Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Agenciamento de Viagens e Transportes - Unidade Nº 3 - Transportes em Turismo Agenciamento e Transportes Unidade Nº 3 - Transportes em Turismo Míriam Rosas Mangueira Agenciamento de Viagens e Transportes - Unidade Nº 3 - Transportes em Turismo Agenciamento de Viagens e Transportes - Unidade Nº 3 - Transportes em Turismo Introdução Em sua essência, o turismo é uma atividade que envolve deslocamentos. Sem sair do lugar a gente só é capaz de praticar o turismo virtual, nunca turismo. E para se locomover do ponto de origem a um destino turístico, os viajantes e turistas se deslocam de diversas maneiras: a pé, de carona, de ônibus, de avião, de trem, barco, parapente, bicicleta, kitesurf, helicóptero, patinete e tantos outros modais que você deve ter se lembrado. Uma espiada nos bastidores desses deslocamentos de pessoas, os chamados fluxos turísticos, e você verá que existem sistemas de transportes interligando a atividade turística com a infraestrutura urbana e de serviços das localidades, de modo a organizar, propiciar e suportar as viagens. Já vimos na Unidade 1 como a Lei Geral do Turismo regulamenta o agenciamento de viagens e transportes turísticos. No artigo nº 28 da Lei, que trata dos transportes de passageiros com finalidade turística, haviam lacunas e certa falta de objetividade quanto à operação e responsabilidades sobre esse segmento. O que levou o Ministério do Turismo - MTur a delegar, através da Portaria nº 312, de 03 de dezembro de 2013, o transporte turístico apenas às agências de viagens com frota própria e empresas de transporte cadastradas no MTur. Assim, a Portaria nº 312/2013 clarifica “as regras e condições a serem observadas pelos prestadores de serviços de transporte turístico de superfície terrestre nacional e internacional”. Em 2017, foi a vez do Acordo de Cooperação Técnica n 001/2017 entrar em vigor. Celebrando o intercâmbio de informações entre o MTur e a Agência Nacional de Transportes Terrestres - ANTT, o acordo ajudará a fiscalização de prestadores de transporte turístico e busca a formalização dos prestadores de serviço, gerando um banco de dados e estatísticas acessíveis à todos os órgãos e departamentos envolvidos. Essas e outras ações fazem parte do Plano Brasil + Turismo. Comecemos uma nova unidade, então? Bons estudos! http://www.turismo.gov.br/legislacao/?p=89 https://diariodotransporte.com.br/wp-content/uploads/2017/05/acordo_cooperacao_n1_2017_mtur_antt.pdf http://www.turismo.gov.br/%C3%BAltimas-not%C3%ADcias/7691-governo-federal-anuncia-o-brasil-turismo,-pacote-de-medidas-para-desenvolver-o-setor-no-pa%C3%ADs.html http://www.turismo.gov.br/%C3%BAltimas-not%C3%ADcias/7691-governo-federal-anuncia-o-brasil-turismo,-pacote-de-medidas-para-desenvolver-o-setor-no-pa%C3%ADs.html Agenciamento de Viagens e Transportes - Unidade Nº 3 - Transportes em Turismo 1. Meios de Transporte em Turismo Quando afirmou seu entendimento sobre o turismo em forma de um sistema dinâmico, sempre em movimento e com “combinações multifacetadas”, Beni categorizou a operação, o agenciamento de transportes turísticos e de viagens como um subsistema de distribuição do turismo, tendo como principais intermediários na distribuição as operadoras e agências de viagens e transportes e as empresas de transportes turísticos. Há quatro grandes tipos de transporte turístico: 1. Aéreo 2. Hidroviário 3. Rodoviário 4. Ferroviário A Portaria nº 312, de 03 de dezembro de 2013, regulamenta e autoriza o transporte turístico apenas às agências de viagens com frota própria e empresas de transporte cadastradas no MTur. Assim, consegue organizar o cadastro e a fiscalização dos prestadores de serviços, prezando por mais qualidade nos atendimentos e mais atenção às expectativas dos turistas. Sabemos que existem duas formas de distribuição e comercialização de viagens: através da venda direta a turistas ou pela venda agenciada, como ilustra a figura 1, abaixo. A primeira se dá, principalmente, pelas plataformas de e-commerce, sites, redes sociais e outros canais digitais que não envolvem nenhum intermediário entre o produto e