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CLINICA E CONSERVACAO DE ANIMAIS SILVESTRES

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Clínica de Silvestres											18/02/2019
Contenção das espécies								
Princípios da contenção:
- cada espécie tem uma forma de contenção diferente
- seguir intuição, não deve machucar o animal e nem se machucar; para isso, precisa entender qual a forma de defesa daquele animal, pois é dessa forma que ele tentará atacar (ex.: arara se defende bicando, portanto, a primeira parte a imobilizar é a cabeça, e a segunda parte são as patas; águia se defende com as garras, essa deve ser a primeira parte a ser contida, geralmente não ataca com o bico, portanto, a contenção na cabeça pode ser mais “leve”; jaguatirica se defende mordendo, portanto, primeiramente imobiliza a cabeça e depois imobiliza as patas/garras; tamanduá não se defende com a boca, mas sim com as garras, portanto, nesse caso é essa parte que precisa estar contida)
- é necessário ter uma equipe bem treinada (se não tem equipe bem treinada, deve se adaptar, pode ser necessário fazer sedação do animal nesse caso)
- não fazer contenção prolongada, além do tempo realmente necessário para o procedimento (ex.: fez uma projeção do raio x, enquanto vai avaliar se é necessária outra, não ficar com o animal contido, pode ser muito tempo para ele e acabar machucando; na segunda vez que for pegar vai ser mais difícil, na terceira mais ainda, etc); só retira o animal da gaiola/da caixa depois de anamnese, depois de formar as possibilidades diagnósticas, para saber quais exames serão realizados; deve também deixar tudo preparado para realização dos exames antes de conter o animal, deixar todo o material necessário separado
- cuidado com animais dispneicos, pode ser necessário fornecer oxigênio antes e/ou durante a contenção e procedimentos (reduz chance de vir a óbito durante a contenção em mais de 50%)
- cuidado com animais debilitados; se o animal estiver em um estado muito ruim, não estiver conseguindo respirar bem, não fazer a contenção/procedimentos, pode ser necessário estabilizar o animal antes
- não ter medo; saber qual dor o animal pode causar para que não tenha reflexo de soltar/apertar/machucar o animal caso ele morda/bique (se o animal morder/bicar, não soltá-lo!! Ainda que o ambiente pareça ser controlado, eventos inesperados podem acontecer e o animal pode fugir)
- precisa ter firmeza e delicadeza durante a contenção, mas nunca deve usar força, geralmente os animais silvestres são muito pequenos, delicados, tem que dosar bem a força para não machucar o animal
Tutores de pets convencionais são mais “chatos”; geralmente são inseguros, já que nem todo profissional é realmente competente para tratar de animais silvestres, ele pode ter se deparado com muitos profissionais ruins antes de chegar até você; além disso, normalmente os animais silvestres se estressam mais durante a consulta veterinária, portanto o tutor fica mais apreensivo naquele momento; tem empatia com o tutor para que seja feito atendimento adequado; deixar o tutor apresentar qual a queixa principal ao início da consulta
Para retirar um papagaio da gaiola: utilizar luvas raspa de couro, segurar com uma mão no pescoço para conter a cabeça e com a outra mão segura as patas e asas e retira da gaiola; depois retira as luvas e segura com uma mão na lateral da cabeça/nas buchechas e um dedo sobre a cabeça (cuidado com os olhos do animal); se não tiver luvas, usar uma toalha grande dobrada no meio, cobre a mão e enrola o papagaio na toalha para tirar da gaiola, e depois arruma na mão para conter sem as luvas conforme descrito acima.
Normalmente as gaiolas são pequenas, pode ser necessário retirar o fundo da gaiola para facilitar a retirada do animal; se o fundo da gaiola não sair, pode ser necessário que o tutor retire da gaiola e coloque no canto da sala, no chão, para fazer a contenção a partir dali
Para retirar um gavião/águia da gaiola: utilizar luvas e pegar primeiro as patas, protegendo das garras; normalmente não ataca com o bico, pode segurar mais leve
Anseriformes (aves aquáticas) – patos, gansos, etc; a bicada não dói muito, mas são aves mais agressivas, vão para cima, não pode ter medo; conter primeiramente as asas e patas e depois a cabeça, mas a contenção na cabeça não precisa ser muito firme; se for na propriedade do tutor, pode necessitar de uma rede para auxiliar a pegar o animal; nível de estresse do animal é médio (ele se estressa, mas a probabilidade de morrer/ter uma parada durante a contenção é baixa)
Psitacídeos (arara, papagaio, cacatua) – geralmente muito agressivos na defesa, mas cada espécie tem características diferentes (cacatua, ararajuba, normalmente muito mansos, bem acostumados ao contato com o humano, nesses a contenção é bem mais simples/fácil); nível de estresse de médio a elevado, depende da espécie e do indivíduo/de como é criado;
Obs.: dois erros na conteção ao lado - dedo nos olhos do animal (perda de sensibilidade com as luvas) e as asas não estão contidas
Rapinantes – a agressividade depende se é ave de vida livre ou de cativeiro; nível de estresse médio, e depende se é animal de vida livre (estresse será maior) ou animal de cativeiro (geralmente colocando o capuz na cabeça ele fica calma)
Passerifirmes (aves que cantam – canário, bicudo, trinca ferro) – aves pequenas que se defendem com o bico, geralmente são pouco agressivos e a bicada geralmente não dói; estresse elevado, esses animais correm risco de morrer na contenção/procedimento; normalmente não há grande interação entre o animal e o tutor, ele estranha mais a consulta; são muito pequenos, quando contidos podem não conseguir fazer troca de calor e superaquecem; quando causa estresse em uma ave que canta, ela pode parar de cantar (por esse motivo tem que avisar o tutor que será necessário realizar o procedimento, para que ele decida se quer correr o risco; se o tutor falar que não permite a contenção/a realização dos procedimentos, não será possível realizar diagnóstico, ele deve ficar ciente dos riscos, assinar um termo atestando que está ciente dos riscos, e nesse caso o tratamento será geral, poderá não ser efetivo)
Obs.: caso de emergência, necessário fazer procedimento no animal e ele morre: manter ficha clínica com todos os dados/exames para comprovação dos fatos
Struthioniformes (ema, avestruz) – se defende com coices, tem agressividade média a elevada e nível de estresse médio a elevado; pode ser necessária contenção química para procedimentos mais complexos (ex.: coleta de sangue, sutura, etc); se o animal for manso, pode fazer procedimentos mais simples com o uso do capuz (auscultação por exemplo); se o proprietário não concordar com a sedação par procedimentos mais complexos, não deve fazê-los para não se colocar em risco, nesse caso paga apenas a consulta
Galliformes (galinha, faisão, etc) – a defesa é a fuga, tem pouca agressividade e nível de estresse baixo; normalmente quando vem na clínica, é um animal pet que já está acostumado com o contato, e a contenção é leve (pode não ser necessária); se for em uma propriedade o animal pode não estar tão acostumado e a contenção pode ser necessária, contenção pelas asas
Ferret/furão – não é agressivo normalmente, mas é agitado; pegar pela pele (que nem gato) sem apoiar, pode apoiar as patas em animais mais pesados; se for muito agitado/animal cardíaco, pode ser necessária contenção química
Porquinho da índia – normalmente não é agressivo; pegar embaixo das patas (animal pequeno, patas curtas, boca pequena, não é difícil); é um animal estressado, normalmente reclama bastante/grita durante o exame, deve sempre ir falando passo a passo para o tutor o que está fazendo; se o tutor ficar impressionado com os gritos do animal, pode dar a opção para ele aguardar fora da sala; baixo risco do animal morrer durante a contenção/procedimento, mas por ser estressado pode acontecer
 Râmster – normalmente é um animal mais agressivo, deve conter puxando a pele do pescoço até a boca fazer um “sorriso”, o que significa que a pele está bem esticada (não puxar tanto a ponto que o olho saia para fora), portanto, o animal está bem contidoRato – normalmente é menos agressivo, contenção simples, mas como são maleáveis, para fazer a coleta a contenção deve ser mais firme
Observar durante a contenção:
- respiração (está respirando? Frequências muito alteradas? Em caso positivo, soltar o animal, ver como reage e pega de novo); deve observar a respiração com muita atenção, nem sempre é fácil de ver que o animal não está respirando
- reação ao ambiente (o animal deve reagir ao toque, se não reagir é porque o estresse está muito elevado, nesse caso solta o animal e coloca no oxigênio)
- deve observar o animal o tempo todo para ter certeza que o animal está bem, e a pessoa que está fazendo a contenção é que precisa ficar de olho no animal para garantir que está tudo bem com ele
- se está com bico aberto ficar atento (pode estar tentando bicar algo, mas pode estar com dificuldade de respirar)
- coloração de mucosas (mais para mamíferos, mas algumas aves também, por exemplo em galos, observar coloração da crista e da barbela)
- animal com dispneia é sempre um risco alto, já que o fluxo de oxigênio já está prejudicado
O tutor deve sempre estar ciente dos riscos da contenção, o ideal é que o tutor assine um termo que confirme que ele está ciente dos riscos.
