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CONTROLADOR PID Mateus Medeiros Sousa1 Professora orientadora: Franciéli Lima de Sá2 RESUMO No campo da engenharia de controles um dos grandes temas são a adoção e controladores proporcional integral derivativo, comumente conhecido como controlador PID. Sendo muito comuns e importantes para a indústria, esses controladores são baseados na resposta da modelagem matemática de uma malha fechada, esse sistema consiste em uma técnica de controle de processos que une os ganhos derivativos, proporcional e integral fazendo com que o sinal de erro seja diminuído pelo ganho proporcional, zerado pela ganho integral e obtido com uma velocidade antecipativa pelo ganho derivativo. Sua base reside no algoritmo PID, o qual é simplificado pela transformada de Laplace. Partindo desse contexto, o trabalho em questão visa apresentar as principais características, vantagens e desvantagens dos ganhos e do controlador PID em si. Palavras-chave: Controlador – Proporcional – Integral - Derivativo ABSTRACT In the field of control engineering one of the major themes are adoption and proportional integral derivative controllers, commonly known as PID controller. Being very common and important for the industry, these controllers are based on the response of the mathematical modeling of a closed mesh, this system consists of a process control technique that unites derivative gains, proportional and integral causing the error signal to be decreased by proportional gain, zeroed by the integral gain and obtained with an anticipatory velocity by derivative gain. Its basis lies in the PID algorithm, which is simplified by the Laplace transform. Based on this context, the work in question aims to present the main characteristics, advantages and disadvantages of the gains and the PID controller itself. Keywords: controlator – Proportional – Integral – Derivative 1 Acadêmico do curso de Engenharia Mecânica do Centro Universitário Unifacvest. E-mail: mateus.sousa.aluno@unifacvest.edu.br 2 Professora da disciplina Sistemas de Controles 2 do Centro Universitário Unifacvest. E-mail: prof.francieli.lima@unifacvest.edu.br 2 1 INTRODUÇÃO Quando se fala em controle de sistemas, um dos principais temas abordados é de um compensador do tipo controlador proporcional integral derivativo ou controlador PID. Esse tipo de controlador é o mais utilizado industrialmente e um dos mais antigos, estando presente em todos os sistemas de controle comerciais. Por isso, é um dos tipos mais estudados. Esse tipo de controlador possui determinadas características que ajudam a manter sob controle a saída de um determinado sistema que pode ser mecânico ou eletrônico. Ele se baseia em um sistema de malha fechada, sendo o novo valor de saída dependente da computação do valor de entrada desejado e do valor corrente de saída. O controlador pode ser ajustado para oferecer a resposta desejada e manter a saída do sistema em um valor estável com um mínimo de erro possível com o ajuste de três parâmetros, apenas. O controlador PID é uma técnica de controle de processos que une as características de ganhos proporcional, integral e derivativo. Nesse contexto, o trabalho em questão objetiva apresentar as principais características, as vantagens e desvantagens desses três tipos de ganhos, individualmente, o algoritmo do PID e as principais características do controlador PID. 2 REFERENCIAL TEÓRICO Geralmente, um sistema de malha fechada é acrescido de um bloco compensador para obter resposta e controle sobre uma variável. Existe diversos tipos de compensadores, que variam de um simples filtro de primeira ordem, até complexos arranjos com equações de ordem maior de três. Porém, um dos compensadores mais antigos e mais comumente utilizado é o controlador proporcional integral derivativo, ou simplesmente PID. Ele possui três formas de atuação cada um com um efeito diferente sobre o sistema (NEVES, 2014). OGATA (2010) denominará de parâmetros. Eles podem ser simplificados por ganho proporcional (P), ganho integral (I) e ganho derivativo (D). Esses ganhos podem ser denominados, também, de controles ou ações. De forma simplificada, o ganho proporcional proporcionará uma resposta mais rápida do sistema sob uma variação no sinal de entrada; o ganho integral 3 visa cancelar um fenômeno conhecido por erro de estado estacionário, de