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Grafite: os desafios da arte urbana no Brasil Na telenovela “Malhação: intensa como a vida”, exibida pela Rede Globo em 2012, Gil, um jovem estudante do colégio Quadrante, gosta de grafitar e, devido a isso, realiza as suas artes no meio urbano e, também, nas paredes da escola. Com essa abordagem, a obra revela uma forma artística bastante vista na sociedade brasileira, no entanto, bastante desafiante, haja vista que muitos enxergam essa manifestação de modo desdenhoso. Dessa forma, cabe pontuar os fatores desafiantes acerca dessa problemática no Brasil: a invalidação social quando o assunto é o grafite e a falta de incentivo estatal. Nesse contexto, é valido ressaltar que a sociedade é preconceituosa ao tratar manifestações artísticas urbanas, como, por exemplo, o grafite, como um ato de vandalismo. Eduardo Kobra, grafiteiro paulista, falou, em uma de suas entrevistas, que acredita que o preconceito contra o grafite está muito relacionado à ignorância. À vista disso, pode-se afirmar que o pensamento de Kobra, que chegou, até mesmo, a ser preso por grafitar, pode ser comprovado a partir da invalidação social, haja vista que, por não buscar informações, grande parcela do corpo social trata o grafite com desdém, repulsa e indiferença ao invés de admiração e de considerar como uma arte que expressa o que a humanidade vive por meio de desenhos e pinturas. Logo, faz-se necessário romper com esse pensamento estigmatizado. Além disso, é preciso salientar que o grafite não é incentivado no meio social e que, muitas vezes, isso é reflexo da falta de apoio estatal. Em Curitiba, após a promulgação da Lei 12.408, que elenca que o grafite não é considerado crime, a vereadora Professora Josete e o deputado estadual Goura Nataraj criaram um projeto que reconhece o grafite como manifestação artística de valor cultural. No entanto, apesar da cidade incentivar a arte urbana, sabe-se que essa realidade não é muito comum no cenário de outros municípios, uma vez que a falta de incentivo artístico, econômico e social por parte do governo é imensa e isso é evidente na sociedade contemporânea, já que, por ser uma arte voltada ao público das classes baixa e média e afastada da elite, não há disponibilização de muros públicos e, também, não há projetos nacionais que exemplifiquem o quão importante é essa manifestação cultural. Assim, é nítida a urgência de uma forma para atenuar os desafios referentes à arte urbana brasileira. Portanto, para que as questões negativas que envolvem a arte urbana no Brasil se tornem menos desafiadoras, a Secretaria Especial da Cultura, em ação conjunta com o Ministério da Cidadania, deve, por meio de campanhas nas mídias sociais e televisivas – Facebook, Instagram e Youtube –, tendo em vista a grande visibilidade e facilidade de acesso às informações veiculadas por esses canais de comunicação, promover projetos e propagandas que explicitem a importância do grafite como uma forma de viabilização de causas sociais e embelezamento do panorama urbano. Concomitantemente, a fim de diminuir o preconceito social ligado ao grafite, faz-se necessário que o governo federal, por meio de verbas governamentais, incentive e conceda o apoio necessário aos artistas urbanos e disponibilize muros e paredes de espaços públicos, a exemplo de praças e parques, para serem grafitados. Somente assim, o grafite será mais valorizado, os desafios serão rompidos e o que foi retratado por Eduardo Kobra será amenizado. Aluna: Maria Cecília Ricardo Ramalho Nunes Série: 3º ano
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