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30 ELASTOCOMPRESSÃO

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Elastocompressão Marcondes Figueiredo 
 14/10/2009 Página 1 de 9 
Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. 
Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro 
 
Elastocompressão 
Marcondes Figueiredo 
Flávia de Jesus Leal 
Renata Cardoso Couto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO
As meias de compressão atuais se originaram 
de sandálias usadas na Idade Média, as quais 
eram amarradas nas pernas. 
Já no séc. IV a.C. Hipócrates foi quem 
primeiro associou as veias varicosas as úlceras 
de pernas, reconhecendo-as, como talvez a 
principal causa deste mal e descrevendo em 
seguida, o uso de faixas de compressão.1 
Utilizando-se uma borracha natural, aumentou 
as possibilidades de melhora no emprego do 
material elástico, o qual infelizmente pouco 
durava, pois logo se tornava frágil e perdia a 
elasticidade. Em 1839, Goodyear introduz o 
processo de vulcanização, que permitiu o 
corte da borracha em finas tiras entrelaçadas 
a um fio resultando em material mais 
resistente e durável. Porém, só no século XIX, 
foi que importantes avanços nos métodos de 
compressão foram desenvolvidos.2 
Em 1885, o dermatologista alemão Paul Gerson 
Unna, introduz a meia inelástica, denominada 
Bota de Unna, composta de uma pasta de 
uma 
atadura inelástica embebida em uma pasta de 
zinco e aplicada na perna do paciente, 
garantindo até os dias de hoje excelentes 
resultados no tratamento da úlcera de 
estase.3 
Em 1910, Heinrich Fischer introduz conceitos 
inovadores para o tratamento da trombose 
venosa, com a compressão do membro e a 
mobilização do paciente como tratamento de 
escolha. 
Na segunda metade do século XX, o holandês 
van der Molen foi quem primeiro investigou a 
força de compressão das bandagens e meias 
de compressão.4 
 Elastocompressão Marcondes Figueiredo 
 14/10/2009 Página 2 de 9 
Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. 
Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro 
Também neste século XX é que a importância 
da insuficiência venosa valvular pós-
trombótica (particularmente nas veias 
profundas e perfurantes) e o efeito da 
gravidade e da bomba muscular venosa e 
pressões ao redor do tornozelo, foram 
compreendidas.5 
Em 1951, Conrad Jobst, um alemão 
naturalizado americano marca presença 
importante na história da elastocompressão.6 
Conrad era portador de insuficiência venosa 
nos membros inferiores, que se agravou com o 
desenvolvimento de úlcera flebostática, após 
sofrer um acidente automobilístico em 1930. 
Na busca de solução para seu desconforto, 
descobriu que tinha alívio quando entrava em 
uma piscina e fazendo uso de sua inteligência 
científica, concluiu que o aumento da força de 
pressão hidrostática em torno das pernas 
poderia ser igualada à pressão hidrostática da 
água, quando permanecesse em pé na piscina.7 
Assim, havia pressão graduada nos sistemas 
venosos profundo e superficial, diminuindo a 
“congestão” (volume de sangue venoso) e 
gerando resistente suporte circunferencial 
para as veias superficiais. Tal suporte elástico 
trabalha em concordância com a bomba 
muscular da perna. No desejo de reproduzir a 
pressão hidrostática encontrada na piscina, 
ele começou um estudo, desenvolvendo, a 
partir daí, o gradiente de pressão para meias 
elásticas. Jobst fez sua primeira meia à mão, 
obtendo rápido e contínuo alivio para sua 
própria incapacidade física.8 
Conceito 
A compressão elástica ou não elástica é a 
aplicação de uma força em uma área da 
superfície corpórea. O termo meia de 
compressão indica existir uma graduação que 
foi calibrada eletronicamente, pressão essa 
medida em mmHg que é a unidade padrão para 
medidas de compressão elástica.9 
Mecanismo de ação da elastocompressão 
Toda meia elástica tem sua compressão 
representada ou baseada no nível do 
tornozelo. O mais importante nas meias é o 
chamado “perfil de compressão”, que 
corresponde ao gradiente de pressão ao longo 
da extremidade provocado pela meia. 
De acordo com a Lei de Laplace, segundo a 
qual a pressão externa é diretamente 
proporcional à tensão do tecido elástico e 
inversamente proporcional ao raio (P = T/r) é 
no qual foi baseado o princípio da 
elastocompressão onde a compressão vai 
decrescendo no sentido tornozelo-coxa, sendo 
a pressão no tornozelo de 100%, panturrilha 
de 50 a 70% e coxa de 30%.2 
 
