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EMBRIOLOGIA E DESENVOLVIMENTO ANÁTOMO-FISIOLÓGICO Introdução Estudos mostraram que a transformação da célula está associada ao meio (vizinhança) O desenvolvimento ocorre em ritmo alucinante at´o 3º mês de gestação e diminui ao nascimento e perdura na infância e vai até a fase adulta. Curiosidade: apenas 0,01% de nossos genes nos diferem de qualquer outro ser humano. Dividido em 3 partes: 1. OE - pavilhão e MAE 2. OM - MT, cadeia ossicular, caixa do tímpano, tuba auditiva e células da mastóide. 3. OI - cóclea, canais semicirculares e vestíbulo; - essa divisão anatômica também está relacionada com o desenvolvimento embriogênico - pavilhão: derivado do mesênquima dos arcos branquiais e recoberto pela derivada do ectoderma; - MAE: persistência da porção posterior do primeiro sulco braquial recoberto pelo ectoderma; - MT: persistência da porção posterior do 1º sulco braquial recoberto pelo ectoderma (camada externa), mesorderma (camada média) e endoderma (camada interna). - cadeia ossicular: martelo e bigorna de um arco branquial e o estribo de outro; - OI: placódio ótico ectodérmico que migra para se alinhar dentro da cápsula ótica mesenquimal. Aparelho auditivo: *temos na nossa form ação problemas que acont ecem na OE e OM, com a OI n ormal. Ou então, podemos te r uma boa forma ção de OE e OM, mas ter alg um problem a na OI (cóclea e orelha in terna). - o sistema auditivo no feto e na criança tem uma sequência própria de esenvolvimento (não desenvolve tudo junto, nem tudo separado) - a parte strutural da cóclea na orelha média est[a formada na 15ª semana de gestação e é anatomicamente funcional na 20ª semana gestacional - o sistema auditivo se torna funcional em torno da 25ª e 29ª semana gestacional quando as células ganglionares do núcleo espiral da cóclea conectam as células ciliadas internas ao tronco cerebral e ao lobo temporal do córtex (HALL, 2000). - Graven e Browne, 2008 diz que duas partes do sistema auditivo que são as mais importantes durante o processo de desenvolvimento são a cóclea (órgão receptor) e o córtex auditivo - a espécie humana é capaz de escutar uma variedade de som 3 meses antes do nascimento e continua ao se desenvolver nos primeiros anos de vida (MOORE e GUAN, 2001). - quanto mais estimulação de qualidade, melhor o córtex se desenvolve - À medida ue o sistema auditivo se desenvolve nas últimas semanas de gestação, o feto responde melhor aos sons de alta frequência, o que é consistente com o desenvolvimento da resposta ao longo da membrana basilar da cóclea de frequências graves para agudas (GRAY e RUBEL, 1985) - detecção dos limiares e as respostas de latência (tempo em qua a criança demora para responder) diminuem com o tempo, a medida que o sistema auditivo amadurece (DRAGANOVA, ESWARAN, MURPHY et al, 2007) - a onda sonora atravessa a camada da barriga da mãe e outros órgãos até chegar no bebê, mas é importante conversar com ele mesmo em vida intrauterina; - é preciso saber o quais são as respostas esperadas em cada fase do desenvolvimento; - o bebê que falhou no teste da orelhinha precisa ser acompanhado para entender o motivo dessa falha; - usamos de recursos de avaliação comportamental, lúdica, avaliação instrumental etc; Feto: - capaz de conhecer a voz materna, músicas simples e sons comuns ao ambiente - o desenvolvimento auditivo e desenvolvimento da memória, no período intrauterino, capacitam o bebê a reconhecer diferenças de tom, padrões sonoros, intensidade e ritmo; - as experiências pré-natais irão auxiliá-la a reconhecer alguns sons nas primeiras semanas de vida, porém após o nascimento os sons ambientais se tornam uma fonte primordial de novas informações; - RN: preferem escutar sons de fala quando comparados com estímulos que não são de fala (VOULOUMANOS e