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EMILY NARA – MEDICINA UPE ST Dermatozoonoses CONCEITO · Qualquer alteração tegumentar, ocasional ou permanente, provocada por protozoários, vermes, insetos e celenterados, sejam eles parasitas ou não. MECANISMOS DE LESÃO · Traumático – picada ou ferroada; · Artrópodes; · Lesão eritematosa e dolorosa; · Regressão espontânea. · Tóxico – inoculação de saliva; · Escorpiões, abelhas, vespas, formigas e aranhas; · Toxicidade local (necrose) ou sistêmica (envenenamento). · Dermatite de contato – contato; · Borboletas, besouros, anêmonas do mar e fisálias; · Lesões eritematovesicantes ou eritema polimorfo. CLASSIFICAÇÃO · Parasitárias exclusivas do homem – pediculose do couro cabeludo (piolho)/ oxiuríase; · Parasitárias não exclusivas do homem – picadas de pulgas e mosquitos/ miíases; · Não parasitárias – picada de escorpião e aranhas / queimaduras por anêmonas. DERMATOSES POR ÁCAROS ESCABIOSE · Escabíase ou sarna; · Sarcoptes scabiei, var hominis; · Sem preferência por sexo, idade ou raça; · Transmissão: contato pessoal (roupas – excepcional); · Ciclo evolutivo: 15 a 30 dias; · Ciclo biológico: completo no homem; · Fora do hospedeiro, morre em < 1 semana; · Macho morre após cópula; · Fêmea fecundada -> penetra na camada córnea da pele -> escava túnel (habito noturno) -> deposita 2 a 3 ovos/dia (Az: 40-50 ovos no total) -> morre em algumas semanas; · Ovos (após 3 a 5 dias) -> larvas hexápodes -> ninfas octópodes -> ácaros adultos. QUADRO CLÍNICO: · Período de incubação: 3 a 4 semanas (1 a 2 dias na reinfecção); · Principal sintoma: prurido intenso à noite – mecanismo alérgico e mecânico; · 3 elementos semióticos: sulco (escavação), distribuição da lesão e lesões secundárias; · Sulco – saliência linear de mais ou menos 1 cm, apresentando vesicopápulas peroláceas do tamanho da cabeça de um alfinete na extremidade (fêmea). · Distribuição: espaços interdigitais das mãos, axilas, cintura, nádegas, mamas, pênis, face e pés; · Criança – palmas, plantas, couro cabeludo e pescoço. · Lesões secundárias: escoriações e piodermites (impetigo, foliculite, furúnculo e ectima). APRESENTAÇÕES ATÍPICAS: 1. Higiene excessiva (“pessoas limpas”): · Vários banhos diários; · Lesões mínimas; · Sem queixa familiar. 2. Crianças (lactentes): · Lesões urticadas/eczematosas (quadro mascarado); · Importante – lesões em palmas, plantas e couro cabeludo. 3. Idosos: · Reação mínima; · Lesões pouco visíveis – raros sulcos; · Atenção: prurido intenso noturno, escoriações e lesões no dorso. 4. Iatrogenia (uso de CE e anti-histamínicos): · Aspecto eritemato-urticado-eczematoso. 5. Escabiose nodular: · Lesões pápulo-nodulares pruriginosas; · Regiões genital, inguinal e axilar; · Permanecem após tratamento; · Sensibilidade – produtos de degradação parasitária; · Homens – saco escrotal e pênis. 