o turista, sendo comprados diretamente pelo viajante. A segunda é regulamentada por Lei e orienta-se pelo seguinte: Art.7º A prestação de serviço de transporte turístico de superfície terrestre nacional e internacional poderá ocorrer nas seguintes modalidades: I – pacote de viagem; II – passeio local; III – traslado; e IV – especial. Agenciamento de Viagens e Transportes - Unidade Nº 3 - Transportes em Turismo Figura 1: esquema de vendas agenciadas de turismo Beni defende que como “a energia que alimenta o Sistema de Turismo é vinda da relação entre a oferta-demanda estabelecida pelo mercado, o fluxo de massa e energia processa-se através dos canais de comunicação” (leia o artigo completo aqui). Por “fluxo de massa e energia”, entendemos que Beni quer dizer comercialização e distribuição do turismo. Segundo Kotler, os canais de distribuição são compostos por organizações envolvidas no processo de disponibilizar os produtos e serviços turísticos para o consumo dos turistas. No caso do turismo brasileiro, as agências e operadoras de viagens e as agências de turismo receptivo. Contudo, para agenciar os transportes, as agências e operadoras de turismo precisam estar atentas, principalmente, aos perfis de consumidores. No esquema a seguir (Figura 2), e conhecendo as quatro modalidades de transportes turísticos, poderemos conceber os tipos de viajantes que iremos encontrar nesses fluxos de mobilidade. http://www.redalyc.org/jatsRepo/2610/261056114003/html/index.html Agenciamento de Viagens e Transportes - Unidade Nº 3 - Transportes em Turismo Figura 2: definição dos tipos de viajantes - adaptação de Palhares e Collier. O tipo de modal a ser utilizado depende diretamente do perfil de turista e das necessidades dessas pessoas enquanto viajam. Ampliando a lista enumerada acima, e, é claro, considerando o aumento dos viajantes livres e independentes, podemos acrescentar outros modos de transporte mais comuns ao público: 5. As próprias pernas (trekkers, praticantes de travessias em áreas naturais, etc); 6. Bicicleta (que tanto pode ser um modal rodoviário, quanto de aventura). E é o conjunto de todos esses tipos de viajantes que chamamos de demanda turística, como você pode observar na Figura 2. Sendo assim, conclui-se que os tipos de transporte turísticos estão diretamente ligados ao perfil dos turistas e também, às características do terreno das localidades para onde irão os turistas, à quantidade a ser transportada, à distância a ser percorrida e às condições legais para a operação dos serviços de turismo. Agenciamento de Viagens e Transportes - Unidade Nº 3 - Transportes em Turismo Todos os quatro modais de transportes podem ser utilizados tanto no turismo emissivo, que ocorre quando você ou alguém sai de sua cidade, por exemplo para outro destino, quanto no turismo receptivo, que acontece quando alguém de fora visita a sua cidade. Quando um cidadão brasileiro viaja pelo país, para fora de sua cidade de residência, está praticando o turismo emissivo. E quando essa mesma pessoa está recebendo amigos estrangeiros ou brasileiros em sua cidade de residência, os visitantes estão praticando o turismo receptivo. Tá legal, entendi. Mas por que essa diferença? Primeiro porque a balança de pagamento do turismo entende que os gastos de turistas brasileiros fora do nosso país representam uma despesa, enquanto os gastos de turistas estrangeiros no Brasil significam receitas. Nessa balança, ocorre superávit quando os gastos de estrangeiros no país superam os gastos de brasileiros no exterior. Se quiser aprender mais sobre a relação entre a taxa de câmbio e o setor de turismo, consulte esse artigo publicadona revista Turismo - Visão e Ação, uma importante publicação acadêmica da área. https://siaiap32.univali.br/seer/index.php/rtva/article/viewFile/8319/4678 Agenciamento de Viagens e Transportes - Unidade Nº 3 - Transportes em Turismo Figura 3 - Turismo internacional no Brasil em 2018. Fonte: MTur. O Boletim do Informativo do Turismo Receptivo Brasileiro de junho de 2019, disponível para download nesse link, apresenta as avaliações dos turistas estrangeiros sobre fazer turismo no