WERKER, 2007), que eles diferenciam a língua nativa materna de estrageiras (BERTONCINI, BUELAC-BABIC, JUSCZUK et al, 1988) e que preferem ouvir a língua materna (MOON, PANNETON-COOPER e FIFER, 1993); quanto mais estímulos auditivos de qualidade, melhor para o desenvolvimento da criança; Habilidades Auditivas (desenvolvimento): - desde a gestação (meio líquido > ao nascer: som via meio aéreo) - construção das vias auditivas completa-se conforme experiências e maturação > habilidades auditivas; - período de plasticidade de vias auditivas (período oportuno); - habilidade de detectar sons: começa na vida intrauterina > mudanças nos batimentos cardíacos do feto podem ser registradas mediante estimulação auditiva; mas não há a capacidade de distinguir e integrar o som; - Os sons vindos do ambiente são atenuados devido ao líquido amniótico, normalmente um som externo chega dentro do útero cerca de 20 a 40 dB mais fraco, principalmente se for agudo; - deste modo, as informações acústicas contidas nas frequências mais graves (vogais e aspectos suprasegmentais da fala) podem ser detectadas pelo bebê ainda no útero da mãe; suprasegmentais = ritmo, melodia, velocidade, entonação... sem considerar o conteúdo da fala; - os pequenos reconhecem os sons graves das vogais do que as consoantes, devido a intensidade da fala que é maior do que a intensidade dos sons das consoantes; 3 estágios do desenvolvimento: 1. maturação da codificação neural das características fundamentais dos sons - (- 6 meses) 2. utilização da informação sonora - (3 ou 4 anos); 3. aumento da flexibilização sonora - (6 ou 7 anos); - são trabalhadas hierarquicamente; a memoria e atenção estão sempre juntos com as habilidades auditivas permeando-as; - integridade anatômica e funcional do SAP e SAC e a exposição às experiências auditivas de qualidade > pré requisito para aquisição e desenvolvimento normal de Igg; - plasticidade e maturação: dependentes da estimulação e experiência auditiva > reforçam vias neurais específicas para a audição; - neuroplasticidade do Sistema Auditivo permite mudanças estruturais e funcionais frente à estimulações recebidas; - início da vida: células do cérebro proliferam-se rapidamente, estabelecendo inúmeras conexões neurais; - no estágio embrionário, há maior produção de neurônios do que o cérebro necessita; - os neurônios estimulados de forma sistemática serão reforçados e os não utilizados serão eliminados (poda sináptica); - período crítico do desenvolvimento: 0 a 2 anos; - Habilidades Auditivas - Boothroyd, 1982: 1. detecção auditiva > quando há presença ou ausência de som; 2. discriminação auditiva > capacidade de perceber dois ou mais sons e se são iguais ou diferentes; 3. reconhecimento auditivo: identificar o som, ou seja, ser capaz de apontar para o estímulo ou repetir o som; 4. compreensão auditiva > entender o que foi ouvido, sendo capaz de responder aos estímulos; - para ouvir e compreender: SAP precisa receber adequadamente, do cérebro, a representação das informações básicas, incluindo as propriedades do som (intensidade e frequência) + resolução temporal precisa e rápida (perceber variáveis do discurso, incluindo a prosódia e timbre); - essas características de representação sensorial são amadurecidas durante a infância; - é necessário passar por experiência de vários contextos sonoros para desenvolver fala e linguagem; - inicia-se o ouvir na 24ª semana de gestação > experiências começam antes do nascimento; - 10 horas acordado = 70h de estímulo auditivo efetivo = 25.500h/ano de estimulação auditiva (antecede-se as primeiras palavras); - desenvolvimento com atividades rotineiras do bebê > resgatar a possível quebra de vínculo; - terapeuta: conhecer as fragilidades e organizações do bebê > individualizar o bebê e a família; (Marisa Frasson) RCP = reflexo