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CIÊNCIAS SOCIAIS

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Graziela Benevides – Medicina – Ciências Sociais 
 
CIÊNCIAS SOCIAIS: 
 
 
➔ A RELEVÂNCIA DAS CIÊNCIAS 
SOCIAIS PARA AS CIÊNCIAS 
MÉDICAS: 
 
 
a) Straus: Fez o primeiro levantamento do ofício 
dos sociólogos na saúde. Para ele, os profissionais 
da saúde deveriam adotar as estratégias de um 
camaleão, pintando-se das cores predominantes 
no ambiente para aumentar suas chances de 
sobrevivência. 
 
b) Cockeham: 
- A década de 1950 é considerada a “fase de ouro” 
da sociologia da saúde, na qual cientistas sociais 
passam a ensinar e pesquisar temas relativos ao 
campo da saúde. 
- Nesta década iniciou-se o importante movimento 
de aproximação das ciências sociais com o campo 
da saúde; 
 
• PROBLEMAS: 
 
- Baixo status profissional dos cientistas sociais na 
área da saúde; 
- Localização pouco clara dos profissionais de 
ciências sociais no campo da saúde; 
- Pequena importância atribuída pelos estudantes 
às ciências sociais; 
- Reduzido número de profissionais e a colonização 
das ciências sociais pela cultura biomédica no 
campo da saúde; 
 
• O CONTEXTO DA EDCUCAÇÃO MÉDICA NO 
INÍCIO DO SÉCULO XX: 
 
- No início do século XX, ocorreu a introdução das 
ciências biológicas básicas no currículo médico. 
Nas décadas de 1940 e 1950, respectivamente, 
foram introduzidas as ciências do comportamento 
psicológico e as ciências do social. 
O Relatório Flexner é considerado o grande 
responsável pela mais importante reforma das 
escolas médicas de todos os tempos nos Estados 
Unidos, com profundas implicações para a 
formação médica e a medicina mundial. 
 
- É importante entender o contexto em que o 
estudo de Flexner foi produzido. À época, a 
situação das escolas médicas nos EUA era 
caótica. Como não havia necessidade de concessão 
estatal para o exercício da medicina, abolida em 
meados do século XIX, havia grande proliferação 
de escolas de Medicina, com abordagens 
terapêuticas as mais diversas. As escolas podiam 
ser abertas indiscriminadamente, sem nenhuma 
padronização, estando vinculadas ou não a 
instituições universitárias, com ou sem 
Equipamentos, com critérios de admissão e tempo 
de duração diferenciados e independentemente de 
fundamentação teórico-científica. 
 
- Flexner considerava a maioria das escolas 
médicas dos EUA e Canadá desnecessária e/ou 
inadequada. Fez planos e mapas pormenorizados, 
onde estabelecia o número, a alocação e a 
distribuição das escolas de Medicina no Canadá e 
nos EUA. 
 
- Em sua opinião, das 155 escolas existentes, 
apenas 31 tinham condições de continuar 
funcionando. 
 
- Nas palavras do próprio Flexner: 
“O estudo da medicina deve ser centrado na 
doença de forma individual e concreta” 
 
- O social, o coletivo, o público e a comunidade não 
contam para o ensino médico e não são 
considerados implicados no processo de saúde-
doença. 
 
- Os hospitais se transformam na principal 
instituição de transmissão do conhecimento 
médico durante todo o século XX. Às faculdades 
resta o ensino de laboratório nas áreas básicas 
(anatomia, fisiologia, patologia) e a parte teórica 
das especialidades. 
 
- Flexner defendia como mais importante para o 
aprendizado da medicina, sob o ponto de vista 
pedagógico, as atividades práticas, tanto no 
laboratório como na clínica, combatendo desde 
seus primeiros trabalhos o ensino por meio de 
conferências e aprendizado pela simples 
memorização. Isso fez com que alguns de seus 
mais ardentes defensores o colocassem como o 
precursor das metodologias ativas de ensino-
aprendizagem, tão em voga hoje. 
 
Graziela Benevides – Medicina – Ciências Sociais 
 
- Mesmo que consideremos muito importantes 
suas contribuições para a educação médica, a 
ênfase no modelo biomédico, centrado na 
doença e no hospital, conduziu os programas 
educacionais médicos a uma visão reducionista. 
 
- Ao adotar o modelo de saúde-doença unicausal, 
biologicista, a proposta de Flexner reserva 
pequeno espaço, se algum, para as dimensões 
social, psicológica e econômica da saúde e para a 
inclusão do amplo espectro da saúde. 
 
- As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) do 
Curso de Graduação em Medicina “definem os 
princípios, fundamentos, condições e 
procedimentos da formação de médicos” e o perfil 
do médico egresso como um profissional: com 
formação generalista, humanista, crítica e eflexiva, 
capacitado a atuar, pautado em princípios éticos, 
no processo de saúde-doença em seus diferentes 
níveis de atenção, com ações de promoção, 
prevenção, recuperação e reabilitação à saúde, na 
perspectiva da assistência, com senso de 
responsabilidade social e compromisso com a 
cidadania, como promotor da saúde integral do ser 
humano. 
 
- A distribuição do cuidado da saúde também 
sofreu modificações importantes. O acesso à saúde 
das pessoas e comunidades é considerado hoje um 
direito social. 
 
- Isto, ao lado do maior acesso às informações em 
saúde e da conscientização das pessoas, mudou as 
expectativas e exigências da população quanto às 
condições de oferta dos serviços e trouxe 
modificações importantes nas relações entre o 
médico e seu(s) paciente(s). 
 
- A mudança do perfil epidemiológico da 
população, com o grande predomínio das doenças 
crônico-degenerativas, também exigiu um 
reordenamento das ações e estratégias na saúde, 
com sérias implicações na formação dos 
profissionais. 
 
- Cada vez mais, o trabalho multiprofissional e os 
conhecimentos interdisciplinares se fazem 
necessários para enfrentar as complexas 
necessidades de saúde das pessoas e 
comunidades. 
 
- Os conhecimentos e práticas da saúde coletiva, o 
entendimento e a participação na construção das 
políticas públicas e na organização dos serviços de 
saúde tornam-se competências necessárias e 
imprescindíveis ao desempenho dos profissionais 
da saúde. 
 
- Considerar as multidimensões das pessoas que 
necessitam de cuidados de saúde e desenvolver 
suas ações abordando toda a amplitude do 
processo da saúde e da doença e seus 
determinantes. 
 
- Ainda segundo Bloom, a emergência das ciências 
sociais no campo da saúde ocorreu pelo: 
 
a) desenvolvimento geral da ciência e necessidade 
de compreensão mais integral dos eventos da 
saúde; 
 
b) desenvolvimento de mais controle sobre os 
aspectos biológicos da doença; 
 
c) a crescente maturidade das ciências sociais; 
 
d) e a Segunda Guerra Mundial que disparou 
interesse intensificado da medicina na ciência 
social; 
 
- Em relação à influência da guerra para a 
introdução das ciências sociais no campo da saúde 
nos Estados Unidos, Bloom afirma que foi um 
processo em cadeia: 
 
a) a medicina tornou-se mais interessada em 
psiquiatria; 
 
b) a psiquiatria desenvolveu crescente colaboração 
com as ciências sociais; 
 
c) as ciências sociais desenvolveram métodos de 
investigação e novos conhecimentos que 
permitiram uma convergência de seu trabalho com 
a psiquiatria e as profissões de saúde como um 
todo. 
 
