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Determinantes Sociais na Saúde

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Graziela Benevides – Medicina - PPEIS 
 
➔ Determinantes Sociais do Processo 
Saúde-Doença: estilo e condições de 
vida na sociedade contemporânea 
 
➢ Determinantes Sociais da Saúde (DSS): 
 
- Relação estabelecida entra saúde e condições 
sociais; 
- Entendimento da saúde numa perspectiva ampla; 
- Considerar a dimensão cotidiana da vida, com os 
aspectos subjetivos, relacionais, comunitários, 
políticos, econômicos e sociais; 
- Histórico: 
Século XVIII (Revolução Industrial): estabeleceram-
se as primeiras relações entre a situação de doença 
da população e as condições de alimentação, 
trabalho, habitação e sanitárias → Medicina Social 
→ Século XX: promoção da saúde (ações que visem 
a melhoria das condições de vida); 
 
• Determinantes Sociais da Saúde no Século 
XXI: 
 
- Fatores sociais, econômicos, culturais, 
étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais 
que influenciam a ocorrência de problemas de 
saúde e seus fatores de risco na população; 
 
- Entendimento integral da saúde: uma estratégia 
que não somente preste serviços de saúde, mas 
que também aborde os outros aspectos; 
 
- 2005: OMS cria a comissão sobre os 
determinantes sociais de saúde com o objetivo de 
promover uma tomada de consciência sobre a 
importância dos DSS na situação de saúde de 
indivíduos e populações e sobre a necessidade do 
combate às iniquidades de saúde por eles geradas; 
 
- 2011: OMS organiza a conferência mundial sobre 
determinantes sociais da saúde (CMDSS); 
 
 
 
➢ Políticas públicas como possíveis 
respostas ao DSS: 
 
- Políticas públicas ‘setoriais’: de habitação, de 
saneamento básico, de educação, políticas públicas 
intersetoriais 
 
• POLÍTICA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA 
SAÚDE: 
 
- Objetivo: Promover a qualidade de vida e reduzir 
vulnerabilidade e riscos à saúde relacionados aos 
seus determinantes – modos de viver, condições 
de trabalho, habitação, ambiente, educação, lazer, 
cultura, acesso a bens e serviços essenciais; 
 
- Alimentação saudável, atividade física, redução 
da morbimortalidade em decorrência do uso 
abusivo de álcool e outras drogas; 
 
- Prevenção e controle do tabagismo; 
 
- Prevenção da violência e estímulo à cultura de 
paz; 
 
- Redução da morbimortalidade por acidentes de 
trânsito; 
 
• RELAÇÃO ENTRE OS DSS E OS AGRAVOS 
CARDIOVASCULARES: 
 
- Estilo e Condição de vida nas sociedades 
contemporâneas; 
 
- Pessoas com menores níveis educacionais têm 
maior prevalência de fatores de risco 
cardiovasculares, maior incidência de eventos 
cardiovasculares e maior taxa de mortalidade 
cardiovascular independentemente de outros 
fatores demográficos; 
 
Graziela Benevides – Medicina - PPEIS 
 
- A menor escolaridade está ligada a diversos 
fatores de risco, inclusive a maiores taxas de 
sedentarismo; 
 
- Existe uma relação entre a mortalidade 
cardiovascular e a distância entre as residências 
dos pacientes e os centros de saúde, indicando que 
os pacientes que residem nas periferias têm 
maiores taxas de complicações cardiovasculares; 
 
- Existe uma relação entre a mortalidade 
cardiovascular e a distância entre a residência dos 
pacientes e os centros de saúde, indicando que os 
pacientes que residem nas periferias têm maiores 
taxas de complicações cardiovasculares; 
 
 
➢ DESNUTRIÇÃO E OS DSS: 
- A desnutrição é uma condição multifatorial com 
relação direta com a pobreza; 
- Déficits nutricionais são problemas de saúde 
pública quase que exclusivamente restritos à 
população de baixa renda; 
 
• FOME <-> DESNUTRIÇÃO <-> POBREZA: 
 
- Fome: pode ser aguda (urgência de se alimentar, 
um grande apetite) ou crônica (permanente); 
 
- Desnutrição: doenças que decorrem do aporte 
alimentar insuficiente em energia e nutrientes ou, 
ainda, com alguma frequência, do inadequado 
aproveitamento biológico dos alimentos ingeridos; 
 