6. Sarna crostosa (Norueguesa): · Forma de hiperinfestação; · Imunocomprometidos, desnutridos, neuropatas, deficientes mentais, hábitos higiênicos precários; · Eritema, crostas e escamas nas áreas típicas; · Hiperceratose e fissuras palmo-plantares; · Localizada principalmente nas eminências ósseas, unhas, face, cabeça e regiões palmo-plantares; · Lesões muito contagiosas (muitos ácaros); · Surtos em asilos, hospitais e casas de repouso. DIAGNÓSTICO: · Sugerido – prurido noturno; · Quase certo: habitantes da mesma casa com a mesma queixa; · Confirmado: exame = sulcos + distribuição característica; · Escarificação: pesquisa de ácaros, ovos ou cíbalos; · Prova terapêutica: a despeito de quadro atípico e pesquisa negativa. TRATAMENTO: · Tratar todos os membros da casa; · Sabonetes escabicidas: não recomendados; · Medicação tópica por 2-3 noites seguidas e repetir 1 semana após. · Az: persistência das lesões após 1 semana do tratamento -> repetir tto com outro escabicida. · Aplicação do pescoço aos pés. PRURIDO APÓS TRATAMENTO: · Pode persistir por semanas; · Memória ao prurido ou sensibilidade a antígenos parasitários; · CE tópicos ou sistêmicos / anti-histamínicos; · Evitar tratamentos repetidos (irritantes). NÓDULOS – ESCABIOSE NODULAR: · Persistem por meses; · Prurido variável; · CE local de alta potência; · Sem melhora: infiltração de triancinolona; · Formas resistentes: talidomida 100 mg/dia. INFECÇÕES SECUNDÁRIAS: · ATB tópicos ou sistêmicos. IXODÍASE · Ácaros ectoparasitas do homem e vertebrados; · Amblyoma cajennense (Brasil) – carrapato estrela ou do cavalo; · Um dos principais vetores da riquetsiose. · Ovo (solo) -> ninfa hexápode (infectante) -> suga sangue e linfa dos hospedeitos -> ninfas octópodes -> adulto (cópula); · Infestações por ninfas hexápodes (micuim) -> prurido intenso, pápulas encimadas por crostículas -> MMII. · Lesões maculoeritematopurpúricas. DIAGNÓSTICO: · Quadro clínico + zona rural (meses frios). TRATAMENTO: · Ninfas hexápodes: aplicação única de loção/sabonete de permetrina; · Benzoato de benzila 25%; · CE tópicos ou anti-histamínicos orais – controle do prurido; · Vaselina, fósforo quente – retirada do carrapato com cuidado. BORRELIOSES – DOENÇA DE LYME · Borrelia burgdorferi: · Espiroquetas capazes de acometer vários órgãos. · Transmissão: picada do carrapato do gênero Ixodes; · Duração de permanência do carrapato aderido ao homem para ocorrer infecção: 24 a 72h; · Período de incubação: 3 a 32 dias. MANIFESTAÇÕES CUTÂNEO-SISTÊMICAS – 3 ESTÁGIOS: · Estágio I: · Eritema crônico migratório – principal manifestação cutânea; · Urticaria, rash malar, eritemas evanescentes, lesões anulares múltiplas. · Estágio II: · Linfocitoma cútis – pavilhão auricular em crianças, mama, nariz e região escrotal em adultos. · Estágio III: · Acrodermatite crônica atrofiante – aspecto esclerodermiforme. DIAGNÓSTICO: · Epidemiologia, quadro clínico, cultura e sorologia (positiva após 10 dias – IgM). TRATAMENTO: · Manifestações recentes: doxiciclina, amoxacilina, penicilinas, tetraciclina e/ou ceftriaxone (nem sempre há resolução). · Demais manifestações: AINES (manifestações tardias podem ser irreversíveis). PROFILAXIA – vestimentas e repelentes. DERMATOSES POR INSETOS PEDICULOSES · Anapluras ou piolhos; · Ectoparasitas cosmopolitas; · Baixo nível socioeconômico; · Transmissão: interpessoal e/ou objetos; · Medem 2,1-3,6 mm (macho > fêmea); · Perfuram pele e inoculam substâncias irritantes/sensibilizantes; · Mecanismo hipersensibilidade – 10 dias após infestação. · Em todos os casos deve-se investigar e tratar os comunicantes. PEDICULOSE DO COURO CABELUDO · Pediculus humanus