- Sabe-se, também, que na mesma década de 1950 
teve início o debate sobre o ensino da medicina 
preventiva e social e nela a participação das 
ciências sociais, ampliando-se o campo da pesquisa 
destas aplicadas à saúde, principalmente com 
investigações sobre o estudante de medicina em 
relação ao seu papel social e processo de 
profissionalização. 
 
 
Graziela Benevides – Medicina – Ciências Sociais 
 
 
• RESOLUÇÃO Nº 569 DE 8 DE DEZEMBRO 
DE 2017: 
 
 I - Defesa da vida e defesa do SUS como preceitos 
orientadores do perfil dos egressos da área da 
saúde O Conselho Nacional de Saúde reafirma seu 
compromisso com o disposto na Constituição 
Federal de 1988, que instituiu um Estado 
Democrático destinado a assegurar o exercício dos 
direitos sociais e individuais, a liberdade, a 
segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a 
igualdade e a justiça como valores supremos de 
uma sociedade fraterna, pluralista e sem 
preconceitos. 
 
 
➔ A EMERGÊNCIA DO MUNDO 
MODERNO: PRODUÇÃO DE 
CONHECIMENTO, REPRODUÇÃO 
SOCIAL E ORGANIZAÇÃO POLÍTICA 
DO ESTADO MODERNO. 
 
• EPISTEMOLOGIA: 
 
- Ciênciada ciência; 
- Significa: discurso (logos) sobre a ciência 
(episteme); 
- Filosofia da ciência; 
- Estudo crítico dos princípios, das hipóteses e dos 
resultados das diversas ciências, ou seja, estudo do 
conhecimento; 
- Cabe aos epistemólogos questionar e 
problematizar o conhecimento do senso-comum, 
científico e filosófico; 
- A sociologia nasce e se desenvolve no mundo 
moderno e reflete suas principais épocas e 
transformações. 
- Meados do século XIX: forças sociais, 
configurações da vida, impasses da sociedade civil, 
urbano industrial, burguesa ou capitalista; 
 
 
 
- O mundo moderno depende da Sociologia para 
explicá-lo. 
 
 
 
- Pensamento Filosófico do século XVIII, XIX e XX: 
 
 
- Multiplicidade das correntes de pensamento e 
suas divergências: condições epistemiológicas ao 
desenvolvimento das Ciências Sociais em geral e 
Sociologia em particular; 
- Elementos da Reflexão Sociológica: dado e 
significado, quantidade e qualidade, parte e todo, 
aparência e essência, singular e universal, causa e 
sentido, negatividade e contradição, sincrônico e 
diacrônico (ao mesmo tempo/através do tempo); 
- A Filosofia dialoga constantemente com a 
sociologia: grupo social, cotidiano, situações micro, 
sociedade como todo, movimentos gerais e 
particulares (diversidade, disparidade, 
contradições). 
- Comunidade e sociedade: tema mais recorrente 
no pensamento sociólogo; Processos 
socioeconômicos que configuram as sociedades 
modernas; 
- Bauman e organização política do Estado 
moderno: “vivemos tempos líquidos. Nada é feito 
para durar.” “Culto ao “eu” e prazeres imediatos”. 
 
“A história humana não se desenrola apenas nos 
campos de batalha e nos gabinetes presidenciais. 
Ela se desenrola também nos quintais, entre 
plantas e galinhas; nas ruas de subúrbio, nas casas 
de jogo, nos prostíbulos, nos colégios, nas ruínas, 
nos namoros de esquina. Disso quis eu fazer a 
minha poesia, dessa vida obscura e injustiçada, 
Graziela Benevides – Medicina – Ciências Sociais 
 
porque o canto não pode ser uma traição à vida, e 
só é justo cantar se o nosso canto arrasta consigo 
as pessoas e as coisas que não têm voz.” 
Ferreira Gullar 
➔ FUNDAMENTOS TEÓRICO-
POLÍTICOS DOS DIREITOS 
HUMANOS E SUA RELAÇÃO COM A 
PRÁTICA MÉDICA 
 
• DIREITOS HUMANOS: 
 
- Na sua origem, a palavra direito significa aquilo 
que é reto, correto ou justo; 
 
- Direitos não são apenas demandas por justiça. 
São também o reconhecimento de que algo nos é 
devido; 
 
- Direito não são favores, súplicas ou gentilezas. Se 
existe um direito há um débito e uma obrigação 
correlata; 
 
- A cada direito corresponde um dever; 
 
- Ter um direito é ser beneficiário de um dever 
correlativo por parte de outras pessoas ou do 
próprio estado; 
 
- Dizer que existe um dever correspondente a um 
direito não significa que os direitos possuam, 
necessariamente, eficácia, isto é, que eles sempre 
consigam produzir efeitos concretos na realidade; 
 
- Para que os direitos não sejam apenas fases 
escritas em um pedaço de papel, mas se 
convertam em obrigações plenamente realizadas, 
faz-se necessária a existência de instrumentos 
jurídicos; 
 
- Direitos guardam relação com a forma como 
pensamos o que é o ser humano e como deve ser 
sua relação com os outros seres humanos; 
 
- Seres humanos são detentores de determinados 
direitos em razão de sua dignidade; 
 
- Podemos avaliar as coisas pelo preço ou pela 
dignidade; 
 
- Os seres humanos devem ser sempre tratados 
com respeito; 
 
- Cada vez que usamos alguém como coisa, ou seja, 
como instrumento para a obtenção de algo, 
estamos a violar a sua dignidade e, 
consequentemente, a desrespeitar seus direitos; 
 
- Direitos guardam relação com nossas 
necessidades básicas: 
 
 
 
• CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS 
SEGUNDO VASAK: 
 
a) PRIMEIRA GERAÇÃO: 
- Direitos de liberdade: civis e políticos; 
- Independência dos Estados Unidos; 
- Revolução Francesa; 
- Característica: liberdade individual, tendo como 
base os direitos políticos e civis; 
 
➢ Direitos Civis ou Individuais: 
- São prerrogativas que protegem a integridade 
humana (proteção a integridade física, psíquica e 
moral) contra o abuso de poder, por exemplo; 
- Exemplos: liberdade de expressão, direito ao 
devido processo legal, presunção de inocência, 
proteção a vida privada, liberdade de locomoção; 
 
➢ Direitos Políticos: 
- Asseguram-se a participação popular na 
administração do Estado; 
- Exemplos: direito ao voto, direito a ser votado, 
direito a ocupar cargos ou funções políticas, direito 
a permanecer nesses cargos; 
 
b) SEGUNDA GERAÇÃO: 
- Direitos de igualdade: econômicos, sociais e 
culturais; 
- Surgem após a Primeira Guerra Mundial; 
- Característica: concepção de estado de bem-estar 
social; 
- Cabe ao Estado um conjunto de obrigações que 
se materializam em: normas constitucionais, 
execução de políticas públicas e programas sociais; 
 
Graziela Benevides – Medicina – Ciências Sociais 
 
➢ Direitos Sociais: 
 
Artigo 6: São direitos sociais a educação, a saúde, a 
alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o 
lazer, a segurança, a previdência social, a proteção 
à maternidade e à infância, a assistência aos 
desamparados, na forma desta Constituição; 
 
 
➢ Direitos Econômicos: 
- Princípios de livre concorrência; 
- Função social da propriedade; 
- A propriedade privada; 
- A defesa do consumidor; 
- Redução das desigualdades regionais e sociais; 
 
c) TERCEIRA GERAÇÃO: 
 
- Direitos de coletividade: meio ambiente 
equilibrado e paz; 
- A partir dos anos 1960; 
- Característica: ideal de fraternidade ou 
solidariedade; 
 
