Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MEDICINA SBC – SABRINA JUTKOSKI 1 • Processos digestórios: Digestão: degradação mecânica ou química de macromoléculas em unidades menores para poderem ser absorvidas do epitélio intestinal para o corpo (interstício) Absorção: é o movimento de substâncias do lúmen do trato gastrointestinal, passando pelo epitélio digestório até o interstício (extracelular) ➔ nutrientes absorvidos entram na circulação sanguínea ou linfática Secreção: movimento de íons e água do interstício para o lúmen do trato gastrointestinal (ao contrário de absorção). Além de liberação de substâncias do epitélio do trato gastrointestinal para o lúmen ou interstício. Motilidade: movimento das substâncias do trato gastrointestinal através de contração muscular • Além dessas funções do trato digestório, ainda tem outras como defesa e balanço de massa Defesa: possui o GALT, que é tecido linfático associado ao intestino, em que 80% dos linfócitos do corpo se encontram no intestino delgado Balanço de massa: regula saída de líquidos. ➔ Diarreia e vomita causam desidratação, pois o líquido não pode ser reabsorvido para fazer a digestão adequada, e, se o líquido extracelular for muito baixo, pode ser que tenha dificuldade em manter a pressão sanguínea. Transporte de nutrientes, água e eletrólitos do meio externo para o meio interno. • Enzimas digestórias: são secretadas por glândulas exócrinas (salivares e pancreáticas) ou por células do estômago e intestino. São produzidas o RER, empacotadas pelo Golgi em vesículas secretoras e são estocadas até precisarem ser liberadas. Algumas enzimas intestinas ficam na membrana das células intestinais. Algumas enzimas digestórias são secretadas na forma de zimogênios, ou seja, já forma de proenzima inativas, sem exercer uma função até que sejam ativadas no lúmen para realizar digestão. As enzimas possuem um pH ótimo, no qual elas exercem melhor sua função. ➔ enzimas do estômago funcionam com pH ácido e do intestino delgado em pH alcalino • Muco: é composto, principalmente, por mucinas, formando uma secreção viscosa com o objetivo de proteger a mucosa do trato gastrointestinal e lubrificar o conteúdo intestinal. É produzido por células exócrinas especializas, que são as células mucosas do estômago e das glândulas salivares, assim como pelas células caliciformes. Muco é liberado através de sinais parassimpáticos, sistema nervoso entérico e citocinas liberadas por células imunológicas. Motilidade: tem como objetivo mover o alimento da boca até o ânus e, também, misturar esse alimento para quebrá-lo, aumentando a área de superfície para ação das enzimas digestivas. UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MEDICINA SBC – SABRINA JUTKOSKI 2 • A maior parte do trato GI é composta por músculo liso e são ligadas eletricamente por junções comunicantes. • Contração tônica: do tipo que são mantidas por maior período, sendo por minutos ou horas. Ocorrem em alguns esfíncteres de músculo liso e na porção apical do estômago. • Contração fásica: formam ciclos de contração e relaxamento que duram segundos Ocorrem no intestino delgado e porção distal do estômago • Potenciais de ondas lentas: ciclos de despolarizações e repolarizações que causam contração e relaxamento do músculo liso. Despolarização espontânea do músculo liso Células intersticiais de Cajal (ICCs): geram as ondas lendas. ➔ localizadas entre camada de músculo lixo e plexos nervosos. Atuam como intermédio dos neurônios e o músculo liso ICCs são células marca-passo do trato GI ➔ recebem informação do sistema nervoso entérico e autônomo A frequência das ondas varia de acordo com a região, sendo mais lentas no estômago (3ondas/min) e mais rápidas no duodeno (12ondas/min) As ondas lentas iniciadas de forma espontânea nas ICCs passam através de junções comunicantes para as camadas musculares adjacentes A contração muscular inicia quando a onda atinge o limiar (nem sempre atinge o limiar), ocorrendo o influxo de Ca2+ (canal de cálcio dependente de voltagem), disparando um ou mais potencias de ação. Quanto mais cálcio, maior duração das ondas lentas e maior a força de contração. • Tipos de contração: Complexo motor migratório: ocorre entre as refeições e dura cerca de 90 minutos ➔ contrações começam no estômago para passar bolo alimentar e bactérias até o intestino grosso. ➔ começam no estômago vazio Peristaltismo: contração durante após refeição ➔ contração dos músculos circulares ➔ empurra o bolo alimentar para frente até onde os músculos estão relaxados. Assim, quando o bolo chega, o próximo músculo contrai ➔ peristaltismo do esôfago faz com que o bolo seja levado da faringe para o estômago, onde ajudam para mistura do bolo. ➔ no intestino, o peristaltismo ocorre em curtas distâncias Contrações segmentares: ocorrem em segmentos curtos do intestino, que contraem e relaxam de forma alternada. Quando está em contração, o músculo circular está contraído e o longitudinal relaxado. ➔ misturam o bolo alimentar através de agitações, que mantêm o material em contato com o epitélio para absorção. UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MEDICINA SBC – SABRINA JUTKOSKI 3 • Plexo miontérico: controle da motilidade Regulação: • Reflexos curtos: sistema nervoso entérico realiza reflexos independente do sistema nervoso central Plexo submucoso: possui neurônios sensoriais que recebem sinais do lúmen, ativando a rede desse sistema que emite uma resposta. ➔ esse plexo controla a secreção realizada pelas células epiteliais do trato GI • Reflexos longos: SNC recebe informações do sistema nervoso entérico e emite uma resposta através dos neurônios autonômicos. SNC também pode emitir respostas gastrointestinais provenientes de sinais fora do sistema digestório, incluindo os reflexos antecipatórios (cefálicos) ➔ visão, cheiro, som, pensamento sobre alimento, emoções