- Pobreza: condição de não satisfação de 
necessidades humanas elementares como comida, 
abrigo, vestuário, educação, assistência à saúde, 
entre várias outras; 
 
• SEGURANÇA ALIMENTAR: 
 
- Realização do direito de todos ao acesso regular e 
permanente a alimentos de qualidade, em 
quantidade suficiente, sem comprometer o acesso 
a outras necessidades essenciais; 
 
- Se tem segurança alimentar é porque a família 
não tem preocupação com relação ao acesso a 
alimentos hoje ou no futuro; 
 
 
 
 
• INSEGURANÇA ALIMENTAR: 
 
- Falta de acesso à alimentação, fator este que 
depende, predominantemente, da relação entre a 
renda e o preço dos alimentos; 
 
- Segundo o IBGE, 4 a cada 10 famílias brasileiras 
vivem em insegurança alimentar, lares chefiados 
por mulheres e negros passam mais fome, aponta 
pesquisa realizada entre 2017 e 2018; 
 
- ESCALA DE INSEGURANÇA ALIMENTAR: 
 
1) INSEGURANÇA LEVE: família que muitas vezes 
renuncia à qualidade pela quantidade da refeição; 
preocupação ou incerteza quanto ao acesso aos 
alimentos no futuro; 
 
2) INSEGURANÇA MODERADA: quando é preciso 
comer menos e esporadicamente falta comida; 
redução quantitativa de alimentos entre adultos; 
 
3) INSEGURANÇA GRAVE: a restrição mais severa 
dos alimentos atinge a todos, incluindo adultos e 
crianças. A fome é a realidade; 
 
• PESQUISA DE ORÇAMENTOS FAMILIARES: 
 
- 4 em cada 10 brasileiros não tem acesso regular e 
permanente a uma quantidade e qualidade 
suficiente de comida; 
 
- Variáveis nas quais a situação é mais crítica: 
a) Lares chefiados por mulheres e negros; 
b) Áreas rurais; 
c) Região Norte: 57% estão em insegurança 
alimentar; 
 
- Os dados estavam melhorando desde 2004, e 
infelizmente, pioraram nesta última pesquisa; 
 
- Pesquisa em 58 mil domicílios por todo o país, 
realizada entre junho de 2017 e julho de 2018: 
 
a) Domicílios com insegurança alimentar em 
porcentagem: 2004 – 35%, 2009 – 30%, 2013 – 
23% e 2017/2018 – 37%; 
 
b) Pessoas com insegurança alimentar em 
porcentagem: 0 a 4 anos – 50%, 5 a 17 anos – 51%, 
18 a 49 anos – 41%, 50 a 64 anos – 35%, 65 anos 
ou mais – 27%; 
 
Graziela Benevides – Medicina - PPEIS 
 
c) Regiões com insegurança alimentar, em 
porcentagem: Norte – 57%, Nordeste – 50%, 
Centro-Oeste – 35%, Sudeste – 31%, Sul – 21%; 
 
➔ O Trabalho como um DSS: 
 
 
 
- Os trabalhadores NÃO SÃO iguais; 
- Inúmeros fatores podem influenciar a ocorrência, 
a detecção e o tratamento dos agravos 
oncológicos: estilo de vida dos indivíduos, o acesso 
aos serviços de saúde e, consequentemente, a 
ações de prevenção (uma possível detecção 
precoce); 
- O trabalho que um indivíduo exerce influencia 
diretamente o seu estilo de vida, podendo 
determinar ou influenciar as saúdes das 
populações; 
 
• TRABALHO INFORMAL E PRECARIZAÇÃO: 
 
- A informalidade e a precarização do trabalho 
influenciam a saúde dos indivíduos; 
- Segundo o IBGE (2019), a informalidade atinge 
recordes em 19 estados mais DF; 
- O estado que mais há informalidade é o Pará, 
seguido do Maranhão e Piauí; 
- Os estados em que menos há informalidade são 
São Paulo, DF e Santa Catarina; 
 
 
 
- Precarização: processo que torna algo precário, 
diminuindo sua qualidade e eficiência; ação de 
tornar precário, ineficiente, inseguro. Conjunto de 
alterações relacionadas com o mercado de 
trabalho e com os trabalhadores, especialmente 
com a perda e/ou não garantia dos direitos. 
 