Aves
- vieram da evolução do dinossauro, a principal diferença com relação aos mamíferos é que ela têm penas (aves se parecem mais com répteis do que com mamíferos)
- as penas são muito importantes para as aves
- raramente o tutor vai para o consultório com a queixa de que o animal está magro ou gordo; para ver se o animal está magro, deve separar as penas da região do tórax, observar o esterno (formato de quila) e palpar nas laterais dele a musculatura para saber o escore corporal da ave; se estiver muito pontudo, o animal está magro, se não sentir o osso, o animal está acima do peso
- apenas observando o peso do animal não é possível avaliar o escore de condição corporal (ele pode estar com ascite, por exemplo, que fará ele pesar mais por conta do líquido na cavidade abdominal, mas pode estar magro); geralmente são animais bem pequenos, algumas gramas fazem diferença; avaliar em conjunto os dados do peso com os da palpação
a) penas de contorno são as que contornam o animal, não são muito grosseiras e nem muito macias, têm o cálamo (“cabo”); uma das suas principais funções é manter a temperatura do animal
b) plumas são penas macias, nos filhotes as primeiras penas que crescem são essas, depois desenvolvem as penas mais complexas; os adultos têm plumas por baixo das penas de contorno, e também têm função de manutenção de temperatura; no animal adulto não é normal conseguir ver as plumas, se elas estão visíveis, o animal pode estar se automutilando ou estar com queda de penas
c) penas primárias, são aquelas utilizadas para vôo, são grandes, permitem que o animal faça o empuxo e voe; são divididas entre rémiges (penas primárias das asas) e rectrizes (penas primárias da cauda); são penas maiores e mais complexas e por isso precisam de fluxo sanguíneo maior, são irrigadas quando em fase de crescimento; crescem a partir do periósteo (última camada do osso), por isso dependendo de como mexe nessas penas, o animal sente dor (o animal não sente dor quando são cortadas, mas sente muita dor quando são arrancadas) as penas com canhão branco chegaram ao final da sua fase de crescimento, não crescem mais a partir disso, não são mais irrigadas; em média após 1 ano essa pena irá cair (é o período de muda, e varia de acordo com a espécie)
- se a pena estiver em fase de crescimento, haverá sangue no interior do canhão; se ao cortar as penas, pegar por engano nessa parte e sangrar, o animal ainda não sente dor, mas pode ser perigoso por conta da hemorragia, o sangramento deve ser contido (pode ocorrer ainda do animal bater a asa e fazer uma “fratura” de pena, se o sangramento não for controlado, ele pode morrer por conta disso, pela hemorragia e pelo risco de contaminação, já que o canhão está ligado diretamente ao periósteo) 
- depois de feito o corte, a asa demora em média 1 ano para crescer novamente (ou até a próxima muda, depende da espécie)
- ex.: cliente quer levar papagaio idoso para fazer apenas toilete (corte de unhas e asas), o correto é cobrar consulta pelo menos na primeira vez, já que não conhece nada sobre esse animal, ele pode ter algum problema de saúde e morrer durante a contenção para o corte se não fizer uma anamnese básica e exame físico básico; se for um animal que já frequenta sua clínica com frequência, não é necessário cobrar sempre a consulta
- em algumas espécies, as penas servem ainda para dimorfismo sexual, e nestas espécies, pela coloração da pena, diferencia-se macho de fêmea (ex.: pavão); nos papagaios por exemplo não há diferença na coloração das penas, para saber se é macho ou fêmea deve fazer DNA (1 gota de sangue ou 5 a 8 penas arrancadas do peito); pode saber o sexo pelo comportamento de algumas espécies, mas não todas
Corte de Asa
- deve saber como é o ambiente onde esse animal vive (ex.: papagaio que mora na casa do tutor, onde existem mais 3 gatos, talvez não deva cortar a asa dele, pois se ele estiver no chão um dia e um gato tentar ataca-lo, ele não conseguirá fugir)
- não tem jeito errado de cortar as penas das asas, mas deve tentar fazer de maneira estética e de maneira que o animal não se machuque
- o objetivo é que o animal consiga planar mesmo após o corte das penas das asas
- pular as 3 penas primárias iniciais, contar 9 e cortá-las, uma por uma, soltar o animal e ver se ainda consegue voar, se sim, fazer a mesma coisa na outra asa; se ainda conseguir voar, vai cortando mais uma pena de cada uma das asas até que não voe; em alguns animais é necessário cortar todas as penas primárias (nos pequenos geralmente, os animais maiores geralmente não conseguem voar mesmo com poucas penas cortadas)
- cortar as penas na parte de cima (na linha vermelha), de maneira que o corte fique protegido pelas penas que estão em cima, quando fechar a asa parece que está inteira
- se tiver uma pena ainda em fase de crescimento (pena de sangue) na “linha de corte”, deve pulá-la e deixar mais uma do lado sem cortar para protege-la, e se for necessário corta mais penas além das 9 para compensar; 
Ex.: gavião de vida livre capturado pela polícia ambiental, penas destroçadas, se ele tiver acabado de trocá-las, vai demorar 1 ano para soltar esse animal; nesse caso, pode anestesias o animal e arrancar as penas para que dentro de 3 semanas ele possa ser solto
Implante de penas
- muito utilizado em animais de rapina que participam de temporadas de caça que sofrem fratura em penas (se arrancar essa pena que foi fraturada, há o risco dela não nascer mais por conta de lesão no bulbo/na base da pena); nesses animais, utiliza-se o implante de penas
- existe um banco de penas (animais que estão em fase de muda ficam em um aviário e uma pessoa vai recolhendo essas penas e separa por ordem da asa/causa)
- o animal que receberá o implante será sedado, é selecionada a pena que será implantada; a pena fraturada é cortada deixando um pedaço do canhão, que é grosso e oco, onde será colocada cola (araudite ou superbonder) e um pedaço de madeira/palito; a pena que será implantada é encaixada no palito, e para finalizar é feita uma tala que será colada na lateral da pena, que é lixada depois para não ficar desnivelado (isso impede que o animal consiga retirar a pena implantada com o bico depois)
- o implante pode ser utilizado também para identificar animais de soltura que estão sendo monitorados (ex.: colocar uma pena vermelha na cauda de um animal de penas azuis, facilita a visualização)
Mudas
- cada animal terá um tempo de muda diferente; além das diferenças entre as espécies, existe o tempo de muda do indivíduo; saber o comportamento e a biologia de cada espécie indica mais ou menos como funciona a muda
- os pinguins não voam e têm penas, neles o objetivo principal das penas é aquecimento e isolamento, e as penas são impermeáveis, sem as penas eles não podem entrar na água, o que dificulta que elesconsigam alimento, portanto neles a muda será curta, no máximo de 1 a 2 semanas
- aves migratórias não vão fazer muda durante a viagem, a muda ocorrerá antes para começar a viagem com as penas novas, a muda dura em torno de 1 mês, durante a preparação da ave para a migração
- nas aves de rapina a perda de 1 única pena interfere na caça, portanto a muda não pode ser longa, dura aproximadamente um mês
- papagaio brasileiro que mora na Amazônia, alimenta-se de frutos/sementes, não precisa de precisão para voar e nem para comer, a muda das penas pode demorar até 6 meses para ser completa, vai mudando 1 par de penas das asas a cada semana
Ex.: ave que tem problema nas penas vai no consultório, o veterinário muda todo o manejo alimentar, prescreve vitaminas, etc; ele deve deixar claro para o proprietário que as mudanças serão vistas nas penas apenas quando o animal fizer a muda
CLÍNICA DE SILVESTRES – 03.03
ANATOMIA DE AVES
· PENAS
Se jogar água em uma ave, a água não passará pois as penas se tornam impermeáveis; as glândulas uropigeanas irão garantir que as penas se tornem impermeáveis; elas podem ser maior em algumas espécies e menores em outras, depende de onde a ave vive, por exemplo, se ela for uma ave aquática ela vai ser mais evidente do que a de uma ave de clima tropical. 
Olhando as penas de um animal consigo direcionar quais os problemas, por exemplo: calopsita apática, sem comer e arrepiada; a professora pediu foto para o tutor e percebeu que a calopsita estava passando por uma muda intensa porque os canhões estavam muito expostos e isso provocou uma febre de muda no animal (eles estava com uma dor muito intensa então ficava mais paradinho; dar aas ou dipirona já resolveria). 
Nas penas podemos notar presença de ectoparasitas (pontinhos pretos nas penas); pode ser que o animal tenha auto mutilação, prurido, anemia, etc; o exame laboratorial é feito no microscópio (cortar um pedaço da pena ou arranhar uma que esteja solta no peito)
Podemos encontrar também lesões por estresse. Quando as penas estão crescendo elas são irrigadas e se nesse momento o animal passar por um estresse muito grande ou sofrer uma deficiência nutricional, podemos ver umas linhas nas penas; nesse caso eu forneço uma papinha de maior qualidade ara o animal e só vou notar a melhora nas penas na próxima troca (+- 1 ano). 
Apteria: equivalente a alopecia. Podem ser áreas focais ou gerais, por causa de auto mutilação, fungos, bactérias, etc. 
 Nesse caso não é auto mutilação porque o corpo todo está sem as penas, principalmente a cabeça, onde ela não alcança; o que pode ter acontecido é o companheiro ter arrancado ou alguma doença então vou avaliar a pele e ver se está tudo normal (cheiro, coloração, textura), se caiu tudo de uma vez ou aos poucos. Outro caso (foto de uma ave com os ouvidos aptéricos e crescimento de penas com coloração e formato diferente do normal) pode ser uma doença viral ou nutricional. 
· PELE
A pele das aves é muito fina e delicada então devemos tomar muito cuidado quando tiver alguma lesão porque facilmente terá osso exposto; cuidado ao fazer aplicação subcutânea. Nas aves podemos fazer na asa – propatagium (área de triângulo entre úmero, rádio e ulna). Outra área que podemos utilizar também é na virilha (mais fácil); a pele é muito aderida então dificulta na hora de fazer subcutâneo porque não podemos fazer em grandes quantidades. (Dica: quando animal estiver muito lesado e eu estiver trabalhando sozinha consigo fazer no dorso do animal também). Quando estiver fazendo o subcutâneo eu vou aplicando a medicação até eu ver que o remédio está voltando pelo furinho da agulha; se eu forçar e colocar mais que isso pode acabar acontecendo uma necrose por compressão. Mesmo quando o animal chega em emergência eu posso fazer SC porque ele tem um metabolismo bem rápido (não é equivalente ao IV, mas funciona bem também – cerca de 15 minutos). 
Essa é a veia ulnar, onde eu posso fazer coleta de sangue. 
· OUVIDO 
As aves não têm orelha, apenas ouvido. É um buraco grande e que deve ser examinado principalmente no animal que sofreu algum tipo de trauma (bateu na parede ou vidro); porque o animal pode estar relativamente bem, mas quando examino o ouvido consigo ver que ele está com uma hemorragia. 
As alterações que vemos nos cachorros (cera, fungo) são muito raras nas aves. 
· OLHOS
Possuem algumas diferenças importantes. 
Os olhos são muito grandes e não conseguem se mexer muito, por isso as aves mexem muito a cabeça para os lados, assim, conseguem focar melhor e ter um maior campo de visão; ao redor do olho encontramos um osso que dificulta muito na hora da enucleação. 
Não produzem muita lágrima. 
Na base da pálpebra eles possuem a glândula de Harder que é um tecido linfoide e ajuda na proteção; um olho infeccionado eu consigo notar a glândula edemaciada, áreas de necrosa, coloração mais forte. 
Na base do nervo óptico e oculomotor tem um músculo estriado (aquele que temos controle) o que faz com que eles consigam dilatar e contrair a pupila por vontade própria; se um animal chega com midríase não quer dizer que ele tem alteração neurológica, se eu quiser ver reflexo de pupilo pela luz também não consigo ver. Para conseguir então ver a dilatação da pupila eu uso dois métodos: medicação intraocular (não é muito usada) e medicação injetável – são formas muito agressivas só para o exame. A contração e dilatação da pupila me ajuda a dizer como o animal está em relação ao ambiente; pode ser quando estão com raiva ou fazendo muito esforço, por exemplo falando. 
