diabético", mas, 
nenhuma é aceita como padrão.16 
Do ponto de vista prático podemos 
caracterizar a infecção com base na presença 
ou ausência de complicações como : infecção 
de espaços profundos (abcesso ou fasciite) , 
gás em tecidos, gangrena ou osteomielite. 
Acrescente-se ainda sinais de toxicidade 
sistêmica, linfangites ou celulites extensas.16 
A ausência destas complicações, que 
corresponderia à infecção leve, favorecem a 
definição de um tratamento ambulatorial com 
uma adequada antibioticoterapia oral e 
seguimento rigoroso para a monitorização da 
evolução da infecção. E são sugeridos, em 
pacientes sem tratamento prévio, o uso de 
cefalexina e de clindamicina.16 
A presença das referidas complicações, que 
corresponderia à infecções severas, 
favorecem a indicação de internamento 
hospitalar com antibioticoterapia 
preferivelmente por via parenteral. Em geral 
há recomendação do uso de várias associações 
de drogas como por exemplo: Penicilinas 
sintéticas com os inibidores de betalactamases 
(amoxacilina/clavulonato 
ticarcilina/clavulonato, ampicilina/sulbactam, 
piperacilina/tazobactam ), cefalosporina de 3a 
geração associada com clindamicina ou com as 
penicilinas resistente à penicilinase, quinolona 
com clindamicina, imipenem-cilastatina e 
outras associações. O uso de aminoglicosídio é 
limitado pela sua ação nefrotóxica, sempre um 
risco a mais para o paciente diabético.14,16,18 
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Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. 
Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro 
Se há peculiaridades relacionadas à infecção 
no diabético com conseqüente aumento da 
morbidade, é preciso que as drenagens e 
debridamentos também sejam encarados de 
forma peculiar.1,38 
A drenagem e o debridamento podem e devem 
ser realizados de uma forma racional no pé do 
paciente diabético, baseado na anatomia local, 
conhecendo principalmente todos os 
compartimentos do pé e praticando incisões e 
divulsões considerando o direcionamento mais 
frequente de disseminação da infecção e 
respeitando a nutrição vascular dos tecidos.14 
O cuidado da ferida é também muito 
importante, incluindo limpeza meticulosa diária 
com solução salina normal ou sabão isotônico, 
novos debridamentos sempre que necessário e 
o uso tópico de soluções, cremes e pomadas, 
etc de forma racional, conhecendo os 
processos fisiológicos envolvido no processo de 
cicatrização.14,16,39 
Existem portanto, diversas formas de 
tratamento para evitar a perda parcial ou total 
do pé do paciente diabético, mas, há situações 
(ex. gangrenas ou necroses importantes), nas 
quais se faz necessário a indicação de uma 
cirurgia ablativa, as amputações.14 
Deixamos para abordá-las no final porque se 
constitui na última opção, já que o objetivo 
principal é "salvar o pé". 
Entretanto, mesmo se tratando de uma 
operação mutiladora, há que se ter 
racionalidade. Deve-se ter o conhecimento da 
anatomia, noções de biomecânica e dos tipos 
de amputações de membro inferior, 
principalmente no pé, segmento no qual há 
diversos níveis de amputação.14,40,41 
As amputações de membro inferior devem ser 
o mais distal possível, pela menor dificuldade 
na reabilitação.40 
Mas, deve ser salientado que, o esforço para 
salvar o pé do paciente diabético não deve 
ultrapassar os limites do bom senso, ou seja, 
nos casos em que a tentativa de salvar o pé 
possa ameaçar a vida do paciente a opção que 
resta é a amputação maior. 
 
