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Lara Fernandes – Enfermagem UFRJ – Cuidados II • A segurança do paciente interfere em toda equipe multiprofissional sendo essencial para o trabalho. • Todas as práticas de enfermagem são seguras? TODAS as práticas de enfermagem são INSEGURAS. Então o que se pode fazer é reduzir danos. • De 4 a 17% de todos os pacientes que são admitidos em um serviço de saúde sofrem incidente relacionado a assistência à saúde (que não está relacionado à sua doença de base), podendo afetar sua saúde e recuperação. COMO ANALISAR OS RISCOS MODELO DO QUEIJO SUIÇO • Criado por James Reason, diz que para que algum erro chegue ao paciente várias barreiras precisam de romper. • Exemplo: um médico prescreve uma medicação errada, passando para a farmácia enviaram a medicação errada, na hora de administrar também não foi verificado certo e foi administrado ocasionando até a morte do paciente. • O modelo queijo suíço é uma cadeia erros que vão acontecendo até chegar ao paciente levando a um possível dano a ele. • Fatores latentes: são os que interferem com a instituição – fatores institucionais que podem interferir com a prática. • Fatores indutores de erro: é mais fácil fazer uma sondagem em um ambiente tranquilo do que em um ambiente mais barulhento. • Fatores ativos: “erro pelo eu” – deslize por conta de cansaço profissional. • Defesas do paciente. HISTÓRICO • Em 1852 Florence estabelece a teoria ambientalista. • Em 2013 foi feito o programa nacional para segurança do paciente e foi instituída uma portaria do núcleo de segurança do paciente. LEGISLAÇÃO • Programa nacional de segurança do paciente (PNSP) – portaria GM/MS nº 529/2013. • RDC nº 36/2013 da Anvisa dispõe sobre as ações de segurança do paciente em serviços de saúde do país. • Portarias GM/MS nº 1377/2013 e portaria nº 2095/2013. • Conselhos federais e regionais das profissões de saúde: nos casos de negligência e má prática profissional. • É direito do paciente procurar os conselhos e a justiça em caso de alguma “sequela” que ache danosa e/ou por negligência. • Ex.: uma lesão por pressão, por isso é importante registrar sempre tudo o que for feito e não for feito no paciente. DEFINIÇÕES • A segurança é uma necessidade humana básica. • É um dos seis atributos da qualidade do cuidado, e tem adquirido, em todo o mundo, grande importância para os pacientes, famílias, gestores e profissionais de saúde com a finalidade de oferecer uma assistência segura. • É um conjunto de ações voltadas à proteção do paciente contra riscos, eventos adversos e danos desnecessários durante a atenção prestada nos serviços de saúde. ATRIBUTOS DA QUALIDADE EFETIVIDADE • Tem a ver com resolutividade – resolução do problema. CUIDADO CENTRADO NO PACIENTE Segurança do paciente Lara Fernandes – Enfermagem UFRJ – Cuidados II • O paciente é o protagonista do cuidado, mas ele pode recusar as práticas do cuidado. OPORTUNIDADE • Tempo certo para realizar uma prática de saúde, tem a ver com o tempo. EFICIÊNCIA • Tem a ver com custo. • É a melhor prática para ser realizada no paciente por um menor custo. EQUIDADE • Atender de acordo com o que o paciente necessita. SEGURANÇA • Prática com menos riscos. • Dano: comprometimento da estrutura ou função do corpo e/ou qualquer efeito dele oriundo, incluindo-se doenças, lesão, sofrimento, morte, incapacidade ou disfunção. Podendo assim, ser físico, social ou psicológico. • Incidente: evento ou circunstância que poderia ter resultado ou resultou em dano desnecessário ao paciente. • Efeito adverso: incidente que resulta em dano ao paciente. CIRCUNSTÂNCIA NOTIFICÁVEL • Uma circunstância que não foi realizada nenhum tipo de prática de saúde naquele paciente, mas existiu uma verificação prévia. • Ex.: verificação que o desfibrilador não está funcionando, fazendo já uma notificação independente de precisar utilizar. • É uma medida de prevenção. • É uma situação em que houve potencial significativo de dano, mas não ocorreu incidente. NEAR MISS • O erro estava chegando ao paciente, mas parou em alguma das barreiras do queijo suíço. • Ex.: prescreveram uma medicação errada, mas antes de chegar à administração no paciente, alguém viu e parou por exemplo o farmacêutico ou até mesmo o enfermeiro. • Incidente que não atinge o paciente. INCIDENTE SEM DANOS • Quando o erro acontece, mas não tem dano nenhum para o paciente. • Ex.: era para administrar uma dipirona, mas foi administrado uma ranitidina, não tem danos. INCIDENTE COM DANO • Quando ocorre o incidente causando danos ao paciente. • Ex.: era para administrar uma dipirona, foi administrada uma ranitidina e a pessoa teve um choque anafilático. Lara Fernandes – Enfermagem UFRJ – Cuidados II PROTOCOLOS BÁSICOS NA SEGURANÇA DO PACIENTE 1. IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE • A identificação correta é o processo pelo qual se assegura ao paciente que ele é destinado um determinado tipo de procedimento ou tratamento, prevenindo ocorrência de falhas e enganos que o possam lesar. COMO FAZER A IDENTIFICAÇÃO IDENTIFICADORES • Pelo menos 2 dos 4 devem estar identificados. • Geralmente no hospital essas informações ficam em uma pulseira do paciente que estará no braço direito. - Nome completo do paciente - Nome completo da mãe do paciente - Data de nascimento - Número do prontuário • O nome do paciente e o número do prontuário são mais comuns. CONFIRMAR A IDENTIFICAÇÃO ANTES DE: • Administrar medicamentos; • Administrar sangue; • Administrar hemoderivados; • Coleta de material para exame; • Entrega de dieta; • Realização de procedimentos invasivos. ESPECIFICAÇÕES DE PULSEIRA • A cor de identificação é sempre BRANCA. • Tamanho e local de inserção: o tamanho deve ter o mínimo de folga, mas não pode ficar frouxa demais. • Deve ser lavável. 2. MELHORAR A COMUNICAÇÃO ENTRE OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE • Desenvolver uma abordagem para melhorar a comunicação entre prestadores de cuidado, estabelecendo uma comunicação efetiva. PASSAGEM DE PLANTÃO • Transmita as informações sobre o paciente em ambiente tranquilo, livre de interrupções e com tempo disponível para esclarecer as dúvidas do outro profissional. • Comunique as condições do paciente, os medicamentos que utiliza, os resultados de exames, a previsão do tratamento, as recomendações sobre os cuidados e as alterações significativas em sua evolução. • Informe sobre os procedimentos realizados e, no caso de crianças, qual familiar acompanhou sua realização. • Registre as informações em instrumento padronizado na instituição para que a comunicação seja efetiva e segura. MÉTODO SBAR • Situação: motivo e data de internação. • Breve histórico: qual o quadro atual, quais comorbidades, qual procedimento. • Avaliação: avaliar a gravidade do paciente e avaliar as intercorrências. • Recomendações: indicações e pendências. REGISTRO EM PRONTUÁRIO Lara Fernandes – Enfermagem UFRJ – Cuidados II • Verifique se os formulários onde estão sendo realizados os registros são do paciente. • Coloque data e horário antes de iniciar o registro da informação (o horário é o horário de realização, intercorrência etc. e não o horário em que está sendo registrado). • Registre as informações em local adequado, com letra legível e sem rasuras. 3. MELHORAR A SEGURANÇA NA PRESCRIÇÃO, USO E ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS • Inexistência de injúria acidental ou evitável durante o uso de medicamentos. • A utilização segura engloba atividades de prevenção e minimização de danos provocados por eventos adversos que resultam do processo de uso dos medicamentos. • Os erros podem envolver etapas de: - Comunicação; - Prescrição (letra legível, quando isso acontece, não se deve fazera medicação); - Dispensação; - Administração de medicamentos; - Problemas incluindo rótulos, embalagens, nomes, etc. • Identificação do paciente: sempre colocar o nome completo; • Identificação do prescritor: assinatura e carimbo; • Legibilidade: escrever de forma legível. Caso você não entenda o que está sendo prescrito, não se faz a medicação. • Uso de abreviaturas: só é permitido quando são abreviaturas de siglário ou já pré-estabelecidas. • Denominação dos medicamentos: só podem ser usados nomes genéricos, não comerciais. • Prescrição do nome de medicamentos que se parecem: geralmente a parte do medicamento que tem variação deve ir em caixa alta. Ex.: DOPAmina, DOBUTAmina, PROTAmina. • Expressão de doses: exceto quando for mg, ml. O ideal é ser por extenso. 