etc. Neurônios parassimpáticos estimulam trato GI e simpáticos, geralmente, inibem funções do trato GI Hormônios: secretados no sangue e transportados pelo corpo para agir nos órgãos acessórios do trato gastrointestinal. • Estímulos antecipatórios desencadeiam o processo digestório desencadeado antes que a comida chegue à boca através do reflexo longo. • Também há estímulos quando o alimento entra na cavidade oral e faringe • Os estímulos antecipatórios e do alimento na cavidade oral ativam neurônios do bulbo, que manda sinais eferentes pelos neurônios autonômicos para glândulas salivares e, pelo nervo vago para o sistema nervoso entérico. Assim, o estômago, intestino e glândulas salivares começam a secreção e aumento da motilidade. • Estímulos antecipatórios: cheiro, visão, audição, pensar sobre o alimento. Esses estímulos aumentam a descarga parassimpática neural excitatória para o trato gastrointestinal. ➔ aumentam o fluxo parassimpático. Reflexos longos iniciam uma resposta antecipatória no cérebro ➔ ativação do trato gastrointestinal ➔ essa fase é chamada de cefálica • Nessa fase, ocorre secreção salivar, secreção de ácido gástrico, secreção enzimática do pâncreas, contração da vesícula biliar, relaxamento do esfíncter de Oddi (entre ducto comum da bile e o duodeno) e motilidade ➔ essas respostas melhoram a capacidade do trato gastrointestinal de receber e digerir o alimento que chega. FASE CEFÁLICA UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MEDICINA SBC – SABRINA JUTKOSKI 4 • Parassimpático é excitatório e simpático inibitório • Simpático participa apenas quando está exacerbado Mastigação: digestão mecânica dos alimentos quando atinge a cavidade oral (dentes e língua) Participação dos lábios, línguae dentes Mastigação involuntária, mas pode sobrepor de forma voluntária Mandíbula inferior desce, tem reflexo de estiramento do músculo da mandíbula, causando contração e elevação da mandíbula. Assim, az compressão do bolo alimentar, inibe a mastigação e começa o ciclo de novo. Salivação: • A saliva tem como funções amolecer e lubrificar o alimento para facilitar a deglutição, digestão do amido, gustação (dissolve o alimento para sentir o gosto) e defesa, pois possui lisozima, que é uma enzima antibacteriana, além de que as imunoglobulinas salivares fazem defesa contra bactérias e vírus, também fazem limpeza dos dentes e mantêm a língua livre de partículas. Além disso, possui ação tamponante, em que protege mucosa oral e dentes contra alimentos ácidos. Possui função de cicatrização por secretar fator de crescimento epidérmico. • A digestão começa na boca pela ação da amilase salivar, que quebre o amido em maltose quando é ativada por Cl- • Tem pequena quantidade de lipase salivar, que digere lipídeo (mas não conta) • Parassimpático: deixa saliva mais fluida e aumenta secreção salivar São colinérgicos, em que a acetilcolina se liga nos receptores muscarínicos das células acinares, aumentando o nível de Ca2+ no meio intracelular devido à fosforilação de proteínas específicas. Assim, aumenta o fluxo salivar e a secreção proteica pelos ácinos. Atropina: bloqueia receptores muscarínicos O parassimpático também estimula maior fluxo sanguíneo nas glândulas salivares, além do aumento da atividade metabólica. Essa elevação do fluxo sanguíneo causa uma resistência à atropina. Fibras simpáticas peptidérgicas liberam substância P e peptídeo vasoativo intestinal (VIP), que induzem a vasodilatação. Além disso, os ácinos possuem receptores para substância P, que faz com que ocorre aumento de Ca2+ intracelular ➔ secreção primária • Simpático: deixa a saliva mais viscosa e diminui secreção salivar As fibras pós-ganglionares do simpático causam a liberação de norepinefrina, que se liga nos receptores beta 1, estimulando secreção enzimática, e, alfa2, que eleva os níveis de cálcio, potencializando a ação da acetilcolina. A inibição do simpático não possui muito efeito. Se for de maneira exacerbada, causa vasoconstrição, diminuindo a secreção salivar. (via receptores adrenérgicos, primeiro aumentam o fluxo de secreção por aumentar contração das células mioepiteliais e elevar nível de cálcio, mas, depois, causa vasoconstrição) ➔ estresse ➔ “boca seca” UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MEDICINA SBC – SABRINA JUTKOSKI 5 Secreção de pequeno volume e viscosa (por ser rica em muco), além de ter alta concentração de bicarbonato e potássio • Saliva sempre vai ser hiposmótica • A saliva é secretada por glândulas salivares, que são exócrinas e agrupam células chamadas de ácinos. • Cada ácido possui um ducto, por onde passa a saliva. • Glândulas parótidas: produz saliva com enzimas • Glândulas sublinguais: produz saliva com muco • Glândulas submandibulares: produz saliva com muco e enzimas • Na saliva, é secretada mucina (proteção e lubrificação da mucosa do trato gastrointestinal, principalmente esôfago) ➔ Mucosa se autorrenova • Secreção primária: realizada nos ácinos Produz a saliva primária que é isotônica A elevação de Ca2+ abre os canais de cloreto devido a um gradiente osmótico e elétrico. Com a entrada do cloreto pelas células acinares, entra K e Na+. Com isso, por aquaporinas, a água também passa livremente, portanto, como aumenta a concentração de íons entrando nos ácinos, a água também entra por possuir muitas aquaporinas. Assim, nos ácinos, forma-se a saliva primária, que é isotônica. • Secreção secundária: ocorre nos ductos Produz saliva secundária, que é hipotônica Conforme a saliva passa pelo ducto, as invaginações causam modificações (possui menos aquaporinas) No ducto, ocorre absorção (sai para o meio extracelular) de Na+ e Cl- e aumenta fluxo de potássio e bicarbonato para o meio intracelular (secreção), fazendo tamponamento da saliva Desse modo, a saliva se torna mais alcalina ➔ hipotônica por possuir menos eletrólitos (tem mais potássio e