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0 1 2 1. Administração em Enfermagem 1. 1. Introdução A necessidade da administração existe desde as mais antigas sociedades, todavia foi com a expansão do processo de produção industrial na Inglaterra, França e EUA que as mudanças na organização do trabalho, com a separação entre a concepção, execução e controle, fizeram com que a prática e a teoria da administração/gerência do trabalho ganhassem impulso. A palavra administração vem do latim ad (direção, tendência para) e minister (subordinação ou obediência), significando aquele que realiza uma função, um serviço, sob um comando, para outro, estando frequentemente associado à função de controle. Na sua origem a administração e o controle tinham como características a rigidez e a coerção, com a evolução da prática e da teoria geral da administração, as formas de controle foram se transformando incorporando a flexibilidade, participação e negociação como estratégias. A administração é uma ciência, ou seja, possui um corpo de conhecimentos que lhe é próprio. O que nós na enfermagem fazemos é utilizar esse corpo de conhecimentos aplicando-os na nossa prática. A administração em enfermagem, nada mais é do que mais um instrumento ou meio, para que possamos estar atuando em enfermagem. A finalidade do nosso trabalho é o cuidar que tanto no modelo individual como no de saúde coletiva, se operacionaliza por diferentes processos de trabalho: o de assistência à saúde; o de administração dessa assistência, o de ensino e o de investigação científica (gerando o saber necessário à produção) (ALMEIDA, et al. 1989; QUEIROZ; SALUM, 1996). A administração em enfermagem não pode e não deve ser compreendida como dicotômica em relação à assistência de enfermagem, e tão pouco deve ser considerada como uma função restrita, unicamente, a realização de atividades burocráticas. A assistência e a administração em enfermagem devem andar de mãos dadas, são as faces de uma mesma moeda. Mas, o que é mesmo administração em enfermagem? Administração em enfermagem é uma função inerente ao trabalho do enfermeiro, ou seja, não dá para fazer enfermagem sem utilizar os conhecimentos da administração. Utilizamos os 3 preceitos da administração até na realização de um procedimento "simples" do tipo administrar um medicamento, ou realizar um curativo. Pois muito bem, para realizar essas funções precisamos pensar e avaliar o que iremos fazer, depois providenciar os recursos materiais para realizar a atividade que será feita em um determinado ambiente e em muitos dos casos decidir se o ambiente é ou não adequado. Pois em todas essas atividades estão implícitos conhecimentos de administração. Isto sem falar da Sistematização da Assistência de Enfermagem, onde o enfermeiro: planeja, prescreve e/ou executa e avalia. Nestes dois exemplos podemos perceber também que o assistir em enfermagem compreende todos os atos do enfermeiro, diretos e indiretos. Segundo Vicentin et al (1991) "assistir diretamente em enfermagem compreende dois aspectos: quando o enfermeiro determina e faz a ação; e, quando o enfermeiro determina e não faz a ação. Assistir indiretamente é quando o enfermeiro não determina, não faz a ação, mas provê os recursos para realizar a ação “. Do mesmo modo a Administração em Enfermagem pode ser pensada a partir de dois momentos: a gerência do cuidado e a gerência da unidade sendo que nos dois momentos o enfermeiro assiste e administra em níveis diferentes. Em síntese pode-se dizer que na enfermagem, a função administrativa, consiste no planejamento da assistência, no provimento de recursos físicos, humanos, materiais e financeiros, bem como a tomada de decisão, na supervisão e na liderança da equipe de enfermagem provisão de recursos necessários à implantação do plano terapêutico de Enfermagem, utilizando no decorrer desse processo ações de comando, coordenação e controle da equipe de trabalho (VICENTIN et al, 1991). 4 Enfermagem e as funções administrativas 1.2. Teorias da Administração Aplicadas à Enfermagem A administração é uma ciência multidisciplinar visto que os conhecimentos da mesma se advêm e se aplica em diversas áreas, no qual a importância desta ciência nos serviços de enfermagem também são preciosismos. 