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Eletiva 2 - Apostila (36)

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PREPARATÓRIO PARA OAB
Professora: Dra. Claudia Tristão
DISCIPLINA: DIREITO CIVIL
Capítulo 9 Aula 6
PODER FAMILIAR
Coordenação: Dr. Flávio Tartuce
01
Poder Familiar
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
www.r2direito.com.br
INTRODUÇÃO: No Direito Romano, como ensina Sílvio Rodrigues, "o pátrio poder é representado por um 
conjunto de prerrogativas conferidas ao pater, na qualidade de chefe da organização familial, e sobre a 
pessoa de seus filhos. Trata-se de um poder absoluto, praticamente ilimitado", chegando-se a ponto de ser 
permitido ao pai, como ato de punição, vender ou matar o filho.
No Código Civil de 1916, atribuiu o pátrio poder ao marido e, na sua falta à mulher (artigo 380 do Código 
revogado).
Com a crescente evolução dos tempos, a idéia de que a proteção seria prerrogativa do pai deixou de existir, 
para se afirmar como fixação dos interesses do filho, visando protegê-lo e não beneficiar quem o exerce.
O Código Civil de 2002 optou por designar esse instituto como poder familiar, exercido pelos pais, 
conjuntamente, em função do princípio da isonomia estabelecido pelo artigo 226, § 5º, da Constituição de 
1988, c.c. o artigo 21 do Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei nº 8.069/90.
CONCEITO: é o conjunto de direitos e deveres, quanto à pessoa e aos bens do filho menor não 
emancipado, exercido em igualdade de condições por ambos os pais, ou só por um deles, na falta do outro, 
no interesse do filho. 
CARACTERÍSTICAS: a) é munus público, ou seja, é interesse do Estado assegurar proteção aos filhos, 
impondo aos pais a obrigação de zelar pelo futuro deles; b) é irrenunciável, pois os pais não podem abrir 
mão dele, salvo no caso do artigo 166, do ECA, ou seja, quando houver adesão a pedido de colocação do 
menor em família substituta, como, por exemplo, pedido de adoção; c) indelegável ; d) é imprescritível, visto 
que dele não decaem os genitores pelo não-exercício, somente podem perdê-lo por sentença judicial nos 
casos previstos em lei; e) é incompatível com a tutela, pois somente será possível a nomeação de tutor do 
menor no caso de serem os pais destituídos, judicialmente, do poder familiar.
CONTEÚDO DO PODER FAMILIAR: é um conjunto de regras englobando direitos e deveres atribuídos aos 
pais em relação:
a) à pessoa do filho, conforme estabelece o artigo 1.634, do Código Civil, e seus incisos, os pais exercem 
direitos vinculados a deveres e cumprem deveres cujos titulares são os filhos, isto é, os pais têm direito de 
dirigir a educação e a criação dos filhos e, ao mesmo tempo, o dever de assegurá-las; 
b) aos bens do filho, permite a lei, no artigo 1.689, do Código Civil, e seus incisos, a simples administração e 
usufruto pelos pais dos bens do menor, até que alcance a idade de dezoito anos, ou até a data em que for 
emancipado, a partir dos dezesseis anos. A alienação ou imposição de ônus real somente será possível se 
antecedida de permissão judicial.
Capítulo 6
02
SUSPENSÃO DO EXERCÍCIO DO PODER FAMILIAR: Ocorrerá a suspensão do poder familiar no caso de 
infrações menos graves, ocorrendo a privação, por tempo determinado, de todos os atributos do poder 
familiar ou de somente parte deles, em relação a um ou todos os filhos, e pode ser restabelecido o seu 
exercício, desaparecida a causa da suspensão.
Já a perda ou destituição do poder familiar ocorre nos casos de infrações graves e abrange toda a prole e 
não somente um filho ou alguns, operando-se por decisão judicial. Em regra, a perda do poder familiar é 
permanente, mas pode ser restabelecido o seu exercício, provada a regeneração do genitor ou 
desaparecida a causa da perda.
A separação judicial, o divórcio e a dissolução da união estável não alteram o poder familiar, com exceção 
da guarda, que representa parcela desse poder e fica com um dos pais, enfraquecendo o exercício do poder 
familiar pelo outro. 
A suspensão ou a perda do poder familiar não desobriga o genitor do dever de sustentar o filho.
DA EXTINÇÃO DO PODER FAMILIAR: O poder familiar extingue-se pela morte dos pais ou do filho, e 
também pela maioridade.