5 MOVIMENTOS PARA HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS VERIFICAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO SEGURA DE MEDICAMENTOS • Ter atenção na compatibilidade medicamentosa atpe aprazamento das medicações, por ex.: o AAS é muito utilizado, porém ele potencializa a ação do captopril. SEGURANÇA NA PRESCRIÇÃO, USO E ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS Lara Fernandes – Enfermagem UFRJ – Cuidados II • A utilização segura engloba a atividade de prevenção e minimização dos danos provocados por eventos adversos que resultam do processo de uso de medicamentos. ETAPAS QUE PODEM ACONTECER ERROS DE MEDICAÇÃO: • Comunicação; • Prescrição; • Dispensação; • Administração do medicamento; • Problema com as embalagens. • A enfermagem atua diretamente nessas etapas. • Quando a prescrição é ambulatorial, o mínimo que se pede de identificação é o nome completo do paciente, endereço e data de nascimento. • A prescrição para o paciente hospitalizado terá: nome do hospital, nome completo do paciente, número do prontuário ou registro de atendimento, leito, serviço, enfermaria/apartamento, andar/sala. • O profissional que fará a realização da medicação deve verificar: identificação do paciente, medicamento certo, hora certa, via certa, dose certa, compatibilidade medicamentosa, orientação ao paciente, direito a recusar o medicamento. • Na prescrição medicamentosa é importante sempre colocar o nome genérico e não o comercial. 4. CIRURGIA SEGURA • São medidas adotadas para prevenir falhas que podem acontecer antes, durante e após o procedimento anestésico-cirúrgico. • São feitas para assegurar o paciente: local, lateralidade (lado a ser operado) e procedimento correto. • É importante saber que esse protocolo de cirurgia segura é aferido três vezes: antes da indução anestésica, antes da incisão cirúrgica e antes da saída do paciente da sala de cirurgia. 5. EVITAR INFECÇÕES (IRAS – INFECÇÕES RELACIONADAS A ASSISTÊNCIA A SAÚDE) • Está relacionado a higienização das mãos, técnica correta de inserção e manutenção de dispositivos invasivos, limpeza do ambiente, precaução de contato e uso correto de antimicrobianos. • A parte de higienização das mãos precisa ser realizada em cinco momentos: antes do contato com o paciente, antes da realização de procedimento antisséptico, após o contato com o paciente, após o risco de infecção a fluidos corporais e após contato com as áreas próximas do paciente. LIMPEZA DO AMBIENTE • Precaução de contato. • Respeito às precauções: padrão, contato, aerossóis e gotículas. TECNICA CORRETA DE INSERÇÃO E MANUTENÇÃO DE DISPOSITIVOS INVASIVOS • Infecção da corrente sanguínea associada a um cateter venoso central. • Pneumonia: relação com a intubação do paciente. • Infecção urinária: exigem estratégias específicas para fazer estéril, como fazer a higienização, os cuidados que devemos tomar, etc. • Infecção cirúrgica: faz o monitoramento e o curativo. 6. REDUZIR O RISCO DE QUEDAS E LESÕES/ÚLCERAS POR PRESSÃO • A queda é um deslocamento não intencional do corpo para um nível inferior à posição inicial, provocado por circunstâncias multifatoriais, resultando ou não em dano. • Considera-se queda quando o paciente é encontrado no chão ou quando, durante o deslocamento, necessita de amparo, ainda que não chegue ao chão. • A queda pode ocorrer da própria altura, da maca/cama ou de assentos. • É importante levantar a grade no leito do paciente. • A lesão por pressão localizada na pele e/ou tecido subjacente, geralmente ocorre sobre uma proeminência óssea resultante da pressão ou da combinação de pressão e cisalhamento causado pela fricção. • Deve-se fazer uma avaliação de úlcera por pressão na admissão de todos os pacientes, reavaliação diária de risco de desenvolvimento da UPP de todos os pacientes internados, além da inspeção diária da pele, manejo da umidade (manutenção do paciente seco e com a pele hidratada), otimização da nutrição e da hidratação e minimizar a pressão. ESTRATÉGIAS NO RISCO DE QUEDAS Lara Fernandes – Enfermagem UFRJ – Cuidados II • Nessa escala não existe risco baixo pois trata-se de um local muito propício a quedas. • Quando aplicar a escala morse? Diariamente e na admissão do paciente. Ela é específica para avaliação do risco de queda do paciente. ESTRATÉGIAS • Avaliação do risco; • Identificação do paciente em risco com a sinalização a beira do leito ou pulseira (geralmente é coral); • Agendamento dos cuidados de