1.2.1. Uma breve revisão da Teoria Geral da Administração Segundo Chiavenato (2003), a palavra administração originou-se do latim, sendo, ad (direção, tendência para) e minister (subordinação ou obediência) e tem como significado a realização de uma função sob o comando de outrem, ou seja, a prestação de um serviço a outro. Coordenação e controle Liderança Supervisão Tomada de decisão Provimento de recursos físicos, humanos, materiais e financeiros Planejamento da assistência 5 Já como disciplina, Masiero (2007) entende que Administração pode ser compreendida como integração e coerência entre o conhecimento das diferentes áreas da atividade humana, aplicadas às organizações, tendo em vista a sua sobrevivência, sua eficiência e sua eficácia. E o Raymundo (2006), caracteriza a administração como um conjunto de atividades multicientífico e multidisciplinar, ou seja, uma ciência que se aplica em todas os departamentos da vida antiga e moderna. Procurando trazer uma definição para o ambiente macro das empresas ou organizações, Maximiano (2009), define administração como o processo de tomada de decisões utilização de recursos para realização de objetivos. Para o autor o processo de decisão não é simplesmente tomar decisões sem nenhuma estrutura, mas sim a partir dos recursos disponíveis no momento da decisão. Raymundo (2006) acrescenta que administrar é o processo que conduz as pessoas à realização de determinados trabalhos, pois é necessário que exista no administrador a capacidade de influenciar as pessoas a realizarem suas tarefas. Ainda Maximiano (2004), acreditar que administrar é agir, é o processo de tomar decisões e realizar ações que compreende cinco processos principais: organização, planejamento, execução, liderança e controle. Os “cinco” processos principais da Administração Organização Planejamento Execução Liderança Controle 6 (IDECAN/Prefeitura de Carangola-MG/ 2012). Assinale a principal função administrativa. a) Método de administração b) Planejamento c) Organização d) Política e) Treinamento Resposta Correta: B) Planejamento Comentário: Segundo Maximiano (2004), administrar é agir, é o processo de tomar decisões e realizar ações que compreende cinco processos principais: organização, planejamento, execução, liderança e controle. Com essa breve conceituação da ciência da administração, será apresentada logo a seguir as principais teorias desta disciplina e mais tarde se retornará à definição da administração: Teoria da Administração Científica Quando se fala desta primeira corrente da administração como ciência o destaque vai para o engenheiro norte-americano Frederick Winslow Taylor. Ele observou ao longo de sua carreira a deficiência das produções fabris, tais como: ausência de noção clara de divisão de responsabilidades; muitos trabalhadores não cumpriam seu dever; as decisões dos administradores eram baseadas em intuições e palpites; os departamentos das empresas não eram integrados, aos trabalhadores eram delegadas funções onde não possuíam habilidade, dentre outras deficiências. Tendo em vista os problemasdas produções fabris, Taylor achou por bem desenvolver o "estudo sistemático e científico do tempo", o que consistia em cronometrar o tempo em que os funcionários produziam determinados produtos no maior ritmo possível. Este estudo tinha como objetivo analisar o 7 tempo necessário para o desenvolvimento de determinadas tarefas e o salário correspondente, (MAXIMIANO, 2009). Ao passar dos anos Taylor observou que a questão do tempo e salário unicamente não solucionaria o problema. Então desenvolveu uma nova pesquisa que visava o aprimoramento dos métodos de trabalho. Assim sendo ele apresenta uma nova concepção dos princípios da administração de uma empresa, que são eles: Seleção e treinamento de pessoal, salários altos e baixos custos de produção, identificação de como executar a tarefas da melhor maneira possível e cooperação entre trabalhadores e administração. Ainda outros aspectos foram abordos, entre eles: padronização de ferramenta e equipamentos, sequenciamento e programação de operações, estudo de movimentos, conveniência de uma área de planejamento, cartões de instruções pagamento de acordo com desempenho e cálculos de custo. Após esses estes estudos guru da teoria da administração científica agregou ao seu estudo que o incentivo individual ao trabalhador atenderia o desejo do ganho material estimulando assim o crescimento pessoal, (MAXIMIANO, 2009). Breve resumo – Teoria Científica (Taylor) Exploração dos empregados – A administração Cientifica legitima a exploração dos operários, em prol dos interesses patronais Superespecialização do operário – com a fragmentação das tarefas, a qualificação do funcionário passa a ser supérflua Homo economicus – o incentivo monetário, apesar de importante, não se revela suficiente para promover a satisfação dos trabalhadores. Enfoque mecanicista do ser humano: A visão da organização como uma máquina. 