➢ Direitos Coletivos: 
- Possuem um número determinável de titulares 
que por sua vez compartilham determinada 
condição; 
- São exemplos a proteção de grupos sociais 
vulneráveis e a preservação do meio ambiente; 
- Exemplos: 
Direito ao desenvolvimento; 
Direito a paz; 
Direito de comunicação; 
Direito de autodeterminação dos povos; 
Direito à defesa de ameaça de purificação racial e 
genocídio; 
Direito à proteção contra as manifestações de 
discriminação racial; 
Direito à proteção em tempos de guerra; 
 
• O MÉDICO E OS DIREITOS HUMANOS: 
 
- Reconhecer a saúde como direito e atuar de 
forma a garantir a integralidade da assistência 
entendida como conjunto articulado e contínuo de 
ações e serviços preventivos e curativos, 
individuais e coletivos, exigidos para cada caso em 
todos os níveis de complexidade do sistema; 
 
- Promover, defender e aplicar os direitos humanos 
na vida cotidiana; 
 
• CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA: 
 
- Artigo 23: Tratar o ser humano sem civilidade ou 
consideração, desrespeitar sua dignidade ou 
discriminá-lo de qualquer forma ou sob qualquer 
pretexto; 
Parágrafo único: o médico deve ter para com seus 
colegas respeito, consideração e solidariedade; 
 
- Artigo 27: Desrespeitar a integridade física e 
mental do paciente ou utilizar-se de meio que 
possa alterar sua personalidade ou sua consciência 
em investigação policial ou de qualquer outra 
natureza; 
 
• O PODER E A RESPONSABILIDADE DO 
MÉDICO: 
 
- O status social que os médicos detêm e o 
entendimento socialmente partilhado de que 
atuam em prol do bem-estar humano abrem 
portas para a sua atuação em cenários de violação 
de direitos humanos; 
 
- Assim, os médicos têm acesso facilitado a prisões, 
a cenas de crime e outros contextos em que se 
verificam situações violadoras de direitos 
humanos; 
 
- Em virtude de sua autoridade moral em defender 
a vida e de sua posição privilegiada socialmente, os 
médicos têm a obrigação de não serem coniventes 
com políticas, programas e ações, mormente de 
saúde, violadoras dos direitos humanos, 
conseguintemente devem aprontar, se necessário, 
os agentes estatais envolvidos nos casos de 
violação de tais direitos; 
 
 
 
- A dignidade é o princípio dos direitos humanos. 
 
Segundo Mann, a compreensão da dignidade deve 
dar-se pelo entendimento da sua violação, que 
consiste em: 
- Não ser visto; 
- Ter seu espaço pessoalinvadido; 
Graziela Benevides – Medicina – Ciências Sociais 
 
- Ser submetido à humilhação; 
 
Exemplos de possíveis de violar a dignidade 
humana na prática médica seriam: 
- A recusa do médico ao contato físico com seu 
paciente sem motivações de saúde; 
- A recusa do médico ao estabelecimento de 
vínculo afetivo com o paciente; 
- A desqualificação do médico à queixa do 
paciente, por não ser identificada. 
 
Exemplos de ações relativas aos direitos humanos 
no campo da saúde: 
- Movimento das mulheres (posteriormente 
feminista); 
- Contestação manicômios; 
- Ativismo e luta contra a epidemia da AIDS; 
 
 
➔ IMIGRAÇÃO, MULTICULTURALISMO 
E DIVERSIDADE CULTURAL: 
 
- O Brasil é reconhecido como um país seguro para 
refugiados; 
- Abriga a maior população de refugiados da 
América do Sul vinda de 80 países e abriga 
solicitações de reconhecimento em trânsito; 
- O conceito de refugiado foi regulado pela ONU 
por meio da Convenção das Nações Unidas sobre o 
Estatuto dos Refugiados, realizada em 1951 e 
adotada em 1954: para ser considerado refugiado, 
a pessoa precisa declarar que se sente perseguida 
pelo Estado de sua nacionalidade por razões de 
raça, religião, nacionalidade, grupo social ou 
opiniões políticas; que se ausentou do seu país em 
virtude desses termos ou que não consegue a 
proteção do poder público pelas mesmas razões; 
 
• REFUGIADOS: 
 
- Concentram-se em grandes centros urbanos; 
- Mulheres constituem 34% dessa população; 
- A maioria vem da Síria, República Democrática do 
Congo, Colômbia, Palestina, Paquistão, Mali, 
Iraque, Angola, República da Guiné, Afeganistão, 
Camarões e outros; 
- Refugiados no Brasil enfrentam obstáculos à sua 
integração: 
 
Diferenças culturais, étnicas e econômicas; 
Dificuldades com o idioma; 
Perda de relações familiares e sociais; 
Restrições ao reconhecimento da formação 
acadêmica, violência relacionada às circunstâncias 
que forçaram o deslocamento; 
 
- Adicionalmente, sofrem por problemas sociais 
que afetam os brasileiros: dificuldades em 
conseguir emprego, acesso à educação superior, 
acesso à moradia e a saúde; 
 
• SUS: 
 
- O SUS atende a imigrantes, refugiados e 
solicitantes de refúgio; 
- O planejamento das ações deveria levar em conta 
a influência da cultura na expressão dos sintomas, 
na experiência da doença, na evolução e 
progressão dos quadros clínicos; 
- Aplicar os mesmos protocolos diagnósticos e 
tratamentos para uma população culturalmente 
diferente implica não reconhecer a validade 
cultural das ações em saúde; 
- A diagnose requer alto nível de compreensão 
cultural; 
 
➢ NA PRÁTICA: 
 
- O profissional vai se comunicar dentro do modelo 
saúde/doença aprendido por ele; 
- O refugiado nem sempre compartilha esse 
modelo; 
- Quanto maior a diferença cultural entre o 
profissional e o usuário do serviço, maiores as 
chances de erros de comunicação, o que dificulta 
mais ainda a avaliação diagnóstica; 
- Frente à diversidade cultural dos refugiados, na 
prática os profissionais se queixam de 
desinformação e despreparo para o atendimento; 
- Uma abordagem humilde e reflexiva implica uma 
atitude de respeito à diversidade, à individualidade 
da experiência cultural e seus significados, 
incluindo múltiplos pontos de vista no desenho do 
projeto terapêutico; 
- Na prática, significa, por exemplo, adotar uma 
combinação coordenada de tratamentos 
oferecidos pela “medicina oficial” às ações de 
curandeiros populares; 
 
• CONARE: 
 
- Comitê Nacional para Refugiados; 
- Órgão colegiado, vinculado ao Ministério da 
Justiça e Segurança Pública, que delibera sobre as 
solicitações de reconhecimento da condição de 
refugiado no Brasil; 
Graziela Benevides – Medicina – Ciências Sociais 
 
- Suas competências e composição estão definidos 
no artigo 12 da Lei nº 9.474, de 22 de julho de 
1997; 
- O CONARE é constituído por representantes 
governamentais e não-governamentais. Pelo 
governo, fazem parte do CONARE o Ministério da 
Justiça e Segurança Pública (MJ-presidência), o 
Ministério das Relações Exteriores (MRE), o 
Ministério da Saúde (MS), o Ministério da 
Educação (MEC), o Ministério da Economia (ME), e 
a Polícia Federal (PF); 
 