Brasil. O documento analisa os seguintes aspectos dos turistas: 1. Motivo da Viagem; http://www.dadosefatos.turismo.gov.br/2016-02-04-11-54-03/demanda-tur%C3%ADstica-internacional.html Agenciamento de Viagens e Transportes - Unidade Nº 3 - Transportes em Turismo 2. Destinos mais Visitados; 3. Tipo de Alojamento utilizado; 4. Conhecimento da Marca Brasil; 5. Perfil Socioeconômico; 6. Fonte de Informação para realizar a viagem; 7. Infraestrutura Turística; 8. Aeroportos; 9. Informações Turísticas; 10. Sinalização Turística; 11. Segurança Pública; 12. Transporte Público; 13. Serviços de Táxi; 14. Limpeza Pública; 15. Preços, telecomunicações e rodoviárias; 16. Avaliação Positiva da viagem; e a 17. Satisfação em relação à viagem. Os itens de 7 a 15 foram avaliados como precisando de melhorias. Mas a imensa maioria das avaliações de satisfação da visita feitas, correspondentes à 97,9% dos entrevistados, é otimista, destacando a hospitalidade brasileira como o aspecto mais positivo da visita ao Brasil. Os transportes são uma parte essencial da atividade do turismo. Autores renomados como Stuart Hall e John Tribe usam o termo mobilidade para se referirem ao funcionamento do sistema de transportes turísticos. Agenciamento de Viagens e Transportes - Unidade Nº 3 - Transportes em Turismo Você quer ler? Se for do seu interesse, vale a pena consultar a pesquisa sobre a Demanda turística internacional para conhecer melhor quem atualmente visita o Brasil. A importância de conhecer e acompanhar as pesquisas e relatórios do MTur e outras instâncias regionais e municipais do e relacionadas ao turismo no país vai além do seu próprio desenvolvimento profissional e pessoal, já reparou? As estatísticas colhidas e analisadas são essenciais para que as cidades possam entender o comportamento dos turistas, seus hábitos e valores, as motivações que os trouxeram ao país e como percebem a qualidade do nosso trabalho. São tão essenciais, que o IBGE se baseia nas estatísticas de fluxo para traçar suas perspectivas macroeconômicas quinquenais de turismo, como destaco do estudo: “A geração de informações relacionadas com o turismo só foi possível a partir da elaboração de uma classificação de atividades características do setor, obtida pela compatibilização da definição da Organização Mundial de Turismo - OMT (World Tourism Organization - UNWTO) para essas atividades com a Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE. Desse modo, foi possível identificar, no Sistema de Contas Nacionais - SCN, as atividades que contêm, entre seus códigos de classificação CNAE, códigos relativos às Atividades Características do Turismo.” (IBGE) 1.1. Transportes em Turismo e Procedimentos de Reservas Para garantir a prestação de serviços qualificados e responsáveis pela segurança e comodidade dos turistas, a Lei Geral do Turismo determina que: CAPÍTULO II DA REGULAMENTAÇÃO DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE TURÍSTICO DE SUPERFÍCIE TERRESTRE Seção I Das Modalidades e dos Tipos de Veículo para Transporte Turístico de Superfície Terrestre http://www.dadosefatos.turismo.gov.br/2016-02-04-11-54-03/demanda-tur%C3%ADstica-internacional.html http://www.dadosefatos.turismo.gov.br/images/pdf/outros_estudos/economia_do_turismo/Estudo_Economia_do_Turismo__Uma_Perspectiva_Macroeconomica_2003_2009.pdf Agenciamento de Viagens e Transportes - Unidade Nº 3 - Transportes em Turismo Art.7º A prestação de serviço de transporte turístico de superfície terrestre nacional e internacional poderá ocorrer nas seguintes modalidades: I – pacote de viagem; II – passeio local; III – traslado; e IV – especial. [...] Ônibus, microônibus, utilitários e automóveis são os meios autorizados para transportes turísticos. Art. 9º Na modalidade “passeio local”, os serviços de transporte turístico de superfície terrestre só poderão ser oferecidos por meio dos seguintes tipos de veículo: I – ônibus, desde que atendidos os critérios de segurança estabelecidos para o veículo pelos órgãos reguladores de transporte, em suas respectivas esferas; II – microônibus, desde que atendidos os critérios de segurança estabelecidos para o