MEDIDAS PREVENTIVAS 
O "pé diabético" não se restringe aos casos 
que comumente chegam às unidades de 
urgência com gangrenas e/ou infecção severa e 
com freqüência culminam com algum tipo de 
amputação. É importante que todos se 
conscientizem que antes de alcançar estas 
situações , houve outros estágios de menor 
risco e gravidade , nos quais caberiam 
oportunamente a adoção de medidas que 
poderiam prevenir danos para o paciente. 
O avanço no conhecimento do "pé diabético" 
permitiu a identificação de fatores de riscos 
para amputação, e tornou possível a elaboração 
de medidas capazes de controlar ou de 
eliminar estes fatores. 
Diversos estudos têm demonstrado que 
programas de cuidados do pé incluindo 
educação, exame regular do pé e categorização 
do risco pode reduzir a ocorrência de lesões 
de pé em mais que 50% dos pacientes. 
Há cinco pedras angulares para a prevenção: 
1) Inspeção e exame regular dos pés e 
calçados: todos os pacientes diabéticos 
devem ter seus pés examinados pelo menos 
uma vez por ano. Os pacientes de risco 
devem ser examinados mais 
frequentemente. 
2) Identificação do paciente de alto risco. Os 
fatores de risco que podem ser 
detectados usando história e exame físico: 
a) Úlcera ou amputação prévia 
b) Carência de contacto social 
c) Carência de educação 
d) Alteração da sensação de proteção 
(monofilamento) 
e) Alteração da percepção da vibração 
(diapasão ) 
f) Ausência do reflexo do tendão de Aquiles 
g) Calos 
h) Deformidades do pé 
i) Calçados inadequados 
j) Ausência dos pulsos podais 
Após o exame o paciente deve ser 
categorizado de acordo com o sistema de 
classificação de risco, sugerido pelo consenso: 
Categoria Freqüência 
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Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. 
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Risco 
Seguimento 
0 sem 
neuropatia 
sensitiva 
1 vez por ano 
1 com 
neuropatia 
sensitiva 
6 / 6 meses 
2 com 
neuropatia 
sensitiva com 
sinais de 
doença 
vascular 
periférica e / 
ou 
deformidade 
de pé 
3 / 3 meses 
3 úlcera prévia 1 / 1 a 3 / 3 
meses 
 
3) Educação do paciente, família e provedores 
de saúde. A educação é muito importante 
para a prevenção. O objetivo é aumentar a 
motivação e a habilidade de lidar com o 
problema. Deve-se ensinar o paciente como 
reconhecer os problemas dos pés e quais 
ações devem ser adotadas. A educação 
deve ser simples, relevante, consistente e 
repetida. Os médicos e outros 
profissionais de saúde devem receber 
educação periódica para melhorar o 
cuidado aos pacientes de alto risco. 
4) Calçados apropriados. São calçados 
utilizados principalmente para os 
portadores de neuropatia com 
deformidades uma vez que os calçados 
inadequados são considerados a principal 
causa de ulceração. 
5) Tratamento da patologia não ulcerativa. 
Em pacientes de alto risco, os calos, as 
alterações patológicas de unhas e pele 
devem ser tratadas regularmente e 
preferivelmente por profissionais 
treinados em cuidados dos pés. Se possível 
as deformidades dos pés devem ser 
tratadas com medidas não cirúrgicas. 
Evidente que esta estratégia dá oportunidade 
do diagnóstico precoce da neuropatia e da 
doença vascular periférica e assim o paciente 
pode ser referenciado para um profissional 
especializado, o que demonstra a necessidade 
de uma equipe multidisciplinar para o cuidado 
com o pé do paciente diabético. 
O consenso recomenda a presença de 
diabetologista, cirurgião, podiatraou 
quiropodista (especialista em pé), ortotista ou 
pedortista (especialista em calçados), 
enfermeira especialista em diabetes e 
cirurgião vascular. 
Uma vez identificados os pacientes de alto 
risco a seguinte instrução deve ser dada : 
(1) Inspeção diária dos pés, incluindo áreas 
entre os dedos. 
(2) Se o paciente não pode inspecionar os pés, 
alguém deve fazer. 
(3) Lavar regularmente os pés , secando-os 
cuidadosamente, especialmente entre os 
dedos. Usar água com temperatura sempre 
menos que 37o C. 
(4) Evitar caminhar descalço dentro ou fora 
de casa e calçar sapatos com meias. 
(5) Agentes químicos ou emplastro para 
remover calos não devem ser usados 
(6) Inspeção diária e palpação do interior dos 
sapatos 
(7) Se a visão está prejudicada, o paciente não 
deve tratar o pé (ex. cortar unhas) 
(8) Óleos e cremes lubrificantes devem ser 
usados para pele seca, exceto entre os dedos. 
(9) Diariamente trocar de meias 
(10)Usar meias sem costuras 
(11) Cortar as unhas retas 
(12)Calos não devem ser cortados por 
pacientes e sim por provedores de cuidados de 
saúde 
(13)Os pacientes devem se assegurar que os 
pés sejam examinados regularmente por 
provedores de cuidados de saúde 
(14)O paciente deve notificar ao provedor do 
cuidado de saúde imediatamente se uma bolha, 
corte, arranhão ou ferida tem desenvolvido. 
 Pé Diabético Cícero Fidelis 
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Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. 
Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro 
A complicação em pé é uma das mais sérias e 
onerosa complicação do diabetes mellitus. A 
amputação em membro inferior é usualmente 
precedida de úlcera em 85% dos casos. A 
estratégia que inclui prevenção, educação do 
pacientes e profissionais, tratamento 
multidisciplinar da úlcera do pé e 
monitorização, pode reduzir a taxa de 
amputação de 49 a 85 %.1,42 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A abordagem do pé diabético se constitui em 
um grande desafio em todo mundo, 
principalmente nos países mais pobres, onde se 
enfrenta muitas dificuldades, desde 
preconceitos e desconhecimento do assunto, 
até falta de priorização e recursos. 
Entretanto, vimos acima que é possível se 
conseguir bons resultados com uma assistência 
adequada ao paciente diabético e vários 
centros já conseguiram este sucesso, inclusive 
no Brasil por comunicação pessoal, Pedrosa e 
colaboradores conseguiram uma redução de 
57% no número de amputações de membros 
inferiores no período de 1992 a 1997. 
A responsabilidade pelo cuidado ao "pé 
diabético" recai sobre todos que estão direta 
ou indiretamente ligado à assistência ao 
paciente diabético, profissionais de saúde, 
universidades, organizações governamentais e 
não governamentais. 
Assim, aproveito para conclamar a todos a uma 
reflexão sobre o problema e dar a sua parcela 
de contribuição, sem se preocupar inicialmente 
com aparelhos e equipamentos, para amenizar 
o sofrimento e melhorar a qualidade de vida do 
diabético, do contrário teremos que conviver 
com a tragédia das altas taxas de amputações 
de membros inferiores existente em nosso 
meio.
 
