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Disciplina: Poluição dos Solos Professor Márcio de Souza S. Almeida UFRJ – Escola Politécnica Eng. Ambiental Disciplina: Poluição do Solo • 5as feiras 10:00-12:00hs • Livros textos: – Curso Básico de Mecânica dos Solos; Carlos de Souza Pinto; Oficina de Textos, 356 pgs. – Geotecnia Ambiental. Maria Eugênia Boscov; Oficina do Texto • Disciplinas afins: Princípios de Geomecânica; Aterros de Resíduos; Disposição de Resíduos. 11/08 1. Introdução; Caracterização dos solos; 18/08 2. Introdução; Caracterização dos solos; Exercícios 25/08 3. Água nos solos; Capilaridade, 01/09 4. Permeabilidade; Aqüíferos; Percolação nos Solos; 08/09 5. Aula de ensaios de Laboratório 15/09 6. Permeabilidade; Aqüíferos; Percolação nos Solos; 22/09 7. Compressibilidade e adensamento dos solos; 29/09 8. Cálculos de recalques; Gestão de resíduos; 06/10 9. 1ª Prova 13/10 10.Aterros de Resíduos 20/10 11.Transporte de contaminantes; Solos contaminados - Exercícios 2710 12.Resistência ao cisalhamento dos solos; Estabilidade de taludes 03/11 13.Exercícios de estabilidade de aterros 10/11 14.Compressibilidade e Estabilidade de aterros de RSU 17/11 15.Investigação de solos contaminados; valores orientadores 24/11 16.Remediação de solos contaminados 01/12 17.2ª Prova 08/12 18.Prova final Breve CV Márcio Almeida Engenheiro Civil, UFRJ, 1974; MSc COPPE, 1977. PhD, Universidade de Cambridge, Inglaterra, 1984. Pós-doutorado em 1991-1992, Itália e Noruega. Prof. Titular da COPPE e Pesquisador IA do CNPq; Cientista do Estado FAPERJ; COPPE: Coordenador da Eng. Civil (1995-97); da Eng. Ambiental (1997-2000) e do MBA em Gestão Ambiental. Principais Áreas de Interesse: Obras de Terra e Geotecnia Ambiental. 60 teses de MSc/DSc orientadas; 1 livro e cerca de 250 artigos publicados. Mais de 300 trabalhos de Consultoria Experiência (consultorias) em Engenharia Ambiental: Remediação do Aterro de Gramacho (Comlurb, 1992); Dragagem e disposição de sedimentos das lagoas da Baixada de Jacarepaguá (SMAC, 1996, 1998), e do Canal do Fundão (SERLA, 1998/99-2009/10); Projeto das ETEs e de coletores troncos do programa de despoluição da baía de Guanabara (CEDAE, 1996-98); Avaliação das causas da ruptura do duto da Petrobrás (2000); Diagnóstico Ambiental da Reduc (Petrobrás, 2000); Consultorias BV; Impacto da Extração de Areia (C. Abreu); Mineração (CBMM, Paraibuna, etc); Coordenador do MBA da COPPE em Meio Ambiente. Caracterização, classificação e compactação dos solos 1. Introdução 2. Caracterização dos solos 3. Classificação dos solos 4. Compactação dos solos 5. Comentários finais 6. Bibliografia Notas de Aulas • Estão disponíveis no poli moodle; basta entrar no site da poli (www.poli.ufrj.br) no canto direito haverá um link para o site do poli moodle. • Para os alunos acessarem seu conteúdo é preciso entrar com a senha “poluicaosolos20112”. 1. Introdução • Importância da classificação e caracterização dos solos Os projetos de engenharia são baseados nas propriedades da classe a que o solo pertence • Para a classificação dos solos e obtenção de parâmetros geotécnicos são realizados ensaios de laboratório; • A partir da classificação dos solos, os ensaios para determinação da resistência do solo etc serão programados • Atenção : É fundamental a realização de ensaios de laboratório e/ou campo para obtenção dos parâmetros de projeto Caracterização, classificação e compactação dos solos 1. Introdução 2. Caracterização dos solos 3. Classificação dos solos 4. Compactação dos solos 