Aves têm a capacidade de enxergar a luz UV; possuem uma amplitude de 320 a 680, isso quer dizer que as aves têm capacidade de enxergar uma coloração que nós não somos capazes. Elas precisam de UV para enxergar direito, têm cones na retina eu fazem essa captação; se um animal fica trancado num lugar quem não tenha lâmpada UVA e UVB, pode causar um nível de estresse muito alto e até danos na visão. São lâmpadas aparentemente comuns para nós; liberam os raios até mais ou menos 6 meses e depois disso é preciso trocar a lâmpada. 
A amplitude da visão deles possibilita (se ele estivesse assistindo um filme) ver cada cena de um filme (exemplo da foto do big mc que fica no nosso subconsciente); se comprarmos lâmpadas que não tem dímeros, as aves verão como se fosse uma discoteca – acende e apaga – e causa automutilação e outros problemas. 
· CAVIDADE CELOMÁTICA 
Cavidade única (não possuem diafragma). Todos os órgãos estão dentro do mesmo lugar; têm pulmão rígido que não expandem com pressão negativa; por causa dessa cavidade os sinais clínicos são os mesmos de qualquer doença – apatia, anorexia, dispneia – se eu tenho uma hepatomegalia causada por lipidose hepática o fígado estará maior e pode comprimir o sist. Respiratório causando a dispneia; problema de tumor e não conseguir colocar ovo porque o tumor estará empurrando o ovo; tudo está interligado. As vezes o sinal clínico não está relacionado diretamente ao problema que o animal tem. 
CASO CLÍNICO 1 
Um proprietário veio em sua clínica com sua calopsita filhote, ainda sem penas, recebendo papinha no bico, apresentando com os seguintes sinais clínicos: - dispnéia - estertor em sacos aéreos - escore corporal baixo 
· Qual (s) regiões anatômicas estão envolvidas?
· 2- Qual característica anatômica das aves facilita a ocorrência deste problema?
· 3- Qual o possível diagnóstico?
Regiões anatômica envolvidas: sistema respiratório (traqueia, pulmões e sacos aéreos).
Característica anatômica que facilita o problema: falsa via que acontece porque aves não têm epiglote (bloqueio de líquidos na traqueia). 
Possível diagnóstico: pneumonia aspirativa, aerosacolite... **a professora deu um caso aberto**
· SISTEMA RESPIRATÓRIO
Narinas localizadas na base do bico (algumas espécies o sexo é identificado pelo bico – periquito australiano é azul em machos e rosado em fêmeas – cuidado na hora da contenção para não fechar a narina. 
Atenção para a epiglote ausente! Animal sem comer não pode forçar a alimentação; sempre calcularo volume em gotas e explicar bem detalhado para o tutor para ele não afogar o animal.
Sempre em pedido de manipulação é preciso deixar claro o volume desejado, por ex, medicamento X em Y volumes em 0,2/0,3. **para dar a medicação: seringa de 5ml, puxar primeiro o embolo para dar uma soltada, puxar a medicação e quando formar uma gotinha na ponta da seringa, encostar no bico do papagaio**
Os anéis traqueais cartilaginosos completos (usar sempre em anestesia a sonda endotraqueal sem o cuff); na base da traqueia tem a seringe, que é o órgão responsável pela vocalização – a seringe de um pombo é diferente da seringe da arara porque a capacidade de produzir som é muito diferente um do outro – importante saber que o som vem desse local porque se eu me deparo com animal com piado rouco, a suspeita anatômica é a seringe; animal que canta muito e com seringe bem desenvolvida no raio x aparece meio radiopaco. 
 
Traqueia Coana (localizada no palato duro) 
Animal rouco: prestar atenção na coana, traqueia e seringe. 
Alteração em seio nasal: consigo ver se tem acumulo de pus ao redor do olho e se eu abrir o bico e examinar a coana porque são interligadas; se eu tenho aumento de volume periocular e diagnostiquei como sinusite bacteriana eu trato no olho ou no nariz (colírio).
Quando faço contenção o animal tende a gritar e então o veterinário aplica a medicação e muitas vezes desce por falsa via e acaba levando o animal a óbito. 
- Pinguim tem a traqueia bifurcada *não precisa saber, é só para sabermos que cada espécie é de um jeito*
O pulmão é totalmente rígido e aderido na região dorsal perto da escápula; vão ter os parabronquios (equivalente aos bronquíolos nos mamíferos) que não serão fechados porque não são o final do trato respiratório, ainda tem os sacos aéreos. A auscultação é feita no dorso do animal; não conseguimos auscultar muita coisa porque o órgão é muito rígido, a não ser que tenha muita secreção; conseguimos auscultar mais as alterações em sacos aéreos. 
Os sacos são a parte final do sistema respiratório, com epitélio simples (muito fino – similar a bolha de sabão/mais fino que um magipack), não fazem as trocas gasosas, sua única função é aumentar a capacidade de volume do ar; as aves precisam de um volume maior quando elas voam, por isso os sacos aéreos no corpo todo (quem faz as trocas gasosas são os pulmões). 
Em alguns ossos encontramos sacos aéreos – sistema respiratório é ligado aos ossos – fêmur e úmero sempre serão pneumáticos, os outros ossos variam dependendo da espécie. Ossos pneumáticos também são os do crânio então se o animal brigar e levar uma bicada que rompa o saco aéreo mas não lesione a pele vai extravasar ar e aparecer um “tumor” que é o ar no subcutâneo; é preciso tirar o ar e ver como irá fazer para fechar **professora não disse nada sobre**. A média das aves é de 9 sacos aéreos espalhados pelo corpo, os mais importantes são os torácicos e abdominais. 
A respiração funciona em dois ciclos respiratórios. Na primeira inspiração o ar entra e vai direto para os sacos aéreos caudais; na primeira expiração o ar vai sair dos sacos caudais e vai para o pulmão sofrer as trocas gasosas. Segunda inspiração o ar sai do pulmão e vai para os sacos aéreos craniais; segunda expiração o ar será expelido. 
Se o animal apresentar obstrução de traqueia e eu canular o saco aéreo caudal o ciclo irá funcionar da mesma forma.
Esse esquema é uma forma resumida; eles não têm apenas um saco aéreo caudal/cranial e o ar sofrerá misturas porque não é um sistema completamente fechado. 
PONTOS IMPORTANTES
· Posição normal da ave é em pé; para fazer procedimentos cirúrgicos ou posicionamento de raio x eu deixo a ave deitada e se ficar por muito tempo assim todos os órgãos ficaram por cima dos sacos e o animal terá dificuldade para respirar. 
· Ao canular o saco aéreo eu posso fazer uma anestesia; isso é feito geralmente em animais com obstrução de traqueia, cirurgias em crânio (calopsita muito pequena então fica muita mão nessa região).
· Hipótese do animal anestesiado na cirurgia para remoção de C.E. eu preciso acessar o estômago e devo passar por um saco aéreo então a anestesia vai vazar (é melhor eu pegar o caudal de um lado só e sempre avisar o anestesista sobre a incisão para não correr risco do animal acordar). 
· Caso emergencial de calopsita com semente de girassol na traqueia: para estabilizar eu canulo o saco aéreo abdominal e o animal respira normalmente. 
A canula pode permanecer no saco aéreo em média 7 dias porque quando está canulado o ar não recebe o preparo necessário para entrar no corpo (não tem o filtro no nariz, aquecimento etc então estará entrando bactéria, vírus, ar frio e isso pode fazer mal para o animal). 
Atenção ao olhar os sacos aéreos porque eles devem ser transparentes, se estiverem espessados ou esbranquiçados tem alguma coisa de errado. 
Importâncias clínicas dos ossos pneumáticos: fratura exposta, além do osso estar exposto, o sistema respiratório também estará (pneumonia pode estar ligada com fratura exposta); outro fator é o acesso intraósseo que equivale ao IV, e pode ser usado em aves adultas e jovens, pode ser mantido por um tempo relativamente grande e é rápido de conseguir pegar. Prestar atenção ao fazer o acesso por causa dos sacos aéreos (deve ser feito em radio e ulna ou tarso e metatarso). 
· SISTEMA DIGESTÓRIO
Começa na língua (cada espécie tem a forma e a função diferente da outra); na arara ela é muscula e parece um dedão, o animal usa para sentir as coisas ao redor (quando sondamos, eles conseguem empurrar com onda com a língua, são capazes de descascar semente de girassol e jogar a casca fora), a língua do tucano parece uma folha rígida, a base é de queratina e ela não se mexe (se eu cortar a ponta ela nasce novamente). 
O esôfago tem a mesma anatomia da nossa, mas dilatam na base do pescoço e forma o papo/inglúvio para o armazenamento de alimento; no geral o alimento fica no papo por 3/4 horas e vai sendo liberada aos poucos; carnívoros não tem papo ou tem o papo pouco desenvolvido porque não é ideal guardar carne por muito tempo; pinguim não tem papo. Ele funciona como uma bexiga então se eu sondar o animal e jogar 20ml de uma vez só ele vai voltar e acontecer falsa via. 
Quando estiver tratando de um animal bem novinho com a papinha ele tem reflexo de tremer a cabeça que é quando ele está fechando a glote e dá para colocar um volume grande, mas quando ele não faz o reflexo se colocar volume grande pode provocar falsa via (quando ele cresce ele perde esse reflexo); o tutor vai fazer a papinha e não vai misturar bem então terão partes em que a papinha ficará muito quente e cuidado que isso pode causar necrose. 
Animal jovem internado que está comendo, já pode liberar pra casa porque daí o tutor já consegue alimentar, mas se ele não estiver comendo NÃO PODE LIBERAR. 
Vomito X Regurgito 
Se um animal vomitou depois de três horas nós sabemos que é vomito, mas no caso das aves isso não é plausível porque o alimento pode estar armazenado no papo e nós não conseguimos saber de onde veio o conteúdo (papo ou estomago). O movimento ativo realmente é um indicador, mas o tutor não consegue visualizar isso. Muitas vezes conseguimos diagnosticar o vomito do animal quando notamos que ele está sujo de papinha. 
As aves têm o estômago dividido em duas partes; pró-ventrículo (estomago químico) e ventrículo/moela (estomago mecânico) que tem quatros músculos interligados que fazem a maceração de tudo o que é ingerido, principalmente grãos e folhas; para que a maceração ocorra a ave deve ingerir pequenas pedrinhas que ficam presas nas ranhuras que se encontram na mucosa. Sob as ranhuras existe uma camada de queratina chamada membrana de coilina que tem como função a proteção física para mucosa (então não vai doer quando eles comerem as pedras); o tamanho dos estômagos irão depender da alimentação do animal, se é um animal que come mais folha ele terá um estômago mecânico maior e o que come mais carne terá o estomago químico maior. 
