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Os coronavírus (Sars-CoV) são uma grande família de vírus que causam uma ampla variedade de doenças, desde um resfriado comum a doenças mais graves. Por exemplo: a Síndrome Respiratória do Oriente Médio [MERS] e a Síndrome Respiratória Aguda Grave [SARS]. Um novo coronavírus é uma nova cepa que não havia sido identificada anteriormente em seres humanos. A COVID-19 é uma doença infecciosa causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) e tem como principais sintomas febre, cansaço e tosse seca. Alguns pacientes podem apresentar dores, congestão nasal, dor de cabeça, conjuntivite, dor de garganta, diarreia, perda de paladar ou olfato, erupção cutânea na pele ou descoloração dos dedos das mãos ou dos pés. Esses sintomas geralmente são leves e começam gradualmente. Algumas pessoas são infectadas, mas apresentam apenas sintomas muito leves. A maioria das pessoas (cerca de 80%) se recupera da doença sem precisar de tratamento hospitalar. Uma em cada seis pessoas infectadas por COVID-19 fica gravemente doente e desenvolve dificuldade de respirar. As pessoas idosas e as que têm outras condições de saúde como pressão alta, problemas cardíacos e do pulmão, diabetes ou câncer, têm maior risco de ficarem gravemente doentes. No entanto, qualquer pessoa pode pegar a COVID-19 e ficar gravemente doente. Período de incubação: estimativas atuais do período de incubação do vírus variam de 1 a 12,5 dias (mediana de 5 a 6 dias), pode ser até 14 dias. Durante o período "pré sintomático", algumas pessoas infectadas podem transmitir o vírus, portanto, a transmissão pré sintomática ocorre antes do início dos sintomas. Em 31 de dezembro de 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) foi alertada sobre vários casos de pneumonia na cidade de Wuhan, província de Hubei, na República Popular da China. Tratava- se de uma nova cepa (tipo) de coronavírus que não havia sido identificada antes em seres humanos. Uma semana depois, em 7 de janeiro de 2020, as autoridades chinesas confirmaram que haviam identificado um novo tipo de coronavírus. Os coronavírus estão por toda parte. Eles são a segunda principal causa de resfriado comum (após rinovírus) e, até as últimas décadas, raramente causavam doenças mais graves em humanos do que o resfriado comum. Ao todo, sete coronavírus humanos (HCoVs) já foram identificados: HCoV-229E, HCoV-OC43, HCoV- NL63, HCoV-HKU1, SARS-COV (que causa síndrome respiratória aguda grave), MERS-COV (que causa síndrome respiratória do Oriente Médio) e o, mais recente, novo coronavírus (que no início foi temporariamente nomeado 2019-nCoV e, em 11 de fevereiro de 2020, recebeu o nome de SARS- CoV-2). Esse novo coronavírus é responsável por causar a doença COVID-19. Em 30 de janeiro de 2020, a OMS declarou que o surto do novo coronavírus constitui uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) – o mais alto nível de alerta da Organização, conforme previsto no Regulamento Sanitário Internacional. Essa decisão buscou aprimorar a coordenação, a cooperação e a solidariedade global para interromper a propagação do vírus. Essa decisão aprimora a coordenação, a cooperação e a solidariedade global para interromper a propagação do vírus. A ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), “um evento extraordinário que pode constituir um risco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma resposta internacional coordenada e imediata”. É a sexta vez na história que uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional é declarada. As outras foram: o 25 de abril de 2009: pandemia de H1N1 o 5 de maio de 2014: disseminação internacional de poliovírus o 8 agosto de 2014: surto de Ebola na África Ocidental o 1 de fevereiro de 2016: vírus Zika e aumento de casos de microcefalia e outras malformações congênitas o 18 maio de 2018: surto de ebola na República Democrática do Congo A responsabilidade de se determinar se um evento constitui uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional cabe ao diretor-geral da OMS e requer a convocação de um comitê de especialistas – chamado de Comitê de Emergências do RSI. Esse comitê dá um parecer ao diretor-geral sobre as medidas recomendadas a serem promulgadas em caráter emergencial. Essas Recomendações