TUTELA
CONCEITO: A tutela é um instituto de caráter assistencial, instituída para os filhos menores, cujos pais 
morreram, foram declarados ausentes pelo juiz, ou decaíram do poder familiar, e tem por objetivo substituir o 
poder familiar. É o conjunto de direitos e deveres, conferidos por lei a uma pessoa capaz com a finalidade de 
proteger o menor e administrar seus bens até alcançar a maioridade ou ser emancipado ou ainda adotado 
(artigo 1.763, do Código Civil).
ESPÉCIES: São quatro as espécies de tutela:
a) tutela testamentária: a nomeação do tutor é jurídico unilateral e deve obedecer a uma forma especial, sob 
pena de nulidade; o Parágrafo Único, do artigo 1.729, do Código Civil, estabelece que o direito de nomear 
tutor por meio de testamento ou outro documento autêntico, cabe somente aos pais, e em conjunto, devendo 
ser confirmado pelo juiz; ainda, a nomeação só terá eficácia se ambos os pais falecerem, pois, enquanto um 
deles viver, exercerá com exclusividade o poder familiar; 
b) tutela legítima: determina o artigo 1.731, do Código Civil, que, na falta da tutela testamentária, defere-se 
o encargo aos parentes consangüíneos do menor na seguinte ordem: a) aos ascendentes, do grau mais 
próximo ao mais remoto e, b) aos colaterais até o terceiro grau.
c) tutela dativa: oriunda de decisão judicial, na falta de tutor testamentário ou legítimo, ou quando eles forem 
exonerados, artigo 1.735, do Código Civil, ou escusados da tutela, artigo 1.736, do Código Civil, recai 
sobre pessoa estranha e idônea nomeada pelo juiz, como cuida o artigo 1.732, do Código Civil; 
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
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03
d) tutela de fato ou irregular: quando o suposto tutor zela pela pessoa e pelos bens do menor sem ter sido 
nomeado legalmente; seus atos não têm validade; é mera gestão de negócios.
A função tutelar é similar ao poder familiar, mas não idêntica a ele: sofre algumas limitações e está sujeita a 
inspeção judicial, prevista no artigo 1.794, do Código Civil, e é mais severa tanto em relação à 
administração, quanto em relação às medidas corretivas à pessoa do tutelado, devendo, inclusive prestar 
contas em juízo periodicamente, além disso é temporária, sendo o tutor obrigado a exercer a tutoria pelo 
prazo de dois anos, podendo ser este prazo prorrogado por mais tempo.
Pelo enunciado do artigo 1.742, do Código Civil, conclui-se que o juiz poderá nomear um protutor para 
fiscalização das funções exercidas pelo tutor, tanto as que dizem respeito à administração dos bens do 
tutelado, como, até com maior razão, as que concernem aos cuidados, atenção, proteção à pessoa do 
menor. 
Importante: O tutor não tem o usufruto dos bens da tutela, mas tem direito de ser ressarcido das despesas 
que efetuou no exercício da tutela, salvo os casos de criança sem recursos próprios.
CURATELA
CONCEITO: Rubens Limonge França define curatela ou curadoria como "instituto de proteção à 
personalidade, semelhanteà tutela, outorgado pela autoridade judicial ou diretamente pela lei, a sujeitos 
capazes, com o escopo de gerir a pessoa bens, ou apenas os bens, ordinariamente de maiores, que por si 
não o possam fazer, e, excepcionalmente de menores e nascituros". 
A curatela das pessoas designadas no artigo 1.767, do Código Civil, decorre de uma ação de interdição, 
regulada pelos artigos 1.177 a 1.185 do Código de Processo Civil, tratando-se de procedimento de 
jurisdição voluntária.
A curatela dos adultos incapazes abrange:
a) os que, por enfermidade mental ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para os 
atos da vida civil, por serem absolutamente incapazes;
b) os que, por outra causa duradoura, não puderem exprimir a sua vontade, como ocorre com as pessoas 
internadas em estado de coma;
c) os que, por deficiência mental, tiverem o discernimento reduzido, os ébrios habituais e os viciados em 
tóxicos;
d) os excepcionais sem completo desenvolvimento mental;
e) os pródigos, ou seja, aquele que dilacera seu patrimônio desvairadamente. 
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
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No Código de 1916, a curatela dos pródigos tinha a finalidade de proteger os interesses da sua família, pois 
só se admitia se promovida por cônjuge, ascendente ou descendente, no Código de 2002, tem a finalidade 
de proteger os interesses do próprio pródigo.
LIMITES À INTERDIÇÃO DE ALGUNS INCAPAZES: os limites da curatela variam de acordo com o nível de 
discernimento da pessoa e poderá ser: a) plena, se exercida na hipótese de incapacidade absoluta, ou b) 
limitada, se decorrente de incapacidade relativa. Assim temos que a curatela dos adultos relativamente 
incapazes será limitada quanto à direção da pessoa e/ou quanto à administração dos bens do curatelado, 
segundo o estado e o desenvolvimento mental do interdito. A curatela dos pródigos restringe-se à assistência 
nos atos que não sejam de mera administração dos bens, ou seja, nos atos de disposição ou oneração do 
patrimônio, como emprestar, transigir, dar quitação, alienar, hipotecar, demandar ou ser demandado; a 
curatela dos outros adultos relativamente incapazes também pode restringir-se a isso.