bicarbonato) Cloreto atrai entrada dos sódios quando passa pelos ácinos Reabsorção de sódio e cl e secreção de k e bicarbonato Ductos não possuem aquaporina ➔ epitélio fechado Deglutição: é uma ação reflexa que empurra o bolo alimentar para o esôfago • Fase oral: voluntária Língua na região do palato mole é movimento que desencadeia receptores de estiramento por perceber o bolo sendo pressionado nessa região, disparando neurônios aferentes (sensoriais) que ativam núcleo de controle motor e controle visceral via nervo glossofaríngeo Os receptores de estiramento da orofaringe detectam o movimento e envia informação para o bulbo e a porção inferior da ponte Via núcleo não vagal e ambíguo ativa musculatura estriada esquelética da orofaringe UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MEDICINA SBC – SABRINA JUTKOSKI 6 e do esôfago proximal (parte superior) pelas fibras motoras Núcleo motor dorsal do vago (autonômico) ativa musculatura lisa do esôfago (parte inferior) Assim, o reflexo de deglutição faz com que o palato mole se eleve para fechar a nasofaringe • Fase faríngea: involuntária: Descida da epiglote devido ao movimentos dos músculos constritores A contração muscular move a laringe para cima e para frente, ajudando a fechar a traqueia e o relaxamento do esfíncter esofágico superior Assim, quando o bolo desce, a epiglote fecha para baixo para manter o bolo alimentar fora das vias aéreas. ➔ respiração é inibida Quando o bolo chega perto do esôfago, há relaxamento do esfíncter esofágico superior, que esfíncter anatômico que evita refluxo Assim, ocorre ondas de contrações peristálticas para empurrar o bolo para o estômago com ajuda da gravidade. • Fase esofágica Também é involuntária Esfíncter esofágico inferior é fisiológico (não verdadeiro, mas sofre tensão muscular suficiente) e separa parte inferior esôfago do estômago abaixo do diafragma UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MEDICINA SBC – SABRINA JUTKOSKI 7 Na deglutição, o esfíncter esofágico inferior relaxa, assim, o bolo alimentar passa pelo estômago Esfíncter esofágico inferior protege o ácido gástrico e pepsina de voltar do estômago para o esôfago, por isso é preciso ficar contraído. Refluxo gastroesofágico: falha na contração desse esfíncter, causando dor e irritação. ➔ na inspiração e expiração, as paredes do esôfago e expandem devido a queda da pressão intrapleural, fazendo com que a pressão subatmosférica do esôfago sugue o conteúdo ácido do estômago se o esfíncter não tiver contraído, além de que a agitação do estômago cheio também pode fazer com que o ácido retorne para o esôfago. Disfagia: problemas em função da perda de coordenação entre os movimentos • O estômago armazena o bolo alimentar e regula sua passagem para o intestino delgado O estômago relaxa e expande para acomodar o bolo alimentar através do relaxamento receptivo como reflexo neural. Assim, a parte superior fica em repouso para armazenar o bolo até estar pronto para ser digerido • Faz digestão de proteínas, formando o quimo A digestão ocorre na parte inferior. ➔ na metade do estômago, há movimentos peristálticos para empurrar o bolo até o piloro, se misturando com o ácido e enzimas digestórias Quimo: alimento processado em partículas bem pequenas misturado com secreções do sistema digestório ➔ começa a percorrer outras partes do sistema digestório Estomago libera quimo aos poucos pelo piloro para o duodeno a cada onda contrátil Senão regula a velocidade pelo qual o quimo passa para o duodeno, não dá tempo de absorver, então causa diarreia ➔ distúrbio do esvaziamento ➔ Síndrome de Dumping FASE GÁSTRICA UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MEDICINA SBC – SABRINA JUTKOSKI 8 • Também tem função de defesa, destruindo patógenos deglutidos com a comida, e protege o próprio estômago da ação de suas enzimas • Reflexos curtos Secreções gástricas • Secreções são produzidas por glândulas gástricas da camada mucosa • Células mucosas: produz muco para proteção do estômago contra seus próprios ácidos Secreção ácida: células parietais secretam ácido gástrico no lúmen do estômago. • O ácido estimula liberação e ativação da pepsina, que digere proteínas • Desencadeia liberação de somatostatina pelas células D • O HCl desnatura proteínas, deixando-as mais acessíveis para digestão pela pepsina • Destrói bactérias e microrganismos • Inativa amilase salivar, parando a digestão de carboidratos • H2O é quebrada na célula parietal ➔ H+ da célula parietal é bombeado para o lúmen do estômago e K+ entra por uma H+-K+-ATPase. Então, Cl- sai da célula pelo canal de cloreto. Portanto, sai H e Cl da célula parietal ➔ HCl Canal de cloreto dependente do AMPc secretado pela secretina • Ao mesmo tempo que o ácido é secretado, CO2 da H2O é combinado com CO2 da célula para formar bicarbonato, que é absorvido pelo sangue torná-lo menos ácido como ação tamponante. Ao mesmo tempo, o que o bicarbonato sai, mais cloreto entra para sair da célula posteriormente e formar HCl ➔ ação do pâncreas • Omeprazol: inibidor da bomba de prótons (PPI), bloqueando a atividade da H+-K+- ATPase, inibindo a secreção de HCl. Secreção de gastrina: secretada no sangue pelas células G (encontradas nas glândulas gástricas) • Função: liberação de ácido por ação nas células parietais e estimula liberação de histamina (indiretamente) • Hormônio que vai ser produzido no estômago, vai na circulação e age no próprio estômago, estimulando célula parietal a secretar HCl • Saciedade • Café ativa secreção de gastrina • Sua liberação é estimulada por acetilcolina, peptídeos e aminoácidos Secreção enzimática: • Pepsina: digestão de proteínas Células principais secretam pepsinogênio, que é a enzima inativa. ➔ pepsina é ativada em pH ácido (HCl) • Lipase gástrica: quebram triacilgliceróis Secretada junto com pepsina Digestão de gordura ocorre bem pouco no estômago Secreção