5. Comentários finais 6. Bibliografia 2. Caracterização dos solos Solo produto do intemperismo atuando em rochas e outros solos. Solo composto de 3 fases: sólida, líquida e gasosa Fase sólida caracterizada através de sua composição granulométrica e mineralogia Relações entre as 3 fases índices físicos e limites de estado 2.1 Granulometria : medida do tamanho relativo dos grãos dos solos Grãos diferem em tamanho e forma Pedregulhos e areias peneiramento Argilas e siltes ensaios de sedimentação Argila Areia ou silte Descreve quantitativamente a textura do solo Pesar previamente todo o material passando 2.1.1.Granulometria por peneiramento Pesar cada peneira + material Calcular o percentual de material que passa em cada peneira Curva Granulométrica 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0.001 0.01 0.1 1 10 100 Diâmetro dos Grãos (mm) Po rc en ta ge m q ue P as sa 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Po rc en ta ge m R et id a PEDREGULHAREIA ARGILA SILTE GROSSOMÉDIOFINO GROSSAMÉDIAFINA ABNT PENEIRAS: 200 100 60 40 2030 10 8 4 3/8 3/4 1 1 1/2 SP 3 Prof.: 6,30 a 7,00m Peneiramento Sedimentação PENEIRAS Diâmetro dos Grãos (mm) em escala logarítmica Atenção : Norma NBR6502: Rochas e Solos/1995 Recreio 20% de areia Relação de peneiras e diâmetros 2.1.2. Granulometria por sedimentação • Todo o material que passou na peneira # 200 vai ser utilizado no ensaio de sedimentação • Teoria de sedimentação : partículas maiores em supensão em um líquido “caem” mais rapidamente que as partículas menores, supondo que tenham a mesma forma. Lei de Stokes (1891) Ensaio de sedimentação Peso na ponta Calibrado em água a 20oC Comprimento aprox. 350mm DENSÍMETRO • Densidade do fluido vai se alterando com o tempo Mede-se a densidade do fluído em intervalos de tempos e então se calcula o diâmetro da partícula; para densidade unitária tem-se % partículas sólidas igual a zero 18 )(2 LsgDv G f(T) Exemplo de cálculo do ensaio de sedimentação v = altura de queda / tempo Curva Granulométrica 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0.001 0.010 0.100 1.000 10.000 100.000 Diâmetro dos Grãos (mm) Po rc en ta ge m q ue P as sa 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Po rc en ta ge m R et id a PEDREGULHOAREIA ARGILA SILTE GROSSOMÉDIOFINO GROSSAMÉDIAFINA ABN PENEIRAS: 200 100 60 40 2030 10 8 4 3/8 3/4 1 1 1/2 SP 3 Prof.: 6,30 a 7,00m Fina Média Grossa 25.8 7.8 1.2 Composição Granulométrica ( % ) ( Escala ABNT ) 0.033.831.4 PedregulhoAreiaSilteArgila Recreio 20% de areia (peneiramento) 14,8% areia fina (sedimentação) 33,8% silte 2.2 . Mineralogia dos solos Na maioria dos solos o mineral mais abundante é o quartzo, seguido do feldspato e mica. Quartzo material com dureza elevada; feldspatos dureza moderada; mica materiais contendo mica apresentam alta compressibilidade e expansibilidade. Areias e pedregulhos Seu comportamento pouco depende da natureza de seus minerais. Argilas e siltes seu comportamento depende da natureza de seus minerais e da água. 2.2.1. Areias, pedregulhos e siltes Areias, pedregulhos e siltes são compostos basicamente de partículas “grandes” e relativamente inertes. As interações solo-fluído são mais físicas do que químicas. Argilo minerais decomposição química dos feldspatos da rocha matriz. As interações são físico-químicas. São três os principais argilo-minerais: caolinita, ilita e montmorilonita. A caolinita é o mais inerte. 