Figura 1 - Esquema prático dos níveis de compressão das 
meias elásticas nos membros inferiores. 
A elastocompressão diminui o volume do 
sistema venoso superficial e o diâmetro da 
veia dilatada, restaurando temporariamente a 
competência valvular, impedindo o refluxo 
venoso através das perfurantes 
incompetentes. A compressão aumenta a 
contração dos músculos da panturrilha, 
esvaziando as veias profundas desde que o 
fluxo arterial se mantenha inalterado.10 As 
causas do refluxo venoso e da bomba 
muscular da panturrilha estão 
interrelacionadas e podem ser avaliadas pela 
 Elastocompressão Marcondes Figueiredo 
 14/10/2009 Página 3 de 9 
Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. 
Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro 
pletismografia a ar, método prático e não 
invasivo de avaliar a hemodinâmica da 
circulação venosa em membros inferiores, 
usada para monitorar os efeitos induzidos por 
diferentes tipos de compressão elástica.11,12 
Os efeitos da compressão na microcirculação, 
incluem a aceleração do fluxo sangüíneo nos 
capilares, redução da filtragem capilar e 
aumento da reabsorção pelo aumento da 
pressão do tecido, melhorando a drenagem 
linfática local e os efeitos dos mediadores 
envolvidos na resposta inflamatória local. 
Analisando com a fluxometria doppler laser, a 
ação da compressão na microcirculação dos 
membros inferiores , nota-se um aumento na 
velocidade do fluxo microcirculatório.13 
 