• DESEMPREGO: 
 
 - Influencia na saúde dos indivíduos; 
- Se refere às pessoas com idade para trabalhar 
(acima dos 14 anos) que não estão trabalhando, 
mas estão disponíveis e tentam encontrar 
trabalho. Para alguém ser considerado 
desempregado, não basta não possuir um 
emprego; 
 
• SAÚDE MENTAL X TRABALHO: 
 
- Trabalho: reconhecido como um importante fator 
de adoecimento, de desencadeamento e de 
crescente aumento de distúrbios na saúde mental; 
 
- Muitas vezes, não é imediatamente visível, seu 
desenvolvimento acontece de forma silenciosa ou 
invisível; 
 
- Fatores do trabalho que podem gerar ou 
desencadear efeitos na saúde mental: 
a) Condições de trabalho: físicas, químicas e 
biológicas, vinculadas à execução do trabalho; 
 
b) estrutura hierárquica;c) divisão de tarefas, sobrecarga de trabalho ou 
complexidade da tarefa; 
 
d) jornada de trabalho; 
 
e) ritmo de trabalho; 
 
f) responsabilidade excessiva; 
 
g) controle excessivo; 
 
h) insegurança no emprego; 
 
i) falta de apoio social; 
 
j) difícil interface entre trabalho e casa (horários 
inflexíveis, imprevisíveis, jornadas extensas etc.); 
 
k) iniquidade e injustiça em critérios de promoção 
e salário; 
 
l) violência psicológica; 
Graziela Benevides – Medicina - PPEIS 
 
• COMO A PANDEMIA EXARCEBA O 
TRABALHO COMO UM DSS: 
 
- Risco de perda importante de renda; 
- Desemprego; 
- Maior exposição à própria contaminação ao 
coronavírus; 
- A pandemia abriu espaço para novos estressores, 
como os profissionais que tiveram seus trabalhos 
alterados na pandemia (professores que se 
readequaram ao ensino à distância); grupos 
profissionais dos considerados ‘serviços essenciais’ 
(médicos, enfermeiros etc). 
- Novas demandas de aprendizagem aos 
trabalhadores: a rápida adaptação ao trabalho 
remoto de caráter compulsório não foi 
acompanhada ou precedida de preparação 
material ou psicológica; 
- Trabalhadores e gestores tiveram que adquirir 
habilidades afetivas para a comunicação mediada 
por tecnologias; 
- Aprender a regular os tempos de trabalho e 
descanso; 
- Equilibrar as atividades do trabalho com as 
domésticas; 
- Regular os diversos estados afetivos que o 
isolamento exacerbou; 
 
 
➔ Renda e Desigualdade: 
 
• DESIGUALDADE: 
 
- Segundo o IBGE Junho/2021, o desemprego bateu 
recorde e chegou a 14,7%, sendo a maior marca 
histórica da PNAD contínua. Este dado representa 
14,8 milhões de pessoas na fila do emprego. 
 
- A desigualdade vai além da distribuição de renda 
e além do aspecto econômico. Há outras formas 
dela se manifestar; 
 
- “Desigualdades entrelaçadas” → 
interdependências entre essas formas de 
desigualdade; 
 
- A Comissão Econômida para a América Latina e o 
Cariba (CEPAL) enfatiza o entrelaçamento do eixo 
de desigualdades econômicas (Classes de renda) 
com os eixos de desigualdades de gênero, étnico-
raciais, territoriais e derivadas de idade ou etapa 
do ciclo de vida das pessoas; 
 
- “Wicked problems” → problemas complexos ou 
perversos: 
Desigualdades que afetam públicos 
particularmente vulneráveis – como crianças na 
primeira infância vivendo em condições precárias, 
população em situação de rua ou em contextos de 
drogadição. São fenômenos multidimensionais e 
multideterminados, com efeitos persistentes e sem 
solução fácil; 
 
OBS: MAPA DA DESIGUALDADE 
- Compara os dados e revela a distância 
socioeconômica entre os moradores das regiões 
com os melhores e piores indicadores; 
 
- 48 indicadores / dados de 10 diferentes áreas; 
 
- Desigualtômetro: a diferença entre a melhor e a 
pior região para cada um dos indicadores; 
 
- Elaborado e divulgado anualmente; 
 
- Indicadores dos 96 distritos da capital paulista; 
 
- É também uma ferramenta para a gestão e o 
planejamento municipal; 
 
- População, meio ambiente, mobilidade, direitos 
humanos, habitação, gravidez na adolescência, 
trabalho e renda, comparativo;

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