- Os atuais representantes da sociedade civil 
(titular e suplente, respectivamente são das Cáritas 
Arquidiocesanas do Rio de Janeiro e de São Paulo); 
- Diferentemente dos demais membros, o Alto 
Comissariado das Nações Unidas para Refugiados 
(ACNUR) possui voz, mas não voto; 
 
➢ Funcionamento: 
 
- O CONARE realiza reuniões periódicas – não 
excedendo 60 dias desde a data da última, cujo 
quórum mínimo é de quatro membros votantes; 
 
- Cada caso é instruído com um parecer elaborado 
por servidor público no Ministério da Justiça e 
Segurança Pública, o qual é elaborado com base 
em entrevista realizada com o solicitante de 
reconhecimento da condição de refugiado, 
pesquisa de país de origem e demais elementos 
apresentados para a comprovação de fundado 
temor de perseguição no país de origem; 
 
- É importante ressaltar que a decisão sobre as 
solicitações compete ao CONARE, que pode acatar 
ou não o parecer opinativo elaborado pelo servidor 
e pela coordenação-geral do CONARE; 
 
• NOVA LEI DE IMIGRAÇÃO Nº 13445/2017: 
 
- Art. 1º - Esta Lei dispõe sobre os direitos e os 
deveres do migrante e do visitante, regula a sua 
entrada e estada no País e estabelece princípios e 
diretrizes para as políticas públicas para o 
emigrante. 
§ 1o Para os fins desta Lei, considera-se: 
 
I - (VETADO); 
II - Imigrante: pessoa nacional de outro país ou 
apátrida que trabalha ou reside e se estabelece 
temporária ou definitivamente no Brasil; 
III - Emigrante: brasileiro que se estabelece 
temporária ou definitivamente no exterior; 
IV - Residente fronteiriço: pessoa nacional de país 
limítrofe ou apátrida que conserva a sua 
residência habitual em município fronteiriço de 
país vizinho; 
V - Visitante: pessoa nacional de outro país ou 
apátrida que vem ao Brasil para estadas de curta 
duração, sem pretensão de se estabelecer 
temporária ou definitivamente no território 
nacional; 
VI - Apátrida: pessoa que não seja considerada 
como nacional por nenhum Estado, segundo a sua 
legislação, nos termos da Convenção sobre o 
Estatuto dos Apátridas, de 1954, promulgada 
pelo Decreto no 4.246, de 22 de maio de 2002, ou 
assim reconhecida pelo Estado brasileiro. 
 
➢ Características da Lei: 
 
- Paradigma central: proteção de direitos humanos 
na temática das migrações, como decorrência da 
proteção constitucional da dignidade humana; 
 
- Ao migrante é garantida, assim como aos 
nacionais, a inviolabilidade do direito à vida, à 
liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, assegurando-lhe também os direitos 
e liberdades civis, sociais, culturais e econômicos; 
 
- Regularização migratória passa a ser regra; 
 
- Previsão da autorização de residência (requerida 
em território nacional sem ter que sair para se 
regularizar); 
 
- Integrantes de grupos vulneráveis e indivíduos em 
condição de hipossuficiência econômica são 
isentos do pagamento de taxas e emolumentos 
consulares para concessão de vistos ou para a 
obtenção de documentos para regularização 
migratória; 
 
- Assegura-se o acesso igualitário e livre dos 
migrantes a serviços, programas e benefícios 
sociais, bens públicos, educação, assistência 
jurídica integral pública, trabalho, moradia, serviço 
bancário e seguridade social; 
 
- A ONU afirma que os refugiados são uma 
responsabilidade de todos nós; 
 
 
 
 
 
Graziela Benevides – Medicina – Ciências Sociais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
➔ RAÇA E ETNIA: 
 
 
- Raça: característica fenotípica (exemplo: cor da 
pele); 
- Etnia: compreende fatores culturais (exemplo: 
nacionalidade, afiliação tribal, religião, língua, 
tradições; 
- As diferenças mais aparentes (cor da pele, textura 
dos cabelos, formato do nariz) são determinadas 
por um grupo insignificante de genes; 
- As diferenças entre um negro africano e um 
branco nórdico compreendem apenas 0,005% do 
genoma humano;- Há um amplo consenso entre antropólogos e 
geneticistas humanos que, do ponto de vista 
biológico, raças humanas não existem; 
 
 
 
 
- O IBGE pesquisa a cor ou raça da população 
brasileira com base na autodeclaração. Ou seja, as 
pessoas são perguntadas sobre sua cor de acordo 
com as seguintes opções: preta, parda, indígena ou 
amarela; 
 
• HISTÓRIAS SOBRE ETNIA E RAÇA: 
 
1) JOSEPH ARTHUR DE GOBINEAU (1812-1882): 
 
- Diplomata, escritor e filósofo francês; 
- Um dos mais importantes teóricos do racismo no 
século XIX; 
- Para Gobineau, os casamentos originários dos 
cruzamentos de espécies diferentes seriam sempre 
degenerados ou mais francos e ainda traziam 
consigo somente os defeitos e não as qualidades 
aos seus descendentes; 
- Segundo ele, a noção de “perfectibilidade” era 
somente uma, a da raça ariana, aos cruzamentos 
somente a degeneração e que os mestiços eram 
uma “sub-raça decadente e degenerada”; 
- De tal maneira que sua teoria racista foi 
“justificadora da dominação feudal, se 
transformaria numa ideologia justificadora da 
dominação dos países capitalistas centrais sobre os 
países da África, Ásia e da América Latina e da 
dominação de uma elite proprietária sobre o 
conjunto da população trabalhadora.” 
 
2) ANTENOR FIRMIM: 
 
- Igualdade das raças humanas: antropologia 
positiva, 1855; 
- Quando a pele era mencionada por um dos 
primeiros viajantes, missionários ou embaixadores 
do Ocidente (e muitas vezes não era, porque a cor 
da pele como um marcador racial não estava 
totalmente definida até o século 19) os asiáticos 
orientais eram quase sempre chamados de 
brancos, particularmente durante o período do 
primeiro contato moderno no século XVI; 
- O termo amarelo ocasionalmente começou a 
aparecer no final do século 18 e, então, realmente 
conquistou a imaginação ocidental no século 19; 
 
3) VANCHER DE LAPOUGE: 
 
- Antropólogo que acreditava que a raça era fator 
determinante na história; 
- Criador do termo ETNIA; 
- Surgiu no início do século XIX para designar as 
características culturais próprias de um grupo, 
como a língua e os costumes; 
- Para ele, a raça era entendida como as 
características hereditárias comuns a um grupo de 
indivíduos; 
Graziela Benevides – Medicina – Ciências Sociais 
 
 
• ETNIA X GRUPO ÉTNICO: 
 
- Alguns sociólogos diferenciam etnia e grupo 
étnico; 
- Um grupo precisa de uma interação entre todos 
os seus membros enquanto a etnia abrange um 
número grande demais de pessoas para que haja 
relação direta entre todas elas; 
- Exemplo: Os membros de uma vizinhança judaica 
de uma determinada cidade do Ocidente, onde 
todos os indivíduos frequentam a mesma sinagoga, 
constituem um grupo étnico, ao passo que os 
judeus como um todo compõem uma etnia; 
 
- A origem mais forte e sociologicamente descrita 
do mito da democracia racial no Brasil advém dos 
escritos do sociólogo brasileiro Gilberto Freyra; 
 
- Na contramão das teorias do chamado racismo 
científico do início do século XX, que defendiam 
a pureza racial e o “branqueamento” do povo 
brasileiro como ponto de partida para chegar-se a 
um estágio de maior evolução social miscigenação 
que gerava um povo mais forte e capaz de maior 
desenvolvimento. 
 
