Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Caio Castro Queiroz @caiocastroqueiroz UNIATENAS - MG EXAME FÍSICO RESPIRATÓRIO INTERAÇÃO COMUNITÁRIA Inspeção Palpação Percussão Ausculta Ordem semiológica do exame físico respiratório: 1. 2. 3. 4. Anatomia Caio Castro Queiroz @caiocastroqueiroz - Deve-se avaliar: pele, pelos, cianose, coloração, implantação, mamilar, retração de fúrcula, cicatriz, abaulamentos, cirurgias, baqueteamento digital < 160, escoliose, cifose ou lordose, lesões, a forma do tórax, simetria e suas anomalias. - Ossos a serem inspecionados: alinhamento da coluna vertebral, costelas, escápulas, esterno. Inspeção Estática Atípico Chato (plano): Parede anterior perde sua convexidade normal, redução do diâmetro ântero-posterior. Este ripo de tórax é próprio dos indivíduos longilíneos. Exemplos típicos encontram-se em alguns portadores de doença pulmonar crônica. Tonel (globoso/barril): diâmetro antero-posterior aumentado, abaulamento da coluna dorsal. Ex. enfisematosos do tipo PP (soprador rosado). Cifótico: curvatura da coluna dorsal (gibosidade). Ex. tuberculose óssea (mal de Pott), a osteomielite ou neoplasias. Pode apresentar ainda escoliose associada, caracterizando um tórax cifoescoliótico. Pectus escavatum (infundibuliforme/ de sapateiro): retração da parte inferior do esterno e epigástrio. Pectus carinatum (cariniforme - pombo): proeminência do esterno, costelas horizontalizadas. Ex. raquitismo na infância. Caio Castro Queiroz @caiocastroqueiroz Movimentos respiratórios, suas características e alterações - Tipo respiratório : observar a movimentação do tórax e do abdome, reconhecendo em que regiões os movimento são mais amplos. - Tipo de respiração: torácico (mais comum em mulheres), abdominal (mais comum em homens), tóraco-abdominal - Tiragem intercostal - Frequência respiratória e classificação. Dinâmica Frequência Respiratória: Eupneico: 12-20 irpm Taquipneico Bradipneico Apneia - parada respiratória e/ou dificuldade de respirar. Regiões axilares e infra-axilares nos espaços intercostais podem apresentar uma depressão por causa de algum obstáculo, dificultando a penetração do ar. Uso de musculatura acessória (músculo esternocleidomastoideo, escaleno, serrátil, retração das fossas supraclaviculares, batimento de aletas nasais (mais comum em crianças), retração da fúrcula). Classificação em: Presença ou não de TIRAGEM A tiragem pode ser difusa ou localizada, isto é, supraclavicular, infraclavicular, intercostal ou epigástrica. Ritmo Respiratório: Kussmaul: A acidose, principalmente a diabética, é a sua causa principal. A respiração de Kussmaul compõe-se de quatro fases: a) inspirações ruidosas, gradativamente mais amplas, alternadas com inspirações rápidas e de pequena amplitude: b) apnéia em inspiração; c) expirações ruidosas gradativamente mais profundas alternadas com inspirações rápidas e de pequena amplitude; d) apnéia em expiração. Normal, Kussmaul, Biot, Cheyne- Stokes, Dispneia, Suspirosa. Caio Castro Queiroz @caiocastroqueiroz Cheyne-Stokes: caracteriza-se por uma fase de apneia, seguida de incursões respiratórias cada vez mais profundas até atingir um máximo, decrescendo até nova pausa, isso ocorre em detrimento das variações e O2 e CO2 no sangue e as causas mais frequentes para essa condição são a insuficiência cardíaca, a hipertensão intracraniana, AVC e traumatismos craniocefálicos. Suspirosa: Na respiração suspirosa, o paciente executa uma série de movimentos inspiratórios de amplitude crescente seguidos de expiração breve c rápida. Outras vezes, os movimentos respiratórios normais são interrompidos por "suspiros" isolados ou agrupados. Traduz tensão emocional e ansiedade. Biot: As causas mais