8 Princípios defendidos por Taylor Ênfase na eficiência – Existe uma única maneira certa de executar uma tarefa (the Best way). Para descobrir-la, a administração deve empreender um estudo de tempos e métodos, decompondo os movimentos das tarefas executadas pelos tarabalhadores. Supervisão – Também deve ser funcional, ou seja, especializada por área. A função básica do supervisor, como o próprio nome indica, é controlar o trabalho dos funcionários. Divisão do Trabalho – Uma tarefa deve ser dividida no maior número possível de subtarefas. Quanto menor e mais simples a tarefa, maior será a habilidade do operário em executar a tarefa. Gerentes Planejam Operários Executam – o planejamento deve ser de responsabilidade exclusiva da gerencia, enquanto a execução cabe aos operários e seus supervisores. Trabalho em conjunto – Os interesses dos funcionários (altos salários) e da administração (baixo custo de produção) podem ser conciliados, pois quando o trabalhador produz muito, sua remuneração aumenta e a produtividade da empresa também. Plano de Incentivo salarial – A remuneração dos funcionários deve ser proporcional ao número de unidades produzidas. Tempo-padrão – O trabalhador deve atingir no mínimo a produção- padrão estabelecido pela gerência. Seleção Cientifica do Trabalhador – O trabalhador deve desempenhar a tarefa mais compatível com suas aptidões. 9 (UFAL-COPEVE/Residência em Enfermagem – UFAL/ 2015) A Administração é uma ciência relativamente nova, do início do século XX. Vários teóricos em administração surgiram desde então, dando nomes a várias teorias. A Teoria Científica da Administração foi proposta por: a) Frederick Taylor. b) Elton Mayo. c) Henry Fayol. d) Kurt Lewin. e) Max Weber. Resposta Correta: A) Frederick Taylor. Comentário: Quando se fala desta primeira corrente da administração como ciência o destaque vai para o engenheiro norte-americano Frederick Winslow Taylor, considerado o “pai” da Teoria Científica. Teoria Clássica da Administração A teoria de administração clássica foi fundada por Henry Fayol logo após a primeira guerra mundial (1914-1917) e tem como ponto de parida o estudo científico da administração. Fayol apresentou como novidade em sua época a necessidade de um ensino organizado e metódico de administração para formar administradores. A teoria clássica tem como estrutura a organização; e ele acreditava que o comportamento administrativo deveria ter como modelo a organização militar, ou seja, um sistema de hierarquização. Onde haja uma cadeia de comando interligando as posições e definindo quem se subordina a quem (CHIAVENATO, 2003). Portanto, pode-se ver que a teoria clássica aborda a constituição de uma organização baseada em uma cadeia de comando, pela qual existe um corpo executivo que controla todo um grupo de pessoas que hierarquicamente se subordinam. 10 Breve resumo – Teoria Clássica (Fayol) A Teoria Clássica de Fayol complementou o trabalho de Taylor, substituindo a abordagem analítica e concreta de Taylor por uma abordagem sintética, global e universal. Propôs a racionalização da estrutura administrativa e a empresa passa a ser percebida como uma síntese dos diversos órgãos que compõe a sua estrutura. A preocupação maior de Fayol é para com a direção da empresa dando ênfase às funções e operações no interior da mesma. Estabeleceu os princípios da boa administração, sendo dele a clássica visão das funções do administrador: organizar, planejar, coordenar, comandar e controlar. Fayol enunciou as funções precípuas da gerência administrativa. O conjunto das funções administrativas forma o processo administrativo: planejar,comandar,organizar,controlar e cordenar. Empresa como sistema fechado – outra crítica freqüentemente endereçada à administração clássica é que considerava a empresa como um sistema fechado. Obsessão pelo comando - Fayol centrou seus estudos na unidade do comando, na autoridade e na responsabilidade. 