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Ana Carolina Thomaz Mendes 
 
Urgência urológicas
As principais emergências urológicas que todo 
profissional da saúde deve conhecer por demandar 
diagnóstico rápido e tratamento precoce com vistas a 
evitar complicações sérias e, porque não dizer, fatais. 
Parafimose 
Definição: Retração do prepúcio atrás da glande não 
podendo mais ser colocado facilmente na posição 
ortotópica. Há edema do prepúcio retraído que, se 
assim permanecer por tempo prolongado, pode 
evoluir com isquemia e necrose. 
Diagnóstico: Clínico. 
Tratamento: Deve-se tentar reduzir o edema 
associado através de realização de pressão firme da 
glande de distal para proximal, seguida pela redução 
do prepúcio. Em caso de muita dor, pode ser realizada 
analgesia ou bloqueio do pênis. Mediante falha de 
medidas conservadoras, faz-se necessária intervenção 
cirúrgica, através da incisão de uma fenda dorsal. 
Retenção urinária 
Definição: Quadro urológico muito frequente que 
cursa com importante dor suprapúbica. Podemos 
relacionar como causas principais de retenção 
urinária, os seguintes diagnósticos: HPB, massas 
pélvicas/urogenitais, alguns medicamentos (sedativos, 
anti-histamínicos), traumatismo iatrogênico por 
tentativas sucessivas de sondagem uretral, estenose 
de uretra, distúrbios neurológicos. 
Diagnóstico: Clínico. 
Tratamento: Descompressão e esvaziamento da 
bexiga através de sondagem uretral (Foley, Coudé, 
dilatadores uretrais) ou suprapúbica, seguida pelo 
tratamento da causa subjacente. Se a retenção 
urinária se mantiver, há risco de infecção e 
insuficiência renal. 
Priapismo 
Definição: Ereção persistente do pênis ou a que 
ocorre sem ser desencadeada por estímulo sexual. É 
definido um período de 4 horas de duração. Esse 
quadro está relacionado a uso de certos 
medicamentos (como cocaína, trazodona), em 
pacientes com anemia falciforme ou neoplasias 
hematológicas e também pode ser idiopático. Há 3 
tipos: 
Isquêmico: Mais comum. Compromete pouco o fluxo 
de saída do sangue nos corpos cavernosos. É bem 
doloroso. Os corpos cavernosos evoluem com rigidez, 
porém a glande se mantém macia. 
Não isquêmico: Marcado pela perda da regulação do 
fluxo de sangue nos corpos cavernosos. Pode ter 
resolução espontânea, não necessitando, portanto, de 
intervenção imediata. 
Intermitente: Quando há eventos recorrentes e 
autolimitados de priapismo isquêmico, como na 
anemia falciforme. 
Diagnóstico: Clínico. 
Tratamento: A principal complicação é a evolução 
para disfunção erétil. Quando o diagnóstico e o 
tratamento ocorrem em menos de 24h do início dos 
sintomas, cerca de 50% dos pacientes podem evoluir 
com disfunção erétil. Essa probabilidade aumenta 
para quase 100% quando os sintomas persistem por 
mais de 36 horas. O tratamento se divide em algumas 
etapas: 
● Bloqueio anestésico do pênis; 
● Aspiração do corpo cavernoso através de 
agulhas de grosso calibre; 
● Irrigação do corpo cavernoso na tentativa de 
diluir o sangue em estase e os coágulos; 
● Em caso de falha: aplicação intracavernosa de 
fenilefrina diluída com monitorização 
hemodinâmica. 
Torção testicular 
Definição: A torção de testículo é a causa mais grave 
de escroto agudo. Ela ocorre quando há torção do 
cordão espermático, estrutura onde estão os vasos 
sanguíneos que nutrem o testículo. 
Emergência cirúrgica que demanda intervenção em 
até 6 horas com vistas a manutenção de viabilidade 
testicular. Cursa com dor testicular de início agudo, 
seguida de náuseas e vômitos, com edema e 
vermelhidão testicular. 
Ana Carolina Thomaz Mendes 
 
Diagnóstico: Clínico, aliado ou não a US da bolsa 
escrotal com Doppler. 
Tratamento: Em caso de manutenção da viabilidade 
dos testículos, deve-se proceder com orquiopexia 
bilateral. Porém, diante de testículos isquêmicos, 
realiza-se a orquiectomia ipsilateral e orquiopexia 
contralateral. 
Gangrena de Fournier 
Definição: Fasciite necrotizante infecciosa do períneo, 
região perineal ou genital. Polimicrobina, porém mais 
relacionada a Escherichia coli, Bacteroides spp, 
Streptococcus pyogenes ou Staphylococcus aureus. 
Quadro mais frequente em portadores de diabetes, 
alcoolismo e doenças imunossupressoras. Os 
pacientes cursam com uma infecção genital e dor 
desproporcional aos achados ao exame físico. Os 
tecidos apresentam uma cor acizentada, odor fétido, 
crepitação a palpação local. 
Diagnóstico: Clínico. 
Tratamento: Antibioticoterapia de amplo espectro 
aliado a amplo desbridamento cirúrgico do tecido 
necrosado, com reavaliações seriadas. Há elevada 
morbimortalidade mesmo com adoção precoce do 
tratamento adequado. 
Litíase renal (nefrolitíase) 
A cólica nefrética é a dor na região lombar e/ou no 
flanco, causada por obstrução total ou parcial das vias 
urinárias por cálculos, podendo ser associada a 
quadros infecciosos e disfunção renal. 
Achados clínicos 
 
Tratamento 
Facilitar a eliminação de cálculos pequenos, realizar 
litotripsia quando necessário. Recomendar 
hidratação. 
● Tansulosina 0,4 mg VO 1x/dia por até 4-6 
semanas; 
● Nifedipina 10-20 mg VO de 8/8h por até 4-6 
semanas; 
Escroto agudo 
O escroto agudo pode ser causado por: 
● Torção do testículo; 
● Torção de apêndices testiculares; 
● Epididimite/Orquiepididimite; 
● Vasculite; 
● Infecções escrotais; 
São diagnósticos que podem simular um escroto 
agudo: 
● Hérnia; 
● Trauma; 
● Tumor; 
● Edema escrotal; 
● Hematocele; 
● Doença abdominoescrotal; 
● Gangrena de Fournier. 
Torção de apêndice testicular 
A segunda causa mais comum de escroto agudo 
acontece quando o apêndice testicular, constituído 
por tecidos conjuntivo vascularizado, sofre uma 
rotação para o lado contrário, caracterizando a 
torção. 
O problema é mais comum em pacientes de 7 a 14 
anos de idade. O sintoma principal é dor intensa na 
região, com tempo de evolução variável, que pode 
persistir por uma semana ou mais. 
O diagnóstico é similar aos casos de torção de 
testículo, mas o tratamento é realizado, 
predominantemente, com medicamentos e repouso. 
Alguns casos, seja pela impossibilidade de afastar uma 
torção testicular, seja por falha no tratamento clínico, 
podem necessitar de procedimento cirúrgico. 
Diferente da torção de testículo, a torção de apêndice 
testicular não apresenta risco elevado ao paciente, 
mas deve-se buscar ajuda médica o quanto antes para 
evitar o agravamento do quadro.

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