Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
AINES Anti-Inflamatórios não esteroidais Sinais da Inflamação: • São eles: ─ Calor ─ Rubor ─ Inchaço (Edema) ─ Dor ─ Perda de função • A inflamação é um mecanismo fisiológico de defesa, porém, há momentos que o processo inflamatório perde seu controle, precisando ser tratado com AINES. • Existe uma cascata inflamatória, chamada de Cascata do Ácido Araquidônico. É a partir do desencadeamento dessa cascata, que se inicia o processo inflamatório. LOX: Lipoxigenase COX: Cicloxigenase PG: Prostaglandina TX: Tromboxane LT: Leucotrienos • Os 4 mediadores químicos derivados do Ácido Araquidônico são conhecidos como os mediadores Eicosanoides. Os fosfolipídios das membranas celulares sofrem a ação da enzima Fosfolipase A2, tendo como produto o Ácido Araquidônico. O Ácido Araquidônico sofre a ação das enzimas LOX* 5, 12 e 15, tendo como produto os Leucotrienos A4, B4, C4, D4, E4. ─ Mediadores químicos O Ácido Araquidônico também sofre a ação das enzimas COX* 1 e 2, tendo como produtos os seguintes mediadores químicos: Prostaglandina, Prostaciclina e Tromboxane. Existem 3 tipos de enzimas COX, sendo elas: COX 1, COX 2 e COX 3. COX 1: Constitutiva ou Fisiológica ─ Possui ação fisiológica (quando não há inflamação). COX 2: Induzida ou Patológica ─ Produzida durante processos inflamatórios. ─ Aumenta 10 a 80 vezes em um período de 2 a 12h. ─ São mais produzidas durante os processos inflamatórios, para levar a aparição dos 5 sinais inflamatórios. COX 3: Mista ─ Está presente no SNC (encéfalo). ─ Auxilia na manutenção da febre (calor) e da dor. ─ Atua com funções fisiológicas, enquanto não há estímulo de inflamação. Quando há processos inflamatórios, passa a ter ação induzida. ─ Ex: Paracetamol e Dipirona Anti-Inflamatórios Não Esteroidais Funções dos AINES: • Inibir a ação da COX, diminuído a produção de eicosanoides. • Reduzir o processo inflamatório. • Produzir efeitos: ─ Antitrombótico ─ Analgésico ─ Antipirético/Antitérmico ─ Antineoplásicos* * Atuando nos componentes inflamatórios Efeitos adversos dos AINES: GASTROINTESTINAL • Bloqueio de PG e PG12, inibindo a citoproteção gástrica. RENAL • Diminuição da produção da PG e, consequentemente, a diminuição da perfusão sanguínea nos rins. • A longo prazo, pode ocorrer a perda da função renal. • Alterações que podem aumentar riscos de doenças renais ao usar AINES: ─ Hipovolemia ─ Hipotensão arterial ─ Idosos ─ Ascite ─ Hipertensão arterial ─ ICC ─ Cirrose Contra-indicações dos AINES: • Situações contra-indicadas para o uso de AINES: ─ Insuficiência renal ─ Sangramentos ─ Distúrbios gastrointestinais ─ Hipotensão/Hipertensão/Hipovolemia ─ Sensibilidade ao componente da formulação ─ Associações medicamentosas: ➢ NUNCA associar: → AINE + Corticóide → AINE + AINE ➢ PODE associar: → AINE + AINE Inibidor de COX 3 → Ex: Meloxicam + Dipirona Para prevenir lesões gastrointestinais por uso prolongado de AINES, é válido recomendar e associar um antiácido no tratamento. Os pacientes idosos requerem maior atenção, porque, por conta da idade, é normal as funções renal e hepática estarem diminuídas. Nesses casos, deve ocorrer o controle laboratorial (exames) antes do tratamento prolongado com AINES. Quando há disfunção leve: Diminuir a dose Quando há disfunção grave: interromper o tratamento. ] Os pacientes filhotes não possuem as funções renal e hepática totalmente desenvolvidas, por isso, é um risco utilizar os AINES nesses pacientes. AAS: Ácido Acetil Salicílico Exemplos de AINES: AAS • É um AINE, que inibe a COX 1 e a COX 2, porém há uma maior intensidade na inibição da COX 1. • É o princípio ativo da Aspirina, primeiro anti- inflamatório a existir. • Possui ação analgésica e anti-inflamatória. • Possui muitos efeitos colaterais. • Hoje em dia, o AAS é utilizado como terapia para evitar o tromboembolismo, através do afinamento do sangue. • A metabolização do AAS acontece através da conjugação com Ácido Glicurônico, tornando esse AINE potencialmente tóxico para os gatos. Inibem COX 1 e 2, porém inibem a COX 1 com mais intensidade. Inibem COX 1 e 2 com a mesma intensidade. Inibem COX 1 e 2, porém inibem a COX 2 com mais intensidade. Inibem apenas a COX 1. Inibem duas enzimas ao mesmo tempo: COX e LOX Alguns cientistas não consideram a dipirona e o paracetamol AINES, porém eles são responsáveis por inibir 2 sinais da inflamação: ─ Dor ─ Calor Há muitos efeitos colaterais, pois o AAS bloqueia mais a COX 1 (irreversível), que é uma enzima com ações fisiológicas. Ou seja, afeta mais a fisiologia do que a patologia. Quando a COX 1 age sobre o Ácido Araquidônico