11 Princípios defendidos por Fayol Espírito de Corpo – (“Sprit de corps”) – O trabalho deve ser conjunto, facilitado pela comunicação dentro das equipes.Os componentes de um mesmo grupo precisam ter consciência consciências de classe, para com isso defender seus propósitos. Iniciativa – deve ser entendida como a capacidade de estabelecer um plano e cumpri-lo. Estabilidade dos funcionários – a alta rotatividade do pessoal tem conseqüências negativas sobre o desempenho da organização e o moral dos trabalhadores. Equidade – a justiça deve prevalecer também no ambiente de trabalho, justificando a lealdade e a devoção dos funcionários a empresa. Ordem – deve ser mantida em toda a organização, preservando um lugar para cada coisa (pessoa) e cada coisa (pessoa)em seu lugar. Hierarquia (cadeia Escalar) – defesa incondicional da estrutura hierárquica, respeitando á risca uma linha de autoridade fixa. Centralização – as atividades cruciais da organização e a autoridade para a sua adoção devem ser centralizadas. Prevalência dos interesses Gerais – os interesses gerais da corporação devem prevalecer sobre os interesses individuais. Disciplina – necessidade de se estabelecer normas de conduta e de trabalho, válidas para todos os funcionários. A ausência de disciplina joga a organização no caos. Unidade de Comando – um empregado deve receber ordens de apenas um supervisor, evitando contra-ordens. Unidade de Direção – o controle único é possibilitado com a aplicação de um plano para o grupos de atividades com os mesmos objetivos. Autoridade e Responsabilidade – autoridade é o direito dos superiores hierárquicos de dar ordens que serão supostamente obedecidas; responsabilidade é a contrapartida da autoridade. Divisão do Trabalho – a especialização dos funcionários, dos executivosda administração aos operários da fábrica, favorece a eficiência na produção, aumentando a produtividade. 12 (2016/CESPE/TCE-PA). Com relação às diferentes abordagens da administração e à evolução da administração pública no Brasil, julgue o item a seguir. Dar tratamento com benevolência e justiça às pessoas, sem dispensar a energia e o rigor necessários, é uma tendência difundida desde a escola clássica de Fayol. (A) correta (B) errada Resposta Correta: (A) correta Comentário: Dentre os princípios defendidos por Fayol está o da EQUIDADE, que pressupões a justiça e a benevolência. (2016/FCM/IF Sudeste – MG). Do ponto de vista da abordagem clássica da administração, os princípios descritos por Fayol não preconizavam rigidez, uma vez que na administração nada existe de rígido ou absoluto. De acordo com o precursor dessa a ordagem “tudo em Administração questão de medida ponderação e bom senso. Os princípios são universais e maleáveis e adaptam-se a qualquer tempo lugar ou circunstância” (CHIAVENATO 2008 p. 11). Considerando a abordagem referenciada e os princípios gerais da administração, marque (V) para verdadeiro ou (F) para falso. ( ) iniciativa e espírito de equipe. ( ) divisão do trabalho e disciplina. ( ) autoridade, responsabilidade e equidade. ( ) unidades de comando e direção e cadeia escalar. ( ) subordinação e centralização de interesses individuais. A sequência correta é: a) V, V, V, V, F. b) V, F, V, F, F. c) V, V, V, F, V d) F, F, F, V, F. e) F, V, F, V, V. 13 Resposta Correta: (A) V, V, V, V, F. Comentário: Dentre os princípios defendidos por Fayol está o da CENTRALIZAÇÃO, as atividades cruciais da organização e a autoridade para a sua adoção devem ser centralizadas. Observe o princípio e atente que ele não foca em interesses individuais e sim na organização. (2015/CAIP-IMES/DAE de São Caetano do Sul – SP) A ___________________ é a corrente iniciada por Fayol para o tratamento da Administração como ciência na formatação e estruturação das organizações. a) Administração Cientifica b) Teoria Clássica c) Teoria da Contingência d) Teoria Estruturalista Resposta Correta: b) Teoria Clássica Comentário: A teoria de administração clássica foi fundada por Henry Fayol logo após a primeira guerra mundial (1914-1917) e