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Adrenais: As adrenais, também conhecidas como suprarrenais, são glândulas divididas em região cortical e medular. REGIÃO CORTICAL: Dividida em 3 zonas, sendo elas: glomerulosa (produtora de mineralocorticoides -> modulam balanço de água e eletrólitos), fasciculada (produtora de glicocorticoides -> metabolismo proteico, lipídico e de hidratos de carbono) e reticular (produtora de esteroides sexuais -> características sexuais secundárias). CORTISOL: Hormônio recrutador de energia durante situações de estresse. Fisiologicamente, o cortisol é produzido nas suprarrenais, por meio do estímulo do ACTH (hormônio produzido pela hipófise, por estímulo do CRH), em situações de estresse, como mecanismo de preparo para responder a determinada situação. Com a alta de cortisol no organismo, ocorre o mecanismo de feedback negativo, onde o próprio excesso de cortisol cessa a produção de CRH no hipotálamo, resultando, consequentemente, na queda de ACTH e de glicocorticoides circulante. SÍNDROME DE CUSHING -> Corresponde a qualquer aumento de glicocorticoides circulantes, sendo que existem 2 possíveis situações: Aumento da síntese de glicocorticoides -> Ocorre em duas ocasiões: • Aumento de ACTH circulante -> lesões hipofisárias que produzem ACTH (principalmente os adenomas secretores -> DOENÇA DE CUSHING, que predomina em mulheres na 3ª e 4ª décadas de vida) e outras neoplasia secretoras de ACTH em órgãos não produtores de ACTH fisiologicamente (carcinoma de pequenas células do pulmão é a principal neoplasia produtora de ACTH); • Aumento dos glicocorticoides circulantes -> Hiperplasia, adenoma funcionante (10% dos casos -> leva a atrofia de córtex adrenal) ou adenocarcinoma (15% dos casos -> costuma atingir idade variada, sendo de forma redonda ou irregular, com células atípicas, além de dar metástases para linfonodos regionais, fígado e pulmão) de adrenal (zona fasciculada). Administração exógena de glicocorticoides (via iatrogênica) -> tratamento farmacológico. Faculdade Ciências Médicas MG Luísa Trindade Vieira (@medstudydalu) – 72D Adenoma funcionante -> ponta da seta está apontando para a adrenal atrofiada. Adenocarcinoma de adrenal apontado pela seta preta. ESQUEMA SÍNDROMES DE CUSHING: CLÍNICA: Perda da gordura periférica com ganho de gordura central (abdome, face, pescoço e tronco), estrias púrpuricas no abdome, esquimoses e acne, osteoporose generalizada e fraturas patológicas (excesso de glicocorticoides ativa osteoclastos e inativa osteoblastos), hipertensão arterial (cerca de 85% dos casos), fraqueza e atrofia muscular, redução da tolerância à glicose (tendência a desenvolver DM2), transtornos emocionais variados (incluindo os distúrbios psicóticos), hipogonadismo e distúrbios sexuais (amenorreia em mulheres e impotência em homens). LABORATÓRIO DA SÍNDROME DE CUSHING: SÍNDROME DE WATERHOUSE-FRIDERICHSEN: Tipo de insuficiência adrenal aguda, ocasionada por infecção bacteriana, sendo esta, geralmente por meningococo. A patologia é mais comum em crianças e adolescentes, sendo rara, mas a causa mais comum de hipocorticalismo agudo, porém extremamente fatal, por ocasionar CIVD (coagulação intravascular disseminada) -> grande formação de trombos, que causam agressão endotelial de pequenos vasos, inclusive das adrenais. Com isso, todos os fatores de coagulação são consumidos, acarretando como consequência, hemorragia com necrose hemorrágica maciça bilateral das adrenais, levando a queda de diversos fatores importantes para o mantimento da estabilidade hemodinâmica. MICROSCOPIA: Necrose hemorrágica do tecido adrenal. PACIENTE PODE EVOLUIR PARA ÓBITO EM POUCAS