parácrina: • Histamina: é um sinal parácrino em resposta à estimulação por gastrina ou acetilcolina das células ECL, que secretam histamina UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MEDICINA SBC – SABRINA JUTKOSKI 9 A histamina estimula células parietais à secreção ácida pela ligação em seus receptores H2. (antagonista de H2 ➔ fármaco antiácido) • Fator intrínseco: proteína secretada por células parietais. Importante para absorver vitamina B12, pois se liga a ela, formando um complexo que facilita a absorção no intestino Somatostatina: secretada pelas células D Inibe hormônio do crescimento Diminui secreção de gastrina e histamina para diminuir secreção ácida ➔ retroalimentação negativa Inibe secreção de pepsinogênio UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MEDICINA SBC – SABRINA JUTKOSKI 10 1- G ➔ produz gastrina 2- ECL ➔ produz histamina 3- D ➔ produz somatostatina 4- parietais ➔ liberam H+ e Cl- no lúmen estomacal 5- principais ➔ produzem pepsinogênio UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MEDICINA SBC – SABRINA JUTKOSKI 11 • Começa quando o quimo passa para o intestino delgado. • Entrada é controlada, pois o quimo não sofreu muita digestão química • Contrações segmentares e peristálticas movem o quimo pelo intestino, misturando o quimo com enzimas para digestão afim de serem absorvidos pelo epitélio mucoso. • Movimento deve ser lento para permitir a digestão e absorção completas • Inervação parassimpática, gastrina e CCK promovem a motilidade e a simpática inibe. • Intestino delgado tem maior superfície de contato para facilitar a secreção, digestão e absorção. • Absorção: vilosidades • Borda em escova: superfície do epitélio intestinal • Maioria dos nutrientes absorvidos pelas vilosidades são distribuídas pelos capilares Gorduras vão para o sistema linfático PÂNCREAS • Porção exócrina possuem ácinos, os quais os ductos esvaziam no duodeno. • Porção endócrina: ilhotas, que secretam insulina e glucagon • Secreta suco pancreático, que é muito rico em enzimas. • Quimo que chega no duodeno tem característica ácida, mas enzimas do duodeno não funcionam em pH ácido. Então, células do ducto pancreático produzem bicarbonato para neutralizar o quimo ácido vindo do estômago. Enzimas do duodeno agem em pH básico • Células acinares: enzimas digestivas (CCK estimula células acinares a produzirem enzimas pancreáticas) • Células do ducto pancreático: bicarbonato Canal de cloreto (CFTR) dependente do AMPc secretado pela secretina • Enzimas digestivas + bicarbonato ➔ suco pancreático • Enzimas: agem em todos os macronutrientes ➔ carboidratos, proteínas e lipídios Amilase pancreática (digere carboidrato ➔ amido) ➔ atividade muito maior que amilase salivar Tripsina, Quimiotripsina e carboxipolipeptidase (formas ativas): agem em proteínas, polipeptídios ➔ mais importantes ➔ proteínas são quebradas em cadeias menores, formando polipeptídios (ainda tem grande quantidade de aminoácido), então ainda precisam ser quebrados em peptídeos menores, que também são quebrados até formarem aminoácidos, dipeptídeo e tripeptídeos ➔ assim consegue absorver ➔ transportar para dentro do enterócito Lipase pancreática: digestão de lipídios (hidrolisa gorduras a ácidos graxos e monoglicerídeos) Nucleases: digere ácidos nucleicos em nucleotídeos FÍGADO • O fígado é o primeiro órgão que faz o processamento de nutrientes absorvidos, secreta ácidos biliares e desempenham papel FASE INTESTINAL UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MEDICINA SBC – SABRINA JUTKOSKI 12 decisivo na absorção de lipídios da ingestão alimentar. • Tem função de detoxificação ➔ retira produtos metabólicos residuais e xenobióticos do corpo e converte as substâncias para serem excretadas. • Emulsificação de lipídios ➔ bile • Regulação metabólica • Filtro biológico: sangue chega pelo sistema porta hepático ➔ tudo vai para o fígado ➔ é porteiro ➔ linha de defesa de todas as substâncias (microrganismos, toxinas, fármacos etc.) Limita entrada de substâncias toxicas Extrai produtor metabólico tóxicos produzidos em outra parte do corpo e os converte na forma que pode ser excretada • Regulação hematológica: albumina Albumina auxilia transporte da bilirrubina (sua forma conjugada) Hepatócitos produzem albumina Se tem problema no fígado, produz menos albumina, causado problemas de coagulação (hemorragias) e ascite, por exemplo • Síntese e secreção de bile • Sangue recebido pelo fígado é venoso através da veia porta Detoxificação: • Centro de depuração e eliminação de medicamentos: por isso nem todos os agentes farmacêuticos são capazes de atingir concentrações sanguíneas terapêuticas, quando administrados via oral • Defesa física (porteiro): Células de Kupffer ➔ são macrófagos, que fagocitam o material particulado vindo pela veia porta, como bactéria vindas do cólon. • Defesa bioquímica (lixeiro): enzimas modificam toxinas endógenas e exógenas para convertê-las em produtos mais solúveis em água, ficando menos suscetíveis à reabsorção pelo intestino. • Fase I: muda a conformação da molécula para ser menos reativa e tóxica, através de oxidação, hidroxilação e atividade catalíticado citocromo P450 • Fase II: conjugação de produtos com outras moléculas (uma proteína) para ser eliminadas via rim ou bile (sistema de excreção) Filtro biológico: • Sistema porta: leito capilar drena e passa para outro dreno capilar sem passar pelo coração • Sistema porta hepático • (há sistema porta renal e hipotálamo- hipofisário também) • A maioria dos nutrientes absorvidos no intestino é levado diretamente para o fígado. Assim, ocorre processamento do material para ser liberado na circulação geral. • Maior parte do sangue que chega não é oxigenado. ➔ 80% do sangue é advindo da veia porta, que é rica em nutriente recém absorvidos, fármacos, microrganismos e toxinas. ➔ • Sinusoide: fenestrados Sistema de tríade: • Histologia: ramos da veia porta, ramos da artéria hepática e ducto biliar. UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MEDICINA SBC – SABRINA JUTKOSKI 13 • Anatomia: ducto biliar comum (biliar), veia porta hepática e artéria hepática própria. Microarquitetura do fígado: Relação de proximidade com a tríade • Zona 1: maior fluxo de sangue, nutrientes e oxigênio Onde tem maior regeneração • Zona 2: intermediária • Zona 3: menor fluxo de sangue, nutrientes e oxigênio, proporcionando regeneração prejudicada. Maior produção de ácinos biliares Mais sensível à isquemia Sistema porta-hepático: • Esses vasos são sinusoides → por onde chegam as substâncias • Material processado segue por uma veia central, que leva até o coração para ser redistribuído • Caminho centrífugo ➔ vai para sinusoides • Drenagem: sinusoides hepáticos ➔ veia centro lobular ➔ veia hepática ➔ veia cava inferior • Sentido oposto: hepatócitos ➔ passa pelos canalículos biliares ➔ ducto biliar ➔ vesícula biliar ➔ liberação da bile • Artéria hepática (Sangue oxigenado) e veia porta vão para sinusoides (possui sangue venoso e arterial ➔ mas a maior quantidade é via veia porta, que é venosa) Sangue oxigenado é pouco, mas é importante, pois, hepatócitos precisam de oxigênio • Sinusoides levam o sangue com substâncias a serem processadas para veia central, que drena para veia hepática, que drena para veia cava inferior, que desemboca no coração • Paciente que não consegue fazer sangue passar, começa a filtrar muito ➔ ascite (edema => acúmulo de água no abdome) ➔ hipertensão portal ➔ acúmulo de sangue na veia cava inferior ➔ aumenta pressão na veia hepática ➔ cabeça medusa (aumenta e distende UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MEDICINA SBC – SABRINA JUTKOSKI 14 Secreção da bile • Sentido do sangue da artéria hepática e veia porta: sinusoides etc. • Sentido da bile pelos ductos: produzido pelos hepatócitos (bilirrubina é conjugada e é liberada pela bile), secretada pelos canalículos biliares, ductos biliares, que seguem pela vesícula ou direto no duodeno. • Resumo: • Ducto hepático comum leva a bile do fígado à vesícula biliar • Ducto colédoco: leva a bile da vesícula biliar para o duodeno Hepatócitos ➔ Canalículos biliares ➔ ductos biliares (Herig-periportais) ➔ ductos hepáticos direito e esquerdo, ➔ unem-se formando o ducto hepático comum ➔ sai do fígado Vai para a vesícula biliar via ducto cístico, que depois vai para duodeno via ducto colédoco Vai para duodeno via ducto colédoco Regulação hematológica: possui grande reservatório sanguíneo que chegam por meio de sinusoides, que possui ação fagocitária ou de síntese de proteínas plasmáticas Células de Kupffer removem glóbulos vermelhos danificados ou velhos, fragmentos células e patógenos da circulação (ação fagocitária) Hepatócito sintetiza proteínas plasmáticas, como albumina, que altera concentração osmótica do sangue. Transporta nutrientes e coagulação (protrombina e fibrinogenio0 Excreção de bilirrubina Formação de bilirrubina: • Grupo heme, que está ligado aos glóbulos vermelhos, precisa ser eliminado por ser tóxico • Tem enzima (heme oxidase) que converte heme em biliverdina, liberando o ferro do heme, liberando componente esverdeado. • Biliverdina é reduzida à bilirrubina, que é associada à albumina (complexada ➔ forma não conjugada ou indireta) de forma fraca. Então, nessa configuração, pode ser excretada via urina. • Essa forma não conjugada, segue pela corrente sanguínea, entra no parênquima pulmonar, que é pelo sinusoides transportada no “espaço de disse” (entre sinusoides e hepatócito), onde é transportada para dentro do hepatócito nas regiões dos microssomos. • No hepatócito, a bilirrubina é conjugada ao ácido glicurônico através da enzima UGT, que é uma enzima sintetizada nos hepatócitos de forma bem lenta quando nasce (por isso é UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MEDICINA SBC – SABRINA JUTKOSKI 15 comum recém-nascido ter icterícia, pois bebês possuem pouco UGT). • Uma vez conjugada, a bilirrubina segue para os canalículos, ductos biliares ➔ conjugada, consegue ser transportada para os canalículos biliares, que direciona para os ductos biliares formando a bile, para o duodeno ou vesícula biliar. ➔ é importante ser conjugada para ser transportada para vias biliares • Tem condição genética que não tem transportador, não conseguindo transportar para os canalículos ➔ deficiência na produção de bile • Quando secretada no duodeno, há bactérias que fazem metabolização da bilirrubina conjugada em urobilinogênio, que é secretado nas fezes ou é reabsorvido no intestino, em que volta novamente para o fígado e pode ser secretada pela urina. ➔ é excretada de forma desconjugada • Biliverdina é mais ácido e bilirrubina mais alcalino • Bilirrubina não conjugada (indireta) Anemia falciforme: muita hemólise, aumenta muito o grupo heme, aumentando muito a forma não conjugada da bilirrubina ➔ Aumento da bilirrubina não conjugada está com problemas não relacionadas com o fígado ➔ antes de chegar no fígado • Bilirrubina conjugada (direta) Problema no fígado Obstrução do ducto colédoco ➔ bilirrubina voltou para a circulação, pois não tem saída ➔ é detectada no sangue Obstrução pós-hepática ou qualquer bloqueio na liberação da bile, ou alteração nos transportadores dos canalículos ➔ não consegue transportar e volta para corrente sanguínea ➔ problema hepático ou pós- hepático • Colúria: parte da bilirrubina circulante na forma conjugada, é eliminada na urina ➔ urina escura • Bilirrubina que não está sendo eliminada, causa icterícia, pois acumula na corrente sanguínea Síntese e secreção de bile • A bile é uma solução não enzimática produzida no fígado, armazenada na vesícula biliar e excretada no duodeno • Tem função de eliminação de produtos residuais endógenos e exógenos e auxílio na digestão e absorção de lipídeos Se não