tem como ponto de parida o estudo científico da administração. Teoria Burocrática Max Weber identifica certas características da organização formal voltada exclusivamente para a racionalidade e para a eficiência. Em suas dimensões essenciais muitos dos aspectos do modelo burocrático podem ser encontrados em Taylor e Fayol: a divisão do trabalho baseada na especialização funcional; hierarquia e autoridade definidas; sistema de regras e regulamentos que descrevem direitos e deveres dos ocupantes dos cargos; sistema de procedimentos e rotinas; impessoalidade nas relações interpessoais, promoção e seleção baseadas na competência técnica, dentre outros. 14 A teoria burocrática de Max Weber é uma espécie de organização humana baseada na racionalidade, ou seja, os meios devem ser analisados e estabelecidos de maneira totalmente formal e impessoal, a fim de alcançarem os fins pretendidos. Dessa forma, na teoria burocrática há grande ênfase na eficiência. Breve resumo – Teoria Burocrática (Weber) Teoria das relações humanas Na década de 1930 psicólogos e cientistas sociais, afirmavam que o homem só trabalha por dinheiro. Acreditavam que as aplicações da administração científica eram insuficientes para o êxito profissional. Essas colocações trouxeram resultados desagradáveis como a desumanização do trabalho, tendo em vista o modo rígido de supervisão para realização de tarefas. Os estudiosos da época percebiam que a Promoção e seleção baseadas na competência técnica. Impessoalidade nas relações interpessoais; Sistema de procedimentos e rotinas; Sistema de regras e regulamentos que descrevem direitos e deveres dos ocupantes dos cargo; Hierarquia e autoridade definidas; Divisão do trabalho baseada na especialização funcional; 15 rigidez das normas de trabalha dificultavam o relacionamento dos trabalhadores em meio ao ambiente de trabalho, (MASIERO, 2007). Helton Mayo, o mais importante contribuinte para a escola das relações humanas realizou um estudo que visava em principio entender a produtividade e luminosidade no local do trabalho. Esperava-se que ao aumentar a luminosidade aumentaria o desempenho dos trabalhadores, assim como se diminuísse a luminosidade, diminuiria o desempenho dos trabalhadores. No entanto ao trocarem as lâmpadas por outras de uma mesma potência notou-se a queda do desempenho dos trabalhadores levando a conclusão de que o que realmente poderia levar em consideração era o estado psicológico dos trabalhadores. Foi analisado então outros fatores como horário de descanso e alimentação. Porém os resultados foram diferentes do esperado, pois se notou novamente a influência de fatores psicológicos. Enfim foi realizado outro experimento pelo qual foi separado um grupo de seis trabalhadores e colocado sob uma supervisão mais branda onde foi encontrado um resultado satisfatório, pois os trabalhadores se sentiam mais liberdade e motivação (MASIERO, 2007). Portanto com esta escola descobriu-se o "homem social" da organização. O Movimento das Relações Humanas surge da crítica à Teoria da Administração Científica e a Teoria Clássica, porém o modelo proposto não se contrapõe ao taylorismo. Combate o formalismo na administração e desloca o foco da administração para os grupos informais e suas inter-relações, oferecendo incentivos psicossociais, por entender que o ser humano não pode ser reduzido a esquemas simples e mecanicistas. A Escola das Relações Humanas depositou na motivação a expectativa de levar o indivíduo a trabalhar para atingir os objetivos da organização. Defende a participação do trabalhador nas decisões que envolvessem a tarefa, porém essa participação sofre restrições e deve estar de acordo com o padrão de liderança adotado. 