forma que ao atingir um estado estável esse valor seja o desejado no sinal de entrada; e o ganho derivativo possui um efeito de antecipação da correção do valor de saída do sistema de forma que ela também melhora a rapidez de resposta do sistema e reduz o valor excedente do sinal de saída acima do desejado (NEVES, 2014). Assim, cada uma das três ações reage de forma diferente ao erro presente nos sistemas, minimizando a variação de erro. O controle proporcional ajudará a variável de controle de forma proporcional ao erro. O controle integral adequa a variável de controle baseando-se no tempo em que o erro acontece. O controle derivativo ajusta a variável de controle tendo como base a taxa de variação do erro. A combinação destes tipos de controle forma o controlador conhecido como PID (NEVES, 2014). Assim, baseado em uma resposta na modelagem matemática de uma malha de processo a ser controlada, o controlador proporcional integral derivativo é uma técnica de controle de processos que une os ganhos derivativos, integral e proporcional, fazendo com que o sinal de erro seja minimizado pela ação proporcional, zerado pela ação integral e obtido com uma velocidade antecipativa pela ação derivativa (LOURENÇO, 1997). Na prática, os PID são encontrados no interior de controladores eletrônicos chamados de “single-loop”, em diversas vezes com microprocessadores e também por meio de software me controladores programáveis e outros equipamentos de controle. 2.1 Algoritmo PID O algoritmo PID pode ser representado algebricamente da seguinte forma, partindo de u(t) como sinal de saída: 𝑢(𝑡) = 𝐾𝑝𝑒(𝑡) + 𝐾𝑖 ∫ 𝑒(𝑡)𝑑𝑡 𝑡 𝑡=0 + 𝐾𝑑 𝑑𝑒(𝑡) 𝑑𝑡 Onde: Kp é o coeficiente da ação proporcional; Ki o coeficiente da ação integral; 4 Figura 1 - Ação proporcional Fonte: alvarestech.com Kd é o coeficiente da ação derivativa; t é o instante do estado a ser processado; u(t) é o sinal de saída do sistema no instante t; e(t) é o sinal de erro na entrada do controlador no instante t. Um dos problemas da implementação desse compensador está no fato de sua equação envolver uma integral e uma diferenciação de uma função desconhecida, o que torna difícil prever o seu comportamento e os melhores resultados para os coeficientes que forneçam uma boa resposta. Assim, para resolver essa questão, recorre-se a um recurso matemático muito usado pelos engenheiros de controle, a transformada de Laplace. Por meio dela pode-se modificar a equação acima, simplificando-a, conforme pode-se olhar na equação abaixo (NEVES, 2014). Aplicando a transformada de Laplace, tem-se: 𝐿(𝑠) = 𝐾𝑝 + 𝐾𝑖 𝑠 + 𝐾𝑑𝑠 Sendo s a frequência complexa. Por meio de uma tabela de transformadores pode-se encontrar as respectivas transformadas usando como referência OGATA (2010) e NISE (2013). 2.2 Ganho proporcional Nesse tipo de controlador, a relação entre a sua saída e o sinal de erro, e(t), é mostrada a seguir: A ação de controle gerada pelo modo proporcional é diretamente proporcional a sua entrada, ou seja, o sinal de erro em função do tempo, sendo Kp o ganho proporcional, conforme a equação abaixo: 𝑢(𝑡) = 𝐾𝑝𝑒(𝑡) 5 𝑒(𝑡) → 𝑈(𝑠) = 𝐾𝑝 Assim, um controlador proporcional consiste em um amplificador com ganho ajustável. Comparando com a ação liga-desliga, esse método possui a vantagem de eliminar as oscilações do sinal de saída. Paratal, o sistema permanece sempre ligado e o sinal de saída é diferente de zero (LOURENÇO, 1997). Uma característica importante desse ganho é a existência de um erro residual permanente sempre que ocorre uma alteração de carga, e o sistema que se pretende controlar seja do tipo 0. Se o sinal de saída é proporcional ao erro, um erro não-nulo (denominado de erro de off-set) é gerado. O erro estacionário que é dependente de Kp e da carga, pode ser minimizado por um aumento de Kp, ou seja, p valor desse erro off-set é inversamente proporcional ao ganho Kp e pode ser compensado adicionando-se um termo ao valor de referência ou pelo controle integral. Um ganho proporcional muito alto gera um alto sinal de saída, o que pode desestabilizar o sistema. Porém, o aumento deste parâmetro pode leva a um aumento do tempo de estabelecimento, gerando uma eventual instabilidade (LOURENÇO, 1997). Assim, sua principal desvantagem é que ele apresenta erro em regime permanente (FACCIN, 2004). Nesse sentido, esse tipo de controlador só pode ser usado quando o ganho proporcional é suficientemente elevado para reduzir o erro estacionário a um nível aceitável ou quando não são previsíveis alterações frequentes da carga (LOURENÇO, 1997). O controlador liga-deliga “pode ser definido como sendo um controlador proporcional no limite onde a banda proporcional tende a zero” (FACCIN, 2004). 