CURATELA DO NASCITURO: prevista no artigo 1.779, do Código Civil, essa hipótese de curatela deve ser 
exercida nos casos em que falecer o pai enquanto a mulher estiver grávida e que a mãe não tenha o exercício 
do poder familiar, ou não estiver em condições de exercê-lo, tem cabimento só quando o nascituro tenha de 
receber herança, legado ou doação.
CURATELA DO AUSENTE: tem como objetivo salvaguardar bens de pessoa que desaparece de seu 
domicílio sem deixar notícia e sem deixar representante ou procurador para administrar seu patrimônio.
CURATELA DO ENFERMO OU PORTADOR DE DEFICIÊNCIA FÍSICA: é inovação do Código de 2002, 
previsto no artigo 1.780. É instituída a requerimento do enfermo ou portador de deficiência física, ou ainda, 
a pedido de seus pais, de seu tutor, de seu cônjuge, de seu parente ou do Ministério Público, para administrar 
total ou parcialmente seus bens e negócios. Autores, como Álvaro Vilaça Azevedo, entendem que este artigo 
pode ser estendido aos idosos visto sua dificuldade em se deslocar a bancos, cartórios, repartições, etc.
EXERCÍCIO DA CURATELA: Não pode haver curatela senão a deferida pelo juiz mediante processo de 
interdição. A sentença produz efeitos desde logo, embora sujeita a recurso, que tem efeito apenas 
devolutivo. Após a prolação da sentença, nulos ou anuláveis serão os atos praticados pelo interdito 
conforme seja considerado absoluta ou relativamente incapaz, ou seja, conforme a gradação da interdição; 
os atos anteriores à sentença declaratória serão nulos ou anuláveis se se comprovar, em juízo, que sua 
incapacidade absoluta ou relativa já existia no momento da realização do negócio.
DIFERENÇAS ENTRE TUTELA E CURATELA: 
a) a tutela destina-se a menores; a curatela, em regra, a maiores, mas também pode ser destinada a 
nascituros e ausentes;
b) a tutela pode ser testamentária; a curatela é sempre judicial; 
c) a tutela abrange a direção da pessoa e a administração dos bens do menor; a curatela pode abranger 
apenas a administração dos bens, como no caso dos adultos relativamente incapazes.
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AUSÊNCIA
Instituto previsto nos artigos 22 e seguintes do Código Civil de 2002, temos que é ausente a pessoa que 
desaparece de seu domicílio sem deixar notícia e sem deixar representante ou procurador para administrar 
seus bens. Sendo declarado ausente pelo juiz, institui-se a sua curatela.
Dá-se por meio da morte presumida ou ficta, declarada por decisão judicial em virtude da ausência de 
cadáver. 
Pode ocorrer: a) sem decretação de ausência, se for extremamente provável a morte de quem estava em 
perigo de vida ou se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois 
anos após o término da guerra, inovação prevista no artigo 7º do Código de 2002); b) com decretação de 
ausência.
FASES DA AUSÊNCIA:
1) Curatela do ausente. O juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, mediante 
sentença declaratória da ausência, manda arrecadar os bens do ausente e nomeia curador para administrá-los.
2) Sucessão provisória. Um ano após a arrecadação dos bens do ausente, qualquer interessado ou o 
Ministério Público pode requerer que o juiz profira sentença de abertura da sucessão provisória. Após o 
trânsito em julgado dessa sentença, procede-se à abertura do testamento e o inventário e partilha dos bens 
do ausente. Os herdeiros presumidos serão sucessores provisórios e condicionais, devendo guardar os bens 
cuja posse tem, pois a propriedade é do desaparecido para devolvê-los ao ausente.
3) Sucessão definitiva. É requerida: a) após dez anos do trânsito em julgado da sentença de abertura da 
sucessão provisória; ou b) provando-se que o ausente conta com oitenta anos de idade e que as últimas 
notícias dele datam de cinco anos. Os sucessores deixam de ser provisórios e adquirem o domínio e a 
disposição dos bens recebidos, mas a propriedade é resolúvel até dez anos após a abertura da sucessão 
definitiva; se o ausente ou algum ascendente ou descendente seu aparecer nesse tempo, pode requerer os 
bens no estado em que estes se encontrarem, mas após os dez anos não mais terá direito a nada.
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
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