16 Breve resumo – Teoria Relações Humanas (Mayo) Teoria de Sistema A abordagem da teoria de sistema foi desenvolvida pelo Bertalanffy, que iniciou um movimento intelectual visando uma ciência unificada. Segundo Masiero (2007) sistema seria "um conjunto de elementos que inter-relacionam de forma coesa e integrada, buscando atingir determinado objetivo". Mais tarde ela obteve a projeção definitiva a partir do trabalho de Katz e Kahn no ano de 1987. A abordagem da estrutura de sistema relaciona a estrutura (organização) com o meio que lhe dá suporte e afirma que a maneira de manter a organização é fortalecer os seus recursos humanos que é a fonte motivadora da mesma. A palavra sistema está intimamente ligada com a palavra ambiente. O sistema necessita de constantes informações vindas do ambiente, para ser analisado o desempenho de produção a fim de atingir os seus objetivos. (ARAÚJO, 2007). Defende a participação do trabalhador nas decisões que envolvessem a tarefa Depositou na motivação a expectativa de levar o indivíduo a trabalhar para atingir os objetivos da organização Oferta de incentivos psicossociais, por entender que o ser humano não pode ser reduzido a esquemas simples e mecanicistas Combate o formalismo na administração e desloca o foco da administração para os grupos informais e suas inter-relações Descobriu-se o "homem social" da organização 17 O pensamento desses autores leva a crer que a comunicação é a essência de uma organização, visto que através da comunicação os diversosdepartamentos das instituições se interligam. A Teoria dos Sistemas surge de estudos do biólogo alemão Ludwig Von Bertalanfly publicados entre 1950 e 1968 e busca formulações conceituais passíveis de aplicação na realidade empírica. Para este autor "um sistema pode ser definido como um complexo de elementos em interação”. Interação significa que os elementos estão em relação. E que os comportamentos destes elementos modificam–se quando há mudança na relação. Tipos de sistemas: Podem ser classificados quanto a sua constituição, podem ser físicos ou abstratos. Físicos: São compostos de equipamentos, de maquinaria e de coisas reais. Abstratos: São compostos de conceitos, filosofias, planos, hipóteses e ideias. Há uma complementaridade entre sistemas físicos e sistemas abstratos: os sistemas físicos precisam de um sistema abstrato para poder funcionar e desempenhar suas funções. A recíproca também é verdadeira. Também podem ser classificados quanto a sua natureza, os sistemas podem ser fechados ou abertos. Fechados: São sistemas que não apresentam intercambio com o meio ambiente que os circunda, pois são herméticos a qualquer influência ambiental. Sendo assim os sistemas fechados não recebem influência do ambiente e também não influenciam o ambiente. 18 Abertos: São sistemas que apresentam relações de intercâmbio com o ambiente, através de entradas e saídas. Os sistemas abertos trocam matéria e energia regularmente com o meio ambiente. A Teoria dos Sistemas acolheu o conceito no qual as organizações são sistemas abertos, ou seja, que trocam continuamente energia (ou matéria-prima, informações etc.) com o meio ambiente. Portanto, não podemos entender uma organização sem saber o contexto em que ela opera. Do mesmo modo, uma organização é a soma de suas partes (gerência de marketing, gerência de finanças etc.) e uma área depende da outra – o conceito de interdependência. Breve resumo – Teoria Geral dos Sistemas (Bertalanfly) O sistema sempre reagira globalmente a qualquer estimulo produzido em qualquer parte ou unidade. Todo sistema tem uma natureza orgânica, pela qual uma ação que produza mudanças em todas as suas outras unidades. Todo sistema tem um ou alguns propósitos ou objetivos. O todo apresenta propriedades e características próprias que não são encontradas em nenhum dos elementos isolados Elementos interligados para formar um todo; 19 (2016/Quadrix/CRF-PR) A ênfase no ambiente surgiu com a _________ (que trata as organizações como sistemas abertos em constante interação e intercâmbio com o meio ambiente), sendo completada pela Teoria da Contingência. Esta, posteriormente, desenvolveu a ênfase na tecnologia. Mais recentemente, as novas abordagens trouxeram à tona a emergente necessidade de competitividade das organizações em um mundo globalizado e carregado de mudanças e transformações. Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna. a) Teoria dos Sistemas b) Teoria das Relações Humanas c) Teoria do Desenvolvimento Organizacional d) Teoria Estruturalista e) Teoria Neoclássica Resposta Correta: A) Teoria dos Sistemas Comentário: A Teoria dos Sistemas surge de estudos do biólogo alemão Ludwig Von Bertalanfly publicados entre 1950 e 1968 e busca formulações conceituais passíveis de aplicação na realidade empírica. Para este autor "um sistema pode ser definido como um complexo de elementos em interação”. