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Helena Costa Franco ARTRITES MICROCRISTALINAS - São as enfermidades articulares secundárias a uma resposta inflamatória em decorrência dos micros cristais. EX: Gota HIPERURICEMIA ASSINTOMÁTICA - É a supersaturação dos líquidos orgânicos com urato. - Frequentemente secundária (diuréticos, síndrome metabólica). - A longo prazo (principalmente se ácido úrico >9) pode ser fator de risco para gota, doença renal e doença cardiovascular. GOTA - Distúrbio metabólico - Acomete mais homens (3-4:1) - Caracterizado por níveis elevados de ácido úrico sérico - Crises recorrentes de artrite aguda - Ocorre devido a formação crônica de cristais de MUS (monourato de sódio) nas articulações, bainhas sinoviais, bursas, tecido subcutâneo e rins. → EPIDEMIOLOGIA - Aumento da incidência - Doença com influencia genética - Predomínio na faixa etária de 30-60 anos - História familiar de até 40% → FISIOPATOLOGIA - Doença metabólica que ocorre devido: - Defeito na excreção renal é o mecanismo mais comum na fisiopatologia da gota. Helena Costa Franco → CONDIÇÕES ASSOCIADAS - Doenças miellinfoproliferativas - Hemoglobinopatias - Dietas ricas em purina/álcool - Psoríase - Sarcoidose - Hiperparatireoidismo - Insuficiência renal - Obesidade - Dislipidemia - HAS - Doenças cardiovasculares • MEDICAMENTOS - Diuréticos - Baixas doses de AAS - Ciclosporinas - Tacrolimus - Etambutol - Pirazinamida - Ácido nicotínico → QUADRO CLÍNICO 1 – ARTRITE GOTOSA AGUDA - Dor mono/oligoarticular - Início súbito - Contínua (horas a poucos dias) - Forte intensidade - Calor, rubor e edema - Mais comum: 1° MTF - Pododáctilos, tarsometatársicas, tibiotársicas, joelhos, punhos, mãos, cotovelos. 2- PERÍODO INTERCRÍTICO - Duração variável - 2° ataque: 6 a 24 meses - Crises não tratadas favorecem períodos intercríticos cada vez menores e ataques subsequentes mais graves e prolongados. 3- GOTA TOFÁCEA CRÔNICA - Poliartrite crônica - Tofos: nódulos intra-articulares e subcutâneos (3-21%) - Cursam com deformidades - Se tratado corretamente tem chance de não formar tofos e não chega nessa fase. → LESÃO RENAL Helena Costa Franco - Nefropatia por urato: deposição crônica de cristais de ácido úrico no interstício renal. - Nefropatia aguda por ácido úrico: mais comum durante a realização de quimioterapia. Ocorre por causa da lise celular excessiva. Para evitar, associa uma hiper-hidratação além do uso de alopurinol preventivo. - Litíase renal (10-40%): acometimento mais comum da gota. (Cálculos de ácido úrico são radiotransparentes – só são detectados por USG) → DIAGNÓSTICO - Feito através do quadro clínico. - O nível de ácido úrico não confirma ou exclui gota. (Homens: normal até 7 // Mulheres: normal até 6 – Excreção urinária: em torno de 800 a 1100mg na urina de 24hr) • Hiperuricemia assintomática • Nas crises de gota os níveis podem estar normais. - Pesquisa de cristais de MUS no líquido sinovial e/ou nos tofos. Vão ser analisados e vai encontrar: • Luz polarizada • Forte birrefringência negativa • Formato de agulha Não é necessário fazer análise do líquido sinovial em todos pacientes. A maioria dos diagnósticos são clínicos. - Raio X • Fases iniciais: normal, aumento de partes moles. • Osteoporose justarticular, erosões em “saca bocado” • Redução de EA, osteófitos, anquilose (fusão das superfícies articulares), tofos. Helena Costa Franco PACIENTE DAS FOTOS APRESENTA GOTA TOFÁSICA CRÔNICA QUE EVOLUIU PARA OSTEOARTRITE SECUNDÁRIA. - USG • Pode notar espessamento sinovial devido aos depósitos hiperecoicos de ácido úrico que vão formar uma imagem linear entre as cartilagens → Sinal do “duplo contorno” • Tofos → DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL - Artrite séptica - Pseudogota - Periartrite calcificada - Artrite psoriásica - Artirte reumatóide - Osteoartrite - Nódulos subcutâneos - Calcinose - Infecções de partes moles → TRATAMENTO - Resolução da crise - Profilaxia de novas crises - Redução de ácido úrico - Reabsorção de tofos - Educação do paciente em relação a doença - Controle de comorbidades associadas - Redução da perda ponderal - Cuidado com a dieta (evitar consumo de carne vermelha em excesso, enlatados, embutidos) - Cessação do etilismo TRATAMENTO DA CRISE AGUDA Helena Costa Franco - AINE – atuam reduzindo as prostaglandinas (tomar cuidado em pacientes com disfunção renal, idosos, osteoporose, histórico de doenças pépticas) - Corticoide (prednisona – 0,5mg/kg/dia) - Colchicina – atuam modulando a formação e função dos microtúbulos. Inibe que os neutrófilos se proliferem e cheguem até a articulação acometida. Deve ser usada em 24-48hr do início da crise. Efeitos colaterais: cólica, diarreia, náusea, vômito. - Profilaxia de novas crises: • Fazer por pelo menos 6 meses ou 3 meses após atingir o ácido úrico alvo. Se tofos, manter 6 meses após a resolução dos tofos. Feito com um dos 3 medicamentos usados durante a crise. • Colchicina (preferencialmente) • AINE • Corticoide - Quando usar hipouricemiante?? • Se o paciente apresenta 2 ou mais crises durante 1 ano. • Se o paciente apresenta gota tofácea, artrite erosiva ou nefrolitíase. - Objetivo do ácido úrico: • < 6 mg/dl • < 5 mg/dl se gota tofácea CONDROCALCINOSE – DOENÇA POR DEPOSIÇÃO DE CRISTAIS DE PIROFOSFATO DE CÁLCIO (CPPD) → EPIDEMIOLOGIA - Acomete ambos os sexos - 5-10% dos adultos - Aumento marcante com envelhecimento (>30% em pessoas acima de 75 anos) → QUADRO CLÍNICO 1. Assintomática (achado ocasional) 2. - Sinovite aguda (pseudogota) 3. - Artropatia degenerativa (semelhante a AO) 4. - Pseudorreumátoide 5. - Pseudoneuropática → PROPEDÊUTICA - Cálcio - Fósforo Helena Costa Franco - Fosfatase alcalina - Ferro sérico - Ferritina - TSH - Magnésio - Analise de líquido sinovial: cristais com birrefringência positiva fraca. Formato romboide RX: pelve (AP), joelhos (AP e perfil), punhos (PA). → TRATAMENTO - Tratar doença de base - Sintomático (AINE, corticoide) DOENÇA POR DEPOSIÇÃO DE CRISTAIS DE FOSFATO BÁSICO DE CÁLCIO - APATITA → QUADRO CLÍNICO - Bursites e tendinites calcificadas - 40-60 anos, em ambos os sexos - Monoarticular pode lembrar gota. - Acomete ombro, grande trocânter do fêmur, epicôndilo lateral do cotovelo, inserções tendinosas dos joelhos. → DIAGNÓSTICO - Difícil detecção à microscopia óptica - LS: coloração pela alizarina vermelha - RX: imagens calcificadas → TRATAMENTO - Sintomáticos - Resolução espontânea (semanas até meses)
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