Casos de úlcera sãoraros e acontecem mais quando eles comem alguma coisa pontuda; geralmente descobrimos na necropsia (a membrana de coilina deve ser removida para poder visualizar a mucosa).
 ventrículo com pontos radiopacos que são as pedras (não é alteração patológica nem corpo estranho); isso ajuda muito no raio x porque é o que conseguimos ver melhor na projeção. Se os pontinhos forem muito radiopacos pode ser metal, então sempre temos que analisar bem. 
Em rapinantes e aves carnívoras o tempo de digestão é mais lento e depende da alimentação do animal (podem demorar 8-10 horas para digerir) *corujas que comem muito pelo e pena formam um pellet e depois regurgitam – igual gato** ; o tempo de passagem que dura da boca até a cloaca é importante e ajuda no diagnóstico (quando um tutor leva o animal para radiografar com contraste eu devo sempre informar quanto tempo vai demorar para ele poder se organizar – fiz o processo de raio x contrastado em um papagaio e demorou 5 horas, isso já quer dizer que tem alguma coisa de errado porque demorou mais que o normal); tempo de passagem de calopsita é em torno de 1h30 e eles defecam a cada 10 minutos +-, se eu atender um animal e fiquei duas horas na sala com eles e o animal não defecou nenhuma vez, já posso saber que tem alguma coisa errada também. 
Em algumas espécies encontramos o ceco (mais comuns em animais que comem grãos – galiformes) que tem a função de fermentação (herbívoros, cavalos); animais que possuem ceco não podem comer muito CHO. 
Nas aves o intestino é muito simples e não tem diferenciação; o pâncreas é igual ao dos mamíferos; aves não produzem lactase porque não são mamíferos. É proibido fornecer produtos com lactose para aves porque causa diarreia, desconforto, gases... **a professora disse que essa reação não é muito gritante, então quando o tutor quer oferecer um petisco para o animal ela diz que pode ser um pedacinho de queijo branco uma vez na semana**
Fígado é igual ao dos mamíferos, mas as aves têm tendência a terem problemas hepáticos porque as pessoas dão muito girassol, pizza, pão, bolacha... e vai juntando e provocando uma lipidose hepática, fazendo com que o fígado aumente de tamanho e comprima o outros órgãos, podendo causar uma dificuldade na respiração; o fígado é um dos órgãos mais importantes, tem a absorção da vit A e então uma das causas da hipovitaminose A é lipidose hepática porque o fígado não consegue absorver.
A vesícula biliar está presente em algumas espécies como as aves rapinas e aquáticos. 
O café não é comida para papagaio e nem faz bem, mas se alguém chega na clínica e já da o café para o papagaio a professora indica manter (mas moderadamente) porque o tem gosto forte e isso ajuda na hora de dar alguma medicação porque ele acaba não percebendo o sabor do remédio. Administrar comprimidos é praticamente impossível e o problema do injetável é que se for IM causa uma lesão muito grande no musculo do peitoral da ave então é mais usado apenas na emergência e por poucos dias. 
Não é bom para o veterinário internar papagaio porque ele sente muita falta do ambiente e do dono; as vezes o dono quer levar o companheiro do internado e acaba ficando muito difícil de cuidar dos dois porque o saudável pode parar de comer porque está sentindo falta da casa e o veterinário não tem o que dar para ele, não tem nenhum remédio que faça com que ele volte a comer. 
Cloaca: único orifício de saída e é divido em três partes; coprodeo que é a parte que armazena as fezes, urodeo onde ficam os ureteres e sistema reprodutor desemboca nele também e o proctodeo que é a parte final com a Bursa de Fabricio (produção e maturação de cel. de defesa) e evolui depois para timo. 
Por ser apenas um único orifício encontramos alguns problemas, por exemplo se chega um papagaio com prolapso eu não sei logo o que é porque pode ser intestino, cloaca, oviduto; fezes e urina saem todos juntos então tutor pode ligar e dizer que o papagaio está com diarreia mas pode ser que ele tenha urinado muito, urinado pouco, pisoteado as fezes. 
· SISTEMA REPRODUTOR FEMININO
Fêmeas possuem um ovário do lado esquerdo (apenas rapinantes apresentam dois ovários); os ovários ficam colados nos rins, localizados na região caudal dorsal da ave e muito próximo da veia cava, portanto a castração total é muito complexa e rara, o mais comum é fazer a castração parcial – tirar oviduto e um pedaço do ovário; cada espécie terá uma época/idade de reprodução (tropicais geralmente no final do ano) – maturidade sexual de papagaio de 3 a 5 anos – tutor não sabe que a ave coloca ovo sozinha então muitas vezes eles chegam com os ovos não férteis e acham que é filhote e muitas vezes eles nem têm um macho na casa. 
A gema do ovo é o oócito da fêmea, quando abrimos uma fêmea em época reprodutiva ele vai ter vários oócitos presos no ovário dela.
Essa gema não é o embrião, ele vai nascer em cima dela; temos os mesmos hormônios e podemos usar ocitocina para estimular a postura. Quando em época reprodutiva a fêmea pode colocar 3 a 6 ovos; a gema dos ovos é feita de gordura e a clara é rica em proteínas então eu preciso fornecer mais gordura e mais proteína; a casca é de muito cálcio então deve ser fornecido cálcio também senão terá muito problema nutricional, pode até ter uma distocia porque não conseguirá colocar o ovo. 
Divisão do oocisto igual em mamíferos: 
Fêmea colocou 6 ovos e o tutor não quer mais que ela coloque então deve esperar pelo menos 4 a 5 dias ou 1 semana para tirar os ovos porque ela vai tentar chocar e vê que nada acontece e desiste de colocar de novo; se tiver ovo preso dentro da ave terá um problema muito grave porque a cavidade é pequena e apertada então o ovo vai apertar tudo por dentro. 
 Ovário é dividido em 5 partes; infundíbulo para captar oócito e acontecer fecundação, oócito fecundado vai para o magno que tem o começo de adição de proteínas e íons e formar a chalaza em volta do ovo (segurar a gema no meio do ovo), istmo adiciona substancias que forma uma película para ser a base para formação da casca, depois vai chegar no útero e terá muito cálcio adicionado para formar a casca do ovo (maior tempo de formação do ovo é aí +- 20 horas), depois vai para a vagina e é colocado. Tempo de formação do ovo +-24 horas – não forma mais que um ovo por dia, pod ate ser que o animal coloque dois ovos num dia só, mas provavelmente um ovo já estava formado e estava apenas no canal – problema de formação de ovo até o útero é mais fácil de lidar porque ele ainda está maleável, pode fazer ovocentese para retirar. 
 Diagnóstico e distocia em aves: chega em dispneia e eu posso palpar, mas tenho que analisar o posicionamento do ovo, a radiopacidade (ovo parado muito tempo fica muito calcificado), formato do ovo que deve ser mais oval (se é ovo mais arredondado fica difícil para expulsar o ovo) e tamanho. Essa imagem mostra um ovo muito grande então é um caso cirúrgico. 
· SISTEMA REPRODUTOR DE MACHOS 
Dois testículos apoiados no rim, testículo aumenta e diminui de acordo coma época de reprodução aumenta até 6X e tamanho). 
A cópula acontece por cloaca com cloaca; algumas espécies têm falo que funcionam apenas para deixar escorregar a secreção do animal. 
Encostam cloacas e sai uma gotinha de sêmen muito concentrada e ele chega até o oócito. Cópula não garante filhotes, pode ser época errada de reprodução, pode ser que um dos dois não saibam copular, etc. 
Clínica e Conservação de Animais Silvestres ----------------- Profª Natalia	10/03/2020
Continuação da aula anterior...
O que tem de diferença no sistema renal? Nas aves temos uma proporção de rim maior em relação ao tamanho do corpo (de 2-3% do peso corporal da ave é do rim), enquanto no mamífero chega a ser 0,5%.
Outra diferença são os néfrons, tenho uma porcentagem de néfrons que são iguais aos de mamíferos (que tem alça de Henle – que é responsável pela reabsorção água = concentração da urina). Umas das formas de eu dentificar se meu animal está com uma deficiência renal é medir essa concenração, se ele não consege concentrar, tem alguma coisaerrada.
Uma pequena parte do meu rim (de 10-30% - depende da espécie e do individuo) tem néfron com alça de Henle. O resto dos meus néfrons são chamados de reptilianos, são néfrons que não tem alça de Henle e não tem a capacidade de fazer a filtração, então a minha urina vai sair sem concentração (por isso a urina nas aas são sempre clarinhas – não vê urina amarelada com cheiro de ureia).
Sistema porta-renal: Uma chegada de sangue paralela aos rins. Então eu tenho todo o meu sistema ligado ao rim como em todos os mamíferos e tenho mais uma quantidade de veias que vem dos meus membros pélvicos para os meus rins. Portanto tenho duas entradas de sangue para o meu rim. Esse segundo sistema (porta-renal) tem uma válvula, que pode estar fechada (portanto o sangue não irá chegar no rim, primeiro vai circular pelo organismo e só depois vai pro rim), ou pode estar aberta (o sangue que está nos membros pélvicos vai diretamente para os rins e será filtrado). Esse controle de válvula será feito por hôrmonios, mas ainda não é muito bem entendido, portanto, não tem como saber quando ela está aberta ou fechada (será diferente nas diferentes aves – necessário ler artigos sobre cada espécie pra entender).
Estamos falando disso, porque será semelhante em répteis e se eu aplicar um medicamento no membro pélvico IM e esse sistema estiver aberto, o que acontecerá com o medicamento? Irá direto para o rim, se ele é um medicamento nefrotóxico, causará lesão no rim, se é um medicamento que precisa passar pelo fígado pra ser ativado, ele não estará ativado e será jogado fora. O que temos que ter claro? Não famos aplicação de medicamentos na metade inferior nem dos répteis, nem em aves.
A aplicação em membro pélvido pode dar certo se a válvula estiver fechada, mas se ela estiver aberta não. Então é preferível não aplicar em membro pélvico, porque ainda não se sabe quando está aberta ou não.
