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Classificação e padrões básicos de organização corporal Características embrionárias O desenvolvimento pode ocorrer de três maneiras diferentes. Contudo, após a fecundação, é formado um agregado de células, a mórula. Essas células absorvem líquido e geram um espaço interno, formando uma camada única de células, a blástula, uma característica única dos animais. A blástula sofre uma invaginação, transformando-se em uma estrutura com duas camadas de células, gerando os dois primeiros folhetos germinativos (ectoderma e endoderma), uma abertura (blastóporo) e uma cavidade (o arquêntero). Nas esponjas (filo Porifera), os embriões desenvolvem-se a partir de uma blástula que não gera uma gástrula e, consequentemente, não forma os folhetos germinativos. Os cnidários (filo Cnidaria) têm uma gástrula com dois folhetos germinativos e, por isso, são chamados de animais diblásticos. A partir dos ctenóforos (filo Ctenophora), todos os animais têm embriões com três folhetos (ectoderma, mesoderma e endoderma), sendo chamados de animais triblásticos. Gástrula tridérmica Os embriões de platelmintos (filo Platyhelminthes), não possuem espaços entre os três folhetos ao longo do seu desenvolvimento, gerando animais com o corpo maciço, cuja única cavidade corporal é a do sistema digestório. Tais animais são classificados como acelomados. Os nematódeos (filo Nematoda) e outros asquelmintos possuemum espaço entre o mesoderma e o endoderma, chamado de pseudoceloma. Tais animais são classificados como pseudocelomados. A gástrula também pode formar um embrião com um o celoma verdadeiro limitado apenas pelo mesoderma. Esta é a gástrula dos demais filos animais, chamados de celomados. A formação do mesoderma e do celoma pode ocorrer a partir do blastóporo ou a partir de bolsas que surgem na endoderme a partir do arquêntero. Moluscos (filo Mollusca), anelídeos (filo Annelida) e artrópodos (filo Arthropoda) são esquizocelomados, enquanto os equinodermos (Echinodermata) e cordados (Chordata) são enterocelomados. O blastóporo é um orifício de comunicação do sistema digestório com o meio externo. Ele pode dar origem à boca (protostomia) ou ao ânus (deuterostomia). Moluscos, anelídeos e artrópodes são protostomados, enquanto equinodermos e cordados são deuterostomados. Simetria corporal • Assimétricos - São os poríferos. Sua organização corporal, na maior parte dos casos, não mostra qualquer padrão de simetria, especialmente nas esponjas incrustantes; • Simetria radial - São os cnidários e ctenóforos. Neles, apenas cortes longitudinais como os raios de uma circunferência geraram partes do corpo simétricas; • Simetria bilateral - Se enquadram os demais grupos de animais, nos quais um eixo corporal longitudinal gera as metades direita e esquerda do corpo. Em equinodermos ocorre algo curioso: a simetria bilateral está presente apenas nas larvas, com os adultos tendo a chamada simetria radial secundária. A simetria bilateral está associada ao processo de cefalização. Nos animais de simetria bilateral, existe uma cabeça, que acumula estruturas sensoriais, como olhos, nariz e ouvidos, o que não é observado animais assimétricos ou de simetria radial. Além disso, nota-se desenvolvimento gradual do encéfalo, gerando cérebros cada vez mais complexos à medida que os grupos foram surgindo. Organização corporal As animais apresentam quatro níveis de organização: celular, celular- tissular, tissular-orgânico e orgânico-sistêmico. • Organização celular - Encontrada nos poríferos. São agregados de células funcionalmente diferenciadas. Apresentam divisão de funções, com algumas trabalhando em funções específica, sem tendência para a organização em tecidos; • Organização celular-tissular - Vista em cnidários e ctenóforos, nesses grupos, existem camadas de células definidas formando tecidos. É uma estruturação um pouco mais complexa que a celular; • Organização tissular-orgânica - Surgem os primeiros órgãos. Encontrada em platelmintos, nos quais surgem estruturas como as manchas ocelares e probóscides, além de órgãos reprodutores; • Organização orgânico-sistêmico - Mais complexa e mais comum nos animais, existindo na maioria dos filos. Os órgãos formam sistemas corporais para desempenhar diferentes funções, como a circulação, a respiração e a excreção. Tamanho celular e multicelularidade • Proporção entre superfície e volume. Uma célula pequena possui um bom funcionamento, mas quando dobra de tamanho suas funções ficam comprometidas. A solução é a divisão celular, gerando duas células menores e mais funcionais, de forma a surgir os animais pluricelulares. A hipótese mais aceita é que os primeiros animais surgiram a partir de colônias de protozoários coanoflagelados, cuja estrutura é virtualmente idêntica a um tipo de célula flagelada característica das esponjas: o coanócito. A proporção ideal entre superfície e volume pode ser alcançada a partir do aumento da superfície sem um aumento excessivo no volume. Quando surgiram os platelmintos, a forma corporal deixou de ser esférica e passou a ser alongada, o que permitiu considerável aumento no tamanho dos animais. Porém, o achatamento dos corpos fez com que o volume se mantivesse relativamente pequeno. O achatamento corporal, entretanto, não garantiu um desenvolvimento pleno. Este foi alcançado com os apêndices corporais, como membros, antenas, asas e olhos pedunculados, que representam pouco em termos volumétricos, mas muito em termos de superfície corporal. • Sustentação corporal A ausência de um esqueleto interno que sustente a estrutura do corpo e permita o deslocamento é um grande entrave para o crescimento dos invertebrados, especialmente das espécies terrestres. Os vertebrados, no entanto, apresentam um forte esqueleto articulado interno para sustentar o corpo, com músculos potentes presos a ele e capazes de movimentá-lo. • Fisiologia A forma de respiração da maioria dos invertebrados terrestres é a traqueal. Nela, o oxigênio atmosférico entra no corpo por orifícios e é levado até os órgãos por canais ramificados, que também se encarregam de levar para fora do corpo o CO2 produzido. Não há a participação do sistema circulatório neste processo, o que limita o tamanho máximo de um invertebrado. A respiração traqueal, associada com o sistema circulatório aberto, também promovem limitação de tamanho, pois o fluxo do líquido corporal (hemolinfa) não tem a agilidade necessária para transportar substâncias em um corpo grande. Classificação dos animais Existem nove filos mais abundantes no planeta: Porifera, Cnidaria, Platyhelminthes, Nematoda, Annelida, Mollusca, Arthropoda, Echinodermata e Chordata (vertebrados). Outros filos, menos abundantes, são: Ctenophora, Rotifera e Tardigrada.
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