2.2.2. Argilas caolinita ilita montmorilonita ou smectita 2.3. Índices Físicos Volume Total V = Vs + Vw + Va massas volumes AR ÁGUA SÓLIDOS Índice de vazios Porosidade, Volume específico, Volume de vazios Volume de sólidos Volume de vazios Volume Total Água nos vazios sólidos ar S S G G E2 Massa dos grãos de solo Massa de um mesmo volume de de água Massa de água Massa de sólidos Teor de umidade, Grau de Saturação, Volume de vazios Volume de água Índices Físicos Massa específica real dos grãos, densidade real dos grãos – Solos: de 2,6 – 2,8 Se Va =0, S =1 e o solo está saturado S G Se a massa de água for maior que a massa de sólidos o teor de umidade é maior que 100%. Um exemplo de valor elevado de teor de umidade é o de turfas : pode-se obter valores da ordem de 800%. Recreio : G = 2,519 – valor relativamente baixo : presençade matéria orgânica Slide 21 E2 na equação de índice de vazios trocar V por Vs no denominador Eduardo; 19/8/2008 Índices Físicos AR ÁGUA SÓLIDOS massas volumes Massa de sólidos Volume total Massa total Volume total Densidade seca, Densidade total, G G G G SS S Índices Físicos Volume total Volume total Peso seco Peso total Peso específico, Peso específico seco, (natural : n) O peso específico natural de solos varia em geral entre 17 a 20kN/m3 Ex: solos com metais em sua composição podem apresentar n maiores que 20 kN/m3 (solos compactados também) e solos orgânicos e argilas moles podem apresentar n variando de 12 a 15 kN/m3 Recreio : n = 12,9 kN/m3 – valor relativamente baixo : presença de matéria orgânica – solo mole G S G Atenção Massa total Volume total Volume total Peso seco Densidade total = Peso específico natural = = g/cm3 = kgf/cm3 ou kN/m3 P = m . ag n = 9,81 . 2.4. Limites de estado do solo As argilas costeiras brasileiras e argila sensíveis : wn, em geral, é maior que wL wn Umidade natural ou teor de umidade in situ, wn LíquidoPlásticoSemi sólidoSólido Umidade (%) wP = limite de plasticidade (LP) wL = limite de liquidez (LL) wn = umidade natural wP = limite de plasticidade L I M I T E D E P L A S T I C I D A D E Número da Cápsula F1 3 A E N (g ) Total Úmido 10.21 14.83 15.72 9.94 10.48 O Total Seco 9.17 13.75 14.59 8.92 9.32 S Cápsula 7.07 11.65 12.32 6.95 7.07 E Água 1.04 1.08 1.13 1.02 1.16 P Solo Seco 2.10 2.10 2.27 1.97 2.25 Umidade (%) 49.52 51.43 49.78 51.78 51.56 Limite de Plasticidade 50.81 ABNT : NBR7180 O limite de plasticidade é a menor umidade para a qual o solo apresentará plasticidade Material plástico : é o material capaz de suportar deformações rápidas, sem variação volumétrica, sem apresentar trincas ou desmoronar-se, mantendo sua forma wL = limite de liquidezCasagrande L I M I T E D E L I Q U I D E Z Número da Cápsula 32 10 17 42 121 5 21 31 30 43 (g ) 12.41 12.22 11.36 11.65 13.52 12.09 12.18 12.08 11.55 12.68 O 10.08 9.83 9.35 9.07 11.03 9.00 9.58 9.57 9.16 9.89 S 8.31 8.02 7.83 7.12 9.20 6.74 7.76 7.81 7.57 8.03 E 2.33 2.39 2.01 2.58 2.49 3.09 2.60 2.51 2.39 2.79 P 1.77 1.81 1.52 1.95 1.83 2.26 1.82 1.76 1.59 1.86 131.6 132.0 132.2 132.3 136.1 136.7 142.9 142.6 150.3 150.0 Número de Golpes 40 29 19 Solo Seco Umidade (%) Umidade Média (%) Total Úmido Total Seco Cápsula Água 10 132.3 136.4 142.7 150.2 10 100 130.0 135.0 140.0 145.0 150.0 Umidade, % N úm er o de G ol pe s LL=138,8% LP= 50,8% IP= 88,0% N úm e r o g o lp es 25 golpes ABNT : NBR6459 Varia-se a umidade da amostra e faz-se o ensaio 2.5 . Matéria orgânica É determinada a partir de uma amostra de solo passando na peneira de 2mm. Seca-se a amostra (estufa a cerca de 60oC, para não mascarar os resultados). Calcula-se a massa seca (ms). Prepara-se a amostra com uma série de reagentes de forma a obter-se a massa de matéria orgânica (ver norma NBR 13600) TMO = teor de matéria orgânica (OM =organic matter)= TMO = massa de matéria orgânica ms Caracterização, classificação e compactação dos solos 1. Introdução 2. Caracterização dos solos 3. Classificação dos solos 4. Compactação dos solos 5. Comentários finais 6. Bibliografia 3. Classificação dos solos A classificação do solo pode ser função de suas características diversas: -Características dos grãos que constituem os solos; -Preenchimento dos vazios : saturados ou não -Estrutura; -Quanto à origem e evolução; -Tipo e comportamento das partículas 3.1. Idenstificação tátil-visual Amostras coletadas em sondagens: o sondador no campo faz uma descrição suscinta da amostra e a remete ao laboratório classificação tátil visual final: feita em laboratório por um geólogo ou engenheiro experiente em solos Recreio: argila orgânica muito mole cinza escura 3.2. Classificação com base nas características dos grãos do solo W = bem graduado ou P = mal graduado I = média plasticidade V = plasticidade muito elevada E = extremamente elevada plasticidade L = baixa plasticidade e compressibilidade H = alta plasticidade e compressibilidade G= pedregulho, S= areia C = argila, M = silte 3.2.1.Terminologia do Sistema Unificado O = Orgânico, Pt = turfa Curva granulométrica: CNU e CC Granulometria por peneiramento e sedimentação Determinação do TMO Carta de plasticidade (IP e wP) 3.2.1. Granulometria Sistemas de classificação: ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), Diferenças dos diâmetros x faixas de tipos de solos D10 = diâmetro referente a 10% passando na peneira D60 = diâmetro referente a 60% passando na peneira CNU = D10 D60COEFICIENTE DE NÃO UNIFORMIDADE 3.2.2. Graduação da curva granulométrica D30 = diâmetro referente a 30% passando na peneira Quanto maior o CNU mais bem graduado é o solo. É utilizado para solos granulares. CNU < 2 : areias uniformes. CC entre 1 e 3 : solo bem graduado. CC menor que 1, curva apresenta descontinuidade CC = D10 D302 . D60 COEFICIENTE DE CURVATURA Solo A –Solo mal graduado ou uniforme Solo B – Solo bem graduado Solo C – Falta uma faixa de material Recreio: wP = 50,8%, wL = 138,8% IP = 88 Plasticidade extremamente elevada IP = wL –wP = índice de plasticidade Índice de Plasticidade Classificação 1<IP<7 Pouco plástica 7<IP<15 medianamente plástica IP>15 Muito plástica Baixa plasticidade wL = < 35% Plasticidade intermediária wL = 35 - 50% Elevada Plasticidade wL = 50 - 70% Plasticidade muito elevada wL = 70 - 90% Plasticidade extremamente elevada wL = > 90% Baixa plasticidade wL = < 35% Plasticidade intermediária wL = 35 - 50% Elevada Plasticidade wL = 50 - 70% Plasticidade muito elevada wL = 70 - 90% Plasticidade extremamente elevada wL = > 90% Baixa plasticidadeBaixa plasticidade wL = < 35%wL = < 35% Plasticidade intermediáriaPlasticidade intermediária wL = 35 - 50%wL = 35 - 50% Elevada PlasticidadeElevada Plasticidade wL = 50 - 70%wL = 50 - 70% Plasticidade muito elevada Plasticidade muito elevada wL = 70 - 90%wL = 70 - 90% Plasticidade extremamente elevada Plasticidade extremamente elevada wL = > 90%wL = > 90% Proposta por Casagrande : relaciona o Indice de plasticidade e o limite de liquidez e informa as faixas de classificação dos solos finos em função deste valores 3.2.3. Diagrama (ou carta) de plasticidade I = média plasticidade V = plasticidade muito elevada E = extremamente elevada plasticidade L = baixa plasticidade e compressibilidade H = alta plasticidade e