veículo pelos órgãos reguladores de transporte, em suas respectivas esferas; III – utilitário, desde que o percurso entre o ponto de partida e o de chegada ocorra: dentro dos limites geográficos do estado, do município ou da região metropolitana de origem da viagem, desde que o trecho não seja interestadual; e b) até os municípios vizinhos com o quais o município de origem do passeio possua divisa territorial, desde que o trecho não seja interestadual; e IV – automóvel, desde que o percurso entre o ponto de partida e o de chegada ocorra: a) dentro dos limites geográficos do estado, do município ou da região metropolitana de origem da viagem, desde que o trecho não seja interestadual; e b) até os municípios vizinhos com o quais o município de origem do passeio possua divisa territorial, desde que o trecho não seja interestadual. Art. 10. Na modalidade “traslado”, os serviços de transporte turístico de superfície terrestre só poderão ser oferecidos por meio dos seguintes tipos de veículo: Agenciamento de Viagens e Transportes - Unidade Nº 3 - Transportes em Turismo I – ônibus, desde que atendidos os critérios de segurança estabelecidos para o veículo pelos órgãos reguladores de transporte, em suas respectivas esferas; II – microônibus,desde que atendidos os critérios de segurança estabelecidos para o veículo pelos órgãos reguladores de transporte, em suas respectivas esferas; III – utilitário, com capacidade para bagagem e pelo menos três portas, quando necessário, desde que o percurso entre o ponto de partida e o de chegada ocorra: dentro dos limites geográficos do estado, do município ou da região metropolitana de origem da viagem, desde que o trecho não seja interestadual; e b) até os municípios vizinhos com o quais o município de origem do passeio possua divisa territorial, desde que o trecho não seja interestadual; IV – automóvel, desde que o percurso entre o ponto de partida e o de chegada ocorra: a) dentro dos limites geográficos do estado, do município ou da região metropolitana de origem da viagem, desde que o trecho não seja interestadual; e b) até os municípios vizinhos com o quais o município de origem do passeio possua divisa territorial, desde que o trecho não seja interestadual. [...] E você, consegue se lembrar quem pode organizar pacotes de viagem, passeios locais, transfers e viagens especiais? Exatamente: as operadoras e agências de viagens, sendo que as últimas também são os agentes autorizados a realizar transportes turísticos. 2. Sistema de Reservas As agências de turismo podem utilizar diversos softwares para emitirem seus bilhetes de passagens diretamente em sua agência, sem necessitar dos browsers das companhias aéreas especificamente. Os softwares mais utilizados pelas agências e operadoras que atendem essa necessidade de emissão, são: AMADEUS, RESERVE, GDS (Global Distribuition System) como o SABRE ou CRS (Central Reservation System), cabendo à agência de turismo avaliar cada um desses softwares (ou outros no mercado) melhor se adequa às suas necessidades e expectativas. Agenciamento de Viagens e Transportes - Unidade Nº 3 - Transportes em Turismo Com aatual competitividade do mercado, os agentes de turismo buscam a maneira mais rápida, conveniente e precisa fazer reservas de hotel. Isto é obtido através dos sistemas GDS (Global Distribuition System) ou CRS (Central Reservation System). Após a expansão do uso da internet, diversas plataformas de e-commerce de viagens e produtos turísticos tornaram disponíveis as reservas diretas com os fornecedores, como a Decolar.com, sites de redes de hotéis como Bristol e Meliá, e até mesmo empresas de aplicativos de transporte como a Uber, que atende o mercado de turismo de negócios e viagens corporativas. Ah, você se lembra do Código Fonético do Turismo que apresentamos na Unidade 2? Pois saiba que ele será muito útil para quem atuar no segmento de agenciamento, juntamente com as siglas IATA, o código de aeroportos e destinos que apresento abaixo: Agenciamento de Viagens e Transportes - Unidade Nº 3 - Transportes em Turismo Figura 4: siglas IATA 2.1. Principais GDSs: SABRE e Amadeus Como começar a