Temporárias incluem medidas de saúde a serem implementadas pelo Estado Parte onde ocorre a ESPII – ou por outros Estados Partes conforme a situação – para prevenir ou reduzir a propagação mundial de doenças e evitar interferências desnecessárias no comércio e tráfego internacional. Em 11 de março de 2020, a COVID-19 foi caracterizada pela OMS como uma pandemia. O termo “pandemia” se refere à distribuição geográfica de uma doença e não à sua gravidade. A designação reconhece que, no momento, existem surtos de COVID-19 em vários países e regiões do mundo. Os modos de transmissão do SARS-CoV-2, incluindo transmissão por contato, gotículas, aerossóis, fômites, fecal-oral, pelo sangue, de mãe para filho e de animal para humanos. A infecção com SARS-CoV-2 causa principalmente doença respiratória, que varia de doença leve a grave e óbito, e algumas pessoas infectadas pelo vírus nunca desenvolvem sintomas. o Transmissão por contato e gotículas o Transmissão por aerossóis o Transmissão por fômites (superfícies contaminadas) o Outros modos de transmissão CONTATO E GOTÍCULAS A transmissão do SARS-CoV-2 pode ocorrer através do contato direto, indireto ou próximo com pessoas infectadas através de secreções infectadas como saliva e secreções respiratórias ou de suas gotículas respiratórias, que são expelidas quando uma pessoa infectada tosse, espirra, fala ou canta. As gotículas respiratórias têm um diâmetro >5-10 μm, ao passo que as gotículas com um diâmetro. AEROSSÓIS A transmissão por aerossóis é definida como a disseminação de um agente infeccioso causada pela dispersão de núcleos de gotículas (aerossóis) que continuam infecciosos quando suspensos no ar por longas distâncias e tempo. A transmissão por aerossóis do SARS-CoV-2 pode ocorrer durante procedimentos médicos que geram aerossóis (“procedimentos que geram aerossóis”). A OMS, juntamente com a comunidade científica, tem discutido e avaliado ativamente se o SARS-CoV-2 também pode se disseminar através de aerossóis na ausência de procedimentos que geram aerossóis, especialmente em ambientes fechados e mal ventilados. A física do ar expirado e a física do fluxo geraram hipóteses sobre os possíveis mecanismos de transmissão do SARS-CoV-2 através de aerossóis. Essas teorias sugerem que 1) uma série de gotículas respiratórias gera aerossóis microscópicos (>5 MC) por evaporação e 2) a respiração e fala normal geram aerossóis expirados. Portanto, uma pessoa suscetível poderia inspirar aerossóis e poderia se infectar se os aerossóis contivessem o vírus em quantidade suficiente para causar infecção no receptor. No entanto, a proporção de núcleos de gotículas expiradas ou de gotículas respiratórias que evaporam gerando aerossóis, e a dose infecciosa de SARS-CoV-2 viável necessária para causar infecção em outra pessoa não são conhecidos, mas foram estudados para outros vírus respiratórios. FÔMITES As secreções respiratórias ou gotículas expelidas por indivíduos infectados podem contaminar superfícies e objetos, criando fômites (superfícies contaminadas). Vírus SARS-CoV-2 viável e/ou RNA do SARS-CoV-2 detectado por RT-PCR podem ser encontrados nessas superfícies por períodos que variam de horas a dias, dependendo do ambiente local (incluindo temperatura e umidade) e do tipo de superfície, especialmente em altas concentrações em unidades de saúde onde pacientes com COVID-19 estão sendo tratados. Portanto, a transmissão também pode ocorrer indiretamentequando uma pessoa toca superfícies no ambiente imediato ou em objetos contaminados com o vírus de uma pessoa infectada (por ex., estetoscópio ou termômetro) e em seguida toca a boca, nariz ou olhos. OUTROS MODOS O RNA do SARS-CoV-2 também foi detectado em outras amostras biológicas, incluindo sangue, urina e fezes de alguns pacientes. Um estudo encontrou SARS-CoV-2 viável na urina de um paciente. Três estudos fizeram cultura de SARS-CoV-2 a partir de amostras de fezes. Até o presente momento, contudo, não há relatos publicados de transmissão do SARS-CoV-2 por sangue, fezes ou urina. Atualmente, não há evidências de transmissão intrauterina de SARS-CoV-2 de gestantes infectadas para seus fetos, embora os dados sejam limitados. A OMS publicou recentemente um resumo científico sobre aleitamento materno e COVID-19. O resumo explica