capitis; · Mulheres e escolares; · Suspeita: prurido intenso – occipital e retroauricular; · Pode ocasionar infecções secundárias – foliculite, furúnculos, impetigo; · Pode ter acometimento palpebral; DIAGNÓSTICO CONFIRMATÓRIO: · Lêndeas – ovoides, esbranquiçadas, aderidas à haste do pelo; · Encontro de parasitas – mais difícil. TRATAMENTO: · Sampaio: · Permetrina 1%/ Deltametrina 0,02% (Xampus) – 5-10 minutos /repetir 7-14 dias; · Remoção das lêndeas – pente fino após vinagre diluído 50% água morna; · SMT/TMP (40-80mg) – 3x/dia por 3 dias (ação exclusiva dos parasitos) – repetir após 10 dias. · Azulay: · Benzoato benzila 25% /monossulfiram 25% (loções) – aplicar por 1 noite, repetir após 8-10 dias. · Permetrina loção 5% - deixar por 1h e repetir mais 2 vezes; · Ivermectina loção 0,8% - deixar 2h, por 2 dias, repetir após 7 dias. PEDICULOSE DO CORPO · Pediculus humanus corporis; · Mendigos, nômades e deficientes mentais; · Pruridos/urticas (pontos purpúricos centrais); · Interescapular, ombro, axilas e nádegas; · Hiperpigmentação /eczematização /infecção secundária; DIAGNÓSTICO – parasito nas roupas. TRATAMENTO: Higiene corporal e das roupas. PEDICULOSE PUBIANA (FTIRÍASE) · Phtirus púbis/ “chato”; · Incidência – promiscuidade e higiene; · Pelos pubianos e perianais, axilas, troncos, coxas e supercílios; DIAGNÓSTICO: · Prurido; · Lêndeas aderidas à haste do pelo; · Parasitos; · Escoriações/ eczematização/ infecção secundária. · Macula cerulae – manchas azul-acinzentadas, assintomáticas, por acúmulo de hemossiderina modificadas pelos produtos de excreçãoda glândula salivar do parasito. TRATAMENTO FTIRÍASE: · Loções: Permetrina 5% / Deltametrina 0,02% / Benzoato benzila 25% - por 2-3 dias; · Remoção das lêndeas. TRATAMENTO PEDICULOSE DOS CÍLIOS: · Vaselina 2x/dia por 8 dias, com remoção manual das lêndeas. DERMATOSES POR HEMÍPTEROS – BARBEIROS E PERCEVEJOS TRIATOMÍASE · Triatoma infestans (barbeiro); · Vetores da doença de Chagas: Trypanossoma cruzi; · Hematófagos, hábitos noturnos; · Picada pouco dolorosa, prurido discreto; · Após sucção de sangue – dejeta fezes (formas metacíclicas do T. cruzi); · Lesão pápulo-edematosas – área exposta (face); · Sensibilização: pápulas, urticas, nódulos, vesículas e bolhas; · Conjuntiva (porta de entrada) – Sinal de Romaña – edema uni ou bilateral de pálpebras/adenopatia; · TRATAMENTO: melhora de habitações e dedetização. DERMATOSES POR SIPHONAPTERA - PULGAS TUNGÍASE · Tunga penetrans, “bicho-de-pé”; · Hospedeiros habituais: homens e suínos; · Menor pulga 1 mm/zonas rurais; · Macho: após alimentar-se, abandona o hospedeiro; · Fêmea fecundada: cabeça e tórax na epiderme /estigma resp e segmento anal externos -> morre após expelir ovos; CARACTERÍSTICAS: · Prurido discreto – dor; · Pápula amarelada (batata) com ponto escuro central; · Lesões ao redor das unhas, pregas interartelhos, plantas; · Infecções secundárias – piodermite ou celulite. DERMATOSES POR DÍPTEROS – MOSQUITOS E MOSCAS DÍPTEROS INFERIORES (MOSQUITOS) · Picadas causam dor e prurido; · Provocam lesão por: · Irritantes primários: lesões pápulo-eritematosas; · Hipersensibilidade humoral: prurigo, estrófulo, urticária, choque anafilático; · Hipersensibilidade celular: lesões granulomatosa com HTP de