aprender o Sabre se não trabalho, nem possuo uma agência de viagens? Agradeça a internet e aos produtores de conteúdo pela possibilidade de ver o GDS Sabre de perto. https://pt.la.sabretravelnetwork.com/home/solutions/travel_agency/getting_started/ https://vimeo.com/272435206 Agenciamento de Viagens e Transportes - Unidade Nº 3 - Transportes em Turismo Você quer ver? Esse vídeo apresenta os comandos básicos para a realização de uma reserva de voo e também demonstra como utilizar a plataforma de reservas. Caso você seja um agente de viagens, possua uma agência ou esteja curioso para aprender. Já o Amadeus apostou na qualificação em massa de agentes de viagens e operadores de turismo através de um portal de ensino que oferece cursos gratuitos para quem deseja aprender a operar esse sistema de reservas. 3. Procedimentos Operacionais em Turismo Receptivo Imagine que Kátia saiu do Rio de Janeiro para curtir as férias no Jurerê Internacional, em Florianópolis, viajando de avião e agora está aterrissando na Ilha do Mel. Agora ela precisa ir do aeroporto ao local onde irá se hospedar. Esse será seu primeiro contato com a estrutura receptiva da cidade. Quando um turista vai do ponto A a um ponto B, como do aeroporto para o hotel, esse deslocamento recebe o nome de transfer ou traslado. As agências de receptivo prestam esse serviço, entre os terminais de chegada de turistas (aeroportos, rodoviárias, portos e estações ferroviárias) para os locais de hospedagem e também da hospedagem para eventos e vice-versa. https://vimeo.com/272435206 https://amadeus.com/pt/treinamento-amadeus https://www.learn.amadeus.com/eLearning-2745650456-en.htm Agenciamento de Viagens e Transportes - Unidade Nº 3 - Transportes em Turismo Figura 5: fluxo de operações do turismo receptivo Neste tópico, assim como se representa os sistemas de reserva, observaremos outras questões técnicas relativas às atividades de turismo voltado à recepção de viajantes. Apesar de parecidos, os pacotes turísticos emissivos são compostos por itens diferentes dos pacotes turísticos para o receptivo. Contudo, o transporte é um elemento básico em ambos os modelos de viagem. O turismo receptivo deve se organizar de modo que seja bem estruturado, deve ter o apoio de três elementos essenciais para que esse planejamento seja executado com sucesso. São eles: ● Relação turismo e governo em harmonia; ● Apoio e investimentos dos empresários; ● Envolvimento da comunidade local. 3.1. Turismo Receptivo O número total de turista estrangeiros que desembarcou no Brasil em 2018 é de 6.621.376. A América do Sul é apontada como principal pólo emissor de turistas, liderado pela Argentina, com 2.622.327 turistas. Nesse link você pode ver a quantidade de turistas estrangeiros que desembarcaram no Brasil desde 1989. Os anuários estatísticos reúnem pesquisas de fluxos de chegadas e partidas no país, obtidas por pesquisas em terminais aeroportuários, ferroviários e rodoviários, além da contribuição de outras instituições como a ANTT, ANAC, etc. Você quer ver? Ao acessar este link você poderá observar a quantidade de pessoas viajando agora mesmo pelo mundo! É bom pensar que o receptivo de estrangeiros se difere do receptivo de brasileiros, e que em virtude do idioma e das práticas e hábitos culturais, serviços distintos serão demandados, como guias e motoristas bilíngues. http://dados.gov.br/dataset/chegada-turistas https://flightradar.live/en/ Agenciamento de Viagens e Transportes - Unidade Nº 3 - Transportes em Turismo 4. Guiamento de Turismo Você sabia que existem mais de 22 mil guias de turismo no registro do Cadastur, atuando em todas as regiões do país? A profissão de Guia de Turismo foi a primeira atividade profissional do sistema de turismo a ser regulamentada no Brasil, em 28 de janeiro de 1993, complementada pela Portaria 27, de 30 de janeiro de 2014. Destaco alguns artigos importantes para você compreender as atribuições dos guias: Art. 2º Para os efeitos desta lei, é considerado Guia de Turismo o profissional que, devidamente cadastrado no Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), exerça atividades de acompanhar, orientar