compressibilidade C = argila M = silte ARGILAS SILTES WL (%) LINHA A Terminologia do Sistema Unificado Quanto maior é o wL mais com- pressível é o solo 3.3. Classificação do solo quanto ao seu estado • Importância : O comportamento de areias e argilas é função de sua compacidade e consistência respectivamente Compacidade das areias e siltes arenosos e Consistência de argilas e siltes argilosos Solo Índice de resistência à Penetração (NSPT) Classificação < ou igual a 4 Fofa 5 a 8 Pouco compacta 9 a 18 Medianamente compacta 19 a 40 Compacta > 40 Muito compacta < ou igual a 2 Muito mole 3 a 5 Mole 6 a 10 Média 11 a 19 Rija >19 Dura Areias e siltes arenosos Argilas e siltes argilosos A partir de sondagens à percussão Compacidade das areias e siltes arenosos ID ou CR = (emax - e) (emax - emin) Compacidade das areias – ID(%) Muito fofa: 0-15 Pouco compacta: 15-35 Medianamente compacta: 35-65 Compacta: 65-85 Muito compacta: 85-100 Índice de densidade ou compacidade relativa 3.4. Classificação genética do solo (quanto a sua origem) Solos formados in situ a partir de processos de intemperismo SOLOS RESIDUAIS Solos transportados por processos mecânicos SOLOS TRANSPORTADOS Solos que contém matéria orgânica SOLOS ORGÂNICOS 3.4.1. Classificação geológica SOLOS RESIDUAIS • São solos formados a partir da decomposição das rochas pelo intemperismo físico ou químico,ou ambos. • Solo residual “maduro” – já perdeu a estrutura original da rocha mãe. Ex: solo laterítico • Solo residual “jovem” ou saprolítico – mantém a estrutura da rocha mãe. • Climas tropicais como o Brasil, o manto de intemperismo é espesso, ao contrário de países temperados Horizonte superficial laterizado até 2m, seguido de horizonte C (solo saprolítico). Futai, 2002. SOLOS RESIDUAIS • São solos que sofreram transporte por agentes geológicos, exemplos: • aluviões, • colúvios (solos residuais que foram transportados por gravidade), • talus (formado por quedas de blocos em escarpas rochosas), • sedimentos marinhos, eólicos. SOLOS TRANSPORTADOS SOLOS TRANSPORTADOS Aluviões Solo residual Cicatriz de deslizamento Saprolito COLÚVIO ALUVIÃO • Solos constituídos por compostos orgânicos, que contém matéria orgânica. Superficialmente, formam por vezes depósitos de turfa. Ocorrem em cotas mais baixas de várzeas. NA é aflorante, em geral. São muito compressíveis e apresentam elevada umidade natural e baixa resistência. Comuns na costa brasileira. • Em solos residuais, a camada superficial pode ser orgânica. SOLOS ORGÂNICOS SOLOS ORGÂNICOS Norma americana: Amostra seca em estufa :wL1 Amostra natural : wL2 Se wL1<0,75wL2 : orgânico 3.4.2. Classificação em horizontes pedológicos HORIZONTE DESCRIÇÃO Horizonte I solo orgânico (solo residual ou transportado) Horizonte I I solo laterítico (solo residual ou transportado) Horizonte III horizonte saprolítico (solo residual) Horizonte IV saprolito (transição de solo para rocha) Horizonte V rocha alterada ou muito decomposta Horizonte VI rocha alterada ou muito decomposta Horizonte VII rocha sã Perfil típico de área plana Matriz : gnaisse ou granito Horizonte I Horizonte II Horizonte III Horizonte IV Horizonte V e VI Horizonte VII Perfil de uma área de baixada - Barra da Tijuca Turfa de 2 a 3m Argila de até 18m Perfil de uma encosta em Angra dos Reis 100 200 300 400 (metros)0 100 200 SEÇÃO AA Rocha sã Colúvio Solo residual Superfície de ruptura c' = 10kPa; = 25° FS NA (m) elevação (metros) distância (parâmetros nos quadros) c' = 5kPa; = 25° 'c' (kPa) 3 3 3 3 0 0 0 0 24° 23° 22° 21°1 1,05 1,1 1,14 NA (m) 1 1 1 1 FS 03 1 0 2 0 0 0 c' (kPa) 21° 24° 26° 22,5° ' 25°031,18 Análise de sensibilidade Parâmetros-limite Caracterização, classificação e compactação dos solos 1. Introdução 2. Caracterização dos solos 3. Classificação dos solos 4. Compactação dos solos 5. Comentários finais 6. Bibliografia 4. Compactação de solos 4.1. Introdução 4.2. Compactação de solos em laboratório 4.3. Comportamento de solos compactados 4.4. Equipamento para compactação de solos in situ 4.5. Controle de compactação em campo • Compactação : aumenta mecanicamente a densidade do solo, diminuindo o volume de ar e o índice de vazios; • A compactação é fundamental para a construção de barreiras hidráulicas, rodovias, barragens e aterros em geral. Energia Solo compactado 4.1. Introdução • Principais objetivos da compactação: – Aumentar a resistência ao cisalhamento e a capacidade de carga; – Homogeneizar o material do aterro; – Aumentar a rigidez e diminuir futuros recalques; – Diminuir o índice de vazios e permeabilidade. • Fatores que afetam o grau de compactação: – Natureza e tipo de solo, isto é, areia ou argila, granulometria, plasticidade; – Umidade no momento da compactação; – No campo: condições climáticas, espessura da camada compactada – Energia de compactação: peso, vibração, número de passadas do equipamento, tipo de equipamento 4.2. Compactação de solos em laboratório ABNT : NBR7182 Ensaio de Proctor Normal •Compactar o solo em três camadas com 25 golpes em cada camada, utilizando um cilindro de 10,2cm de diâmetro e 11,7cm de altura (0,95 l ); •Um soquete de 2,5kg e cai de uma altura de 30,5cm. •Mede-se a umidade e a densidade do solo e refaz-se o ensaio para outra umidade sem reaproveitamento do solo. Molde Curva de compactação: máxima densidade ocorre na umidade ótima, para uma determinada Energia de compactação Pesa-se a amostra após o ensaio e cada medida de umidade x densidade seca (em g/m3) ou peso específico seco (em kN/m3) corresponde a um ponto na curva de compactação. Molde com solo compactado • Quando se compacta com umidade baixa o atrito entre as partículas é alto e não se consegue uma redução do significativa dos vazios; • Valores crescentes de umidade estão relacionados com valores crescentes de peso específico seco até a umidade ótima. • Para umidades mais elevadas a água provoca um efeito de lubrificação entre as partículas. A partir da umidade ótima o peso específico seco diminui; • Para umidades elevadas a água absorve o impacto do soquete, e a compactação pode se tornar ineficiente; Observações sobre as umidades de compactação 4.3.1. Energia de compactação Souza Pinto, 2000 E = P H N V E = energia específica de compactação, por unidade de volume; P = peso do soquete; H = altura de queda do soquete; N = número de camadas; V = volume de solo compactado. Proctor 4.3. Comportamento de solos compactados Valor da umidade ótima diminui e s aumenta com o aumento da energia de compactação • Diminuição da permeabilidade com o aumento da umidade e da densidade até a umidade ótima. • Para valores acima da umidade ótima há relativamente, um pequeno aumento da permeabilidade Umidade (%) Pe so e sp ec ífi co (k N /m 3 ) Pe rm ea bi lid ad e (c m /s) 4.3.2. Permeabilidade 4.4. Controle de compactação em campo Pressão estática rolos estáticos (cilindros lisos, de pneus e pé de carneiro Vibração rolos compactadores ou vibratórios Impacto apiloadores e cargas de impacto, com efeito a grandes profundidades 4.4.1. Equipamento para compactação de solos in situ • Rolo compactador liso • Rolo