- A miscigenação geraria um povo mais forte e 
capaz de maior desenvolvimento. 
 
- A Redenção de Cam é uma pintura a óleo sobre 
tela realizada pelo artista espanhol Modesto 
Brocos em 1895. A obra aborda as teorias raciais 
controversas do fim do século XIX e o fenômeno da 
busca pelo "embranquecimento" gradual das 
gerações de uma mesma família por meio da 
miscigenação. A obra foi pintada enquanto Brocos 
lecionava na Escola Nacional de Belas Artes do Rio 
de Janeiro; 
 
 
 
 
 
 
 
 
• RAÇAS BIOLÓGICAS E RAÇAS HUMANAS: 
 
- O estudo de ancestralidade genética de 
populações humanas (envolvendo DNA) mostra 
que os caracteres aparentes (fenotípicos) não são 
adequados para dividir a população em tipos 
raciais; 
 
- É incorreto relacionar grupos culturais (étnicos) a 
raças humanas, uma vez que estas são inexistentes 
para a Biologia; 
 
- De modo análogo, é inadequado o uso do termo 
etnia como sinônimo ou eufemismo para “raça 
humana”; 
 
- Historicamente, o conceito científico de raça foi 
utilizado como justificava ideológica e política para 
dominação de certos grupos humanos sobre 
outros, incluindo episódios racistas e eugênicos; 
 
• RAÇA, ETNIA, COR E SAÚDE: 
 
- Estudos comparativos sobre diabetes tipo 2 
segundo raça, constatam que os homens negros 
apresentam 9% a mais de probabilidade de 
desenvolver diabetes que os homens brancos; 
 
- Anemia Falciforme; 
 
Graziela Benevides – Medicina – Ciências Sociais 
 
- Estudos realizados nos Estados Unidos apontam 
que a prevalência de miomas entre as mulheres 
negras é 5x maior que nas brancas; 
 
- Nos negros, a prevalência e a gravidade da 
hipertensão são maiores, o que pode estar 
relacionado a fatores étnicos ou socioeconômicos; 
 
- Os afrodescendentes em geral respondem menos 
a monoterapia com betabloqueadores, inibidores 
da enzima conversora da angiotensina (IECAs) e 
bloqueadores da angiotensina (BRA) do que aos 
diuréticos e antagonistas dos canais de cálcio (ACC) 
di-hidropiridínicos; 
 
- Quando a genética e a doença genética estão 
entrelaçadas com raça e estereótipos a ela 
associados, as minorias étnicas e raciais são os 
alvos preferenciais de práticas estigmatizantes, 
coercitivas e discriminatórias; 
 
 
 
 
 
➔ GÊNERO: 
 
- Além de classe social, etnias e religião é preciso 
discutir igualdade de gênero; 
- Nas sociedades onde a definição do gênero 
feminino tradicionalmente é referida à esfera 
familiar e à maternidade, a referência fundamental 
da construção social do gênero masculino é sua 
atividade na esfera pública, concentrador dos 
valores materiais, o que faz dele o provedor e 
protetor da família. 
 
- Enquanto nestas mesmas sociedades, 
atualmente, as mulheres estão maciçamente 
presentes na força de trabalho e no mundo 
público, a distribuição social da violência reflete a 
tradicional divisão dos espaços: o homem é vítima 
da violência na esfera pública, e a violência contra 
a mulher é perpetuada no âmbito doméstico, onde 
o agressor é, mais frequentemente, o próprio 
parceiro; 
 
- Movimentos pela igualdade de gênero no mundo; 
 
- Padrões de discriminação, desigualdade e 
violência que persistem tampouco podem ser 
atribuídos exclusivamente ao mau desempenho 
das leis ou das políticas públicas adotadas nos 
últimos 15 anos, já que, na maioria das vezes, 
decorrem de padrões culturais e práticas sociais, 
cujas raízes devem ser investigadas nos ciclos 
históricos de longo curso. 
 
- Os ganhos legislativos e de políticas públicas 
registradas no Brasil nos últimos 25 anos podem e 
devem ser atribuídos a capacidade de mobilização 
das próprias mulheres e, especialmente, ao 
movimento feminista. 
 
• REFORMAS JURÍDICAS E POLÍTICAS DE 
PROMOÇÃO DA IGUALDADE DE GÊNERO 
NO BRASIL: 
 
- Durante a maior parte do século XX, o Brasil 
conviveu com os principais discriminatórios do 
código civil de 1916; 
- O texto da lei privilegiava o lado paterno em 
detrimento do materno, permitia a anulação do 
casamento adiante da não-virgindade da mulher 
(mas não do homem), afastava da herança a filha 
de comportamento “desonesto” e não reconhecia 
os filhos nascidos fora do casamento, que eram 
considerados “ilegítimos”, identificava o status civil 
da mulher casada ao dos menores, silvícolas e 
alienados – ou seja, ao casar, a mulher perdia sua 
capacidade civil plena, não podendo praticar uma 
série de atos sem o consentimento do marido. 
 
- Em 1962, o código foi revogado pelo “estatuto da 
mulher casada” (Lei 4.121/1962), que avançou no 
tratamento paritário entre os cônjuges, mas não 
eliminou todos os privilégios do “pátrio poder” 
(poder dos pais/homens), permanecendo diversos 
tipos de assimetria de gênero, como no caso das 
mulheres que eram consideradas “concubinas”. 
 
- A chamada “Lei do concubinato” (Lei no 8.971) só 
entrouem vigor em 29/12/1994. 
 
- As conquistas femininas ficaram mais ou menos 
congeladas nos primeiros dez anos do regime 
autoritário. 
 
- Porém, a partir de 1975 (Ano Internacional da 
Mulher), operou-se um resgate das conquistas e do 
avanço formal da cidadania, que foram marcantes 
para a história das mulheres brasileiras. 
 
- O direito ao divórcio, por exemplo, só passou a 
vigorar no Brasil com a Lei n. 6.515 de 1977. 
 
Graziela Benevides – Medicina – Ciências Sociais 
 
• CONSTITUIÇÃO: 
 
- A Constituição Federal de 1988 simboliza um 
marco fundamental na instituição da cidadania e 
dos direitos humanos das mulheres no Brasil. 
 
- O texto constitucional inaugura os princípios 
democráticos e rompe com o regime autoritário 
militar instalado em 1964. Pela primeira vez na 
história constitucional brasileira, consagra-se a 
igualdade entre homens e mulheres como um 
direito fundamental. 
 
- O princípio da igualdade entre os gêneros é 
endossado no âmbito da família, quando o texto 
estabelece que os direitos e deveres referentes à 
sociedade conjugal são exercidos igualmente pelos 
homens e pelas mulheres. 
 
- Na educação superior, as dificuldades de acesso 
eram mais graves, pois as mulheres foram 
excluídas dos primeiros cursos de Medicina (1808), 
Engenharia (1810) e Direito surgidos no país e 
apenas em 1881 o império facultou à mulher a 
matrícula em curso superior. 
 
 -Contudo, ainda era difícil vencer as barreiras 
anteriores, pois os estudos secundários eram caros 
e essencialmente masculinos e os cursos normais 
não habilitavam as mulheres para as faculdades. 
 
- Destaca-se uma grande vitória feminina na 
educação brasileira: em 1887, Rita Lobato Velho 
Lopes tornou-se a primeira mulher a obter o título 
de médica no Brasil. 
 