tem vesícula, vai direto para o duodeno • A bile é comporta por água e íons (diluição e tamponamento ou neutralização), sais biliares (ação detergente ➔ ácidos biliares, lipídios e UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MEDICINA SBC – SABRINA JUTKOSKI 16 aminoácidos), bilirrubina (pigmento derivado da hemoglobina) e colesterol. • Secreção da bile: via canalículos biliares ➔ ducto biliar ➔ vesícula biliar ➔ liberação da bile Canalículos biliares drena bile para os ductos biliares (Herig-periportais), que passa pelos ductos hepáticos direito e esquerdo, que se unem formando o ducto hepático comum, que sai do fígado Vai para a vesícula biliar via ducto cístico Vai para duodeno via ducto colédoco Vesícula biliar • Esfíncter de Oddi sem liberação de bile ➔ jejum: contraído ➔ bile é armazenada na vesícula via ducto cístico • Bile fica armazenada na vesícula biliar entre as refeições (repouso, durante digestão) • Concentração de bile: reabsorção de água, sódio, cloreto e grande parte de outroseletrólitos menores concentram a bile Secreção da bile: • Quando tem esvaziamento gástrico, que começa entrar parte do suco gástrico, que é muito ácido e está repleto de lipídio e aminoácido. Há células que percebem esses estímulos ácidos (células S). Células S secretam secretina, que é absorvida pelos vasos da circulação, chega até o fígado, induzindo a secreção de bile pelos hepatócitos. A acidez é o fator que faz secretar secretina • Células duodenais I secretam colecistocinina (CCK), que é um hormônio. Secretado por estímulos de gordura e alguns aminoácidos. • CCK, na musculatura do esfíncter na ampola hepatopancreática, faz relaxamento ➔ relaxa musculatura (esfíncter de Oddi) • Na vesícula biliar, CCK contrai a musculatura lisa da vesícula biliar, fazendo a bile sair pela papila do duodeno (devido ao relaxamento da ampola) • A questão mecânica de distensão do duodeno, presença de nutrientes, conteúdo ácido proveniente do estômago e acetilcolina (liberada pela ação do SN autônomo parassimpático) fazem com que CCK e secretina sejam secretadas. • No duodeno, há essas células que percebem essas alterações e liberam CCK e secretina. Ácido é percebido pelas células S, que secretam secretina. Gorduras e aminoácidos induzem liberação de CCK • Secretina tem ação no pâncreas, onde causa secreção de líquido pancreático e UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MEDICINA SBC – SABRINA JUTKOSKI 17 bicarbonato para bloquear o ácido. E, no fígado, é absorvida da corrente sanguínea, induzindo secreção de bile pelos hepatócitos. • CCK liberada pelas células I do duodeno tem ação no fígado, causando contração do músculo liso vesícula biliar e relaxamento do esfíncter de Oddi, que tem musculatura que mantem a ampola hepatopancreática fechada ➔ mas, relaxada, abre para secretar bile pelo ducto colédoco. No pâncreas, tem liberação de enzimas inativas nos ácinos pancreáticos com estimulação da CCK • Secretina e CCK inibem esvaziamento gástrico ➔ envia sinalização para inibir esvaziamento gástrico pelo estomago ➔ piloro • CCK pode atuar até como neurotransmissor, que estimula O SNC para saciedade ➔ significa que está fazendo absorção e não precisa mais comer. • CCK estimula ainda mais ação da acetilcolina devido a atuação como neurotransmissor do SNC. ➔ acetilcolina estimula contração da vesícula biliar também • Papila do duodeno ➔ musculatura lisa do esfíncter • No período pós-prandial, há liberação de bile pelas sinalizações do esvaziamento gástrico que é percebido por mecanorreceptores (sistema nervoso entérico) ➔ CCK e secretina etc. • Esvaziamento gástrico ➔ abertura do piloro Digestão e absorção de lipídeos • Bile tem ação de emulsificação de gordura • Colipase e lipase ➔ transformam em pequenas micelas ➔ melhora absorção do colesterol, lipídeos Formação de quilomícrons para ser transportado pela linfa • Orlistat/Xenical: não permite que tenha absorção do produto da digestão dos lipídeos, acabando sendo secretado nas fezes, pois não consegue ser absorvido pelos enterócitos. Circulação êntero-hepática: • Algumas substâncias secretadas, retornam ao fígado e são reabsorvidas, voltando para o sistema porta-hepático. ➔ ciclo • Quando reabsorve ácidos biliares, não libera colesterol. ➔ se impede reabsorção, ácidos vão para as fezes e o colesterol é eliminado. Patologias: • Sem bile, tem dificuldade de digerir lipídio ➔ Esteatorreia (fezes claras) • Esteatorreia: presença de nutrientes na evacuação, principalmente, lipídios. Esse caso caracteriza uma má digestão, má absorção, ou as duas. ➔ devido à obstrução do duodeno, o intestino delgado tem dificuldade em exercer sua função de digerir e absorver nutrientes. • Colúria: urina de coloração escura devido à presenta de bilirrubina • Icterícia: cor amarelada da pele devido ao excesso de bilirrubina • Colelitíase: pedra na vesícula biliar ➔ no caso, obstruindo a papila maior do duodeno. ➔ a bile produzida no fígado é drenada pelos ductos hepáticos e colédoco para o duodeno. Como o UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MEDICINA SBC – SABRINA JUTKOSKI 18 duodeno está obstruído, ocorre acúmulo de bile. • Pedras na vesícula: relação com a concentração de sais na bile ➔ formação de cristais • Ascite: líquido que se forma na região ➔ proveniente da diminuição da quantidade de albumina, diminuindo pressão oncótica ➔ aumento da hipertensão portal • Fibrose: impede fluxo sanguíneo em todo parênquima hepático ➔ acúmulo de colágeno Esfíncter de Oddi: controla liberação da bile e de secreções pancreáticas no duodeno INTESTINO DELGADO • Tem pouca absorção do estomago, então maior absorção é no intestino delgado e grosso • Região do intestino é bem vascularizada ➔ vilosidades estão intimamente ligadas a uma rede de capilar, que é importante para absorver nutrientes para absorver os nutrientes q o intestino absorve. • Irrigação