INDICAÇÕES DA ELASTOCOMPRESSÃO 
As indicações do uso de meias de compressão 
graduada estão há muito estabelecidas para 
pacientes com doença venosa dos membros 
inferiores de graus variados, linfedema, pós-
escleroterapia em microvarizes, profilaxia de 
trombose venosa profunda, angiodisplasias e 
para aqueles pacientes que fazem vôos de 
longa distância. As principais indicações serão 
discutidas a seguir: 
Nas doenças venosas, pela freqüência da 
patologia, é onde encontramos um maior 
número de indicações para elastocompressão, 
em seus mais variados níveis. A compressão 
graduada é um tratamento sintomático que 
elimina apenas a dor e o edema e seu efeito 
persiste somente enquanto estiver em uso. 
Usando a pletismografia a ar para mensurar a 
hemodinâmica, Nicolaides afirma que este 
efeito é completamente anulado após 24 
horas de sua remoção.14 De acordo com o 
estágio da doença, é feita uma avaliação para 
determinar o nível de compressão. No início, 
quando há sensação de peso nos membros 
inferiores ou presença de microvarizes e 
veias reticulares, indica-se uma compressão 
em torno de 10 a 20 mmHg. Com a doença já 
instalada, com varizes tronculares, uma 
compressão entre 20 e 30 mmHg, minimiza os 
sintomas. No estágio avançado da doença, 
havendo insuficiência venosa crônica, uma 
compressão entre 30 e 40 mmHg está 
indicada. 
No linfedema, após a terapia física complexa 
em sua fase de manutenção, o principal item é 
o uso de meia elástica, com uma compressão 
na altura do tornozelo, quase sempre acima de 
30 mmHg ou mais. 
Em pacientes com úlcera de estase, a revisão 
sistemática feita por Cullum e cols. mostra 
que a faixa de alta compressão é pelo menos 
duas vezes mais efetiva que o tratamento com 
a de baixa compressão na cicatrização 
completa da úlceravenosa. Faixas de 
compressão de multicamadas parecem ser 
superiores às faixas de camada única, e a 
faixa elástica de multicamadas é superior à 
faixa de multicamadas inelástica. O 
tratamento de compressão, em forma de 
enfaixamento ou uso de meias elásticas, é 
considerado como a primeira linha de 
tratamento quando a ulceração venosa ocorre 
na ausência de doença arterial clinicamente 
importante.15 
A elastocompressão também está 
estabelecida na profilaxia da trombose 
venosa profunda. O uso da meia elástica 
consiste na aceleração do refluxo venoso, 
quando o paciente está acamado ou vai se 
submeter a cirurgia ou parto. São indicadas 
nestes casos, meias elásticas até o joelho ou 
coxa com a compressão máxima de 18 a 21 
mmHg no tornozelo. O estudo de Cochrane 
estabelece o uso da meia para a prevenção da 
trombose venosa profunda. Grupos de 
controle randomizado foram analisados: o 
primeiro usando apenas meia de compressão e 
o segundo com a meia associada a outro 
método profilático. O diagnóstico da 
trombose venosa profunda foi feito com o 
Iodo radioativo 125. Nos grupos que usaram 
apenas meia de compressão graduada, a 
incidência de trombose venosa profunda foi 
de 13% contra 25% do grupo de controle. Nos 
grupos que usaram meia de compressão 
graduada e outro método, a incidência de 
trombose venosa profunda foi de 2% contra 
15% do grupo de controle. Concluindo, o uso 
de meias elásticas graduadas associadas, ou 
não, a outro método é efetivo para diminuir o 
 Elastocompressão Marcondes Figueiredo 
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Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. 
Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro 
risco de trombose venosa profunda. E ao 
analisar os dois grupos, confirma-se que o uso 
de meia de compressão graduada associado a 
outro método de prevenção da trombose 
venosa profunda são mais efetivos que a meia 
elástica sozinha.16 
Com relação ao uso de meias de compressão 
graduada para vôos de longa distância, foi 
demonstrado que esta é a medida mais eficaz 
na prevenção do edema nos membros 
inferiores. Mas sua indicação é somente para 
pacientes com doença venosa instalada.17 
O uso de compressão elástica é também 
indicado para reduzir a ocorrência de 
síndrome pós-trombótica em pacientes com 
primeiro episódio de trombose venosa 
profunda. Um grupo de pacientes com o 
primeiro episódio de trombose venosa 
profunda confirmado por flebografia, foi 
analisado em dois centros de Amsterdã na 
Holanda. Todos os grupos foram tratados 
classicamente com heparina e warfarin. Uma 
meia ¾ de 30 mmHg para ser usada durante 
todo o dia foi prescrita, ficando demonstrado 
que o seu uso reduz a ocorrência de síndrome 
pós-flebítica. Infelizmente, 30% dos 
pacientes desenvolveram síndrome pós-
flebítica apesar do uso de meia elástica , 
mostrando que mais pesquisas serão 
necessárias para evitar a seqüela. É válido 
apontar que a melhor profilaxia da síndrome 
pós-flebítica é a prevenção da trombose 
venosa profunda.18 
A análise de um grupo de pacientes que se 
submeteram à escleroterapia em 
microvarizes feita por Weiss, mostra que 
aqueles submetidos à escleroterapia com 
compressão durante três dias obtiveram 
melhores resultados que a não compressão. A 
compressão leva a uma redução da 
hiperpigmentação pós-escleroterapia.19 
A sobreposição das meias elásticas é outro 
item de indicação prático, pois reduz os 
esforços de colocação, possibilitando o 
aumento progressivo das forças de 
compressão. Ao invés de se prescrever uma 
meia de 40 mmHg, que leva a uma queixa 
constante do paciente pela dificuldade de 
colocação, é possível se alcançar os mesmos 
resultados com a sobreposição de duas de 20 
mmHg com a mesma eficácia.20 
É importante abordar a durabilidade das 
faixas e meias elásticas. Em geral, as faixas 
elásticas e meias de compressão perdem sua 
elasticidade e se tornam menos efetivas 
depois de aproximadamente três a seis meses 
de uso, respectivamente. É o tempo estimado 
para que elas sejam trocadas. Mesmo as 
faixas de curta elasticidade perdem esta 
propriedade depois de alguns meses. 
 