- O aborto é um fenômeno frequente e persistente 
entre as mulheres de todas as classes sociais, 
grupos raciais, níveis educacionais e religiões: em 
2016, quase 1 em cada 5 mulheres, aos 40 anos já 
realizou, pelo menos, um aborto. 
Em 2015, foram, aproximadamente, 416 mil 
mulheres. Há, no entanto, heterogeneidade dentro 
dos grupos sociais, com maior frequência do 
aborto entre mulheres de menor escolaridade, 
pretas, pardas e indígenas, vivendo nas regiões 
Norte, Nordeste e Centro-Oeste. 
 
 
➔ INCLUSÃO DE PESSOAS COM 
DEFICIÊNCIA: 
 
• REDE DE CUIDADOS À PESSOA COM 
DEFICIÊNCIA: 
 
- Proteger a saúde da pessoa com deficiência; 
- Reabilitar a pessoa com deficiência na sua 
capacidade funcional e desempenho humano, 
contribuindo para a sua inclusão em todas as 
esferas da vida social; 
- Prevenir agravos que determinem o 
aparecimento de deficiências; 
- OBJETIVO: Propiciar atenção integral à saúde da 
pessoa com deficiência, desde a atenção básica até 
a sua reabilitação, incluindo a concessão de 
órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção, 
quando se fizerem necessários; 
- Diretrizes: 
a) Promoção da qualidade de vida; 
b) Prevenção de deficiências; 
c) Atenção integral à saúde; a melhoria dos 
mecanismos de informação; 
d) Capacitação de recursos humanos; 
e) Organização e funcionamento dos serviços; 
 
 
• PESSOA PORTADORA DE DEFICIÊNCIA: 
 
- A que possui limitação ou incapacidade para o 
desempenho de atividade e se enquadra nas 
seguintes categorias: 
 
- Deficiência Física: alteração completa ou parcial 
de um ou mais segmentos do corpo humano, 
acarretando o comprometimento da função física, 
apresentando-se sob a forma de paraplegia, 
paraparesia, monoplegia, monoparesia, 
tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, 
hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou 
ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo, 
membros com deformidade congênita ou 
adquirida, exceto as deformidades estéticas e as 
que não produzam dificuldades para o 
desempenho de funções; 
 
- A deficiência física compreende as condições de 
dificuldade na marcha, na sustentação e no 
equilíbrio do corpo, da cabeça e na movimentação 
dos membros superiores, em graus diferentes de 
comprometimento; 
 
- Plegia: paralisia do membro; 
- Paresia: perda de força e sensibilidade do 
membro; 
- Mono: somente um membro; 
Graziela Benevides – Medicina – Ciências Sociais 
 
- Para: membros superiores ou membros 
inferiores; 
- Tri: três membros; 
- Tetra: os 4 membros; 
- Hemi: um lado do corpo (direito ou esquerdo); 
 
• DIFERENÇA NO ATENDIMENTO ENTRE 
SURDOS E PESSOA COM DEFICIÊNCIA 
AUDITIVA: 
 
- A pessoa com deficiência auditiva pode ser 
atendida normalmente, desde que haja um 
direcionamento do olhar para ela, com falas calmas 
e articuladas, sem exagero; 
 
- Na falta do entendimento, utilizar gestos de apoio 
como apontar para objetos ou mostrar os objetos. 
Ela é uma pessoa que compreende pela pouca 
audição ou pela leitura labial e não é usuária de 
libras; 
 
- Com relação ao atendimento aos surdos, o 
direcionamento do olhar também é importante; 
 
- Os surdos são reconhecidos pela sua forma de 
expressão, que é totalmente em língua de sinais. 
Seria interessante os espaços disporem de pessoas 
que saibam libras; 
 
 
 
• DEFICIÊNCIA VISUAL: 
 
- Cegueira: acuidade visual é igual ou menor que 
0,05 no melhor olho, com a melhor correção 
óptica; 
- Baixa visão: acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no 
melhor olho, com a melhor correção óptica; os 
casos nos quais a somatória da medida do campo 
visual em ambos os olhos for igual ou menor que 
60º; 
 
• DEFICIÊNCIA MENTAL: 
 
- O termo deficiência mental foi utilizado a partir 
do século XIX. Sendo conceito construído e 
empregado pelo “modelo médico” para classificar, 
denominar e conceituar aqueles que possuíam um 
problema no seu desenvolvimento mental, na área 
cognitiva, que influenciava na sua autonomia e 
independência e na sua adaptação ao meio social; 
 
- Funcionamento intelectual significativamente 
inferior à média, com manifestação antes dos 18 
anos e limitações associadas a duas ou mais áreas 
de habilidades adaptativas, tais como: 
1- Comunicação; 
2- Cuidado pessoal; 
3- Habilidades sociais; 
4- Utilização dos recursos da comunidade; 
5- Saúde e segurança; 
6- Habilidades acadêmicas; 
7- Lazer; 
8- Trabalho; 
 
• DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA: 
 
- Associação de duas ou mais deficiências; 
 
 
 
 
• DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: 
 
- O termo deficiência intelectual surgiu nos 
primeiros anos do século XXI. Este “novo” termo, 
aos poucos, foi (e vem) sendo empregado no 
âmago das reflexões e discussões políticas dos 
movimentos sociais referentes à pessoa com 
deficiência, em documentos legais de âmbito 
internacional e nacional e no meio acadêmico-
científico; 
 
- Deficiência intelectual veio substituir e ampliar a 
conotação e representação de termos anteriores 
tais como: “débil mental”, “idiota”, “retardado 
mental”, “excepcional”, “incapaz mentalmente” 
e outros erroneamente associados a transtornos 
mentais, como o “maluco” ou o “louco”; 
 
• LEGISLAÇÃO SOBRE A INCLUSÃO DE 
PESSOAS COM DEFICIÊNCIA: 
 
- LEI º 13.146/2015: Estatuto da pessoa com 
deficiência; 
- ARTIGO 2: Considera-se pessoa com deficiência 
aquela que tem impedimento de longo prazo de 
Graziela Benevides – Medicina – Ciências Sociais 
 
natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o 
qual, em interação com uma ou mais barreiras, 
pode obstruir sua participação plena e efetiva na 
sociedade em igualdade de condições com as 
demais pessoas; 
 
- ARTIGO 3: Para fins de aplicação desta Lei, 
consideram-se: 
I – Acessibilidade: possibilidade e condição de 
alcance para utilização, com segurança e 
autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos 
urbanos, edificações, transportes, informação e 
comunicação, inclusive seus sistemas e 
tecnologias, bem como de outros serviços e 
instalações abertos ao público, de uso público ou 
privados de uso coletivo, tanto na zona urbana 
como na rural, por pessoa com deficiência ou 
com mobilidade reduzida; 
 
II – Desenho Universal: concepção de produtos, 
ambientes, programas e serviços a serem usados 
por todas as pessoas, sem necessidade de 
adaptação ou de projetoespecífico, incluindo os 
recursos de tecnologia assistiva; 
 
III – Tecnologia assistiva ou ajuda técnica: 
produtos, equipamentos, dispositivos, recursos, 
metodologias, estratégias, práticas e serviços que 
objetivem promover a funcionalidade, relacionada 
à atividade e à participação da pessoa com 
deficiência ou com mobilidade reduzida, visando à 
sua autonomia, independência, qualidade de vida 
e inclusão social; 
 
IV – Barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude 
ou comportamento que limite ou impeça a 
participação social da pessoa, bem como o gozo, 
a fruição e o exercício de seus direitos à 
acessibilidade, à liberdade de movimento e de 
expressão, à comunicação, ao acesso à 
informação, à compreensão, à circulação com 
segurança, entre outros, classificadas em: 
 
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e 
nos espaços públicos e privados abertos ao 
público ou de uso coletivo; 
 
b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos 
edifícios públicos e privados; 
 
c) barreiras nos transportes: as existentes nos 
sistemas e meios de transportes; 
 
d) barreiras nas comunicações e na informação: 
qualquer entrave, obstáculo, atitude ou 
comportamento que dificulte ou impossibilite a 
expressão ou o recebimento de mensagens e de 
informações por intermédio de sistemas de 
comunicação e de tecnologia da informação; 
 
e) barreiras atitudinais: atitudes ou 
comportamentos que impeçam ou prejudiquem a 
participação social da pessoa com deficiência em 
igualdade de condições e oportunidades com as 
demais pessoas; 
 
f) barreiras tecnológicas: as que dificultam ou 
impedem o acesso da pessoa com deficiência às 
tecnologias; 
 
V – Comunicação: forma de interação dos cidadãos 
que abrange, entre outras opções, as línguas, 
inclusive a Língua Brasileira de Sinais (Libras), a 
visualização de textos, o Braille, o sistema de 
sinalização ou de comunicação tátil, os caracteres 
ampliados, os dispositivos multimídia, assim como 
a linguagem simples, escrita e oral, os sistemas 
auditivos e os meios de voz digitalizados e os 
modos, meios e formatos aumentativos e 
alternativos de comunicação, incluindo as 
tecnologias da informação e das comunicações; 
 
VI – Adaptações Razoáveis: adaptações, 
modificações e ajustes necessários e adequados 
que não acarretem ônus desproporcional e 
indevido, quando requeridos em cada caso, a fim 
de assegurar que a pessoa com deficiência possa 
gozar ou exercer, em igualdade de condições e 
oportunidades com as demais pessoas, todos os 
direitos e liberdades fundamentais; 
 
VII – Elemento de Urbanização: quaisquer 
componentes de obras de urbanização, tais como 
os referentes a pavimentação, saneamento, 
encanamento para esgotos, distribuição de 
energia elétrica e de gás, iluminação pública, 
serviços de comunicação, abastecimento e 
distribuição de água, paisagismo e os que 
materializam as indicações do planejamento 
urbanístico; 
 
- VIII - mobiliário urbano: conjunto de objetos 
existentes nas vias e nos espaços públicos, 
superpostos ou adicionados aos elementos de 
urbanização ou de edificação, de forma que sua 
modificação ou seu traslado não provoque 
alterações substanciais nesses elementos, tais 
como semáforos, postes de sinalização e 
Graziela Benevides – Medicina – Ciências Sociais 
 
similares, terminais e pontos de acesso coletivo 
às telecomunicações, fontes de água, lixeiras, 
toldos, marquises, bancos, quiosques e quaisquer 
outros de natureza análoga; 
 
- IX - pessoa com mobilidade reduzida: aquela que 
tenha, por qualquer motivo, dificuldade de 
movimentação, permanente ou temporária, 
gerando redução efetiva da mobilidade, da 
flexibilidade, da coordenação motora ou da 
percepção, incluindo idoso, gestante, lactante, 
pessoa com criança de colo e obeso; 
 
- X - residências inclusivas: unidades de oferta do 
Serviço de Acolhimento do Sistema Único de 
Assistência Social (Suas) localizadas em áreas 
residenciais da comunidade, com estruturas 
adequadas, que possam contar com apoio 
psicossocial para o atendimento das 
necessidades da pessoa acolhida, destinadas a 
jovens e adultos com deficiência, em situação de 
dependência, que não dispõem de condições de 
autossustentabilidade e com vínculos familiares 
fragilizados ou rompidos; 
 
- XI - moradia para a vida independente da pessoa 
com deficiência: moradia com estruturas 
adequadas capazes de proporcionar serviços de 
apoio coletivos e individualizados que respeitem e 
ampliem o grau de autonomia de jovens e adultos 
com deficiência; 
 
- XII - atendente pessoal: pessoa, membro ou não 
da família, que, com ou sem remuneração, assiste 
ou presta cuidados básicos e essenciais à pessoa 
com deficiência no exercício de suas atividades 
diárias, excluídas as técnicas ou os 
procedimentos identificados com profissões 
legalmente estabelecidas; 
 
- XIII - profissional de apoio escolar: pessoa que 
exerce atividades de alimentação, higiene e 
locomoção do estudante com deficiência e atua 
em todas as atividades escolares nas quais se 
fizer necessária, em todos os níveis e 
modalidades de ensino, em instituições públicas e 
privadas, excluídas as técnicas ou os 
procedimentos identificados com profissões 
legalmente estabelecidas; 
 
- XIV - acompanhante: aquele que acompanha a 
pessoa com deficiência, podendo ou não 
desempenhar as funções de atendente pessoal. 
 
DESENHO UNIVERSAL: concepção de produtos, 
ambientes, programas e serviços a serem usados 
por todas as pessoas, sem necessidade de 
adaptação ou de projeto específico, incluindo os 
recursos de tecnologia assistiva; 
 
- As pessoas apresentam diferenças individuais 
porque nascem diferentes umas das outras e 
adquirem experiências diferentes de vida; 
 
- Estas diferenças se configuram como: 
Culturais, Crenças, Valores, Linguagem, Formas de 
comunicação, Personalidade, Comportamento; 
 
 
➔ SUSTENTABILIDADE, TRABALHO E 
QUALIDADE DE VIDA: 
 
- As primeiras referências a desenvolvimento 
sustentável começaram a surgir em 1972, durante 
a primeira conferência da ONU sobre meio 
ambiente e desenvolvimento, em Estocolmo, na 
Suécia; 
- O termo utilizado então foi 
“ecodesenvolvimento”; 
- Em 1983, a ONU indicou a então primeira-
ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, para 
chefiar a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente 
e Desenvolvimento, que deveria aprofundar 
propostas mundiais na área ambiental; 
- Quatro anos depois, em 1987, a comissão 
apresentou o documento Nosso Futuro Comum, 
mais conhecido como Relatório Brundtland; 
 
 
• RELATÓRIO BRUNDTLAND: 
 
- O documento passou a utilizar a expressão 
“desenvolvimento sustentável” com a seguinte 
definição: Forma como as atuais gerações 
satisfazem as suas necessidades sem, no entanto, 
comprometer a capacidade das gerações futuras 
satisfazerem suas próprias necessidades; 
 
- “Em essência, o desenvolvimento sustentável é 
um processo de transformação no qual a 
exploração dos recursos, a direção dos 
investimentos, a orientação do desenvolvimento 
tecnológico e a mudança institucional se 
harmonizam e reforçam o potencial presente e 
futuro, a fim de atender às necessidades e 
aspirações humanas” 
 
Graziela Benevides – Medicina – Ciências Sociais 
 
- Em princípio, o conceito aponta para uma bela 
utopia que, se não irá se realizar plenamente, 
poderia, pelo menos, “corrigir” os rumos 
socioeconômicos e ambientais da Humanidade. 
Mas, ao explicá-lo, o texto do Relatório Brundtland 
se torna confuso, indicando, naquele momento, 
uma atitude vacilante diante dos grandes impasses 
que o tema colocava, e ainda coloca, para o 
sistema econômico vigente e para os países, tanto 
os desenvolvidos quanto os em desenvolvimento. 
 
