Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ÁGUA SUBTERRÂNEA Mestranda Aline Riccioni de Melos UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Geomorfologia aplica à engenharia Introdução Uso da água subterrânea Figura 1 – Evolução do consumo de água subterrânea. Fonte: UNESCO, 2005. Efeitos da sobre-explotação do aquífero: aumento dos custos de bombeamento pela diminuição do rendimento de poços; infiltração de água subterrânea de baixa qualidade, ou até contaminada, advinda de outras unidades aqüíferas; drenagem de rios e outros corpos de água superficial, pelo rebaixamento do nível hidráulico do aqüífero; indução de fluxos laterais de água salina da costa marítima (intrusão salina); subsidência do terreno, resultando em problemas de estabilidade e danos de edificações e redes de esgoto. Subsidência Subsidência: fenômeno de rebaixamento da superfície do terreno devido a alterações ocorridas nas camadas subterrâneas, ou seja, redução do nível do terreno devido à remoção de suporte subterrâneo (CABRAL et. al., 2006); Causas: hidrocompactação: dissolução de rochas e sais; extração de água subterrânea; extração de petróleo ou gás; e atividade mineira. Aqüíferos sedimentares Figura 2 – Aqüífero sedimentar não-confinado: (a) antes do bombeamento; (b) após o bombeamento. Fonte: CABRAL et. al, 2006. Figura 3 –Aquífero sedimentar confinado: (a) antes do bombeamento; (b) após o bombeamento. Fonte:CABRAL et, al, 2006. Aqüíferos cársticos: Figura 4 – Aqüífero cárstic: (a) início do bombeamento; (b) rebaixamento excessivo do nível d’água; (c) desmoronamento. Fonte: CABRAL et. al, 2006. Casos de subsidência: Jakarta: sobreposição dos cones de nível piezométrico e as subsidências (ABIDIN et al, 2001); EUA: ampla utilização da água subterrânea – subsidência (30 cm – 8,84m); Itália: Veneza, Bologna e Ravena; Holanda; e Vale do Pó – Grécia (agricultura). Tabela 1 – Valores de subsidência registrados em vários países do mundo. Fonte: CABRAL et. al, 2006. Cidade do México: Até meados do séc XIX: nascentes; 1850-1920: água subterrânea - encolhimento de lagos, e destruição de nascentes; Século XX: subsidência de 5cm/ano; Abastecimento – 70%; Retiradas = 51,35 m³/s x recarga = 30m³/s; Sugestões: uso da água do escoamento superficial para consumo; aumentar a capacidade do tratamento de água; renovação da rede de distribuição de água; reinjeção de água tratada; e possível explotação de aqüíferos profundo de escala regional. Figura 5- 1910 e 1995. Fonte: http://porhi.wikispaces.com/Superexploração+de+aqüífero. Vale de Santa Clara, Califórnia: Sugestão: bombeamento em pulsos. Figura 6 – Relação de subsidência e altura do nível freático. Fonte: POLAND and IRELAND (1988 apud WILSON, et. al., 1996). Casos de subsidência no Brasil: Aqüíferos cársticos; Explotação excessiva do aqüífero; Sete Lagoas –MG em 1988; Cajamar –SP em 1986; Mairinque – SP em 1981; Almirante Tamandaré – PR. Intrusão Salina Movimento da água salgada para dentro da aqüíferos de água doce, podendo ser causada pelo bombeamento de poços na costa ou por construção de canais de navegação, etc. Figura 7 – Exemplo do efeito de bombeamento na intrusão salina. Fonte: http://pubs.usgs.gov/circ/2003/circ1262/#heading152526608. Badon-Ghijben e Herzberg: Figura 8 – Exemplo esquemático da função de Ghyben-Herzberg. Fonte: http://pubs.usgs.gov/circ/2003/circ1262/ Fonte: http://www.igrac.net/ Casos de intrusão salina: Algarve, Portugal: Água subterrânea: 62% do consumo; 20000 captações. Aqüífero do rio Vélez, Espanha: Clima mediterrâneo: 600mm/ano; Redução recarga: barragem (1990) e secas (1993 e 1995); Aumento captação subterrânea; Intrusão salina – altos valores de condutividade; 1997: chuvas + diminuição captações = redução da intrusão salina. Ilha de Maiorca, Espanha: Clima semi-árido + bombeamentos. Casos de intrusão salina no Brasil: Nordeste – aqüíferos costeiros; Fortaleza (SILVA et.al. 2006) : Crescimento populacional anos 50 – explotação água subterrânea; Excesso de bombeamento: salinização das águas / deslocamento da cunha salina. Maceió (NOBRE & NOBRE, 2001): Diminuição da recarga e aumento da explotação – urbanização. Figura 9 – Processo esquemático da intrusão salina em Maceió- AL. Fonte: Nobre & Nobre (2001). Origem doméstica Poluição Figura 10 – Poluição de aquífero: origem doméstica. Fonte: http://www.daebauru.com.br/site2006/material/cap_subterranea.htm Origem industrial Figura 11 – Poluição de aquífero: origem industrial. Fonte: http://www.daebauru.com.br/site2006/material/cap_subterranea.htm Origem agrícola Figura 12 – Poluição de aquífero: origem agrícola. Fonte: http://www.daebauru.com.br/site2006/material/cap_subterranea.htm Conclusão Extensão mundial; Brasil: necessidade de mais estudos sobre o processo e intervenção estatal na gestão dos recursos hídricos subterrâneos. Europa: resultados de intervenções feitas na década de 90. Bibliografia ABIDIN, H.Z.; DJAJA, R.; DARMAWAN, D.; HADI, S.; AKBAR, A.; RAJIYOWIRYONO, H.; SUDBYO, Y.; MEILANO, I.; KASUMA, M.A.; KAHAR, J.; SUBARYA, C. (2001) “Land subsidence of Jakarta (Indonésia) and its geodetic monitoring system”. Natural Hazards, 23: 365-387. BARLOW, P.M. (2003) “Ground Water in Freshwater-Saltwater Environments of the Atlantic Coast”. In: http://pubs.usgs.gov/circ/2003/circ1262/ acessado em 05/08/2010 BENAVENTE, J.; MABROUKI, K.; HIMI, M.; GARCIA-ARÓSTEGUI, J.L.; CALABRÉS, C.; CASAS, A. (2005) “Uso de técnicas geofísicas para caracterizar la extrusión de água salina em um acuífero costero mediterrâneo bicapa (Rio Vélez, província de Málaga)”. GEOGACETA, 37: 127-130. BIRKLE, P.; RODRÍGUEZ, V.T.; PARTIDA, E.G. (1998) “The water balance for the Basin of the Valley of Mexico and implications for future water consumption”. Hydrogeology Journal, 6: 500-517. CABRAL, J.J.S.P.; SANTOS, S.M.; PONTES FILHO, I.D.S. (2006) “Bombeamento intensivo de água subterrânea e riscos de subsidência do solo”. Revista brasileira de recursos hídricos, 11 (3): 147-157. GONZÁLEZ-MORÁN, T.; RODRÍGUEZ, R.; CORTES, S.A. (1999) “The basin of México and its metropolitan area: water abstraction and related environmenral problems”. Journal of south American earth sciences, 12: 607-613. IANNETTA, M. & COLONNA, N. “Salinização”. In: Land care in desertification affected areas from science towards application. Série B, n. 3. http://geografia.fcsh.unl.pt/lucinda/default_pt.html acessado 05/08/2010. LÓPEZ-GARCÍA, J.M.; RUÍZ, R.M.M. (2003) “La intrusión marina em los acuíferos de La isla de Mallorca”. Tecnoligía de La intrusión de água de mar em acuíferos costeros: países mediterrâneos, 383-392. MONTEIRO, J.P.; RIBEIRO, L.; MARTINS, R.; MARTINS, J.; BENTO, L. (2006) “Monitorização e modelação dos aqüíferos costeiros do Algarve”. In: VII Congresso Nacional de Geologia, Portugal. NOBRE, M.M.M. & NOBRE, R.C.M. (2001) “Caracterização hidrogeológica para o uso racional e proteção dos mananciais subterrâneos em Maceió – AL”. Revista brasileira de recursos hídricos, 6 (1): 7-20. SILVA, B.T.A. & GOMES, C.C. (2006) “Intrusão marinha em poços de explotação de água subterrânea, na Beira- mar de Fortaleza – Ceará”. In: XVII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos, São Paulo. STRUCKMEIER, W.; RUBIN, Y.; JONES, J.A.A. “Groundwater – reservoir for a thirsty planet?” In: www.yearofplanetearth.org acessado 05/08/2010. WILSON, A.M.; CORELICK, S. (1996) “The effects of pulsed pumping on land subsidence in the Santa Clara Valley, California”. Journal of hydrology, 174: 375-396. http://www.infoescola.com/hidrografia/aquifero/ acessado em 10/07/2010 http://www.igrac.net/ acessado em 10/08/2010
Compartilhar