2.3 Ganho Integral O ganho de controle gerada pelo modo integral é proporcional à integral do sinal de erro no tempo, essa ação produz um sinal de saída que é proporcional à magnitude e à duração do erro, ou seja, ao erro acumulado. A grande vantagem dessa utilização é a eliminação do erro em regime permanente, porém, ela reduz a estabilidade da malha de controle. 6 Essa característica faz com que se tenha uma alternativa para corrigir o erro de off-set gerado pela ação proporcional e acelera a resposta do sistema permitindo-o chegar ao valor de referência de forma mais rápida. O sinal de saída do controlador PI pode ser descrito pela seguinte equação: 𝑢(𝑡) = 𝐾𝐼∫ 𝑒(𝑡)𝑑𝑡 + 𝑢0 𝑡 0 Sendo Ki como o ganho integral, caracterizado pelo período de tempo antecipado pela ação derivativa relativamente à ação proporcional, é expresso em segundos ou minutos. Essa equação mostra que a ação de controle depende do histórico do erro, desde que o processo de integração foi iniciado (t=0) até o instante atual. O ganho integral também pode ser visto como um mecanismo que atualiza automaticamente o valor base do controlador com ação proporcional. Por isso, ela foi inicialmente denominada de reset action (FACCIN, 2004). O fato do sinal de controle ser proporcional à taxa de variação do erro, implica que o modo derivativo não possa ser usado sozinho, já que só responde a regimes transientes. O ganho integral corrige o valor da variável manipulada em intervalos regulares, chamado tempo integral. Esse tempo integral é definido como o inverso do ganho integral. Se o ganho integral é baixo, o sistema pode levar muito tempo para atingir o valor de referência. Porém, se o ganho integral for muito alto, o sistema pode tornar-se instável. 2.4 Ganho Derivativo A ação de controle gerada pelo modo derivativo é proporcional à taxa de variação do sinal de erro, ou seja, a sua derivada no tempo. Conforme pode ser visualizado na equação abaixo: 𝑢(𝑡) = 𝐾𝐷 𝑑𝑒(𝑡) 𝑑𝑡 + 𝑢0 Sendo KD o ganho derivativo. Por meio dessa equação pode-se estimar a tendência de aumento ou diminuição do erro futuro. Assim, este modo é capaz de aumentar a velocidade de correção do processo, já que atua de forma antecipatória quando são detectadas variações no sinal de erro. Por causa desse contexto, o ganho derivativo é muito sensível a erros de alta 7 frequência como ruídos de processo e mudanças no valor de referência da variável controlada (FACCIN, 2004). O ganho derivativo atua somente quando há variação do erro no tempo. Se o erro for constante, mesmo que grande, não ocorre ação corretiva. Por isso, este modo não é usado sozinho, mas associado com outros modos de controle (FACCIN, 2004). A adição do modo derivativo ao modo proporcional resulta em um controlador altamente sensível, já que aquele primeiro, ao responder a uma taxa de variação do erro, permite correções antes deste ser elevado. Apesar do modo derivativo não afetar diretamente o erro estacionário, adiciona amortecimento ao sistema, o que melhora o sistema, e assim permite o uso de valores de Kp mais elevados, o que implica um menor erro estacionário. Uma desvantagem desse modo é o aumentar o ruído de alta frequência (LOURENÇO, 1997). 2.5 Controlador proporcional integral derivativo (controlador PID) A união dessas três ações básicas de controle contínuo produz um dos algoritmos mais eficientes de controle já desenvolvido, o controlador PID. Seu mérito está em conciliar simplicidade e atendimento às necessidades de controle para a grande maioria dos casos industriais. Conforme observa OGATA (2010, p.521) A utilidade dos controles PID está na sua aplicabilidade geral à maioria dos sistemas de controle. Em particular, quando o modelo matemático da planta não é conhecido e, portanto, métodos de projeto analítico não podem ser utilizados, controles PID se mostram os mais úteis. Na área dos sistemas de controle de processos, sabe- se que os esquemas básicos de controle PID e os controles PID modificados provaram sua utilidade conferindo um controle satisfatório, embora em muitas situações eles possam não proporcionar um controle ótimo Porém, a forma como essa combinação ocorre pode variar muito, gerando alterações no algoritmo dos controladores PID de diferentes fabricantes. Apesar da existência de múltiplas combinações, duas delas são mais difundidas: a forma série ou interativa e a paralela ou não-interativa (FACCIN, 2004). 