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DISCURSO SOBRE O MÉTODO Discurso Sobre o Método foi uma obra impressa pela primeira vez em 1637, escrita pelo filósofo e matemático francês, René Descartes. O livro trata sobre a razão e a forma como deve ser usada, devendo esta ser presente em todas as pessoas munidas de senso comum, além de falar sobre as indagações que devem ser feitas em torno de verdades já expostas. O registro é escrito em primeira pessoa, o que nos leva a pensar em determinados momentos, semelhante a forma como o autor pensou, buscando compreender a dúvida que se apresenta diante todo o conhecimento ensinado por mestres e adquirido por Descartes, que é o ponto de onde surge a sua caminhada até o método. A obra se inicia com o matemático falando sobre a distribuição que é dada em uma sociedade em relação ao senso comum, evidenciando ainda as divergências que se resultam dos diversos pensamentos dentro da mesma. O que nos leva a um ponto crucial do livro, que é a capacidade de pensar concebida ao ser humano, fazendo com que essa razão a ele dada, o diferencie de outros animais. E tendo o homem um instrumento diferente (a razão), esta deve ser utilizada por todos os homens que fazem uso do senso comum citado anteriormente. René ainda fala sobre os ensinamentos que obteve na infância, lembrando que ao entrar no que chamamos de vida adulta, o filósofo passou a se indagar mais sobre as coisas, mostrando a importância de realizar viagens, estudar novas áreas, línguas e etc, para que assim fosse possível saber mais sobre a própria vida. O autor ainda narra a conclusão de seus estudos, e como se pôs a viajar e a conhecer novos povos, se atentando ao fato de aprender e conhecer mais com erros alheios que eram corrigidos rapidamente, do que com as próprias letras, que por diversas vezes, serviam apenas para si mesmo. É importante ressaltar que o intuito de René Descartes ao produzir o livro apresentado, não era propor uma doutrina que fosse imposta para as pessoas, mas sim demonstrar o caminho que trilhou sobre questionamentos e indagações, sem que a sua trilha até o método fosse vista como um modelo a ser seguido. Na segunda parte do livro, o autor começa descrevendo sua ida a Alemanha, e discorre sobre pensamentos que tivera, dentre eles Descartes cita “não se acha tanta perfeição nas obras realizadas de muitos retalhos e compostas pelas mãos de diferentes autores como nas que apenas um trabalhou”. Tal frase deixa explícito o pensamento de René sobre a perfeição, e que só se pode chegar perto da mesma quando as coisas são realizadas por um único homem. Tem-se aqui também, uma indução a indagar-se sobre tudo o que nos foi exposto anteriormente à razão. Fala-se da facilidade que os hábitos possuem em persuadir as pessoas, sendo muitas vezes mais eficaz que o próprio conhecimento. A partir daí, o filósofo faz uma divisão composta por quatro regras fundamentais, onde a primeira discorre sobre reconhecer como sendo verdadeiro, somente as coisas conhecidas, que sejam claras e que não deixem lugar para dúvidas. Em seguida, temos a segunda regra, que fala sobre a realização da divisão das dificuldades apresentadas, de modo que se torne possível resolver cada uma delas. A terceira regra diz respeito a forma de se edificar um pensamento, sendo os primeiros compostos pelos mais fáceis e que sejam mais simples, a fim de que conforme mais complexo for ficando, mais a área de conhecimento vai alcançando determinada clareza. E por último, tem-se a regra que fala sobre exemplares completos, de modo que nada fique para trás, seja omitido ou esquecido. Após falar sobre tais regras, René traz a Moral Provisória, presente na terceira parte de sua obra. Essa moral seria uma artimanha silenciosa, que não provocaria interesses de terceiros e dessa forma, os mesmos não poderiam atrapalhar qualquer plano que estivesse sendo arquitetado. A parte mencionada segue com o matemático citando o pensamento como algo que de fato está sobre os nossos poderes, além de colocar tal moral como uma forma de analisar novamente os nossos juízos. Logo em seguida o autor traz questões que envolvem Deus e a existência da alma humana, trazendo para o livro a metafísica, por onde busca provar a existência das questões citadas. Realiza-se assim, reflexões metódicas, onde René diz haver um lugar perfeito, onde os seus pensamentos podem se encontrar, pertencer e etc. Pensamentos estes que são capazes de enxergar coisas naturais, fazendo com que o que se pensa ao enxergar tais coisas, se equivale a uma natureza pensante com um grau de perfeição. Surge então Deus, colocado como forma de argumentação e sendo evidenciado como uma perfeição maior, pois a ideia de perfeição só poderia ter sido colocada em nós, através de um ser ainda mais perfeito. Há aqui ainda, a ideia da verdade dada de forma clara, citada em uma das regras, pois tal verdade, só pode ser doada, dada através de Deus. Posteriormente, Descartes fala sobre como o conhecimento foi permitido, voltando a falar de Deus e de suas leis naturais que foram criadas. Fala-se sobre a física, medicina, movimentos do coração, e sobre a distinção existente entre a alma humana e a alma animal. Deixando claro a independência da alma para a matéria, ou seja, o corpo, e dizendo que esta foi criada por Deus e concebida aos corpos. Por último, dentre vários assuntos, reforça-se a concepção de dualismo que traz o autor, separando sempre a mente da matéria, o pensamento do corpo. Onde o mesmo finalizou o Discurso Sobre o Método, reforçando a ideia da clareza e da precisão, para que algo seja de fato verdadeiro.
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