CONTRA-INDICAÇÕES 
Na presença de moléstia oclusiva arterial 
periférica avançada, principalmente com 
índice sistólico no hálux abaixo de 80 mmHg, 
não se deve usar compressão acima de 20 
mmHg no tornozelo.22 Já nas flebites 
sépticas, infecções de pele dos membros 
inferiores, incompatibilidade com o material 
de meias de compressão, neuropatia 
periférica avançada (por exemplo: diabetes 
mellitus),21 e insuficiência cardíaca 
descompensada, desaconselha-se totalmente 
a indicação de compressão elástica. 
Elastocompressão e curativos 
A compressão, seja ela com faixa inelástica, 
elástica ou meias graduadas, reduz a pressão 
venosa ambulatorial. Segundo Shull23 et al., a 
incidência de ulceração com pressão venosa 
ambulatorial maior que 60 mmHg era de 66%; 
com 40 a 60 mmHg é de 26%; e com menos de 
40 mmHg, próximo ao normal, a incidência é 
zero. 
A compressão é um método para reduzir a 
pressão venosa deambulatória e deve sempre 
que possível, ser empregada nas úlceras de 
origem venosa, pois esta é a base da 
fisiopatologia das mesmas. 
Para se obter um tratamento eficaz, a 
utilização de métodos de compressão deve 
atingir dois objetivos essenciais: compressão 
com mais de 15 mmHg no tornozelo, e 
diminuição gradual da compressão em direção 
ao joelho. Em algumas situações, não é 
aconselhável a utilização da compressão 
elástica, como nos casos de celulite e 
processo inflamatório intenso, pois a 
 Elastocompressão Marcondes Figueiredo 
 14/10/2009 Página 5 de 9 
Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. 
Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro 
compressão aumentaria a dor local. Contra-
indicada também nos comprometimentos 
arteriais como o diabetes Mellitus.24 
Tanto nos Curativos Elásticos (meias 
elásticas e faixas elásticas) quanto nos 
Curativos Inelásticos (meias inelásticas e 
faixas inelásticas) deve-se proteger o leito da 
úlcera, que não pode estar infectada, para que 
não ocorra lesão traumática da mesma. Para 
tal, utilizamos o curativo de poliuretano, 
hidrocolóide, ou curativo convencional coberto 
por um quadrado de espuma de 1 a 2 cm de 
espessura. O curativo escolhido depende da 
quantidade de exsudato da úlcera. 
Curativos Inelásticos 
Na compressão inelástica, utiliza-se a Bota de 
Unna (figura 2) que consiste em uma mistura 
de óxido de zinco, gelatina e glicerina ou meia 
inelástica (figura 3). Deve ser aplicada por 
técnico treinado e mantida na perna por 
vários dias. Existe também a Bota de Unna 
pronta comercialmente, Viscopaste, 
Flexidress, Gelocast ou a Bota inelástica como 
a desenvolvida por Luccas.25 
 
Figura 2 - Bota de Unna convencional. 
 
Figura 3 - Meia Inelástica, Polaina de Luccas. 
A vantagem dos curativos de uso contínuo é 
que eles exercem uma alta pressão durante a 
caminhada, o que também influencia as veias 
profundas, promovendo uma ininterrupta 
eficácia mesmo durante a noite. As 
desvantagens são os problemas com a higiene 
pessoal e com a terapia local, como também, a 
necessidade de uma técnica exata de 
enfaixamento que não permite erros, para que 
não surjam efeitos adversos, tais como, a 
constricção e isquemia subseqüente. Além do 
mais, o paciente depende de uma enfermeira 
ou pessoa treinada para a troca do curativo. 
Curativos Elásticos 
Para este tipo de curativo deve ser usada a 
meia elástica comum com uma compressão em 
torno de 30 mmHg ou acima (figura 4), 
Também se indicam as meias produzidas para 
esta finalidade (curativo), como a meia Ulcer 
Care® da Jobst (figura 5) que apresenta um 
zíper emsua porção posterior (longitudinal à 
panturrilha na face posterior), para facilitara 
colocação da mesma sem causar trauma . As 
faixas elásticas são aplicadas pelo paciente 
pela manhã, de preferência antes de se 
levantar e não são removidas até a hora de ir 
para a cama à noite. Os materiais utilizados 
 Elastocompressão Marcondes Figueiredo 
 14/10/2009 Página 6 de 9 
Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. 
Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro 
são as faixas de média ou longa elasticidade 
que aderem à perna e, devido à sua 
flexibilidade, não requerem grande habilidade 
para a colocação. As ataduras mais indicadas 
são as que quando esticadas aumentam no 
máximo 70% em extensão.24 
 
 
 