8 Figura 2 – Forma paralela Fonte: FACCIN, 2004 Figura 3 – Forma em série Fonte: FACCIN, 2004 A forma paralela se caracteriza por combinar paralelamente os ganhos integral e derivativo, isto é, suas ações são calculadas separadamente e são somadas para compor a ação do controlador. A representação matemática, por meio da função de transferência, do controlador PID na forma paralela é dada pela seguinte equação: 𝐶(𝑠) = 𝐾𝐶(1 + 1 𝑇𝐼𝑠 + 𝑇𝐷𝑠) A representação esquemática da forma paralela pode ser representada da seguinte forma: Na forma série, o ganho derivativo é adicionado em série ao ganho integral. Ela é chamada de forma interativa, pois alterações no parâmetro de quaisquer dos modos também afetam os demais modos. Sua função de transferência é representada pela seguinte equação: 𝐶(𝑠) = 𝐾𝐶 ∗(1 + 1 𝑇𝐼 ∗𝑠 )(1 + 𝑇𝐷 ∗𝑠) A representação esquemática da forma série pode ser representada da seguinte forma: Para a utilização em processos industriais, alguns detalhes devem ser considerados para garantir a funcionalidade e operacionalidade do sistema de controle. Assim, cada fabricante implementa próprio algoritmo, de acordo com a tecnologia desenvolvida. Assim, é grande o número de parametrização de controladores PID existentes em plataformas comerciais e operando diariamente nas indústrias de todo o mundo (FACCIN, 2004). 9 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS Nas páginas anteriores foram apresentadas as principais características que permeiam o controlador proporcional integral derivativo (PID). Esse controlador é um dos sistemas de controle mais antigos e mais utilizados na indústria o que faz dele ser, também, o mais pesquisado e estudado. Esse controlador é a junção de três ações, a proporcional, a integral e a derivativa. No ganho proporcional, a ação de controle gerada pelo modo proporcional é diretamente proporcional a sua entrada.Esse método possui a vantagem de eliminar as oscilações do sinal de saída e a desvantagem de apresentar um erro de regime permanente. O ganho integral produz um sinal de saída que é proporcional à magnitude e à duração do erro, ou seja, ao erro acumulado. A grande vantagem dessa utilização é a eliminação do erro em regime permanente, porém, ela reduz a estabilidade da malha de controle. Porém, quando o ganho integral for muito alto, o sistema pode apresentar instabilidade. Por fim, o ganho derivativo, a ação de controle é proporcional à taxa de variação do sinal de erro, ou seja, a sua derivada no tempo. Este ganho é capaz de aumentar a velocidade de correção do processo, já que atua de forma antecipatória quando são detectadas variações no sinal de erro. Porém, uma desvantagem desse modo é o aumentar o ruído de alta frequência. A união desses três ganhos gera o controlador proporcional integral derivativo, um dos algoritmos mais eficaz e usados na indústria. Tendo o mérito de unir simplicidade à necessidade da engenharia de controle para as principais demandas industriais. REFERÊNCIAS FACCIN, Flávio. Abordagem Inovadora no Projeto de Controladores PID. Dissertação de mestrado defendida no departamento de Engenharia Química do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: UFRGS, 2004. 10 LOURENÇO, João. Sintonia de Controladores PID. 1997. Extraído de: http://alvarestech.com/temp/smar/2019/PID-LugarDasRaizes-Matlab- Tutorial.pdf. Acesso em 18 nov. 2020 NEVES, Felipe. Controlador PID digiral: Uma modelagem prática para microcontroladores – Parte 1. 2014. Extraído de: https://www.embarcados.com.br/controlador-pid-digital-parte-1/. Acesso em 18 nov. 2020 NISE, Norman S. Engenharia de Sistemas de Controle. 6.ed. Rio de Janeiro: LTC, 2013. OGATA, Katsuhiko. Engenharia de controle moderno. 5.ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. http://alvarestech.com/temp/smar/2019/PID-LugarDasRaizes-Matlab-Tutorial.pdf http://alvarestech.com/temp/smar/2019/PID-LugarDasRaizes-Matlab-Tutorial.pdf https://www.embarcados.com.br/controlador-pid-digital-parte-1/
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