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Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. 
Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro 
 
Figura 1 - Doente da “Feira de Saúde – Diabetes e 
Hipertensas”em Jequié, BA. Notar atrofia da musculatura 
dorsal do pé. Notar a veno-dilatação mesmo com o doente 
com os membros inferiores horizontalizados. Notar 
auterações das unhas. Notar “ptoteção” para calo no 5 
pododactilo com esparadrapo cavado pela bota. Notar 
diferença da largura da ponta da bota e do ante-pé. 
 
 
Figura 2 - Notar na foto anterior e nesta, a área da bota 
correpondente ao quinto pododactilo com discreto 
abaulamento no couro da bota. Notar esparadapo no quinto 
pododactilo. Notar difeença entre a proporção distal do pé 
(ante-pé e o “bico” da bota. A perda da sensação de 
proteção (neuropatia sensitiva) favorecendo a este trauma 
moderado e repetitivo formando o calo. 
 
Figura 3 - Quinto pododáctilo após limpeza. Notar 
calosidade formada por pressão moderada e repetitiva. 
 
Figura 4 – Quinto pododáctilo após retirada da 
hiperceratose (calo) exibindo a ulceração já formada sob o 
calo. A proximidade desta ulceração com a cápsula e 
articulação facilitando a instalação da osteomielite. 
 
Figura 5 - Outro exemplo do teste do monofilamento SW 
10 g. Envio depois uma figura com o desenho dos pontos a 
ser em pesquisados. 
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Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. 
Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro 
 
Figura 6 - Micose interdigital. Foi também a lesão mais 
frequente encontrada na feira de Itabuna. Lesão 
frequentemente encontrada nos doentes diabéticos. 
Inspeção indispensável no exame clínico. Serve como porta 
de entrada para o desenvolvimento de infecçõe. Nesta 
“feira da saúde” foi a lesão mais frequente. 
 
Figura 7 - Exemplo de revascularização. Doente com 
ferida oriunda de infecções em ulceração ativa om 
componente isquêmico submetido a revascularização 
poplíteo-pedioso. 
 
Figura 8 - Exemplo de gangrena seca em doente já 
amputado do outro membro. Doente com isquemia 
grangrena seca isquêmica. Doença aorto-ilíaca 
descompensada. Há dois anos atras submetido a 
amputação coxa em MID. Livro de Levin – Cap 1 – 30 a 50% 
dos diabetes amputa dos perdem o membro contralateral 
entre 1 a 3 anos. 
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Figura 9 - Exemplo de gangrena seca em doente já 
amputdo do outro membro. Perda do membro inferior 
direito dois anos antes. 
 
Figura 10 - Notar o tipo de incisão realizada para 
drenagem/desbridamento considerando o diecionamento 
da propagação da infecção. 
 
Figura 11 - Notar o calçado o doente da ATM adaptou para 
seu uso. 
 
Figura 12 - Notar o que foi registrado na foto anterior. 
Face lateral (correpondente ao quinto metacarpo) 
proeminente visto no plano frontal. Indicação para 
calçados especial para evitar todo processo de pressão 
anômala até nova ulceracão. 
 
Figura 13 - Notar que a amputação trans-metatársica é 
quando bem indicada, uma opção para cirurgia ablativa. 
Notar que a face lateral se encontra mais proeminete e 
portanto poderá sofrer pressão maior recomeçando todo 
processo. Se não for utilizado calçado especial. 
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Figura 14 - Notar a elevação do hálux levando a pressão 
anômala na área de projeção da cabeça do primeiro 
metatarso. Notar lesão interdigital. 
 