 
Figura 4 - Seqüência de curativo em úlcera de estase, 
com sulfadiazina de prata a 1% usando meia elástica de 
30-40 mmHg. 
Independente de não requerer ajuda de 
pessoa capacitada, a vantagem dos curativos 
usados, durante o dia, é a relativa facilidade 
de aplicação e baixo custo e sobretudo, 
melhores condições de higiene (o banho diário 
é possível, em contraste com a Bota de Unna). 
Mas a grande desvantagem é que os pacientes 
podem colocá-los frouxos e instáveis, não 
obtendo assim os resultados terapêuticos 
desejados. 
Prescrição 
Encontram-se hoje no mercado diferentes 
tipos de meias das mais variadas marcas e 
tamanhos. As ¾ ou na altura do joelho são, 
geralmente, as mais prescritas, uma vez que a 
ocorrência de problemas venosos e linfáticos 
é mais freqüente neste local; as 7/8 ou na 
altura da coxa, as meias calça e aquelas 
indicadas para gestantes (figura 6). 
 Elastocompressão Marcondes Figueiredo 
 14/10/2009 Página 7 de 9 
Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. 
Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro 
 
Figura 5 – Meia de compressão para curativo. 
 
Figura 6 – Diferentes tipos de meias elásticas 
Existem também as meias para os membros 
superiores e as feitas sob medida para 
aqueles pacientes especiais em que as 
tradicionais não se adaptam. 
Excelentes produtos que preenchem todas as 
necessidades estão disponíveis no mercado 
entre elas Jobst®, Kendall®, Selecta®, 
Segreta®, Sigvaris® e Venosan®, que 
apresentam todas os tipos, com exceção da 
Selecta que tem apenas uma apresentação de 
meia ¾ e a 7/8 com compressão única de 45 
mmHg no tornozelo e 25 mmHg na panturrilha. 
No Brasil, estamos tentando estabelecer um 
consenso entre os fabricantes de meias 
elásticas medicinais em uso, para que sejam 
especificadas na caixa três requisitos 
básicos: tamanho da meia (P, M, G) 
comprimento (¾, 7/8, calça ou gestante) e a 
compressão desejada expressa em mmHg. 
Tão importante quanto a prescrição de um 
antibiótico ou de um anticoagulante, é a 
indicação de uma meia elástica, que deve ser 
feita com a mesma precisão. Existe um 
receituário especializado de cada marca de 
meia, facilitando, assim, a prescrição que 
melhor vai se adaptar ao paciente. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A compressoterapia é sempre possível e em 
muitos casos, a única terapia. Ela não tem 
praticamente contra-indicações ou efeitos 
secundários. Dispender alguns segundos do 
nosso precioso tempo, para explicar ao 
paciente como colocar a meia, que deve ser 
sempre colocada pela manhã, ao levantar, é 
ganhar muito na eficácia terapêutica. Enfim, 
perder igualmente alguns segundos, para 
responder a todas as questões de nossos 
pacientes é o inicio de um grande êxito. 
 
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Versão preliminar Elastocompressão Marcondes Figueiredo 
 14/10/2009 Página 8 de 9 
Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. 
Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro 
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25. Luccas GC. Tratamento da úlcera de estase venosa 
dos membros inferiores com Bota de Unna 
domiciliar: seguimento de pacientes. Cir Vasc Angiol 
1990;6(3):23-5.
Versão prévia publicada: 
Nenhuma 
Conflito de interesse: 
Nenhum declarado. 
Fontes de fomento: 
Nenhuma declarada. 
Data da última modificação: 
7 de novembro de 2000. 
Como citar estecapítulo: 
Figueiredo M. Elastocompressão. In: Pitta GBB, 
Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: 
guia ilustrado. Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. 
Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro 
Versão preliminar Elastocompressão Marcondes Figueiredo 
 14/10/2009 Página 9 de 9 
Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. 
Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro 
Sobre o autor 
 
Marcondes Figueiredo 
Angiologista e Cirurgião Vascular 
Uberlândia, Brasil 
 
Flávia de Jesus Leal 
Fisioterapeuta da Unidade de Emergência Dr. Armando Lages, 
professora auxiliar da Universidade Estadual de Ciencias da 
Saúde de Alagoas e Fisioterapeuta do Hospital geral do 
 Estado Professor Osvaldo Brandão Vilela 
Maceió,Brsasil 
 
 
Renata Cardoso Couto 
Professora auxiliar da Universidade Estadual de 
Ciências da saúde de Alagoas (UNCISAL); professora titular da 
 do Cesmac e Faculdade de Alagoas (FAL) 
Maceió, Brasil 
 
Endereço para correspondência 
Rua Arthur Bernardes 58 
38.400-074, Uberlandia, MG 
Fone: +34 3214 1885 
Fax: +34 3231 3526 
Correio eletrônico: marcondes@triang.com.br

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