que veio da plaqueta, ela forma Tromboxano. Portanto, quando há o bloqueio da COX 1, há a diminuição da produção de Tromboxano. Com a diminuição do Tromboxano, há prevalência da Prostaciclina no sangue (cabo de guerra – equilíbrio), que resultará na inibição da ação plaquetária, tendo uma ação anticoagulante e deixando o sangue mais fino. Sangue mais fino favorece hemorragias. PIROXICAM • É um AINE, que inibe a COX 1 e COX 2, com a mesma proporção. • Não é recomendado para gatos. • É indicado para o tratamento de carcinoma vesical. • Inibe a ativação e agregação de neutrófilos. • Possui efeitos adversos intensos no TGI e nos rins. • Posologia: 0,3mg/kg SID 24/48h. FENILBUTAZONA • É um AINE, que inibe a COX 1 e 2, com a mesma intensidade e possui uma ação irreversível. • É mais utilizado em grandes animais, principalmente equinos. • É indicada para: ─ Tratamento de inflamações ósseas e articulares. ─ Cólicas agudas ─ Choque séptico ─ Afecções de tecidos moles • Produz 2 metabólitos: ─ Oxifenbutazona (ativo) ─ Hidroxifenilbutazona • Efeitos adversos: ─ Discrasias sanguíneas ─ Formação de úlceras orais e/ou gastrointestinais ─ Apatia e Anorexia ─ Diarreia ─ Dor abdominal ─ Perda de peso ─ Morte • Não é indicado para cães e gatos. FLUNIXIN MEGLUMINE • É um AINE, que inibe a COX 1 e COX 2, com a mesma proporção. • Possui uma ação analgésica prolongada nas vísceras. • É administrado por via oral e injetável. • Uso em equinos: Tratamento de cólicas e choques sépticos. • Uso em bovinos: Tratamento de afecções pulmonares, choques sépticos, mastite e artropatias. • Em cães, tem a possibilidade de ser usado em pós-cirúrgicos de catarata. • Não é indicado para gatos. • Banamine IBUPROFENO • É um AINE, que inibe a COX 1 e COX 2, com a mesma proporção. • É usado em bovinos no tratamento de: ─ Choque séptico ─ Mastite ─ Pós-operatório • Proibido para cães e gatos, devido a meia- vida muito longa e efeitos adversos intensos: ─ Renais ─ Gastrointestinais FLURBIPROFENO ▪ É um AINE, de apresentação tópica (maioria), derivado do Ibuprofeno. ▪ Usado no tratamento de catarata e glaucoma. CARPROFENO • É um AINE seletivo para COX 2. • Utilizado em casos de inflamação e dores agudas e crônicas. • Pode ser usado em cães e gatos*: ─ *Gatos: Dose única MELOXICAN • É um AINE seletivo para COX 2. • Usado como analgésico, em dores agudas e crônicas, e anti-inflamatório. • Pode ser usado em cães e gatos. CETOPROFENO • É um AINE, que inibe a COX 1 e COX 2, ao mesmo tempo. • Também inibe a LOX (DUAL). • Uso em equinos: Tratamentode inflamações e dor. • Uso em cães e gatos: Tratamento de dor, inflamações e dores de pós-operatório. COXIBES • São AINES inibidores seletivos da COX 2. • Possuem ações antitérmica e anti- inflamatória. • São os melhores AINES, pois possuem efeitos adversos gástricos menores. • Mais utilizados: ─ Firocoxib (Previcox): ➢ Usado em cães. ➢ Administração oral por 90 dias. ➢ Usado por 3 dias como pós- operatório. ─ Mavacoxib (Trocoxil) ➢ É mais absorvido com o alimento. ➢ Possui uma meia-vida longa. ➢ 3 tipos de doses: 6, 20, 30, 75 e 95 g. DIPIRONA • É um AINE inibidor da COX 3. • Possui ação antipirética e analgésica, em dores agudas e crônicas. • Efeitos adversos: ─ Discrasias sanguíneas: ➢ Agranulocitose ➢ Aplasia • Pode ser usado em equinos, em casos de cólicas, e em cães e gatos. • Pode ser associado com antiespasmódico: ─ Escopolamina – Buscopan composto ─ Adifenina – Lisador PARACETAMOL • É um AINE inibidor da COX 3. • Bloqueia a ação de pirógenos endógenos no centro hipotalâmico regulador de temperatura. • Possui ação antipirética (antitérmica). • Efeitos adversos hepáticos: Hepatite aguda. • Não é indicado para cães e gatos (letal). ─ Formação de metahemoglobina ─ Vômitos e salivação ─ Cianose (4h após a intoxicação) ─ Edema facial ─ Anorexia ─ Coma e morte A metabolização do Carprofeno em gatos é muito variável, levando a uma meia-vida de 9 à 49 horas. É a droga mais eficiente e segura para pequenos animais. Em casos de intoxicação, pode-se tentar administrar acetilcisteína até 8h. DIMETIL SULFÓXIDO (DMSO) • Possui ações anti-inflamatória, antibacteriana, antifúngica e antiviral. • Uso em cães: Apresentações otológica e tópica. • Uso em equinos: Tratamento de inflamações nos membros. Apresentação tópica. • Sempre usar luvas na administração em algum animal, pois é facilmente absorvido pela pele. • Efeitos adversos: ─ Edema ─ Eritema ─ Prurido ─ Alopecia no local de aplicação (equinos). • É uma droga teratogênica, ou seja, causa má- formação fetal. Por isso, é proibida para fêmeas gestantes (no 1º terço da gestação).
Compartilhar