HORAS, pois a clínica é de evolução rápida, com febre, hemorragias petequiais difusas, hipotensão, colapso circulatório profundo e cianose intensa. DOENÇA DE ADDISON: Tipo de insuficiência adrenal crônica (causa primária -> ocorre destruição de parênquima adrenal), de etiologia infecciosa (tuberculose era a principal) e hipotrofia idiopática (conhecida também como “autoimune”, atualmente é considerada a principal causa -> 75% dos casos de síndrome de addison), sendo mais comum em adultos (30 a 55 anos), sem preferência de sexo. Além disso, é válido destacar que os anticorpos antissuprarrenais circulantes são encontrados bem antes do aparecimento dos sintomas do paciente, e por isso, é considerado que a clínica só aparece quando tem destruição > que 90% do parênquima adrenal. Com isso, ao se fazer os exames laboratoriais para detecção da doença, observamos níveis elevados de ACTH, com níveis baixos dos hormônios adrenais (cortisol, aldosterona e andrógenos) -> corpo tenta compensar a baixa hormonal da adrenal, subindo o ACTH para aumentar o estímulo da glândula, porém, não ocorre aumento na produção hormonal, visto que, o parênquima produtor dessas substâncias foi destruído. A clínica possui início insidioso e evolução lenta, e faz parte dela os seguintes sintomas: Astenia (sensação de fraqueza e falta de energia), perda de peso, hipoglicemia, hipotensão postural, distúrbios gastrointestinais, alterações mentais, queda de pelos axilares e pubianos, fadiga e hiperpigmentação de pele e mucosas (precursor do ACTH aumentado -> POMC). MICROSCOPIA: ***Em pacientes com doença de Addison, autoanticorpos contra componentes de outros órgãos, são detectados mais comumente que no restante da população em geral. Além disso, é mais frequente a associação com outras doenças auto-imunes -> HIPOTROFIA SUPRARRENAL + TIREOIDITE DE HASHIMOTO = Síndrome de Schmidt. è Devemos lembrar que: Addison = insuficiência adrenal PRIMÁRIA, por ser um problema na própria adrenal, em produzir seus hormônios (destrição de parênquima da glândula), PORÉM, existe a insuficiência adrenal secundária, em que o problema estará no eixo hipotálamo-hipófise (relacionado a produção do seu precursor), e nesses casos, o paciente se encontrará com ACTH baixo e sem anticorpos antisuprarrenais (tratamento, nesses casos, será administração de ACTH). LABORATÓRIO HIPOCORTISOLISMO: ALDOSTERONA: Hormônio responsável pelo aumento da pressão, por meio da retenção de Na+, e consequentemente de água. Fisiologicamente esse hormônio é produzido quando temos queda de fluxo sanguíneo nos rins, levando à produção de renina, que estimula a produção da aldosterona, nas adrenais e consequentemente elevando a PA, em busca de um aumento de fluxo sanguíneo nos rins. Quando a pressão se eleva, ocorre mecanismo de feedback negativo, cessando a produção de renina e, consequentemente, de aldosterona. HIPERALDOSTERONISMO -> Quando ocorre o aumento de aldosterona circulante, que costuma surgir entre 30 e 50 anos de idade, sendo mais prevalente em mulheres, e pode ser de 2 etiologias: • Primária -> Hiperaldosteronismo idiopático, adenoma de córtex (adenoma secretor de aldosterona -> síndrome de conn) e glomerulosa híbrida de células que respondem ao ACTH (células da glomerulosa, além de responder ao estímulo de renina, também respondem ao ACTH, produzindo assim, aldosterona); • Secundária -> Ativação do sistema renina- angiotensina por queda do fluxo sanguíneo renal (insificiência cardíaca congestiva, desidratação, estenos da artéria renal, hipovolemia...), sendo esta causa, muito mais comum de hiperaldosteronismo do que a primária (alta de renina e de aldosterona, não somente