pé de carneiro • Rolo pneumático • Placa vibratória • Vibrador manual No campo controla-se o energia de compactação, número de passadas, a umidade, o grau de compactação, espessura da camada, homogeneização do solo. O controle é exigido para atender às premissas de projeto. Em geral se prepara uma praça experimental para verificação dos itens. Solos com umidades acima da umidade ótima, próximos da saturação, são chamados “borrachudos”. Na passagem do equipamento de compactação, as bolhas de ar ocluso se comprimem para logo após se dilatar. 4.4.2. Grau de compactação Areia de densidade conhecida base Buraco escavado sob a base Ensaio do frasco de areia: •Massa de solo removida é pesada. •O volume do “buraco”: calculado a partir do volume preenchido pela areia. •A massa de areia necessária para preencher o buraco: diferença no peso do cilindro antes e após o preenchimento (desconta-se o volume do cone sobre o buraco) cone Grau de compactação campo max lab G.C. = A umidade em campo é controlada por métodos expeditos, como o da frigideira. Em geral o projetista define faixas de tolerância: • umidade w = ± 2% da wot ; • GC ≥ 95%). 5. Comentários finais Caracterizar e classificar os solos é importante para a avaliação preliminar do comportamento do solo, para o planejamento dos ensaios de laboratório a serem realizados para a obtenção de parâmetros de resistência, compressibilidade e fluxo de água. É também útil na avaliação das faixas de parâmetros obtidos nos ensaios de laboratório, em função das características regionais. 5. Comentários finais Solos compactados apresentam comportamento diferenciado em função dos vários fatores: energia de compactação, classe do solo, faixa de umidade em relação à umidade ótima. Um rigoroso controle das condições de campo é necessário para garantir premissas de projeto Caracterização, classificação e compactação dos solos 1. Introdução 2. Caracterização dos solos 3. Classificação dos solos 4. Compactação dos solos 5. Comentários finais 6. Bibliografia6. Bibliografia • Normas Brasileiras: – NBR6457: Amostras de solo - Preparação para ensaios de compactação e ensaios de caracterização. – NBR6459 : Solo - Determinação do limite de liquidez. – NBR13441 ou NBR6502: Rochas e solos. – NBR7180: Solo - Determinação do limite de plasticidade . – NBR7181 : Solo - Análise granulométrica. – NBR7182 : Solo - Ensaio de compactação. – NBR7183 : Determinação do limite e relação de contração dos solos. – NBR13600 : Solo - Determinação do teor de matéria orgânica por queima a 440 graus Celsius. – NBR6508 :Grãos de solos que passam na peneira de 4,8 mm - Determinação da massa específica. 6. Bibliografia • Normas Brasileiras: – NBR7185 : Solo - Determinação da massa específica aparente, "in situ", com emprego do frasco de areia. – NBR9813 : Solo - Determinação da massa específica aparente "In Situ", com emprego de cilindro de cravação. – NBR12004: Solo - Determinação do índice de vazios máximo de solos não coesivos. – NBR 12051 : Solo - Determinação do índice de vazios mínimo de solos não coesivos. – NBR 12102 : Solo: controle de compactação pelo método de Hilf. 6. Bibliografia • Lambe, T. W. e Whitman, R. V. (1979). Soil Mechanicas, SI version. John Wiley & Sons. • Mitchell, J. K. (1993). Fundamentals of soil behavior. John Wiley & Sons. • Pinto, C.S. (2000). Curso Básico de Mecânica dos Solos. Editora Oficina de Textos, São Paulo. • Vargas, M. (1977). Introdução à Mecânica dos Solos. Editora McGraw Hill.
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