Figura 15 - Pé direiro com amputação prévia do hálux, 
indicada após infecção oriunda de ulceração plantarsemelhante a existente no pé esquerdo “sic”. Notar 
calosidade/ulceração na projeção da cabeça do primeiro 
metatarso do pé esuqerdo que poderá evoluir também para 
a amputação. Deve ser tratado com a retirada da pressão 
local com “gesso contacto total” ou sapato especial. 
 
Figura 16 – Mulher, 46 anos, a perda de substância do pé 
esquerdo teve origem em ua fissura de calcanhar com 
infecção local. Projeção lateral da cabeça do quinto 
metatarso com calosidade (pressão repetitiva) 
provavelmente por calçado inadequado. 
 
Figura 17 - Calo por pressão repetitiva em projeção de 
cabeça do quinto metatarso, antes do desbastamento. 
 
Figura 18 - Mulher, 46 anos, após desbastamento notar a 
ulceração central. Feito teste do “probe”positivo e sentifo 
o toqur em superfície rígida, dura, firme – S.º 
comprometimento ósseo, pedido RX. 
 
Figura 19 - Mulher, 46 anos, radiografia revelando imagem 
sugestiva de osteomielite – “lite” na cabeça do quinto 
metatarsosinao na área correspondente a úlcera com 
“probe” positivo. 
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Figuras 20 e 21. Homem, 54 anos. Vista de perfil 
mostrando o desabamento do meio do pé (área do tarso). 
Charcot – antes do debridamento do calo. Região plantar 
do Charcot com ulceração na área da proeminência óssea 
aonde a pressão anômala. Indicação para bota de gesso 
contato total ou calçado especial. 
 
Figura 22 - Homem, 47 anos, Trauma – ferimento 
perfurnte, abcesso, DD (I.D”) ëspinho) sic 
 
Figura 23 - Doente com história de ferimento perfurante 
(espinho). Perda de sensação de proteção, abcesso, 
admitido já neste estado pós-drenagem e desbridamento. 
Notar área lateral na articulação, quinta 
metatarsofalangeana, calosidade com ulceração. 
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Figura 24 - Maceração de pele sugestivo de micose 
interdigital. Notar mais uma vez a cianose do terceiro 
pododáctilo. 
 
Figura 25 - Fissuras em calcanhar, que servem às vezes 
como porta de entrada para infecção. Esta relacionado 
com a neuropatia diabética. 
 
 
 
Figura 26 - Formação de abcesso. Plantar profundo com 
grande perda tissular. Doente submetido a revasularização 
(popliteo-pedioso com safena in situ) 
Figura 27 - Formação de abcesso. Plantar profundo com 
grande perda tissular. Doente submetido a revasularização 
(popliteo-pedioso com safena in situ) 
 
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Doente, pescador comhistória de ferimento perfurop-
perfurante (ouriço-do-mar). Perda de sensação protetora 
de sensibilidade. Monofilamentp SW 10 g. 
 
Figura 28 - Alterações das unhas, deformidades, haluz 
valgus, dedos em garra ou em martelo, pressão anômala em 
área de projeção de 1o, 3o e 5o cabeça de metatarso, mais 
evidente em pé direito, Já há calosidades nestas áreas, 
mais evidente no 1o grande k há ulceração. 
 
Figura 29 - Calosidade debastada. 
 
Figura 30 - Teste do monofilamento SW 10 g. Teste 
positivo para perda de sensação de proteção, de acordo 
com tratamnho de Armstrong maior ou igual a 4 pontos 
negativos é igual a perda da sensasão de proteção 
 
 
Versão prévia publicada: 
Nenhuma 
Conflito de interesse: 
Nenhum declarado. 
Fontes de fomento direta: 
Nenhuma 
Fontes de fomento indireta: 
Centro de Diabetes da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia 
Universidade Federal de Bahia 
Data da última modificação: 
05 de maio de 2001. 
Como citar este capítulo: 
Lopes CF. Pé diabético. In: Pitta GBB, 
Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: 
guia ilustrado. Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. 
Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro 
Sobre o autor: 
 Pé Diabético Cícero Fidelis 
 16/05/2003 Página 21 de 21 
Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. 
Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro 
 
Cícero Fidelis Lopes 
Professor auxiliar da Disciplina de Angiologia da Faculdade de Medicina da 
Universidade Federal da Bahia, 
Salvador, Brasil. 
.Endereço para correspondência: 
Cícero Fidelis Lopes 
Rua Monsenhor Gaspar Sadock 40/104 
41750-200 Salvador, BA. 
Fax: +71 343 5586 
Correio eletrônico: cicerofidelis@holistica.com.br

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