e transmitir informações a pessoas ou grupos, em visitas, excursões urbanas, municipais, estaduais, interestaduais, internacionais ou especializadas. [...] Art. 5º Constituem atribuições do Guia de Turismo: a) acompanhar, orientar e transmitir informações a pessoas ou grupos em visitas, excursões urbanas, municipais, estaduais, interestaduais ou especializadas dentro do território nacional; b) acompanhar ao exterior pessoas ou grupos organizados no Brasil; c) promover e orientar despachos e liberação de passageiros e respectivas bagagens, em terminais de embarque e desembarque aéreos, marítimos, fluviais, rodoviários e ferroviários; d) ter acesso a todos os veículos de transporte, durante o embarque ou desembarque, para orientar as pessoas ou grupos sob sua responsabilidade, observadas as normas específicas do respectivo terminal; [...] f) portar, privativamente, o crachá de Guia de Turismo emitido pela Embratur. [...] Art. 9º No exercício da profissão, o Guia de Turismo deverá conduzir-se com dedicação, decoro e responsabilidade, zelando pelo bom nome do turismo no Brasil e da empresa à qual presta serviços, devendo ainda respeitar e cumprir leis e regulamentos que disciplinem a atividade turística, podendo, por desempenho irregular de suas funções, vir a ser punido pelo seu órgão de classe. http://www.turismo.gov.br/legislacao/?p=117 http://www.turismo.gov.br/legislacao/?p=117 Agenciamento de Viagens e Transportes - Unidade Nº 3 - Transportes em Turismo Figura 6: credencial de Guia de Turismo emitida pelo MTur Acompanhar, orientar pessoas e transmitir informações são as funções básicas exercidas por esses verdadeiros embaixadores do turismo, tão essenciais para apresentar a hospitalidade brasileira e as relações históricas, culturais, ambientais e sociais dos lugares a serem visitados. E um dos melhores benefícios de ser um guia de turismo registrado no Cadastur é o direito de frequentar gratuitamente “museus, galerias de arte, exposições, feiras, bibliotecas e pontos de interesse turístico” acompanhando ou não grupos de turistas, “desde que devidamente credenciado” e portando seu crachá, idêntica à Figura 6. Algo que permite aos profissionais uma forma de atualização contínua e permanente. No Brasil, para ser Guia de Turismo, você deve concluir um curso técnico de formação profissional, oferecido por um dos Institutos Federais (IFS), Escolas Estaduais ou Escolas Técnicas particulares e às vezes nos Senac, seguindo uma grade curricular determinada pelo MEC. Existem 04 categorias de Guias de Turismo, descritos no artigo 3 da Portaria 27: Art. 3º Conforme a comprovação da especialidadede sua a formação profissional e das atividades desempenhadas, os guias de turismo serão cadastrados em uma ou mais das seguintes categorias: I – Guia Regional – quando suas atividades compreenderem a recepção, o traslado, o acompanhamento, a prestação de informações e assistência a turistas, em itinerários ou roteiros locais ou intermunicipais de uma determinada unidade da federação, para visita a seus atrativos turísticos; Agenciamento de Viagens e Transportes - Unidade Nº 3 - Transportes em Turismo II – Guia de Excursão Nacional – quando suas atividades compreenderem o acompanhamento e a assistência a grupos de turistas, durante todo o percurso da excursão de âmbito nacional ou realizada nos países da América do Sul, adotando, em nome da agência e turismo responsável pelo roteiro, todas as atribuições de natureza técnica e administrativa necessárias à fiel execução do programa; III – Guia de Excursão Internacional – quando realizarem as atividades referidas no inciso II, deste artigo, para os demais países do mundo; e IV – Guia Especializado em Atrativo Turístico – quando suas atividades compreenderem a prestação de informações técnico-especializadas sobre determinado tipo de atrativo natural ou cultural de interesse turístico, na unidade da federação para qual o profissional se submeteu à formação profissional específica. [...] Os guias especializados em atrativo natural ou em atrativo cultural devem antes ter obtido a credencial de Guia Regional, além de apresentar certificações específicas (como cursos de especialização, graduação ou pós) em áreas relacionadas à conservação ambiental, meio ambiente ou ao campo da cultura. 