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Psicoterapia A psicoterapia é uma forma de tratamento conduzida por um psicoterapeuta, alguém dotado de instrumentos adequados e diretrizes técnicas com um sistema de valores. A psicoterapia é também uma ação social política, pois não pode desconsiderar a relação homem- mundo (tanto do cliente como do terapeuta). A psicoterapia se propõe alcançar um desenvolvimento psíquico através do contato interpessoal que permite ao paciente dominar, mais tarde, dificuldades semelhantes, sem a ajuda do médico terapeuta. (Knoepfel, 1969, p. 11-12) O processo psicoterapêutico visa colocar em ação essa predisposição orientada para o crescimento, a independência e a maturidade do cliente. “Uma abordagem não aprisiona um estilo pessoal. Uma mesma abordagem pode provocar reações e diferentes posturas em diferentes terapeutas, porque a relação terapêutica se coloca além da ideologia incrustada no método em questão.” (Ribeiro, 2013) Freud inaugura um modo de atendimento clínico que influencia a psicoterapia até a atualidade. Freud era médico e se interessou pelo estudo da histéria, tendo em vista que não haverá explicações neurológicas para a ocorrência do fato, passou a estudar Breuer que utilizava da hipnose como tratamento das histerias. Freud deu origem a psicanálise que investiga o inconsciente do ser humano e traz termos e conceitos sobre a psique como o recalcamento. Freud descobre a associação livre de ideias que é quando o paciente era colocado em uma posição de relaxamento, procurando deixar de lado toda reflexão consciente e falando livremente tudo que lhe vinha à cabeça. Outro grande passo foi dado quando ele percebeu a tendência do paciente de reviver nele e através dele sentimentos e percepções ligados a figuras paternas ou a pessoas significativas do passado. Através do processo de transferência, o paciente revivia seu passado, introjetando o analista e projetando nele suas situações antes vividas. Ademais, outra grande descoberta freudiana foi a da sexualidade, sobretudo a infantil. Sua teoria é conhecida como psicologia individual. Segundo ele, o homem é motivado por instâncias sociais. O self, para Adler, é uma realidade dinâmica e criadora. Segundo ele, o self “é um sistema altamente personalizado e subjetivo que interpreta e torna significativas as experiências do organismo” (Hall e Lindsey, 1966, p. 139) Para ele, o homem é sempre impelido a vencer a sua própria inferioridade, sendo arrastado pelo desejo de ser superior. A perfeição e não o prazer, dizia Adler, constitui o escopo da vida. Sua teoria da personalidade leva o nome de psicologia analítica, que afirma que a combinação causalidade e teleologia, sistema que considera o mundo uma sincronia de relações entre meios e fins, é o traço mais característico da pessoa humana, vista como um ser renascendo, constantemente, na busca de sua perfeição e universalidade. O ego é o centro consciente do ser. O inconsciente individual possui ideias reprimidas, esquecidas, que, sem chegar a ser conscientes, são mais facilmente acessíveis à consciência. O inconsciente coletivo ou transpessoal é formado pelas lembranças próprias da raça humana, bem como pela história dos ancestrais pré-humanos e animais, que se foram acumulando através dos tempos. O inconsciente coletivo é a base de toda a personalidade e dele recebem influência direta o ego e o inconsciente pessoal, bem como as experiências atuais do ser humano. Os arquétipos “funcionam como centro de energia de alto nível e produzem, em cada geração, a repetição e a elaboração das mesmas experiências”. A persona é como o indivíduo se comporta no meio social, a máscara dele. O aspecto feminino no homem é chamado de anima, e o aspecto masculino na mulher é chamado de animus (Hall e Lindzey, 1966). O self é o equivalente de personalidade vista como um todo. Psicoterapia é uma intervenção na totalidade existencial. Um processo pelo qual o cliente vai descobrindo um modo mais adequado, isto é, sem medo, de lidar consigo, com o outro e com o mundo, no qual ele se percebe melhor, consegue revitalizar suas potencialidades desorganizadas e descobre recursos próprios de sua personalidade ainda não postos em ação. (Jorge Ponciano Ribeiro) Psicoterapia é o tratamento, por meios psicológicos, de problemas de natureza emocional, no qual uma pessoa treinada estabelece deliberadamente um relacionamento profissional com um paciente, com o objetivo de remover, modificar ou retardar sintomas, de intervir em modelos perturbados do comportamento e de promover um crescimento e um desenvolvimento positivo da personalidade. (Wolberg, 1972, p.3 apud Ribeiro, 2013, p.50) Tratar difere de impor uma linha de conduta para alguém. O terapeuta e o cliente estão em um processo mútuo. O relacionamento é a alma da psicoterapia. Preferimos o termo cliente, porque indica, de antemão, uma relação de trabalho entre cliente e psicoterapeuta, uma relação de pessoa a pessoa, tira o viés do sofrimento como condição essencial de tratamento, trabalha o sentido de psicoterapia como desenvolvimento, crescimento, aprendizagem. (Jorge Ponciano Ribeiro) Entender o sistema inconsciente do ser humano. Utiliza da técnica de associação livre, bem como o conceito de transferência e elabora a cura pela fala. Fortalecer o ego para que esse tenha maior autonomia em relação às pressões advindas do id e do superego. Os insights ajudam a compreender processos inconscientes, que foram recalcados e que causam sintomas, como a angústia e