Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
A prevenção de acidentes de trabalho no Brasil registra décadas de iniciativas sem sucesso. Em 1944 foi criada a primeira legislação estabelecendo a obrigatoriedade de formação das Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPA’s). A partir de 1970, o avanço da industrialização resultou no aumento do número de acidentes, que já era alto. Criou-se uma série de normas para enfrentar essa situação, dentre elas a obrigatoriedade das empresas maiores terem profissionais especializados (engenheiros, médicos e técnicos) na área de segurança e medicina do trabalho. Mas a quantidade de acidentes continuou a crescer, mesmo quando o ritmo da atividade econômica se reduziu. Em meados de 1975, o Brasil chegou a ter quase 10% dos seus trabalhadores acidentados. Esse quadro se mantém há quase meio século e, o que tudo indica é que, o modelo de prevenção paternalista não conseguiu reduzir os acidentes de trabalho no Brasil. O Mapa de risco surgiu na Itália no final da década de 60. No início da década de 70 o movimento sindical desenvolveu um modelo próprio de atuação na investigação e controle das condições de trabalho pelos próprios trabalhadores. O mapa de risco se disseminou por todo o mundo, chegando ao Brasil na década de 80. A Norma Regulamentadora nº 5 (NR 5) do Ministério do Trabalho determina que a CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), juntamente aos indivíduos expostos aos riscos e o SESMT (Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho), tem o dever de elaborar o documento em empresas, hospitais, clínicas e demais tipos de estabelecimentos. CIPA significa Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e tem em vista a prevenção de acidentes e doenças relacionadas no trabalho, busca harmonizar o trabalho e a prevenção da vida e saúde dos trabalhadores. A CIPA é composta por representantes do empregador e dos empregados, de acordo com o dimensionamento previsto, ressaltadas as alterações disciplinadas em atos normativos para setores econômicos específicos. A CIPA tem como objetivo à prevenção de acidentes e doenças ocupacionais, e auxiliar o SESMT – Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho. A diferença principal entre esses dois órgãos internos da empresa consiste no fato de que o SESMT é composto exclusivamente por profissionais especialistas em segurança e saúde no trabalho, enquanto a CIPA é uma comitê partidário constituída por empregados normalmente leigos em prevenção de acidentes. SESMT significa Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho. O seu objetivo é garantir um ambiente de trabalho mais seguro aos colaboradores, além de prevenir doenças ocupacionais. Foi criado em 1967 e, apesar de já existir uma lei relacionada aos acidentes de trabalho desde 1919, ainda não havia nada a respeito de doenças ocupacionais. Portanto, quem adquirisse alguma enfermidade em decorrência do trabalho, não possuía assistência alguma. Após inúmeras assembleias, reuniões e discussões, o SESMT foi criado para melhorar este serviço. Assim, todos os trabalhadores ficam protegidos também contra doenças ocupacionais. A última alteração no texto da nova lei foi feita em 1990. De acordo com a NR4, devem fazer parte do SESMT os seguintes profissionais: o Médico do Trabalho: pós-graduado em Medicina do Trabalho, ou que porte o certificado de residência médica que tenha relação com saúde ocupacional; o Engenheiro de Segurança do Trabalho: pós-graduado na área; o Enfermeiro do Trabalho: pós-graduado em Enfermagem do Trabalho; o Técnico em Segurança do Trabalho: com formação técnica e registro no Ministério do Trabalho; o Auxiliar de Enfermagem do Trabalho: com certificado de qualificação reconhecido pelo Ministério da Educação, proveniente de instituições habilitadas. A elaboração do Mapa de Riscos faz com que a empresa reúna informações importantes, uma vez que, funciona como um diagnóstico da situação atual de segurança e saúde no ambiente de trabalho. Da mesma forma estimula a troca e divulgação de informações entre os trabalhadores, a CIPA e o SESMT. Em outras palavras, o mapa de riscos tem como função: o Estimular Análise de Risco do Trabalho (ART) o Incentivar a participação de todos nas atividades de prevenção o Divulgar e alertar quanto aos riscos existentes em cada ambiente de trabalho. A elaboração do Mapa de Riscos tem como ponto inicial a Análise de Risco. A partir da Análise de Riscos, não apenas se identifica os riscos existentes, como também se define os diferentes níveis de riscos. Para definir os níveis de riscos são confrontadas as probabilidades e as consequências dos possíveis danos. A Análise de riscos é de suma importância para a segurança do trabalho. Conforme a NR1 é de responsabilidade do empregador elaborar as ordens de serviços, por meio do qual os trabalhadores devem tomar ciência dos riscos em suas atividades. É importante que o gestor siga determinadas etapas na elaboração do mapa de risco hospitalar. Etapas essas que foram desenvolvidas pela Portaria Federal 25/1994, são elas: 1. Análise do ambiente de trabalho 2. Identificação dos riscos existentes na instituição, de acordo com a classificação de segurança do trabalho ANÁLISE DO AMBIENTE DE TRABALHO Nesta etapa devem ser discriminadas as informações que constituem a organização em questão, tais como: Os trabalhadores: número, sexo, idade, treinamento profissionais e de segurança e saúde, jornada; Os instrumentos e materiais de trabalho; As atividades exercidas; O ambiente IDENTIFICAÇÃO DOS RISCOS EXISTENTES NA INSTITUIÇÃO, DE ACORDO COM A CLASSIFICAÇÃO DE SEGURANÇA DO TRABALHO Esses riscos são divididos em 5 grupos distintos, de acordo com sua natureza, sendo eles: Físicos Químicos Biológicos Ergonômicos Riscos de acidentes Durante a elaboração do mapa de risco hospitalar deverão ser utilizado círculos como código para identificação do nível de risco exposto. Estes círculos devem ter tamanhos distintos, onde eles irão aumentando de acordo com a elevação dos riscos, podendo ser leve, moderado e elevado. Pode ser responsável pelo desenvolvimento do mapa de risco hospitalar: a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), com a colaboração de profissionais da Saúde Ocupacional e Segurança do Trabalho (SOS). Após o reconhecimento dos riscos existentes no ambiente, deve ser feita a identificação de possíveis medidas preventivas para aplicação. Assim como análise das medidas já existentes, como por exemplo: o Medidas de proteção coletiva o Medidas de organização do trabalho o Medidas de proteção individual o Medidas de higiene e conforto: banheiro, lavatórios, vestiários, armários, bebedouro, refeitório, área de lazer Identificação dos indicadores de saúde já existentes. Ou seja, deve ser feito uma análise do histórico de casos no ambiente de trabalho, para isso será analisado questões como: o Queixas mais frequentes entre os trabalhadores expostos aos mesmos riscos; o Acidentes de trabalho ocorridos; o Doenças profissionais diagnosticadas. O mapa de risco hospitalar deve ser feito sobre o layout da empresa, com o devido código em círculo que irá indicar o grau de risco no ambiente. o Lembrando que aqui deve ser utilizado o sistema de cores para facilitar a identificação da natureza do risco presente no local. Ou seja, essa informação deve estar clara em cada ambiente da unidade hospitalar. Após discutido e aprovado pela CIPA, o Mapa de Riscos, completo ou setorial, deverá ser afixado em cada local analisado, de forma claramente visível e de fácil acesso para os trabalhadores. O principal objetivo desse instrumento é a minimização dos acidentes no ambiente de trabalho. Além disso,ações preventivas são fundamentais para evitar transtornos futuros que poderiam gerar má visibilidade para a instituição, assim como custos consideráveis de reparação de danos.
Compartilhar