que fragmentos de RNA viral foram encontrados em testes por RT-PCR em algumas amostras de leite materno de mães infectadas pelo SARS-CoV-2, mas estudos que investigaram se o vírus poderia ser isolado não encontraram vírus viável. A transmissão do SARS-CoV-2 de mãe para filho necessitaria de vírus infeccioso e capaz de se replicar no leite materno e chegar até sítios-alvo no bebê e também teria que superar os sistemas de defesa do bebê. A OMS recomenda que as mães com suspeita ou confirmação de COVID-19 sejam encorajadas a iniciar ou continuar a amamentar. Saber quando uma pessoa infectada pode disseminar o SARS-CoV-2 é tão importante quanto a forma pela qual o vírus se dissemina. As evidências sugerem que o RNA do SARS-CoV-2 pode ser detectado em pessoas um a três dias antes do início dos sintomas, sendo que as cargas virais mais altas, medidas pelo RT-PCR, são observadas em torno do dia do início dos sintomas, seguido por uma queda gradual com o tempo. A duração da positividade no RT-PCR parece ser, de modo geral, de uma a duas semanas para os indivíduos assintomáticos, chegando a três semanas ou mais para pacientes com doença leve a moderada. Em pacientes com doença grave causada pelo vírus que causa a COVID-19, a duração pode ser bem maior. Entender como, quando e em que locais as pessoas infectadas transmitem o vírus é importante para o a elaboração e implementação de medidas de controle para interromper as cadeias de transmissão. Embora um grande número de estudos científicos esteja se tornando disponível, todos os estudos que investigam a transmissão devem ser interpretados considerando-se o contexto e os locais em que foram realizados, incluindo as intervenções de prevenção de infecções implementadas, o rigor dos métodos utilizados na investigação e as limitações e vieses do delineamento dos estudos. A melhor forma de prevenir a transmissão é através da identificação de casos suspeitos o mais rápido possível, da testagem e isolamento dos casos com infecção. A OMS recomenda um conjunto abrangente de medidas que incluem: Identificar os casos suspeitos o mais rápido possível, testar e isolar todos os casos (pessoas infectadas) em locais apropriados. Identificar e colocar em quarentena todos os contatos próximos de pessoas infectadas e testar os que desenvolverem sintomas para que possam ser isolados se estiverem infectados e precisarem de tratamento. Usar máscaras de tecido em situações específicas, por exemplo, em locais públicos onde há transmissão comunitária e onde outras medidas de prevenção, como o distanciamento físico, não são possíveis. Uso das precauções para contato e gotículas pelos profissionais da saúde que cuidam de pacientes com suspeita ou confirmação de COVID-19, e uso de precauções para aerossol quando procedimentos que geram aerossóis forem realizados. Uso contínuo de máscara cirúrgica pelos profissionais de saúde e cuidadores que trabalham em todas as áreas clínicas, em todas as atividades de rotina durante todo o turno. Praticar continuamente a higienização frequente das mãos, o distanciamento físico, quando possível, e a etiqueta respiratória; evitar locais com aglomeração de pessoas, locais onde haja contato próximo e espaços confinados ou fechados e mal ventilados; usar máscaras de tecido quando estiver em espaços fechados e com superlotação para proteger os outros; e garantir uma boa ventilação do ambiente em todos os locais fechados e limpeza e desinfecção adequada do ambiente. É fundamental que o hospital, a área de isolamento ou de quarentena tenham um programa de PCI (Prevenção e Controle de Infecção) composto de profissionais capacitados e que atuem exclusivamente no programa. A recomendação da OMS para a proporção de profissionais de PCI necessários para lidar com a carga de trabalho em uma unidade de saúde para pacientes graves é de um profissional de PCI em tempo integral (enfermeiro ou médico) para cada 100-250 leitos ou uma fração desse número, dependendo da demanda. No entanto, uma proporção maior deveria ser considerada para áreas dedicadas à atenção de casos com suspeita ou confirmação de COVID-19, considerando-se a gravidade da doença e a importância do cumprimento estrito das recomendações de PCI. A equipe de controle de infecção ou o ponto focal deve trabalhar diariamente