4.1. Condutores Ambientais Guia de Turismo, lembre-se bem desta intitulação. E corrija quem ainda insiste em chamar esse profissional de Guia Turístico, que é uma publicação acerca dos atrativos e oferta turística de uma localidade, não a pessoa que conduz grupos de turistas. O Pronatec Turismo oferece cursos para formação de condutores ambientais e condutores de aventura, outros profissionais de turismo que atuam de forma semelhante aos Guias de Turismo, mas dentro de Unidades de Conservação e áreas naturais com ou sem proteção, como parques e Reservas Particulares do Patrimônio Natural - as RPPNs, respectivamente. Síntese Mesmo fazendo parte da atividade turística, a hospitalidade é um ato humano ancestral, anterior, portanto, à própria existência do turismo. Marcel Mauss, um sociólogo, etnólogo e antropólogo francês, sobrinho do sociólogo Émile Durkheim, lançou as bases científicas para os futuros estudos da http://pronatec.turismo.gov.br/cursossocial.html https://pt.wikipedia.org/wiki/Marcel_Mauss https://pt.wikipedia.org/wiki/Marcel_Mauss Agenciamento de Viagens e Transportes - Unidade Nº 3 - Transportes em Turismo hospitalidade, ao investigar os métodos de troca entre sociedades originárias da Oceania. Mas o que métodos de troca entre aborígenes pode ter a ver com o turismo? Mauss descobriu os princípios da solidariedade social e alianças, observando os valores embutidos nas trocas de presentes entre membros das tribos e entre chefes de tribos distintas. Dar e receber é um ato mais profundo do que parece e desperta certos laços de interdependência entre as pessoas, despertando mecanismos de vínculo sustentados pelo desejo de reciprocidade, conforto e segurança ao se estar entre estranhos, criando aquilo que chamamos de relação de confiança, uma das bases da hospitalidade e da prestação de serviços de turismo receptivo. Receber, hospedar, alimentar e entreter são, de certa forma, serviços impalpáveis e simbólicos, próprios do cuidar. Pensemos, portanto, que além dos equipamentos físicos e serviços envolvidos, o turismo também comercializa indiretamente vários bens simbólicos, como os sentimentos de acolhida, afeto, calor humano, capazes de gerar memórias afetivas a partir das interações entre pessoas. Nessa unidade você conheceu: ● Os meios de transportes utilizados no Turismo; ● Diversas possibilidades de uso dos meios de transportes nos pacotes de viagem; ● Quais são os portais, sites e sistemas GDS mais utilizados no Turismo; ● O GDS Sabre; ● Procedimentos básicos para reserva de voos nacionais; ● O que faz uma agência de Turismo Receptivo; ● A identificar as tipologias de serviços receptivos; ● Sobre as legislações referentes à profissão de Guia de Turismo; ● As funções e as atividades do Guia de Turismo; Agenciamento de Viagens e Transportes - Unidade Nº 3 - Transportes em Turismo ● Como um Guia de Turismo estrutura um roteiro receptivo para Walking Tour. Bibliografia BENI, M., MOESCH, M. A teoria da complexidade e o ecossistema de turismo. Turismo - Visão e Ação, vol. 19, núm. 3, 2017. Universidade Vale do Itajaí. Disponível em: https://siaiap32.univali.br/seer/index.php/rtva/article/view/11662. Acessado em 24 de agosto de 2019. BRASIL. Lei 13.785, de 27 de dezembro de 2018. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia de Assuntos Jurídicos. Disponível em: <https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2018/lei-13785-27-dezembro-2018- 787541-publicacaooriginal-157117-pl.html>. Acessado em 21 de agosto de 2019. _______. Ministério do Turismo. Boletim Informativo do Turismo Receptivo Brasileiro. Junho de 2019. Disponível em: http://www.dadosefatos.turismo.gov.br/2016-02-04-11-54-03/demanda- tur%C3%ADstica-internacional.html. Acessado em 23 de agosto de 2019. _______. Ministério do Turismo. Um viva aos guias de turismo. Disponível em: http://www.turismo.gov.br/%C3%BAltimas-not%C3%ADcias/12642-um-viva-aos- guias-de-turismo.html. Acessado em 21 de agosto de 2019. _______. Lei n 8.263, de 28 de janeiro de 1993 - profissão de Guia de Turismo. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia de Assuntos Jurídicos. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8623.htm. Acessada em 22 de agosto de 2019. https://siaiap32.univali.br/seer/index.php/rtva/article/view/11662 https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2018/lei-13785-27-dezembro-2018-787541-publicacaooriginal-157117-pl.html https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2018/lei-13785-27-dezembro-2018-787541-publicacaooriginal-157117-pl.html http://www.dadosefatos.turismo.gov.br/2016-02-04-11-54-03/demanda-tur%C3%ADstica-internacional.html http://www.dadosefatos.turismo.gov.br/2016-02-04-11-54-03/demanda-tur%C3%ADstica-internacional.html http://www.turismo.gov.br/%C3%BAltimas-not%C3%ADcias/12642-um-viva-aos-guias-de-turismo.html http://www.turismo.gov.br/%C3%BAltimas-not%C3%ADcias/12642-um-viva-aos-guias-de-turismo.html http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8623.htm Agenciamento de Viagens e Transportes - Unidade Nº 3 - Transportes em Turismo _______. Chegadas de Turistas Internacionais 2018. Disponível em: http://dados.gov.br/dataset/chegada-turistas. Acessado em 23 de agosto de 2019. IBGE. Economia do Turismo. Uma perspectiva econômica 2003-2009. Estudo e Pesquisas Informações Econômicas número 18. Rio de Janeiro, 2012. Disponível em: http://www.dadosefatos.turismo.gov.br/images/pdf/outros_estudos/economia_d o_turismo/Estudo_Economia_do_Turismo__Uma_Perspectiva_Macroeconomica_ 2003_2009.pdf. Acessado em 24 de agosto de 2019. KOTLER, P. Administração de Marketing. 12 ed. Pearson Education, 2006. TRANSPORTE MODERNO. Aplicativos: ameaça ou oportunidade? Disponível em: https://transportemodernoonline.com.br/2018/09/06/aplicativos-ameaca-ou- oportunidade/. Acessado em 23 de agosto de 2019. Referências imagéticas: Figura 1 - LinkedIn. Esquema de vendas agenciadas de turismo. Disponível em: <https://www.slideshare.net/rhemhospitalidade/marketing-e-turismo-aulas-17- a-19>. Acessado em 26 ago. 2019. Figura 2 - MTUR. Boletim Informativo do Turismo Receptivo do Brasil. Disponível em: <http://www.turismo.gov.br/images/pdf/11.06.2019-Boletim-Demanda- Turistica-Internacional-2018.pdf>.Acesso em: 26 ago. 2019. Figura 3 - Turismo internacional no Brasil em 2018. Fonte: MTur. Disponível em: <http://dados.gov.br/dataset/chegada-turistas>. Acessado em: 23 ago. 2019. Figura 4 - IATA. Siglas IATA. Figura 5 - LinkedIn. Fluxo de operações do turismo receptivo. Disponível em: <https://www.slideshare.net/rhemhospitalidade/marketing-e-turismo-aulas-17- a-19>. Acessado em 26 ago. 2019. Figura 6 - MTur. Novo modelo para carteira de Guias de Turismo. Disponível em: <http://www.turismo.gov.br/component/content/article.html?id=12212>. Acessado em 26 ago. 2019. http://dados.gov.br/dataset/chegada-turistas http://www.dadosefatos.turismo.gov.br/images/pdf/outros_estudos/economia_do_turismo/Estudo_Economia_do_Turismo__Uma_Perspectiva_Macroeconomica_2003_2009.pdf http://www.dadosefatos.turismo.gov.br/images/pdf/outros_estudos/economia_do_turismo/Estudo_Economia_do_Turismo__Uma_Perspectiva_Macroeconomica_2003_2009.pdf http://www.dadosefatos.turismo.gov.br/images/pdf/outros_estudos/economia_do_turismo/Estudo_Economia_do_Turismo__Uma_Perspectiva_Macroeconomica_2003_2009.pdf https://transportemodernoonline.com.br/2018/09/06/aplicativos-ameaca-ou-oportunidade/ https://transportemodernoonline.com.br/2018/09/06/aplicativos-ameaca-ou-oportunidade/ https://www.slideshare.net/rhemhospitalidade/marketing-e-turismo-aulas-17-a-19 https://www.slideshare.net/rhemhospitalidade/marketing-e-turismo-aulas-17-a-19 http://www.turismo.gov.br/images/pdf/11.06.2019-Boletim-Demanda-Turistica-Internacional-2018.pdf http://www.turismo.gov.br/images/pdf/11.06.2019-Boletim-Demanda-Turistica-Internacional-2018.pdf http://dados.gov.br/dataset/chegada-turistas https://www.slideshare.net/rhemhospitalidade/marketing-e-turismo-aulas-17-a-19 https://www.slideshare.net/rhemhospitalidade/marketing-e-turismo-aulas-17-a-19 http://www.turismo.gov.br/component/content/article.html?id=12212
Compartilhar