de aldosterona). LABORATÓRIO HIPERALDOSTERONISMO: ANDRÓGENOS: É um grupo de hormônios sexuais, sendo o hormônio mais conhecido a testosterona (produzida no testículo dos homens e nos ovários, nas mulheres), responsável pela diferenciação sexual no embrião e que passa a ser produzida em maior quantidade no período da puberdade, em ambos os sexos. HIPERPLASIA ADRENAL CONGÊNITA -> Deficiência congênita da enzima 21-Betahidroxilase, por uma mutação no gene CITOCROMO P450c21-esteroide hidroxilase-21,levando a uma interferência na síntese de cortisol, ocasionando uma sobrecarga da via produtoras de androgênios, mediadas pelo ACTH elevado, na tentativa de compensar a baixa dos glicocorticóides, ou seja, ocorre a produção elevada de testosterona, estimulada pela alta de ACTH, devido a não possibilidade de produção de cortisol. CLÍNICA DO PACIENTE: Os recém-nascidos do sexo feminino apresentam genitália ambígua, virilizada, enquanto os meninos, nada manifestam nos órgãos genitais. Ao longo da infância, essas crianças, não tratadas, muitas vezes evoluem com baixo peso, desenvolvendo puberdade precoce e baixa estatura por maturação óssea acelerada. ESQUEMA VIA DA PRODUÇÃO HORMONAL: ****ATENÇÃO: Recém-nascido com essa síndrome, deve receber glicocorticoide pós-parto, em vista do parto ser um estresse, por si só, e por eles não possuírem produção de cortisol (hormônio da resposta do estresse), o paciente não terá resposta e pode evoluir para óbito. LABORATÓRIO HIPERPLASIA ADRENAL CONGÊNITA: REGIÃ0 MEDULAR: A medula adrenal é a região central da glândula e secreta os hormônios chamados de catecolaminas: adrenalina, noradrenalina e a dopamina. FEOCROMOCITOMA: Conhecido por neuroblastoma, sendo esta, uma das neoplasias mais comuns da infância, que se caracteriza por produzir catecolaminas. Em 80% dos casos aparece antes dos 4 anos de idade, podendo também ser congênito e é mais raro no adulto. A medular da adrenal é a sua sede habitual, mas ele também pode surgir em outros locais que exista gânglios do sistema nervoso autônomo, como na região retroperitoneal e no mediastino posterior. O neuroblastoma pode estar associado a outras doenças genéticas, sendo elas: Além disso, é válido destacar que, no geral, o neuroblastoma é uma neoplasia benigna e unilateral, e ele aparece macroscopicamente como: E suas características microscópicas são: **É válido relembrar que a microscopia do feocromocitoma varia de acordo com o grau de diferenciação do tumor, mas sua histologia clássica é a de ninhos bem definidos, em meio a estroma fibrovascular. CLÍNICA: A tríade clássica dos pacientes que apresentam feocromocitoma, é taquicardia, sudorese e cefaleia. Além disso, o paciente tende a apresentar CRISES HIPERTENSIVAS PAROXÍSTICAS e outros sintomas associados ao aumento de cartecolaminas, como: náuseas, vômitos, perda de peso, elevação do metabolismo basal... LABORATÓRIO DO FEOCROMOCITOMA: TRATAMENTO: Cirúrgico, com equipe especializada para a retirada do feocromocitoma, visto que o paciente pode liberar muita catecolamina no pós-operatório, levando a hipotensão chocável. !!!!!!! ATENÇÃO -> Provas de residência/concurso costumam cobrar feocromocitoma como “a neoplasia que causa hipertensão arterial”, e por isso é importante saber a “REGRA DOS 10”, caso caia alguma questão do tipo na prova: REFERÉNCIAS: BRASILEIRO FILHO, G. Bogliolo. Patologia Geral. 9 a edição. Editora Guanabara. Koogan S.A., Rio de Janeiro, RJ, 2016; LABORATÓRIOS DAS PATOLOGIAS: Slides “Propedêutica do sistema adrenal” professor Luiz Henrique – 2/2021 (FCMMG); ESQUEMA SIST. RENINA ANGIO. ALD.: Resumyndo Med.
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