freqüentes desse ritmo são as mesmas da respiração de Cheyne-Stokes. No ritmo de Biot, a respiração apresenta-se com duas fases. A primeira, de apnéia, seguida de movimentos inspiratórios e expiratórios anárquicos quanto ao ritmo e à amplitude. Quase sempre este tipo de respiração indica grave comprometimento cerebral. Gasping (respiração agônica): movimentos respiratórios assincrônicos não efetivos, altas amplitudes com curta duração, períodos de apnéia subsequente. Indica mau prognóstico. Pode ocorrer em pacientes com lesão isquêmica no tronco cerebral e em casos de parada cardíaca esse tipo de respiração é um indicativo para começar a RCP. Caio Castro Queiroz @caiocastroqueiroz O médico deverá ficar atrás do paciente colocando suas mãos nas BASES PULMONARES (fazendo uma prega com os dedos). Região da base pulmonar: T10. Pede-se que o paciente inspire profundamente, na visão anterior de Sharpey. palpação Deve-se avaliar: - Estrutura da parede torácica, buscando sensibilidades (músculo, cartilagem, tecido subcutâneo), temperatura, lesões, volume e consistência. Palapação de linfonodos supraclaviculates e axilares. - Expansibilidade e frêmito toracovocal Expansibilidade: Frêmito toraco-vocal: Frêmito é a vibração que a voz faz (cordas vocais até a parede torácica) que é percebida pelo tato. O frêmito pode estar normal, diminuído ou aumentado. Pacientes que possuem líquidos pulmonares apresentarão um frêmito aumentado. Porém, em casos de derrame pleural, estará diminuído. Semiotécnica: - Pede-se para o paciente fazer a Manobra de Ruanalt. - Pede-se para o paciente pronunciar 33 (trinta e três). - O médico deverá colocar sua mão direita espalmada no tórax e prosseguir comparando a intensidade das vibrações nas regiões homólogas. OBS: Há outros tipos - frêmito brônquico, equivalente tátil dos estertores, e o frêmito pleural, que resulta da sensação tátil do ruído de atrito provocado pelas duas superfícies rugosas dos folhetos pleurais e que pode preceder o derrame. Caio Castro Queiroz @caiocastroqueiroz percussão Com o paciente sentado ou deitado, percute-se separadamente cada hemitórax. Logo depois, percutir de forma comparativa e simétrica as várias regiões. - A mão esquerda, com os dedos ligeiramente separados, deve apoiar-se suavemente sobre a parede torácica do paciente, e o dedo médio, sobre o qual se percute, exerce apenas uma leve pressão sobre o tórax. - Deve ser iniciada pela face posterior de cima para baixo. Claro pulmonar: em áreas de projeção do pulmão. Timpânico: espaço de Traube. Submaciço: região inferior do esterno. Maciço: região inframamária direita (maciez hepática) e na região precordial. Semiotécnica: - A percussão será feita em barra grega e pede-se que o paciente faça a manobra de Raul para afastar as escápulas. Sons obtidos: Caio Castro Queiroz @caiocastroqueiroz ausculta A ausculta é tida como o método mais importante, visto que possibilita a análise do funcionamento pulmonar com maior exatidão. Deve-se realizá-la com o tórax do paciente descoberto (totalmente ou parcialmente, buscando manter o pudor do paciente), pedir para que este respire pausadamente e profundamente, com a boca aberta e sem ruídos. OBS: deve ser feito em um lado do hemitórax e depois no outro, para comparação. Sons pleuropulmonares: Sons normais: traqueal, respiração brônquica, murmúrio vesicular, respiração broncovesicular. Sons anormais: descontínuos (estertores finos ou grossos), contínuos (sibilo ou estridor), de origem pleural (atrito pleural). Sons Respiratórios Normais Som traqueal: audível na região de projeção da traquéia, pescoço e região esternal. Expiração mais prolongada. Som brônquico: audível na zona de projeção dos brônquios de maior