pseudolinfoma. · Transmissão de doenças: · Culicídeos (muriçocas): anofelinos – malária; culicíneos – febre amarela, dengue; · Simulídeos (borrachudos): fogo selvagem, oncocercose; · Flebotomíneos: leishmaniose, bartonelose, arboviroses; · Tabanídeos (mutucas): tularemia, filariose. DÍPTEROS SUPERIORES – MOSCAS (CICLORRAFOS) · A maioria não é sugadora; · Musca domestica – transmissão de febre tifoide, disenterias, infecções estafilocócicas. · Larvas – MIÍASES; · Primária (tecido sadio) – parasita obrigatório; · Secundária (em ulcerações) – parasitas ocasionais. MIÍASES PRIMÁRIAS · Miíase furunculóide (berne) – larva Dermatobia hominis; · Mosca deposita ovos em outras moscas ou mosquitos (vetor intermediário) – pousam no homem e animais de sangue quente -> larva projeta-se para fora e abandona ovo -> penetra na pele; · 30-70 dias se desenvolve -> depois abandona o homem e se transforma em inseto alado; · Nódulo furunculóide: orifício central, menos inflamatório que furúnculo; · Dor variável. MIÍASES SECUNDÁRIAS 1. MIÍASE CUTÂNEA (BICHEIRA): · Depósito de ovos em ulcerações da pele, com desenvolvimento de larvas – em geral, numerosas; · Cochliomya macellaria (mosca varejeira); · Devoram tecidos necrosados sem causar hemorragia; · DIAGNÓSTICO: · Visualização das larvas movimentando-se ativamente na ulceração cutânea; · TRATAMENTO: · Éter, crioterapia ou creme de ivermectina 1% por 2h -> retirar. 2. MIÍASE CAVITÁRIA: · Cochliomya hominivorox; · Cavidades nasal, ocular, auricular e vaginal; · Dor intensa; · Invadem estruturas anexas; · Destroem cartilagens e ossos; · COMPLICAÇÕES: · Meningite; · Mastoidite; · Sinusite; · Faringite. · TRATAMENTO: · Matar larvas com nitrogênio líquido, éter ou solução anestésica -> depois retirar. 3. MIÍASE INTESTINAL: · Ingestão de larvas; · Sintomas dependem da imunidade e do número de larvas. DERMATOSES POR HELMINTOS NEMATELMINTOS LARVA MIGRANS · Dermatite linear serpeante /bicho geográfico /bicho de praia; · Ancylostoma brasilienses/ Ancylostoma caninum (parasitos normais de cão e gato); · Comum em crianças; · Ovos em ambientes arenosos – larvas penetram na derme (As)/ epiderme (Az); · Deslocam-se formando um trajeto linear e sinuoso – erupção saliente/pápula na porção terminal (larva). CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS: · Prurido moderado a intenso; · Localização: pés e nádegas; · Infecção secundária/ eczematização (infestação maciça); · Reação intensa – vesículas e bolhas; · Forma papulosa – dificulta o diagnóstico. ENTEROBÍASE OU OXIURÍASE · Enterobius vermicularis; · Distribuição universal – mais comum em crianças; · Contágio por ingestão de ovos; · CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS: · Prurido anal e perineal intenso/noturno; · Escoriações e infecções secundárias; · DIAGNÓSTICO: swab perianal (presença de ovos). · TRATAMENTO: · Albendazol 400 mg, dose única (> 2 anos); · Mebendazol 200 mg/dia por 3 dias; · Alternativa: Pamoato de pirvíneo 11 mg/kg, DU. FILARÍASE · Wuchereria bancrofti – 90% dos casos; · Sistema sanguíneo e linfático; · Verme adulto - preferência por vasos linfáticos; · Embriões (microfilárias) – sangue periférico (à noite) – ingeridas por insetos (Culex fatigans) e inoculadas em pessoas sadias; · Linfangite -> linfoestase -> linfangectasia não-obstrutiva -> elefantíase/ preferência por MMII e genitália. · MECANISMO DE AÇÃO: obstrução mecânica e ação irritativa dos vermes. · CARACTERÍSTICAS: · Reação de sensibilidade: lesões eritemato-edematosas, urticas e prurido. · DIAGNÓSTICO: · Elefantíase (infecções estreptocócicas recidivantes); · Epidemiologia; · Pesquisa de microfilária (gota espessa/22-24h); · Imunofluorescência indireta; ELISA; PCR; Biopsia de linfonodos. · TRATAMENTO: · Dietilcarbamazina (DEC) 6mg/kg/dia – por 12 dias (Sampaio)/ por 3-4 semanas (Azulay); · Ivermectina (microfilárias) + Albendazol (macrofilárias – anualmente, por 3-4 anos). PLATELMINTOS ESQUISTOSSOMÍASE · Schistosoma mansoni; · Sistema porta; · Ovos -> miracídeos (moluscos) -> esporocistos -> cercarias (forma infestante). DERMATITE POR CERCÁRIAS: · Penetração das cercárias na pele; · Eritema, pápulas, petéquias; · Prurido moderado a intenso; · Após banhos em lagoas, açudes, rios – coceira do nadador; · Intensidade do quadro depende do número de cercarias + sensibilização por exposição anterior; · DIAGNÓSTICO – clínico; · TRATAMENTO – pasta d’água, CE tópico, anti-histamínico. ESQUISTOSSOMOSE CUTÂNEA ECTÓPICA: · Deposição de ovos na pele; · Reação granulomatosa; · Pápulas isoladas ou aglomeradas na cor vermelho escuras/ placas/ liquenificação. DIAGNÓSTICO ESQUISTOSSOMÍASE: · Clínica + epidemiologia; · Histopatológico (ovos na pele); TRATAMENTO: · Anti-histamínicos; · Praziquantel 20mg/kg, 2 tomadas, em 1 dia; · Alternativa: oxaminiquine e artemisina. CESTÓIDEOS – CISTICERCOSE CUTÂNEA · Cisticerco da Taenia solium; · Ingestão de ovos (água ou alimentos contaminados) – fixam-se no músculo -> larvas (cisticercos); · Auto-infecção; · CARACTERÍSTICAS: · Nódulos subcutâneos duros, bem delimitados, assintomáticos, móveis (1-2 cm); · Persiste por meses/ anos; · Lembrar de lesão no SNC. · DIAGNÓSTICO – histopatológico; · TRATAMENTO: exérese cirúrgica. Caso não seja possível: · Praziquantel 5 mg/kg/dia – em 3 tomadas, por 2 semanas; OU · Albendazol 15 mg/kg/dia – 3 tomadas por 8 dias. DERMATOSES POR TOXINAS E VENENOS DE ANIMAIS ARANEISMO · Brasil – gêneros: Phoneutria, Loxosceles (aranha marrom), Latrodectus (viúvas negras); · Lycosa e Mygalomorpha (caranguejeiras): Dermatite pápulo-urticadas / não venenosas. FONEUTRISMO (Phineutria): · Veneno neurotóxico de ação periférica; · Eritema, edema, dor local, que se irradia; · Choque neurogênico; · TRATAMENTO: sintomático, anestésico, soro antiaracnídico. LOXOSCELISMO (Loxosceles): · Veneno proteolítico e hemolítico; · Em 12-24h após picada – placa edematosa, vesiculação, bolha e equimose (placa marmórea) – necrose; · Fenômenos hemolíticos são raros – IRA; · TRATAMENTO: · Casos leves: CE oral; · Necrose extensa: 5 ampolas de soro antiaracnídico; · Hemólise: 10 ampolas; · Sulfona 100 mg/dia (anti-inflamatório). ESCORPIONISMO · Gênero Tityus; · Injetam veneno pelo aguilhão no fim da cauda; · Veneno neurotóxico de ação periférica; · Dor local imediata e intensa – similar ao acidente por Phoneutria; · TRATAMENTO: · Bloqueio anestésico; · Casos graves: soro antiescorpiônico. CLASSE INSECTAOU HEXÁPODA – ORDEM HYMENÓPTERA PICADAS DE ABELHAS E VESPAS · Veneno – mistura de proteínas; · Reações