Além de liberar ureia que está nesse urina não concentrada, tem a liberação de ácido úrico (parte branca que fica encima das fezes) – portanto uma parte da urina será liberada dessa forma. Isso aconteceu ao longo dos anos, porque quando uma mamífero está gestante, a mãe é responsável por fazer a filtração de todo o sangue do feto (o rim trabalha mais quando a mãe está gestante). Quando tenho um filhote dentro do ovo, quem fará essa filtração? O próprio feto, então se eu excreto só ureia que é tóxica, o ovo vai morrer. Então a forma que as aves e os répteis encontraram pra evoluir no ovo, foi excretando ácido úrico (urato – não é tóxico, não precisa de muita água pra ser eliminado e ele não se mistura com a água, fica separado, porque não misturará no sistema do animal e ele consegue sobreviver dentro do ovo).
O ácido úrico vai ser metabolizado em dois locais diferentes, no rim e no fígado, ou seja, uma das principais formas de a gente ver se tem alguma coisa errado com um desses 2 órgãos, é fazer um bioquimico, onde preciso pedir ácido úrico (coisa que não pedimos pra mamífero).
Se der alteração nele, sei que pode ter haver uma lesão renal ou hepática. Pra ter alteração no bioquimico, preciso que haja mais 70% de lesão, onde esses órgãos já estarão muito comprometidos. Em aves, não tem nenhum exame que mostra função renal que terei certeza do resultado, o que usasse muito em aves é o raio x pra ver se o rim está alterado. Quando tiro o raio x posso ver uma renomegalia (aumento do rim), posso dizer que tem alteração renal.
Mas posso ter um monte de alteração renal, onde não há aumento do tamanho do rim e isso não consigo ver no raio x. Portanto a minha sensibilidade de alterção renal é muito baixa.
O rim fica localizado na região dorsal, bem na região pélvica, colado na medula. Portanto se tenho uma renomegalia importante ou um tumor que vai aumentar essa região, muitas vezes tenho compressão da medula, então um sinal clínico que pode estar ligado com alteração renal é uma paresia ou dor na região.
Revisando..
· Aves tem alta taxa metabólica, isso quer dizer que a evolução da patologia ocorre muito rápido, porém a minha medicação funciona muito rápido também. Não posso dar um antibiótico e pedir pra pessoa voltar dali 15 dias, tenho que acompanhar esse animal de perto.
· Tempertura corporal muito elevada (40 a 41ºC) – portanto, muito raramente vou aferir a temperatura de uma ave na consulta, somente em casos de hipotermia (que geralmente o animal tem outros sinais clínicos). Por que não faço a temperatura? Porque pra eu ver se ela está com hipertermia o termômetro comum não serve (ele não mede acima de 42ºC) e não existe um termômetro específico pra aves.
-Cuidado com a contenção física de pequenos animais, pra não causar uma hipertermia. Quanto menor a ave, mais risco dela morrer na minha mão por estresse.
2ª Parte: Comportamento e Manejo de Aves
· Chega um tutor que nunca teve ave e quer comprar uma calopsita. Ele compra uma calopsita só? Um casal? Ou várias?
· Eu tinha um casal da arara juba e a fêmea morreu, só tem o macho agora e ele está triste. O que eu faço?
· Vou comprar um canário. Compro quantos?
Como vou saber responder essas perguntas? Preciso saber como que tal espécie vive em vida livre. Quando falamos de calopsitas (são da Australia), como elas vivem? Grupos grandes, pode chegar a 100 individuos. São nômades, eles não tem um lugar fixo, vivem voando de um lugar pra outro procurando comida. Esse animal pra viver em gupos tão grandes, precisa ser sociável. Ex: 2 papagaios que viviam juntos brigaram e foram pra clínica, a Sofia rasgou o pescoço do Frederico com o pico grande dela, o Frederico teve que ficar na casa da Natalia. Os dois ficaram gritando desesperado enquanto o Frederico ia embora por alguns dias pra fazer medicação, porque ninguém conseguia cuidar dele. Quando ele voltou pra casa depois de alguns dias, os dois quando se viram, ficaram cantando de alegria o tempo todo. A tutora disse que precisava se desfazer de um deles, porque eles se odiavam e não podiam ficar juntos que brigavam, porém, eles brigavam tanto porque ficavam numa gaiola minúscula.
Já as calopsitas adoram ficar grudadas uma na outra, porque na natureza estão acostumadas à isso. Se não sei disso, posso colocar o animal numa situação ruim pra eles. Uma calopsita sozinha fica muito triste, isso significa que você precisa ter mais de uma? Não, mas você precisa conseguir suprir a necessidade desse animal de ser sociável.
Como vivem os papagaios? Grupos pequenos a médios, máximo de 20 individuos. Eles tem um território pra cuidar de clima tropical. Se tenho um território pra defender, sou muito sociável? Não. Portanto no cativeiro ele faz a dupla dele com o tutor ou com outro animai e são eles contra o resto do mundo. Por isso que eles são agressivos. Então se uma pessoa pergunta se deve comprar 1 ou 2 ou 15, o que devo responder? Depende do espaço que você tem, depende do tempo que você tem disponível pra esse animal (uma senhora que fica o dia todo em casa, pode ter só um, já uma pessoa que trabalha o dia todo não). Na natureza eles ficam 100% do tempo com o parceiro.
E se e tinha 2 araras e uma fugiu? Devo pegar outra já que meu macho está chorando e parou de comer? Não necessariamente. Esses animais são monogâmicos (psitacídeos em geral), tem um parceiro pra vida inteira (vão parear e passar a maior parte da vida com aquele parceiro), pode ser que o macho morreu e essa fêma fique sozinha pra sempre, mas pode ser também que ela encontre um novo parceiro. Morreu o parceiro da ave, a única coisa que ele sabe é que tinha uma companheira e agora não tem mais, ele vai aumentar a vocalização, vai procurá-la, pode ficar triste, mas tudo depedende da ave. Tem algumas que depois de um tempo voltam ao normal, já outras vão se isolar e parar de comer até morrer. Ex: Acabei de perder meu marido, dai vem minha vizinha apresentando o irmão dela? Não, preciso de um tempo de luto, a ave também (importante deixar o tempo passar). Quando ao animal estabilizou, voltou a comer, e agora? Preciso comprar um outro animal? Não necessariamente, mas pode se quiser, sabendode alguns poréns:
· O animal pode ou não se dar bem com o outro que você vai introduzir. Se os dois forem adultos, será mais dificil deles se aceitarem, porque tem comportamentos muito diferentes. Já se for um filhote, tem mais chances de dar certo (ex: papagaio Sadam de 55 anos que aceitou um filhote (Doralisa), viveram super bem juntos, mas Sadam morreu depois de 5 anos.
Introduziram uma outra fêmea pra ficar com ela, se odiaram e só agora depois de quase 1 ano que elas estão coseguindo viver juntas). Então nem sempre quando uma ave morre o ideal é colocar outra no lugar, porque muitas vezes a ave não aceita o parceiro que você introduziu.
Passeriformes:
Canário briga muito porque protege teritório, se coloco 2 machos de canário em ambiente pequeno, eles podem brigar. Então não são animais de viver em bandos, normalmente é só um casal.
Trincaferro é super agressivo, se coloca dois em uma gaiola, eles vão se matar.
Precisamos conhecer as espécies pra poder indicar o mais correto, porque nem sempre ter um casal é o mais indicado.
Chupin: costuma colocar ovos em ninho de outros animais, porém o ovo dele eclode com 19 dias (1 ou 2 dias antes dos ovos das demais espécies) então, quando nasce o filhote de chupin, ele joga os demais pra fora do ninho e fica sozinho lá. Então vemos o Chupin com um cánario ou com outras espécies. Se eu sei disso, vou criar Chupin e achar que a fêmea vai cuidar dos filhotes? Não, porque na natureza ela não cuida.
Quem é o parceiro da ave quando ela está em cativeiro? O tutor ou quem for cuidar dela. Eles são monogâmicos e vão formar casal, pode ser um macho e uma fêmea, mas na falta vai ser 2 machos ou 2 fêmeas. Ex: Se coloco 10 fêmeas numa sala, elas vão formar 5 duplas e vão se defender e formar ninho da mesma forma. No cativeiro, eles vão formar uma dupla também, mas se a ave estiver no ombro do “parceiro” e você colocar a mãe, ela vai pra cima de você porque você ultrapassou o limite de território. Importante saber disso porque as vezes chega um animal na clínica com vários sintomas e o que ele tem é psicológico (falta do dono). Por isso deve-se perguntar se houve alguma mudança na vida do animal, se morreu alguém da família, se nasceu um bebê, etc.
Columbifromes - Pombos: Tem pombos correios que formam grande vínculo com o tutor, mas existem os pombos que as pessoas pegam na rua e são ótimos pets, porque não são destrutíveis e barulhentos como os psitacídeos e são inteligentes, o único problema é que os pombos que vem de rua normalmente vêm com doenças, assim como os cachorros que vem da rua.
Qual comportamento que o animal tem em vida livre que pode me trazer problemas no cativeiro? Vocalização é a principal reclamação das pessoas, mas não tem o que fazer, é um comportamento normal dele. O que pode-se fazer pra diminuir a vocalização? Diminuir a iluminação, porque dessa forma elas acham que está de noite e não vocalizam. Outro ponto é que a vocalização é uma forma dos animais se comunicarem entre eles. Ex: aluna falou que o papagaio grita o dia inteiro, ela perguntou onde o papagaio ficava e ela disse que era num quartinho sozinho e todas as vezes que a mãe dela vai lá, ele para de gritar. Está explicado, ele não vai parar de gritar nunca porque ele não gosta de ficar sozinho. E quando a mãe da aluna vai lá, acaba reforçando este estímulo negativo. Outro ex: papagaio que aprendeu que se bicar a avó da menina ela grita, ele entende isso como algo positivo e dAnça quando ela grita, porque papagaio gosta de barulho; por tanto ele vive só pra bicar a senhora. Entendeu o grito dela como um reforço positivo. Ele aprendeu também que toda a vez que ele arranca uma pena, ele tem a atenção da proprietária, então faz isso sempre e essas aprendizagens são muito dificieis de serem tiradas.
As aves entendem o piado da mãe e sabem identificar que é ela. Na primeira semana de vida quando ele escuta qualquer barulho fica com o bico aberto esperando comida; já na segunda semana, esse pássaro já entende o som do piado da mãe. Existem dialetos diferentes entre as aves, então se você tira uma ave de um lugar e introduz em outro grupo, ela terá dificuldade para se comunicar. Da mesma forma, a ave quando tem como par uma pessoa, vai chamar essa pessoa com um tom diferente (ex: arara juba da professora quando está chamando ela usa um tom e quando está chamando o namorado dela usa outra tom). Quando ela chamar, não precisa ir até lá, pode só gritar de onde estiver, pra ave se sentir segura (na natureza eles gritam pra saber onde está o parceiro, em cativeiro não é diferente).