calibre, face anterior do tórax e proximidades do esterno. Diferencia-se do som traqueal por ter o componente expiratório menos intenso. Murmúrio vesicular: componente inspiratório mais intenso, mais duradouro e de tonalidade mais alta. Não possui intervalo silencioso entre a inspiração e a expiração. Ausculta-se o murmúrio vesicular em quasetodo o tórax, principalmente nas regiões periféricas dos pulmões, sendo mais forte nas regiões antero- Caio Castro Queiroz @caiocastroqueiroz Broncovesicular: som intermediário entre o som brônquico e o murmúrio vesicular. A intensidade e a duração da inspiração e da expiração têm a mesma magnitude, mais fortes que o murmúrio vesicular, mas mais fracas que a respiração brônquica. Em crianças, por conta do tamanho diminuído do tórax, pode ser ouvido em regiões periféricas. Em situações normais, possui zona de projeção na região esternal superior, interescápulo- vertebral, direita e ao nível da 3ª e 4ª vértebras dorsais. Sua presença em outras regiões indica condensação pulmonar, atelectasia por compressão ou presença de caverna. Estertores: ruídos audíveis na inspiração ou na expiração, superpondo-se aos sons respiratórios normais. Estertores finos ou crepitantes: abertura súbita de vias aéreas de menor calibre. Ocorrem do meio para o final da inspiração, com frequência alta e pouca duração. Não se modificam com a tosse. Presentes em pneumonia, edema pulmonar, fibrose pulmonar, etc. Estertores grossos ou bolhosos: abertura súbita de vias aéreas de maior calibre. Possuem frequência menor e duração maior que os finos. Sofrem alteração com a tosse e podem ser ouvidos em todas as regiões do tórax. Audíveis no início da inspiração e durante toda expiração. Presentes na bronquite crônica e nas bronquiectasias. Sons Respiratórios Anormais e Descontínuos Caio Castro Queiroz @caiocastroqueiroz superiores, axilares e infraescapulares. O som é mais débil em indivíduos hipertróficos e em obesos. O murmúrio vesicular pode ter seu componente expiratório mais intenso (asma brônquica em crise e pacientes com DPOC avançada). Além disso, a intensidade respiratória pode aumentar (esforço intenso em crianças e pessoas emagrecidas) ou diminuir (pneumotórax, hidrotórax, enfisema pulmonar) dependendo da condição do paciente. Roncos: Ocorrem nas vias aéreas inferiores. Sons graves (baixa frequência). Apresentam tanto componentes inspiratórios quanto expiratórios, sendo mais presente na expiração. Sibilos: Ocorrem nas vias aéreas inferiores. Sons agudos (alta frequência). Apresentam tanto componentes inspiratórios quanto expiratórios. Grasnido: : "Som de pato". Ocorre pela abertura súbita das vias aéreas de menor calibre. Costuma se manifestar em doenças intersticiais pulmonares e bronquiolites. Está presente em regiões periféricas pulmonares. Estridor: ocorre em regiões superiores das vias aéreas inferiores. Som produzido pela semi-obstrução da laringe ou da traqueia, mais audível na região da obstrução. Som intenso e agudo, Sons Respiratórios Anormais e Contínuos Atrito pleural: folhetos pleurais doentes podem produzir ruídos durante a respiração. Isso pode ocorrer devido à neoplasia, inflamação ou derrame pleural intenso. Pode aparecer tanto na inspiração quanto na expiração. Audível em regiões inferiores ou posteriores do tórax. Sopros: sopro brando, mais longo na expiração que na inspiração. podendo aparecer em qualquer fase da respiração, sendo mais comum na inspiração. Som Vocal Ausculta da transmissão da voz no tórax. Paciente deve pronunciar: trinta e três. Classificação em diminuído (enfisema ou pneumotórax) ou aumentado (broncofonia - síndrome de consolidação pulmonar). Caio Castro Queiroz @caiocastroqueiroz
Compartilhar