- De acordo com o relatório, as limitações ao 
desenvolvimento sustentável estariam, por 
exemplo, não no modelo de crescimento, baseado 
na exploração dos recursos naturais e no estímulo 
ao consumo, mas nas “limitações impostas pelo 
estágio atual da tecnologia e da organização social, 
no tocante aos recursos ambientais, e pela 
capacidadeda biosfera de absorver os efeitos da 
atividade humana”. Mas, continua o documento, 
“tanto a tecnologia quanto a organização social 
podem ser geridas e aprimoradas a fim de 
proporcionar uma nova era de crescimento 
econômico.” 
 
- Outra causa para a degradação ambiental, 
segundo o Relatório Brundtland, é a pobreza, pois 
“um mundo onde a pobreza é endêmica estará 
sempre sujeito a catástrofes, ecológicas ou de 
outra natureza.” 
 
- Para atender às necessidades básicas de todos, o 
documento recomenda, então, “um crescimento 
potencial pleno, e o desenvolvimento sustentável 
exige claramente que haja um crescimento 
econômico em regiões onde tais necessidades não 
estão sendo atendidas.” 
 
- A ideia segue sendo desdobrada em uma lógica 
circular: onde as necessidades básicas já são 
atendidas, há desenvolvimento sustentável; se há 
desenvolvimento sustentável, ele é compatível 
com o crescimento econômico. 
- E continua: “Mas o simples crescimento não 
basta. Uma grande atividade produtiva pode 
coexistir com a pobreza disseminada, e isto 
constitui um risco para o meio ambiente. Por isso, 
o desenvolvimento sustentável exige que as 
sociedades atendam as necessidades humanas, 
tanto aumentando o potencial de produção, 
quanto assegurando a todos as mesmas 
oportunidades.” 
 
- No artigo do ecodesenvolvimento ao 
desenvolvimento sustentável: evolução de 
um conceito? O professor de Gestão Ambiental da 
Universidade de Brasília (UnB) Philippe Pomier 
Layrargues afirma que, para que todos possam 
usufruir de uma quantidade parecida de energia, é 
preciso, não só um melhor rendimento energético, 
mas uma mudança de cultura nas sociedades de 
consumo, que têm no desperdício uma de suas 
principais características. 
 
- Semelhante é o pensamento do professor de 
Economia da Universidade Federal de Santa 
Catarina, Gilberto Montibeller Filho. No artigo 
“CRESCIMENTO ECONÔMICO E 
SUSTENTABILIDADE” o relatório expressa a 
preocupação com as consequências globais da 
atividade humana em relação à poluição, exaustão 
de recursos e aos perigos da degradação ambiental 
para as gerações futuras. 
 
- Na década de 1980, em resposta às pressões da 
sociedade e dos trabalhadores impactados pelo 
crescimento do parque industrial nacional, pela 
expansão das fronteiras agrícolas e pelo súbito e 
acelerado crescimento das cidades sem 
infraestrutura adequada, a Fiocruz criou o Centro 
de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia 
Humana (Cesteh), integrado à Ensp. 
 
- Por meio de programas e linhas de ensino e 
pesquisa cumpre um importante papel no 
desenvolvimento dos aspectos teórico-conceituais, 
técnico-científicos, metodológicos e operacionais 
do campo da saúde do trabalhador e da ecologia 
humana. 
 
 
 
 
➔ TECNOLOGIAS, SAÚDE E 
SOCIABILIDADE: 
 
- Confidencialidade: é a qualidade daquilo que é 
confidencial (que se diz ou que se faz com 
confiança e com segurança recíproca entre dois ou 
mais indivíduos); 
- Trata-se de uma propriedade da informação que 
pretende garantir o acesso unicamente às pessoas 
autorizadas; 
 
- Quando se produz informação confidencial (uma 
carta, um documento, um relatório etc.) os 
Graziela Benevides – Medicina – Ciências Sociais 
 
responsáveis decidem quem terá o direito ao 
acesso dos dados; 
 
- A confidencialidade é uma forma de privacidade 
informacional que acontece no âmbito de uma 
relação especial entre o médico e o seu paciente; 
 
- As informações pessoais obtidas no curso deste 
relacionamento não podem ser comunicadas para 
terceiros a menos que autorizadas previamente 
por aquele que as revelou; 
 
• CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA: 
 
- Sigilo Profissional: 
 
 
- O segredo médico: característica moral 
obrigatória da profissão médica, pilar da relação 
médico-paciente, necessidades e direitos dos 
cidadãos a intimidade; 
 
• TELEMEDICINA: 
 
- Ramo da medicina que através de tecnologias de 
informática e telecomunicações, facilita a troca de 
informações entre profissionais de saúde e por 
meio disso, aumenta a disponibilidade de 
diagnósticos e tratamentos aos pacientes; 
 
- O CFM decidiu aperfeiçoar ao máximo a eficiência 
dos serviços médicos prestados e, em caráter de 
excepcionalidade e enquanto durar a pandemia da 
COVID-19, reconhecer a possibilidade e a eticidade 
da utilização da telemedicina; 
 
- Exercício da Medicina através da utilização de 
metodologias interativas de comunicação áudio, 
visual e de dados, com o objetivo de assistência, 
educação e pesquisa em Saúde; 
 
- Teleorientação: Para que profissionais da 
medicina realizem a distância a orientação de 
pacientes em isolamento; 
 
- Telemonitoramento: ato realizado sob orientação 
e supervisão médica para monitoramento a 
distância de parâmetros de saúde ou doença; 
 
- Teleinterconsulta: exclusivamente para troca de 
informações e opiniões entre médicos, para auxílio 
diagnóstico ou terapêutico; 
 
• AMB – EDITORIAL: 
 
- Mais delicada e importante, entretanto, é a 
confidencialidade das informações. 
- O respeito ao sigilo é fundamental; 
- Preservação de segredos profissionais é um 
direito do paciente e uma conquista da sociedade 
contida nos Códigos de Ética e Penal; 
- Esta relação de confiança se estabelece entre o 
paciente e seu médico e se estende a todos os 
demais profissionais das áreas de saúde e 
administração que tenham contato direto ou 
indireto com as informações obtidas; 
- OMS publica primeiro relatório global sobre 
inteligência artificial na saúde e seis princípios 
orientadores para sua concepção e uso; 
- O uso crescente de inteligência artificial para a 
saúde apresenta a governos, provedores e 
comunidades, oportunidades e desafios; 
- A inteligência artificial é uma grande promessa 
para melhorar a prestação de atenção à saúde e 
medicamentos em todo o mundo, mas apenas se a 
ética e os direitos humanos forem colocados no 
centro de seu desenho, implantação e uso, de 
acordo com as novas orientações da OMS; 
- O relatório Ética e governança da inteligência 
artificial para a saúde é resultado de dois anos de 
consultas realizadas por um painel de especialistas 
internacionais indicados pela OMS; 
- IA também poderia permitir que países com 
poucos recursos e comunidades rurais, onde os 
pacientes frequentemente têm acesso restrito a 
profissionais médicos, preencham as lacunas no 
acesso aos serviços de saúde; 
 
• 6 PRINCÍPIOS PARA GARANTIR QUE A 
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL FUNCIONE PARA 
O INTERESSE PÚBLICO EM TODOS OS 
PAÍSES: 
 
- Proteger a autonomia humana; 
Graziela Benevides – Medicina – Ciências Sociais 
 
- Promover o bem-estar e a segurança humana e o 
interesse público; 
- Garantir transparência, explicabilidade e 
inteligibilidade; 
- Promovendo responsabilidade e prestação de 
contas; 
- Garantir inclusão e equidade; 
- Promover inteligência artificial que seja 
responsiva e sustentável;

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