Se o tutor acabou de ganhar um papagaio e pergunta pra você que ele deve dar pra comer, o que você diria?
Psitacídeos – frutas (se falo só frutas, mais nada, ele vai dar só banana e mamão o resto da vida do animal), então damos várias opções – a única fruta que não pode dar pra psitacídeos é abacate (porque existe uma espécie de abacate que é tóxico, pra evitar, não da nenhum), além disso, é bom evitar morango e uva por ter muito agrotóxico, mas não mata o animal se você der. Quantas frutas por dia? Ela costuma dar 3 opções de fruta todos os dias, eles normalmente não vão comer tudo e é normal, dai vou variando as frutas no decorrer dos dias.
Legumes – Cru ou cozido: cenoura, espinafre, couve, vagem, batata (não é o ideal, mas pode dar um pedacinho cozido).
Sementes – Ração extrusada (tem que deixar especificada) e não mix de sementes (isso não é ração) o problema de dar isso é que tem muita gordura, a semente não é um alimento que faz mal, o problema dela é comer em excesso.
O girassol é uma gordura boa, mas é pobre em vitaminas e minerais. Portanto, ela não indica girassol para aves, porque se o tutor da girassol pra ave e vê ela comendo aquilo tão bem, não vai dar mais nada além de girassol, mas é como se o animal tivesse comendo chocolate no café da manhã, almoço e na janta.
Se chega um animal que come girassol, preciso mudar a dieta dele, mas não é do nada. Tenho que ir trocando gradativamente (começa misturando a ração e o girassol – tem várias opções de sabor de ração, tem que ir trocando até o animal gostar, quando encontrar uma que ele gosta, vai aumentando a proporção de ração e dimnuindo a de girassol, até chegar o momento de tirar todo o girassol), pode dar fruta pra compensar.
Quanto tempo demora esse processo? Depende do animal e depende do tutor (pode ser 2 anos, mas não importa, porque o animal ficou por 30 anos comendo girassol).
Chegou pra mim um papagaio de 50 anos, vou trocar a alimentação? Não, porque ele só vai viver mais alguns anos, não será crucial pra vida dela deixar de comer girassol agora, o que ela faz normalmente é suplementar.
Passeriformes – frutas (mesmas que os psitacídeos, mas lembrando que cada animal tem o paladar diferente. Se eu falar que todo ser humano come goiaba e carne, é verdade? Não. Então não significa que todo animal come as memas frutas/legumes). Posso dar insetos (sabiá e picaferro gostam bastante).
Columbiformes – em vida livre são quase onívoros, além de comer frutas, legumes e sementes. *pra papagaio e canário pode a cada 10 dias ovo mexido, tem tutor que acha estranho, não é ovo inteiro, é só um pedaço*.
*Animais que são carnívoros não tem ração (ex: tigre*)
Quem ensina as aves a comer em vida livre? A mãe, pai e demais aves do grupo. E no cativeiro? O tutor, porém o problema é que normalmente ele não tem cohecimentos e já começa alimnetando animal de maneira errada. Eu ensino meu animal a comer, comendo de maneira correta, porque ele vai querer comer tudo o que eu estiver comendo.
Na natureza a busca por alimento pode durar até 60% do tempo do animal, quanto tempo em cativeiro eles precisam pra buscar comida? Eles abrem o olho e está lá, não gastam nem 1% do tempo deles com alimento.
· O bruming 20-60% do tempo delas (se limpar, limpar o parceiro, etc).
· Busca de alimentos 40-60%
· Vocalização 2-5%
· Interação social 10-40%
O que acontece se esse animal está em cativeiro numa gaiola com um pote de comida e outro de água? Eu consigo fazer procura por alimento?Não! Eu tenho interação social? Não. O que vai aumentar? Bruming e vocalização.
Então algumas vezes o meu animal tem uma vocalização excessiva porque ele simplemente não tem mais nada pra fazer. Algumas vezes o problema de vocalização é meu, eu não estou cuidando bem do meu animal.
As pessoa que mantêm o animal em uma gaiola não têm noção de que isso são maus tratos, acham que é normal. O ser humano normalmente quer comparar a inteligência do animal com a dele e não é assim. Além de tudo isso, precisamos entender que as aves não tem necessidade de contato físico como os mamíferos tem, isso pode deixar algumas pessoas frustadas (a ave pode ser agressiva, ex: vídeo que vimos da calopsita tentando pegar o dedo do homem).
Se você tem uma ave que está quetinha, você mexe nela ela só te olho e fecha o olho, tem que levar na clínica naquele momento, não pode esperar o dia seguinte! E se eu não sei se esse animal está apresentando agressividade ou não, eu vou tomar uma picada. Preciso entender os sinais de uma ave que vai me atacar (assim como vemos em equinos, cães e gatos).
Se você tem medo do animal, não irá dominá-lo e ele vai mandar na casa (ex: video do papagaio que ia pra cima de todo mundo na casa).
Duas coisas que vamos ver numa ave que tem um ambiente inadequado será multilação e vocalização.
*Vídeo de 2 primatas, onde um ganha pepino e o outro ganha a uva. O que ganha o pepino percebe que aquilo é injusto e começa a não quer mais, então taca o pepino na pessoa.* Prova que os primatas tem um nível de consciência maior que de outros animais. Mas isso não quer dizer que as aves não tem inteligência (ex: vídeo da galinha que só bica quando tiver a bolinha azul, além de entender formas).
*História dos corvos que queriam comer nozes, mas não conseguiam abrir. Aprenderam sozinhos a jogar a nozes do alto pra cair na avenida próximo a faixa de pedestre – se a noz não quebrasse com a queda, um carro passaria por cima e quebraria, além de que se eles não atravessasem na faixa, morriam atropelados. Ninguém nunca ensinou isso pra eles, foi adaptação!*
*Vídeo de um corvo que precisa pegar o petisco com um pedaço de madeira certo.*
Só depois que vemos a inteligência de um animal desses, que vemos o tamanho dos maus tratos que é deixá-los numa gaiola sem ter nada pra fazer.
17/03 CLÍNICA E CONSERVAÇÃO DE ANIMAIS SILVESTRES: COMPORTAMENTO E MANEJO DE AVES
TREINAMENTOS BÁSICOS
Psitacídeos:
 - Passar para a mão de várias pessoas para não ficar apegado a uma pessoa só
· Egoísmo humano X pensar no bem-estar da ave e nos problemas futuros
Necessidade de pareamento
· Socialização
· Treinar entrar e sair da gaiola para evitar estresse
Como uma ave reage quando outra ave faz algo que não a agrada?
· Aves não são agressivas entre si!
· Não usar reforço Negativo nunca
· Memória longa
· Ex: Papagaios CETAS
CONSIDERAÇÃO DE CRIAÇÃO
· Gaiolas grandes para animal ter espaço, brinquedos para distração porem vários diferentes , 
· Poleiro
· Banhos
· Nutrição: deixar a quantidade de comida necessária se não o animal pode ir buscar em outros lugares, ex: fezes 
· Deixa-las soltas, mas não pela casa toda, pois ele pode se machucar
ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL
· Tornar o local mais parecido com o ambiente natural
· Tornar o ambiente mais rico em experiência
· Estimular o animal a pensar
· Alimentos escondidos ou inteiros, simulando o ambiente natural
· Música pode ser um bom estímulo
· NÃO DISPENSA ATENÇÃO DOS TUTORES! É um conjunto TUTOR + LOCAL 
ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL – CUIDADOS
- Material seguro para cada espécie
- Evitar metais e material pontiagudo ou cortante
- Cuidado com ingestão do material utilizado para enriquecimento (sisal)
- Pensar no comportamento da espécie e do indivíduo sempre!
· Brinquedos no fundo da gaiola
· Ave medrosa
· Espécie ligadas a música
AUTOMUTILAÇÃO 
- Arrancamento de pena 
- Automutilação pode ser utilizado para aves que causam lesão na pele, tem animal que tem lesão a mais de anos, tratamento difícil 
Diagnóstico: ausência de penas em alguma região (deve sempre existir pena na cabeça para ser automutilação)
CAUSAS DE AUTOMUTILAÇÃO 
· Estresse, tédio
· Relação muito forte com apenas uma pessoa
· Mudança radical no manejo da ave (morte, nascimento, namoro, cachorro, mudança no emprego)
· Doenças virais, bacterianas ou fúngicas
· Dor (automutilação mais severa)
· Alergia (prurido)
DIAGNÓSTICO
· Anamnese
· Exames complementares (cultura bacteriana, teste de giárdia) 
TRATAMENTO
· Depende da causa!
· Em casos de problemas comportamentais devemos entender a base do problema
· Melhorar a qualidade de vida do animal! (enriquecimento ambiental, treinamento)
· Cuidado com os medicamentos indicados em literatura!