do sistema digestório: absorvidos da corrente sanguínea, chegando até o fígado através da veia porta do fígado • Para atravessar a membrana, glicose precisa de transportadores • Uma vez que os nutrientes entram na célula, precisam sair para o interstício para sem absorvidas por capilares • Possui transportadores do lúmen para o enterócito e do enterócito para o interstício • Bombas ATPases: joga 3Na para o meio extracelular e capta 2K pro meio intracelular com gasto de energia ➔ ativa outros transportadores • Proteína canal: forma um poro na célula, permitindo passagem de uma substância ➔ a favor de um gradiente • Proteínas carreadores: uniporte (única substância), Simporte (cotransporte ➔ duas substâncias ➔ joga duas moléculas para o mesmo lado) e antiporte ou contra porte (duas moléculas para direções diferentes) Absorção isosmótica no intestino • Água sempre é transportada de forma passiva através de osmose pela diferença de concentração de soluto. • Quando o enterócito absorver algum soluto, água vai junto para manter a osmolaridade • Água atravessa por via transcelular (por aquaporinas) ou de enterócito para enterócito (paracelular) UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MEDICINA SBC – SABRINA JUTKOSKI 19 • Digestão quando não ocorre adequadamente ➔ não consegue absorver nutriente, não absorve água ➔ elimina nas fezes Digestão dos carboidratos • Amilase salivar e pancreática: digere amido em dissacarídeos (maltose, sacarose e lactose), mas não é possível absorver. Então, precisa quebrar em monossacarídeo pelas enzimas maltase, sacarase e lactase. ➔ existem transportadores para absorver monossacarídeos • Enzimas estão presentes nas microvilosidades (bordas de escova) dos enterócitos (não são secretadas ➔ ficam na membrana). Assim, quando chegam os dissacarídeos, já quebra na membrana para entrar na célula Absorção de carboidratos: • Uma vez que a bomba sódio potássio (transporte ativo primário ➔ gasta ATP) está funcionando, sódio é jogado para fora, diminuindo a concentração de sódio no meio intracelular, ativando um transportador que transporta sódio para o meio celular. ➔ Quando o sódio entra por esse transportador, ele carrega glicose ou galactose. • É um cotransportador chamado SGLT1, que faz transporte secundário. Para absorver glicose ou galactose, a bomba de sódio e potássio precisam estar ativadas para ativar esse transportador que faz com que sódio entre para o meio intracelular com glicose ou galactose. ➔ transporte ativo secundário (não utiliza ATP, usa energia do fluxo de outra substância) • Também está absorvendo água junto • GLUT 5: absorve frutose • GLUT2: transportador que transporta glicose, galactose e frutose do enterócito para o interstício • CASO CLÍNICO A.G.A, 4 anos, sexo feminino, negra,natural e procedente de Salvador-BA, acompanhado pela mãe L.G.S. Queixa Principal: Dor abdominal há 5 dias. HDA: Criança cursava com um quadro de dor abdominal em quadrante inferior esquerdo e náuseas na madrugada, cerca de 1h após ingesta de “vitamina com leite”. Relata que há dois dias cursou com flatulências devido ao excesso de gases, fezes volumosas e amolecidas. Exame Físico: Regular estado, bem nutrido, desidratada +/++++, anictérico, acianótico e normocorado, FR=30 ipm e FC= 80 bpm. Exames complementares: paciente realizou teste de glicemia e testes de eliminação de H2 pelos pulmões, após ingerir uma certa quantidade de lactose. Os resultados estão indicados nos gráficos abaixo (curva azul). UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MEDICINA SBC – SABRINA JUTKOSKI 20 Quais alterações no exame complementar indicam o diagnóstico de intolerância à lactose? Explique O exame complementar indica que os níveis de lactose continuam elevados e a glicemia não aumenta, portanto, não conseguiu fazer a digestão desta. Desse modo, é possível concluir que não possui ação da enzima lactase por algum fator relacionado com a ação da enzina no intestino delgado. Quando ingere só glicose, glicemia aumenta. Mas, quando ingere só lactose, a glicemia não aumenta. Isso mostra que não está conseguindo digerir a lactose. Eliminação de H2 pelos pulmões: quando ingere lactose, elimina uma grande quantidade H2. Uma vez que a lactose não é digerida, chega até o intestino grosso na região do cólon, onde possuem bactérias que formam a microbiota. Essas bactérias fazem fermentação da lactose, gerando H2. Paciente tem diarreia, pois não absorve água junto com a não absorção da lactose. A água é absorvida com a digestão, portanto, se não tem digestão, não absorve água, então é eliminada junto com a lactose nas fezes. Causa: com a idade, diminui a síntese de lactase. Etnia também tem relação ➔ negros e asiáticos possuem maior queda na produção de lactase Digestão de proteínas • Começa no estômago. • Mais abundante no intestino delgado: consegue absorver dipeptídeos, tripeptídeos e aminoácidos. • Proteína é quebrada em di, tri ou aminoácidos. Quando são quebrados em oligopeptídeos, peptidase (está nas vilosidades) precisa quebrar para esses componentes • O último estágio da digestão das proteínas é no lúmen intestinal, nos enterócitos que ficam nas vilosidades. As enzimas peptidases ficam nas membranas das microvilosidades. UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MEDICINA SBC – SABRINA JUTKOSKI 21 • Dipeptídeo pode ser absorvida, mas também pode ser quebrado Absorção de aminoácidos, dipeptídeos e tripeptídeos • Bomba de sódio potássio joga sódio para fora, diminuindo sódio intracelular. Dessa forma estimula entrada de sódio, que entra carregando aminoácido (transporte ativo secundário do tipo Simporte). Isso graças ao gradiente químico criado pelo sódio • Dipeptídeo e tripeptídeo são transportados juntos com um átomo de hidrogênio. São quebrados pela peptidase em aminoácidos. • Aminoácidos são jogados para o interstício (extracelular) através