e ter dedicação exclusiva a essa atividade. Essa equipe deve ter treinamento formal em PCI e epidemiologia hospitalar, incluindo aspectos clínicos, microbiológicos e prevenção de transmissão hospitalar do vírus que causa a COVID-19. Além disso, deve ter a autoridade para realizar as tarefas de PCI necessárias, além das atividades rotineiras programadas, e ter um orçamento que seja equilibrado com outras prioridades em saúde. Garantir uma proporção adequada paciente-pessoal. Onde for possível, uma equipe de profissionais da saúde deve ser designada para cuidar exclusivamente de casos suspeitos ou confirmados de COVID-19 para reduzir o risco de transmissão. Limitar o número de pessoas presentes no quarto a um mínimo absolutamente necessário para o cuidado e apoio do paciente. Ter diretrizes para a atenção de profissionais da saúde expostos à doença causada pelo novo coronavírus (COVID-19) em estabelecimentos de saúde e para o controle da exposição ocupacional ao vírus. Realizar busca ativa de casos de infecção respiratória aguda* potencialmente causada pelo vírus SARS- -CoV-2 entre os profissionais de saúde. Garantir que os profissionais da saúde entendam a importância de buscar atendimento médico imediato se notarem sinais ou sintomas que sugiram COVID-19. Monitorar o cumprimento, pelos profissionais da saúde, das precauções padrão com base nos mecanismos de transmissão da doença. Manter uma lista de todos os funcionários, seus deveres e turnos de trabalho. Fornecer termômetros e livros de registro aos funcionários que têm contato com o ambiente dos pacientes para que anotem sua temperatura. Acompanhar os funcionários que tenham faltas inexplicadas para certificar-se de seu estado de saúde. Manter um registro de qualquer exposição ocupacional sem proteção. Garantir que os procedimentos de limpeza e desinfecção do ambiente sejam seguidos de forma consistente e correta. Garantir uma separação de pelo menos um metro entre todos os pacientes. A separação espacial e a ventilação adequada podem ajudar a reduzir a disseminação de muitos patógenos nos estabelecimentos de saúde. Não ultrapassar a capacidade padrão de ocupação de leitos do estabelecimento de saúde. Elaborar normas para os serviços de limpeza adequados e ambiente higiênico nos estabelecimentos de saúde e sua aplicação recomendada. Garantir a disponibilidade de produtos para a higienização das mãos nos pontos de assistência. Aplicar as normas da OMS para qualidade da água potável, saneamento, e saúde ambiental nos estabelecimentos de saúde. Garantir a disponibilidade de água potável segura pelo menosdurante oito horas por dia. Certificar-se de que haja pias funcionando com produtos para a lavar e secar as mãos na entrada das áreas de atendimento e preparo de medicação. As unidades médicas e de saúde devem adaptar as recomendações internacionais a seu contexto particular e ter instrumentos de supervisão específicos. O cumprimento das normas de PCI na prática médica deve ser monitorado/auditado periodicamente e um feedback oportuno deve ser dado, de modo a prevenir e controlar a transmissão da COVID-19 e de outras doenças em unidades de saúde. São todos os elementos de uso individual utilizados para proteger o profissional do contato com agentes biológicos, químicos e físicos no ambiente de trabalho. Servem, também, para evitar a contaminação do material em experimento ou em produção. Desta forma, a utilização do Equipamento de Proteção Individual – EPI – torna-se obrigatória durante todo atendimento/procedimento, quer seja ele laboratorial ou ambulatorial. Os EPIs são considerados elementos de contenção primária ou barreiras primárias de proteção. São capazes de reduzir ou eliminar a exposição da equipe, de outras pessoas e do meio ambiente a agentes potencialmente perigosos. Na Covid – 19 os EPIs utilizados são: o Luva o Máscara o Protetores Oculares o Escudo Facial, Face Shield Ou Protetor Facial o Gorro o Sapato Fechado o Avental Impermeável Garantir o suprimento adequado de EPIs nos serviços de saúde, com as especificações recomendadas para cada atividade. Instalar sinalização na área de isolamento indicando como colocar e remover os EPIs. Capacitar os profissionais da saúde sobre o uso correto de EPIs.
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