DOENÇAS LIGADAS AO MANEJO
· Hipovitaminose A
· Lipidose Hepática
· Intoxicação por metal pesado
· Prolapso
· Retenção de ovo
· Alteração em penas (coloração, força, formato, linhas de estresse etc)
· Automutilação
HIPOVITAMINOSE A
· Visão (Retinal + opsina => rodopsina)
· Manutenção de células epiteliais de revestimento
· Crescimento e remodelamento ósseo
· Síntese de glicoproteínas
CAUSAS 
· Quantidade de vitamina A insuficiente na alimentação
· Vegetais não possuem vitamina A porém possuem caroteno, seu pre-cursores
· Quantidade insuficiente de proteína – transporte inadequado
· Parasitas intestinais – perda de enterócitos
SINAIS CLÍNICOS
· Pele, patas, bico e unha
· Xeroftalmia
· Metaplasia Renal – nefron afuncional – acúmulo de ácido úrico e cálculo renal (menor excreção de cálcio)
· Metaplasia -Trato Respiratório
· Degeneração testicular
· Crescimento e remodelamento osseo (crescimento de bico e unhas)
· Ducto lacrimal
· Oclusão do ducto de Glândulas salivares e de glândula uropigiana podem ser afetadas
TRATAMENTO
Suplementação com vitamina A – lipossolúvel e sensível a luz
· Cuidado com intoxicação
· Checar infeção secundária
· Anamnese correta
· Mudar dieta!! (cenoura, manga, espinafre, couve e reduzir quantidade de gordura – fígado)
LIPIDOSE HEPÁTICA
Dentro do hepatócito
· Ácido graxos livres – triglicerídeos – se ligam a lipoproteína (energia) – plasma
· Mais triglicerídeos do que o metabolismo suporta = acúmulo de triglicerídeos – lipidose hepática
· Alimentação inadequada
· Falta de exercício
· Hepatotoxinas (dificultam a produção de lipoproteína do fígado)
· Deficiência de alguns nutrientes: biotina e colina
· Alterações endócrinas ligadas a ovário (ex. postura)
· Amazona spp são um dos mais acometidos
SINAIS CLÍNICOS - NÃO ESPECÍFICOS
· Anorexia
· Letargia
· Perda de peso
· Fraqueza
· Diarreia
· PU/PD
· Penas fracas
· Dispneia
· Uratos amarelos ou verdes (biliverdinúria/bilirubinúria)
· Aumento de volume abdominal
· Ascite
· Coagulopatias
· Melena
· Anormalidades em bico e unhas
· Penas com coloração alterada
DIAGNÓSTICO
· Ácidos biliares aumentados
· AST aumentado com Creatina normal
· Soro lipêmico mesmo em jejum
· Ultrassom
· Exame radiográfico
· Endoscopia e biópsia
· (considerar estado do paciente)
TRATAMENTO
· Fluidoterpia (60-90ml/Kg – soro fisiologico SID)
· Suporte nutricional
· Lactulona
· Tratar infeções secundárias
INTOXICAÇÃO METAL PESADO
INTOXICAÇÃO POR CHUMBO
	· Fontes de chumbo
· Soldas de gaiola
· Tinta de parede velha
· Cerâmica
· Bijuterias
· Gesso de parede
· Pesos de cortina
	· Massa de vidraceiro
· Brinquedos (sinos)
· Pilha
· Vapores na cozinha
· Chumbinho (ingestão, tiro, ingestão de presa com tiro)
INTOXICAÇÃO POR ZINCO
· Fiação
· Moedas
· Material galvanizado (gaiolas, potes de comida e água)
Efeitos neuromusculares: Desmielinização e degeneração axonal – funções psicomotoras e neuromusculares
Efeitos neurológicos: encefalopatia, ocorre em casos agudo e aumenta a chance de mortalidade. Afeta o metabolismo dos carboidratos (via ainda não conhecida)
Efeitos hematológicos: anemia microcítica, diminuição da sobrevida de eritrócitos
Efeitos renais: Nefrotóxico, proteinúria, hematúria e presença de cilindros na urina.
Efeitos hepáticos: interfere na biotransformação, com redução na concentraçãohepática do citocromo P450
Efeito Renal: Depositado nos rins formando complexos de proteína levando a nefropatia tubular
Efeito Gastrointestinal: necrose de enterócitos levando a estase gástrica e dilatação proventricular
SINAIS CLÍNICOS
Sinais neurológicos: (letargia, “head tilt”, ataxia, paralisia dos membros, convulsões)
Sinais inespecíficos: anorexia, emagrecimento, hematúria, vomito
Rapinantes: fazem um som de filhote quando intoxicados]
DIAGNÓSTICO
· Baseado nos sinais clínicos e anamnese
· Raio X (presença de metal pesado)
· Exames laboratoriais - anemia severa regenerativa, policromasia e anisocitose
· Medição dos valores de chumbo/zinco no sangue
07/04 CLÍNICA E CONSERVAÇÃO DE ANIMAIS SILVESTRES: DOENÇAS LIGADA AO MANEJO 
LIPIDOSEHEPATICA áudio 
· Dentro do hepatócito
· Ácido graxos livres – triglicerídeos – se ligam alipoproteína (energia) – plasma
· Mais triglicerídeos do que o metabolismosuporta = acúmulo de triglicerídeos – lipidosehepática
· Alimentação inadequada
· Falta de exercício
· Hepatotoxinas (dificultam a produção de lipoproteínado fígado)
· Deficiência de alguns nutrientes: biotina e colina
· Alterações endócrinas ligadas a ovário (ex. postura)
· Amazona spp são um dos mais acometidos
SINAIS CLÍNICOSNÃO ESPECÍFICOS
· Anorexia
· Letargia
· Perda de peso
· Fraqueza
· Diarreia
· PU/PD
· Penas fracas
· Dispneia
· Uratos amarelos ou verdes (biliverdinúria/bilirubinúria)
· Aumento de volume abdominal
· Ascite * em caso grave 
· Coagulopatias
· Melena
· Anormalidades em bico e unhas
· Penas com coloração alterada
· Metaplasia escamosa: mudança de um tecido para outro
DIAGNÓSTICO
· Ácidos biliares aumentados
· AST aumentado com Creatina normal
· Soro lipêmico mesmo em jejum
· Ultrassom
· Exame radiográfico
· Endoscopia e biópsia
· (considerar estado do paciente)
TRATAMENTO
· Fluidoterpia (60-90ml/Kg – soro fisiologico SID)
· Suporte nutricional
· Lactulona
· Tratar infeções secundáriasÁUDIO uns 36min de áudio 
HIPOVITAMINOSE A 
· Vitamina A é hidrossolúvel 
· Dificuldade de ver com pouca luz
· Visão (retinal + opsina->rodopsina)
· Manutenção de células epiteliais derevestimento
· Crescimento e remodelamento ósseo
· Síntese de glicoproteínas
CAUSAS
· Quantidade de vit A insuficiente na alimentação 
· Vegetais não possemvit A porem possuem caroteno e seu percursores 
· Quantidade insuficiente de vit A: transporte inadequado 
· Falta na alimentação, ou lesão hepática
· Parasitas intestinais: perda de enterócitos**
SINAIS CLÍNICOS
· Pele, patas, bico e unha: Com mais queretina, unha e pico maiores, pele mais grossa que descasca
· Xeroftalmia: olho seco 
· Metaplasia renal: nefronafuncional
· Metaplasia escamosa: trato respiratório, na parte de traqueia 
· Degeneração testicular 
· Crescimento e remodelamento ósseo (crescimento de pico e unha)
· Ducto lacrimal 
· Oclusão do ducto de glândulas salivares e de glândula salivares e de glândula uropigiana podem ser afetadas
TRATAMENTO
· Suplementação com vitamina A – lipossolúvel esensível a luz
· Suplementaçãoatravés da vit A injetável 
· Suplementar via oral, através de gotas 
· Cuidado com intoxicação
· Checar infeção secundária
· Anamnese correta
· Mudar dieta!! (cenoura, manga, espinafre, couvee reduzir quantidade de gordura – fígado)
INTOXICAÇÃO METAL PESADO
	INTOXICAÇÃO POR ZINCO
· Fiação
· Moedas
· Material galvanizado 
(gaiolas, potes de comida e água)
	INTOXICAÇÃO POR CHUMBO 
· Mais comum
· Fontes de chumbo
· Soldas de gaiola
· Tinta de parede velha
· Cerâmica
· Bijuterias
· Gesso de parede
· Pesos de cortina Massa de vidraceiro
· Brinquedos (sinos)
· Pilha
· Vapores na cozinha
· Chumbinho (ingestão, tiro, ingestão de presa com tiro)
Efeitos neuromusculares: 
· Desmielinização e degeneraçãoaxonal – funções psicomotoras e neuromusculares
· Perda da bainha de mielina
Efeitos neurológicos:
· encefalopatia, ocorre em casos agudo e aumenta a chance de mortalidade. Afeta o metabolismo dos carboidratos (via ainda não conhecida)
Efeitos hematológicos:
· anemia microcítica, diminuição da sobrevida de eritrócitos (libera tudo que tem nele causando uma lesão hepática) 
Efeitos Renais:
· Nefrotóxico, proteinúria, hematúria epresença de cilindros na urina.
Efeitos hepáticos:
· interfere na biotransformação,com redução na concentração hepática do citocromoP450
Efeito Renal:
· Depositado nos rins formandocomplexos de proteína levando a nefropatia tubular
Efeito Gastrointestinal:
· necrose de enterócitoslevando a estase gástrica e dilatação pro ventricular (o animal não consegue digerir a alimentação) 
SINAIS CLÍNICOS
· Sinais neurológicos (letargia, “headtilt” ** (mais comum), ataxia, paralisia dos membros, convulsões) 
· Sinais inespecíficos: anorexia, emagrecimento, hematúria**(mais comum), vomito 
· Rapinantes: fazem um som de filhote quando intoxicados
DIAGNÓSTICO
· Baseado nos sinais clínicos e anamnese
· Raio x (presença de metal pesado porem nem sempre aparece)
· Exames laboratoriais - anemia severa regenerativa, policromasia e anisocitose
· Medição dos valores de chumbo/zinco no sangue
TRATAMENTO
Agentes quelantes: (agente que se liga no metal pesado que ele não consegue se soltar mais e é eliminado no organismo) 
· Ca-EDTA (anticoagulante, ligado com cálcio quando estra no organismo ele solta o cálcio e liga na metal pesado)**
· Dimercaprol
· DMSA
· Carvão ativado (após ingestão, evita maior absorção do metal)
· Suporte alimentar de fácil digestão 
INTOXICAÇÃO POR POLITETRAFLUOETHYLENO (fumaça quando esquenta panela de tepol)
· Animais que ficam na cozinha ou área de serviço, fumaça pela queima do alimento pela casa toda 
· Panelas superaquecidas
· Morte súbita, dispneia, ataxia, depressão,hemorragia e edema pulmonar
· Tratamento = oxigênio, diurético, corticóide, atb
· Melhor prevenção é evitar deixar o animal nesses ambientes 
PROLAPSO
· Deslocamento de um órgão de sua posiçãonatural
· Dificuldade na identificação do órgão
· Anamnese muito bem-feita!!!
· Pode ser caudado por deficiência nutricional(ex: hipocalcemia)
· Pode ser causado por estímulo reprodutivo
· Pode ser causado por diarreia
· Diagnóstico: depende da anamnese esuspeita
· Tratamento: pode ser cirúrgico, fazendo a redução de prolapso, depende da causa principal!