dos transportadores específicos Digestão de gorduras • Ocorre no intestino delgado através da ação das lipase pancreáticas e bile ➔ bile faz emulsificação (separa gordura em micelas) • Vesícula biliar: armazena e concentra a bile (tira água) • A bile faz emulsificação da gordura. Essa gordura emulsificada (triacilglicerídeos) é quebrada em ácidos graxos e 2 monoglicerídeos pela lipase pancreática. • Triacilglicerídeo é o principal tipo de gordura • Os sais biliares cobrem as gotas de gordura e a lipase e colipase pancreáticas quebram as gorduras em monoacilgliceróis e ácidos graxos estocados em micelas. Assim, entram nos enterócitos por difusão. • O colesterol é transportado para as células e os lipídios e proteínas se juntam a ele e formam os quilomícrons, que são removidos pelo sistema linfático. Quilomícron é empacotado pelo Golgi e secretado por exocitose Absorção de vitaminas • Hidrossolúveis são absorvidas por transporte ativo (vitamina B1, B2, B6, B5, C, biotina -B7-, ácido fólico-B9-) • Lipossolúveis (ADEK) são absorvidas junto com gorduras • Vitamina B12 (cobalamina) precisa do fator intrínseco produzido no estomago pela célula parietal para absorção no íleo terminal ➔ • Conjugação entre a cobalamina e o fator intrínseco forma o complexo fator intrínseco- cobalamina. O complexo vai para o enterócito no íleo, onde vai ser absorvido através do receptor para o fator intrínseco. Forma endossomo (vacúolo), captando o fator intrínseco com a cobalamina junto. Vai par ao interstício e depois jogado para corrente sanguíneo • BARIÁTRICA: retira porção do estômago ➔ diminui produção de fato intrínseco, então não UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MEDICINA SBC – SABRINA JUTKOSKI 22 consegue absorver muito bem vitamina B12. ➔ toma por via injetável • Falta de anemia B12 causa um tipo de anemia Absorção de cálcio: regulada pela vitamina D, que é um hormônio por agir em diversos órgãos. Regula absorção de cálcio nos rins e intestino. • No intestino delgado, vitamina D ativada regula canal de cálcio • Absorção de Ferro: alguns transportadores específicos de ferro na forma iônica e pode ser absorvido também pelo grupo heme Vitamina C ajuda absorção do ferro pelos enterócitos Intestino delgado: maior reabsorção de água INTESTINO GROSSO • Quimo entre no intestino grosso pela válvula ileocecal (óstio ileal) • Ceco ➔ colo ascendente ➔ colo transverso ➔ colo descendente ➔ colo sigmoide ➔ reto Absorção no cólon • Primeira parte do cólon: absorção de água e eletrólitos ➔ cólon ascendente • Segunda parte: armazena fezes ➔ transverso em diante • Canal de sódio ENaC permite entrada de sódio, absorvendo água junto por aquaporina. • Entra sódio devido a bomba de sódio e potássio ATPase • Cloreto também é absorvido porque o sódio ta entrando. Então, para manter a carga neutra, absorve cloreto que é negativo (sódio é positivo) por via paracelular • Aldosterona (neurotransmissor) regula ENaC ➔ mais aldosterona, mais canal de sódio para absorção (age mais nos rins, mas também age no intestino) • CASO CLÍNICO Paciente feminina, 2 anos, iniciou quadro de dejeções líquidas há 48hs. Refere 6 episódios por dias de dejeções, sem sangue ou muco nas fezes. Refere febre baixa (Tax: 37,9oC) e 4 episódios de vômitos. Genitora refere que a criança está aceitando alimentação e água. Ao exame físico, regular estado geral, ativa e reativa, irritada, FC 100 bpm, PA 90×65 mmHg, olhos fundos, lágrimas ausentes, está sedenta por água, sinal da prega desaparece lentamente e o UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MEDICINA SBC – SABRINA JUTKOSKI 23 pulso está rápido e fraco. Peso: 5kg. Exames indicaram que a paciente apresentava infecção pelo vibrião colérico (Vibrio cholerae). Essa bactéria produz uma toxina que aumenta a secreção ativa de cloreto pelas células intestinais. Conduta: A desidratação foi tratada por via oral com soro de reidratação oral (SRO) na unidade de saúde. E após isso, será ofertado soro caseiro após cada episódio de perda hídrica. Perguntas: a) Explique por que a infecção pelo vibrião colérico causa diarreia. R: produz uma toxina, que aumenta a secreção ativa de cloreto, ou seja, mais cloreto está indo para o lúmen. Quando sai cloreto, também sai água. Por isso, causa a diarreia (eliminação de água pelas fezes) ➔ junto com o íon, sai água. ➔ água vai para onde soluto vai. b) Explique por que a utilização do soro caseiro é eficaz no controle da perda hídrica. Quais são os principais transportadores ativados? R: soro caseiro é usado sal (NaCl) e açúcar (sacarose ➔ glicose + frutose) ➔é eficaz, pois o transportador SLT1 absorve sódio e glicose, e junto absorve água, prevenindo a diarreia. Os principais transportadores ativados é o SGLT1 e GLUT2. Quando não reabsorve soluto, também não reabsorve água ➔ elimina nas fezes ➔ diarreia osmótica. Microbiota: • Bactérias em grande quantidade no intestino grosso na região do cólon. Elas digerem/ metabolizam substâncias que não foram digeridas no intestino delgado. ➔ alimentação reflete na composição da microbiota (bactérias boas e ruins) • Boas: lactobacilos • Funções: digerir alimentos, produzir algumas vitaminas (vitamina K), ajuda a não sofrer infecção por algum microrganismos, desempenha importante papel no sistema imunológico. Defecação • Fezes: bactéria, células mortas, substâncias que não foram digeridas e absorvidas (que acumula na região do colo) • Região do cólon sigmoide dá origem ao reto ➔ canal anal (esfíncter anal interno (músculo liso ➔ involuntário) e externo, que tem relação com musculatura do assoalho pélvico) • Fezes chega na região do esfíncter anal interno, ocorrendo uma distensão, causando estímulo para o esfíncter UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MEDICINA SBC – SABRINA JUTKOSKI 24 externo, que contrai ou relaxa. Quando contrai, o interno também contrai.
Compartilhar