imediatas (alérgicas ou não) e tardias (pouco comuns); · RI não-alérgica: eritema, edema, prurido e dor (logo após a picada); · RI alérgica: edema e eritema mais persistentes, urticária generalizada, angioedema, reação anafilática, choque e morte. · TRATAMENTO: · Casos leves: compressas, CE creme, CE oral e anti-histamínicos; · Casos graves: CE IM ou EV e/ou adrenalina. · Reação de hipersensibilidade – imunoterapia com extratos de venenos purificados. PICADAS DE FORMIGAS · Solenopsis picada muito dolorosa, limitada ao local da inoculação, desaparecem em alguns dias; · Pápulas urticariformes que desaparecem em até 1h. · Após 24h surge pústula estéril que regride 3-8 dias. · Lesão eritematosa edematosa e indurada muito pruriginosa no local da picada cicatrizes, manchas pigmentares ou pápulas fibróticas; · Hipersensibilidade à distância; · TTO: Sintomático. CLASSE INSECTA OU HEXÁPODA – ORDEM COLEÓPTERA DERMATITE VESICANTE POR PAEDERUS (POTÓ) · Insetos coleópteros, gênero Paederus; · Várias regiões brasileiras; · Habita vegetação rasteira/ margens de rios e riachos/ plantações de milho, feijão, batata, cana-de-açúcar /mais ativos à noite ambiente domiciliar (luz); · Substância vesicante ≈ cantaridina pederinas liberada inseto tocado ou esmagado (forma de defesa); · Lesões eritemato-vesico-crostosas, pústulas - agrupadas em placas ou lineares; · Áreas expostas (pescoço, face, MMSS) / regressão 7-12 dias; · Periocular blefarite, conjuntivite, irites, úlceras de córnea; · Infecção secundária; DIAGNÓSTICO: · Clínico + epidemiológico; · Histopatológico: bolha intraepidérmica, necrose epiderme, infiltrado inflamatório derme. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: · H. simples e zoster; · Dermatite de contato; · Impetigo; · Fitofotodermatose; · Pênfigo foliáceo ou vulgar; · Queimaduras. TRATAMENTO: · Fase aguda: compressas úmidas, CE e/ou ATB tópicos; · Infecções secundárias: ATB; · Lesões oftalmológicas: compressas com água boricada ou SF 0,9%; e acompanhamento oftalmológico. CLASSE INSECTA OU HEXÁPODA – ORDEM LEPDÓPTERA ERUCISMO (LAGARTA) · Reações cutâneas a larvas de mariposas e borboletas (superfície c/ cerdas); · “Lagartas de fogo” / “taturanas”; · Histamina e substâncias ativas nos pelos/cerdas; · Lesões imediatas após contato: ardor, eritema, edema, urtica, vesículas, bolhas e até necrose; · Prurido variável / involui 2-3 semanas; · TTO: antipruriginosos, anti-histamínicos, CE tópicos e/ou sistêmicos. LEPIDOPTERISMO · Lesões e acidentes borboletas e mariposas; · Mariposas domicílio - atraídas luz Setas (“flechinhas”) minúsculas, venenosas (ricas em histamina e substâncias proteicas) pele e olhos; · Prurido generalizado (mais em tronco e MMSS): extenso eritema, micropápulas e pústulas involução em 2 semanas; · Sintomas sistêmicos; · TRATAMENTO: · Sintomático c/ banhos para remoção das setas; · Compressas; · Creme de CE; · Anti-histamínico; · CE sistêmico, se necessário. DERMATOSES POR CELENTERADOS · Anêmonas e caravelas; · Frequentadores de praias; · Dermatite de contato local: dor, queimação, eritema, edema, vesículas, bolhas até necrose (depende da extensão e duração contato); · TRATAMENTO: limpeza, CE tópicos, anti-histamínicos.
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