a ansiedade “Investigar a realidade última da vivência humana é, de maneira geral, fazer fenomenologia” (Payá, 2011, p. 110). Fundamenta-se na descrição da realidade, aqui-agora, como se apresenta à percepção da pessoa, como um fenômeno a ser intuído através do ver, do observar, do descrever e do sintetizar ou do reduzir fenomenologicamente. O dado para ambos é agora. Formamos uma unidade funcional, a inseparabilidade corpo/mente/mundo é radical, e é por meio dela que devemos compreender o sintoma humano psicológico e psicopatológico (Payá, 2011, p. 8). Abordagem estruturada, diretiva, ativa e de prazo limitado. Seu foco principal é mudar a forma que as pessoas pensam. "A mediação cognitiva é responsável pelo gerenciamento do comportamento humano e, desta forma, é um ponto a ser trabalhado para a obtenção da mudança terapêutica” (Petersen e Wainer, 2011, p. 16). As TCC atuam na reconstrução de um novo modo de ver e configurar a realidade experienciada, juntamente com a relação do indivíduo-meio. Acredita que o comportamento é consequência de uma emoção desencadeada pelo pensamento. Ajuda a lidar com as emoções por meio de habilidades cognitivas e comportamentais. De grupo: várias pessoas falam, temas diversos, um ou mais psicoterapeutas; Em grupo: Uma pessoa fica na berlinda em determinado dia. O restante do grupo partilha suas experiências após esse trabalho individual. Do grupo: O grupo seria o foco da atenção. Levando em consideração o processo grupal. Pode haver psicoterapeuta “líder” ou não. Processo de figura-fundo, não se pode separar um do outro. Trata-se de uma postura horizontal, pois, o modelo de interação vivido no momento passa a ser o campo de observação e aprendizagem. O terapeuta deve estar dentro de uma lógica funcional em que a certeza interna do psicoterapeuta pode estar presente como uma verdade. As psicoterapias fenomenológico- existenciais, humanistas, tem sua preocupação voltada para com a pessoa como um todo. Sintoma como algo decorrente da estrutura do todo do ser, evitando uma dicotomia. Tais modelos terapêuticos tem como figura central Carl Rogers. “A finalidade não é resolver um determinado problema,mas ajudar o indivíduo a obter sua integração, independência e amadurecimento, que lhe permitam resolver outros problemas que apareçam no futuro.’ (Jorge Ponciano Ribeiro) “Basicamente o que distingue uma terapia diretiva de uma não diretiva, fenomenológico-existencial, é exatamente a não diretividade. O psicoterapeuta não diretivo não propõe, ele apenas executa, acompanha, esclarece, repete, distingue, facilita ao cliente compreender-se a si mesmo a partir de si mesmo, a partir de seu próprio referencial. É uma postura mais solta, mais confiante, mais flexível, sem técnicas preestabelecidas nem experimentos já previstos....O cliente não é visto por partes, mas como uma totalidade significante, que cria e recria, a cada instante, seu projeto existencial” (Jorge Ponciano Ribeiro) Marcada sobretudo em um cuidar do sintoma. O cliente e o sintoma formam uma única realidade. Estão à procura de aliviar a dor humana e permitir que as pessoas se tratem de acordo com aquilo que elas creem ser bom para elas. Terapias sem fundamento sistemático Usa métodos e técnicas dentro de um contexto específico cliente-meio- ambiente. Não fazem parte da formação acadêmica, mas possuem saberes populares ou simplesmente não estudados pelas ciências ocidentais. Biodança, grupos de expressão ou vivência corporal, etc. Benzedeiras, uso de plantas para banhos, repouso, isolamento, entre outras. Trata-se das instituições psiquiátricas. “É preciso isolar o paciente de sua família, de seus amigos, afastar dele tudo aquilo em que a afeição imprudente pode continuar um estado de agitação perpétua ou mesmo agravar o perigo; em outros termos, é preciso mudar a atmosfera moral na qual o paciente vive.” (Pinel) Esse tipo de terapia está sendo revista atualmente, por apresentar diversas problemáticas e acarretar problemas ao indivíduo sujeito a tal. O cliente mora no hospital, porém realiza alguma tarefa de trabalho fora dele, como ir a uma fazenda. “A ideia é utilizar o corpo como instrumento de mudança, provocando uma fluidez maior no sentir, no pensar, no fazer e no falar do paciente, colocando-o diante de realidades simples de ser manuseadas, mas nem por isso distantes de uma integração pessoamundo.” (Jorge Ponciano Ribeiro) Características das psicoterapias fenomenológicas “1) São uma hermenêutica existencial, trabalhando modelos descritivos e não explicativos; 2) Não trabalham diretamente com o sintoma, mas com os processos que mantêm o sintoma funcionando; 3) Não estão ligadas à causalidade do sintoma, a explicações pré-sabias, à gênese causa e efeito, mas ao aqui- agora da realidade vivida pelo cliente; 4) A existência, aqui-agora, é o cliente em ação, é o sentido que ele dá à sua vida, a partir do qual ele se orienta no mundo; 5) Trabalham o conceito de consciência enquanto produtora de sentido; 6) Estão focadas no resgate da experiência imediata do sujeito; 7) Estão atentas ao que e ao como da realidade do sujeito, dado que a consciência não opera no vazio, sendo necessariamente intencional.” (Jorge Ponciano Ribeiro) O sintoma é uma linguagem que precisa ser lida. Qualquer terapia que ignore a tríplice da dimensão existencial: “ele na sua relação com ele mesmo, como pessoa total; ele na sua relação com as outras pessoas; e ele com relação ao mundo” está fadado ao fracasso.
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