cócleo palpebral > esperado o piscar de olhos; acontece em todas as faixas etárias; *3 a 6 meses > a reação de sobressalto não existe mais, só que se atenta ao som e procura da onde vem o som; *Nível mínimo de resposta na ARV (audiometria de reforço visual) > faixas de sons os quais os bebês conseguem detectar em cada faixa etária; *localização indireta > bebê de 6 a 9 meses olha primeiro paraum lado para depois olhas para baixo ou para cima; *na tabela há um erro na faixa de 9 a 13 meses: seria localização direta para baixo e indireta para cima; Comandos verbais: 1. detecção: ocorre intraútero; perceber a diferença entre o som e silêncio; os momentos de silêncio são tão importantes quanto os sons; incentivar as vocalizações; - dicas: mostrar para a criança o toque do telefone, a campainha sendo apertada (dar significado); isso tem que fazer sentido no contexto da brincadeira; - mostrar quanto tem silêncio e som acabou (pode-se utilizar gestos); - é importante dar o tempo necessário para o bebê se achar e se colocar no diálogo > ele precisa se preparar para essa tarefa, assim como o audlto deve esperar as respostas do bebê. - brincadeiras sugeridas: bichinhos de pelúcia eminiaturas > onomatopéias; tambor e caixa de bolas; atenção para sons do ambiente; atenção ao próprio nome; músicas; 2. discriminação: RN são capazes de discriminar sons verbais; percepção que os sons são diferentes > alto X baixo > fino X grosso > contínuo X intermitente; pode-se usar os sons do Ling também para essa atividade; jogos de enxaixe, ábacos; massinha de modelar; 3. reconhecimento auditivo: etapa que envolve significado e significante; atividades que favoreçam o reconhecimento de um som pela criança; brinquedos: miniaturas de animais e/ou bonecos; jogo lince; - dica: ao apresentar uma atividade à criança, é preciso estar atento para as novas possibilidades que muitas vezes ela mesma pode propor; ao terapeuta cabe ser fleível e permissivo às novas propostas que surgem, sem perder os objetivos iniciais da sessão. 4. compreensão auditiva: nesta etapa, a criança deve ser capaz de compreender diferentes mensagens, perguntas e diálogo; materiais que podem ser utilizados: figuras de ação, sequência lógico temporal; *memória auditiva: esta habilidade auditiva permeia todas as anteriores; pode ser trabalhada isoladamente; intuito de maior atenção e aprendizagem de determinada mensagem; materiais: jogo Cara a Cara, feirinha de brinquedo e mercadinho; *atenção auditiva: permeia todas as habilidades anteriores, assim com a memória; focar não só nos momentos de som, mas de silêncio também (também é forma de estímulo). *considerações: é necessário conhecer a capacidade auditiva e o benefício do dispositivo eletrônico proporciona para elaborar um planejamento adequado; a linguagem pode e deve ser apresentada durante o processo terapêutico; a qualidade da terapia fonoaudiológica para crianças com deficiência auditiva baseia-se na correta aplicação de procedimentos e técnicas, além do gerenciamento terapêutico sobre vários aspectos que envolvem o acompanhamento audiológico, o uso do dispositivo, a parceria entre a família, a escola e o fonoaudiólogo (BEVILACQUA, FORMIGONI, 2012; CRUZ et al, 2013); - as habilidades que a criança desenvolve são, portanto, produto de sua cultura, exposição, experiência e prática; 5 princípios importantes: 1. materiais e brinquedos devem ser adequados a idade e selecionados de acordo com as preferências da criança, respeitando suas etapas de desenvolvimento; 2. problemas de comportamento são esperados e devem ser trabalhados; 3. os terapeutas devem ser cuidadosos em como dirigir a terapia; 4. a casa e a família são a primeira via de construção de linguagem; 5. conhecer os dispositivos eletrônicos (implante).
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