RETENÇÃO DE OVO
CAUSAS
· Nutricional: com tantas posturade ovos gera uma falta de nutrientes, deficiência de cálcio (gasta muito cálcio na casca e falta para fazer a contração)
· Obesidade
· Falta de exercícios
· Acidentes perto do período de postura
· Manejo inadequado: mais comum para reptes 
· Má formação do ovo
· Pré disposição genética
DIAGNÓSTICO (PODE SER EMERGÊNCIA)
· Palpação
· Raio X
· Anamnese
TRATAMENTO
· Tratamento suporte
· Massagem: com o animal sedado e empurra o ovo pra sair 
· Prostaglandina E2
· Cirúrgico
ALTERAÇÃO EM PENAS CAUSADO POR NUTRIÇÃO INADEQUADA
· Excesso de gordura – penas enegrecidas, oleosas
· Penas quebradiças
· Coloração anormal das penas
· Presença de marcas de estresse
· Automutilação – causada por pele ressecada e penasmais rústicas que podem incomodar levando a aveautomutilação
AUTOMUTILAÇÃO
· Também conhecida comoarrancamento de pena
· Automutilação pode ser utilizadopara aves que causam lesão na pele
· Diagnóstico: ausência de penas emalguma região (deve sempre existirpena na cabeça para serautomutilação)
CAUSAS
· Estresse, tédio
· Relação muito forte com apenas uma pessoa
· Mudança radical no manejo da ave (morte, nascimento,namoro, cachorro, mudança no emprego)
· Doenças virais, bacterianas ou fúngicas
· Dor (automutilação mais severa)
· Alergia (prurido)
DIAGNÓSTICO
· Anamnese
· Exames complementares
TRATAMENTO
· Depende da causa!
· Em casos de problemas comportamentais devemosentender a base do problema
· Melhorar a qualidade de vida do animal! (enriquecimentoambiental, treinamento)
· Cuidado com os medicamentos indicados em literatura!
DOENÇAS INFECCIOSAS 
CLAMIDIOSE 
· Zoonose ´´doença das aves´´
· Causada pela bactéria Chlamydia/ Chlamydophilapsittaci
· Tem seu metabolismo e reprodução dentro de uma célula da ave 
· Gram –
· Afeta maisas aves jovens 
· Mais comum em aves pets
· Morfologia 
· Corpo elementar** infecciosa 
· Corpo Reticular
· Corpo Intermediário 
· CE- Forma extracelular e infecciosa 
· Antibiótico só funciona na fase 2 e 3
Limpeza do ambiente:
· Calor 56oC
· Cloro
· Hidrogênio
· Etanol 70%
· 6-38% acomete aves de vida livre 
· Calopsitas podem ser portadoras assintomáticas 
· Excretada nas fezes 
· Transição oro-fecal, vertical possível 
· Vetores mecânicos podem transmitir a doença 
· Período de incubação: 3-10 dias 
· Pode ter ou não sinal clinico 
· Pais infectam filhotes (alimentação) 
· Criadores que não fazem quarentena 
· Sobrevive em água por meses 
· Permanece em poeira fecal e de pena por meses 
· Doença relacionada a trabalho em humanos (causa pneumonia grave) 
· Pode infectar bovinos, ovinos e caprinos 
· Evitar gaiolas aglomeradas, sujas e de madeiras 
· Mortalidade de 10% (varia com a espécie e idade do animal)
· Morbidade de 100%, pois pode ser transmitida pelo ar 
SINAIS CLÍNICOS 
· Inespecíficos
· Superaguda: aves jovens- morte sem sinal clinico 
· Aguda: letargia, anorexia, penas eriçadas, bleferire e conjuntivite (notável): aumento de volume, área úmida, fezes alteradas (verde), dorme mais (animal responsivo) 
· Crônico: emagrecimento progressivo, conjuntivite, alterações respirarias 
SINAIS E ACHADOS PATOLÓGICOS 
DIAGNOSTICO
· PCR (fezes seriadas) 
· Saube de traqueia e orofaringe 
· Isolamento: cultura de células ou em ovos embrionários (usa o ovo galado e faz aplicação do vírus) porem está em desuso 
· Faz sempre o pedido desse exame em primeira consulta e para nova ave no ressinto 
TRATAMENTO
· Prolongado: devido a natureza do agente etiológico 
· 45 dias de antibiótico: doxicilina, azitromicina ou enrofloxacina
· Suporte nutricional: muito importante- cuidado com filhotes
· Limpeza de gaiolas
· Tutores devem usar mascara nos primeiros dias para manejo
· Muitos cuidados com pessoas imunossuprimidas 
LEGISLAÇÃO
· Notificação obrigatória apenas em casos de doença em humanos 
· Quarentena de pelo menos 30 dias para qualquer ave adquirida porem é difícil para os proprietários então é muito difícil mante os 30 dias 
· Limpeza e desinfecção adequada 
· Doença ocupacional
· Em humanos, o PL (Período de incubação): 5-15 dias
· Idosos, imunossuprimidos (HIV, câncer, idosos, crianças) ou pessoas com problemas respiratórios crônicos são mais suscetíveis
· Cuidado com aerossol (fezes secas e pó de pena podem transmitir a doença) 
· Doença crônica: causando uma lesão grave no pulmão +/- 2 meses para aparecer 
SINAIS CLÍNICOS
· 1º Tosse seca
· 2º Dor de cabeça
· 3º Pneumonia atípica grave
· Mialgia
· Respiração dificil
· IC (raro)
 14/04 CLÍNICA DE ANIMAIS SILVESTRES: DOENÇA DO BICO E DAS PENAS DE PSITACÍDEOS E LAGOMORFOS
DOENÇA DO BICO E DAS PENAS DE PSITACÍDEOS 
· Circovírus
· Vírus DNA
· Altamente contagioso, morbidade alta 
· Não é zoonose
· Sinal clinico geral: apteria e penas distróficas 
Transmissão
· Via oral e respiratória
· Mais comuns em filhotes e jovens, mas podem ter em adultos 
· Pode ter jovens contaminado com sinal clinico e adultos sem sinais que acaba transmitindo 
· Diferentes espécies possuem diferentes suscetibilidade
· Transmitida pelo pó a pena, fezes ressecadas 
Multplicação viral
· O vírus vai entrar pela via respiratória e cavidade oral, entra nas células e se multiplica se espalha por todo corpo, atingindo as células da:
· Bursa de Fabricius: acaba matando a Bursa levando a uma linfopenia, gerando uma deficiência na resposta imune do animal 
· Ingluvio
· Esôfago
· Intestino: fezes e urina saem com vírus 
· Pele: descamação da pele tem o vírus 
· Penas: penas e pó da pena tem o vírus 
· Se o animal sobreviver ao vírus ele pode morrer futuramente, pois ele terá uma deficiência no sistema imune 
· Período de incubação do vírus: 2-4 semanas em animais jovens (descrição de eliminação em dois dias após contato) 
· Em neonatos pode ser fatal nos primeiros dias: 1-2 dias, as aves ainda não estão empenados 
· Leva a imunusupressão da ave: O animal vai ter infecções secundárias ao longo da vida, que vai levar o animal ao óbito 
Aves da América do sul são mais resistentes a doença
· Animais resistentes: arara, maritaca, maracanã, papagaio 
· A maior parte deles são assintomáticos, então o vírus consegue se replicar, mas não fica doente 
· Aves de migração pode transmitir o vírus 
· Assintomáticos
· Sinais brandos
· Sinais
· Inespecíficos
CACATUAS
Sinais clínicos em cacatuas
· Ocorre em aves jovens mais velhas 8-10 meses (média de sinais clínicos 6 meses a 3 anos).
· Menor quantidade pó a pena: esse pó fica na pena e também no pico por conta que as aves cosam as penas, aparecia de bico mais fino... mas difícil de notar, tutor não vê 
· Atraso na muda: demora mais pra acontecer, o tutor só observa quando acontece a muda porem a nasce penas distróficas. 
· Inicio de penas distróficas – evolução: formatos diferentes, toda vez que faz a troca das penas fica mais distróficas
· Hiperqueratose no bico: o bico começa a ficar mais grosso e com crescimento excessivo
· Crescimento de bico
· Fissuras longitudinais e necrose: fase final, o animal já está a quase um ano com a doença, isso leva a morte do animal, pois o animal sente dor 
- Animal adulto, com hipercrescimento de bico e necrose, áreas apiréticas, penas tortas, saindo com muita facilidade 
Penas distróficas 
- As penas nascem tortas, curvadas, fica fechada, áreas com sague, necrose na ponta da pena deixando-a mais frágil 
· As lesões nos bicos acabam levando a morte do animal: pois não consegue comer sozinho
· Infecções secundárias são frequentes: sist. imune bem degradado, ele fica praticamente sem defesa 
· Sobrevida média após sinais cínicos 6 a 12 meses: depois que a ave começa a apresenta distrofia de pena evidente
· Em filhotes 
· Sinais clínicos inespecíficos 
· P!! o que apresenta que podemos ver: distrofia de pena, quando começa a ter distrofia de pena evidente a ave vai viver em média 6-12 meses com tratamento suporte do vet (é possível viver mais, mas exige muito cuidado do dono) 
· Em filhotes 
· Depressão 
· Regurgitação 
· Penas não desenvolvem corretamente (dor)
As penas não abrem, ao tocar o animal sente dor (tipo pelo encravado) →
PAPAGAIO DO CONGO
Sinais clínicos em papagaio do congo
· Forma aguda: filhotes 2 semanas de vida (estase de papo, regurgitação e fraqueza): evolui pra óbito, sinais inespecíficos 
· Jovens +2 meses: 
· Menor quantidade de pó (não da pra ver)
· Penas distróficas (grande alerta para vírus) 
· Penas vermelhas nascendo fora da cauda (desnutrição tbm causa isso)
· Nem sempre tem penas distróficas!
· Apteria
· Leucopenia (facilita as infecções secundarias) 
· Necrose hepática (leva a óbito do animal)
AGAPORNIS
Sinais clínicos em agapornis
· Muito comum
· Alguns são positivos, mas não apresentam sinais clínicos
 - Se a ave tem e não apresenta os sinais, quando ter filhote vai nascer sem penas, sem as mudas
· Mais comum nos jovens
· Penas da muda não crescem
· Distrofia de penas
PERIQUITO AUSTRALIANO 
Sinais clínicos em periquito australiano: 
· Espécie muito acometida 
· A maioria dos filhotes se contamina em contatos com os pais, mas tbm pode ser passado pelo sêmen e na formação do ovo 
· Eles têm a muda normal, mas vai ter ausência das penas primárias e secundárias: “runners” (penas grandes das asas, não consegue voar) SINAL CLINICO CLÁSSICO 
· Pode ter penas distróficas e penas com coloração diferente 
· Pode ser confundido com Poliomavírus: Causa o msm sinal clinico, fazer exame diferencial 
· Nestes animais, a quarentena indicada é de 6 meses, com exames mensais.
Diagnostico 
· PCR das penas distróficas 
· Arranca a pena que está com coloração e formato alterado
· Quando não tem pena/pena alterada pode ser feito com as fezes
· Tratamento: Suporte
· Animal continua transmitindo o tempo todo
· Doença que não tem cura
· Cuidados especiais na clínica para não contaminar outras aves e seus próprios animais
· Tratamento,

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