higiene pessoal: por exemplo agendar o banho no leito, organizar a equipe para ter um maior número de membros para auxílio; • Revisão periódica da medicação: um paciente que está fazendo hipotensão direto, é importante checar a PA para avaliar o que está sendo administrado; • Atenção aos calçados utilizados pelos pacientes: a maioria dos pacientes, principalmente idosos, não usam calçados com antiderrapantes e deixam o pé mais estável. Chinelo não é o ideal; • Educação dos pacientes e profissionais: devemos notificar sempre para analisar o motivo da queda; • Revisão da ocorrência de queda para identificação de suas possíveis causas. LESÃO POR PRESSÃO • Lesão localizada na pele e/ou tecido subjacente, geralmente sobre uma proeminência óssea, resultante da pressão ou da combinação entre pressão e cisalhamento, causado pela fricção. • Prevenção: dependendo do posicionamento que o paciente esteja, podemos prever que esse paciente pode apresentar lesões específicas. ESTRATÉGIAS NO RISCO DE ÚLCERAS POR PRESSÃO • Essa tabela é específica para avaliação de LPP, independente do paciente já ter a lesão. • A partir do momento que fazemos a avaliação de todos esses critérios, vamos somar as pontuações para avaliar o risco. • É uma escala usada desde a admissão e após diariamente, pelo menos uma vez ao dia – independente se o paciente deambula ou não. 1. Avaliação de úlcera por pressão na admissão de todos os pacientes; 2. Reavaliação diária de risco de desenvolvimento de UPP de todos os pacientes internados; 3. Inspeção diária da pele (ótimo para ser feita no horário do banho); 4. Manejo da umidade: manutenção do paciente seco e com a pele hidratada (umidade é o líquido externo, pensar no paciente em não ter contato com a urina, o paciente que sua muito iremos dar mais banhos, etc). 5. Otimização da nutrição e da hidratação – a hidratação tem a ver com a quantidade de água que o paciente toma. 6. Minimizar a pressão. INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM NA SEGURANÇA DO PACIENTE • Contenções físicas ou mecânicas: uso de aparelhos com ou sem a permissão do paciente, para restrição de movimentos. • Contenções químicas: uso de medicamentos. Lara Fernandes – Enfermagem UFRJ – Cuidados II • Primeiramente será observado se pode-se resolver de outra forma, caso não seja possível, será realizada a contenção. • A literatura diz que a primeira intenção nunca é fazer contenção física, sempre optar pela química. TIPOS DE CONTENÇÕES POSSÍVEIS • Contenção lombar: membros livres; • Contençãode extremidade: enluva pelo pulso com o cinto e com espécie de atadura; • Contenção de cotovelo e corpo todo: crianças. PRINCIPAIS CUIDADOS AO PACIENTE CONTIDO • Não pode ficar presa a grade (abaixo da cama); • Não pode sair fácil pelo paciente, mas deve ser fácil para retirar em emergências; ALGORÍTMO DE DECISÃO DO USO DAS CONTENÇÕES TIPOS DE CONTENÇÃO • Canto superior direito: usada em pacientes com agitação psicomotora. • Canto inferior: é colocado um acolchoado e prende com atadura, geralmente usado em pacientes que tentam retirar o acesso com as unhas. • Esquerda: é colocado um estilo de tala para que a criança não dobre o braço durante o acesso, por exemplo, e não se machuque. • Direita: usada nos casos em que a criança precisa remover pontos no rosto. CUIDADOS COM A CONTENÇÃO 1. Contenção de punho: deve-se ter cuidado ao prender, prendendo na base da cama. É importante que essa amarração esteja na base da cama, em caso de intercorrência com o paciente, tendo que abaixar a grade, evita machucar a mão do paciente, além de ser mais fácil do paciente retirar caso ele esteja amarrado na grade. 2. O nó feito para prender na base deve prender, mas ser fácil de retirar em casos emergenciais. 3. A contenção deve ficar fixa, mas de uma forma que possamos passar o dedo por dentro. As vezes quando é deixado muito apertado, a tendência é virar uma lesão por pressão. TECNOLOGIAS DE MONITORAMENTO DO PACIENTE Lara Fernandes – Enfermagem UFRJ – Cuidados II • Ambularme: fica preso ao paciente, então quando ele sai da cama começa a apitar; • Grades laterais no leito: deve estar sempre levantada, em caso de paciente que deambule e que peça para deixar abaixada, devemos registrar pois caso haja queda ficamos resguardados. •
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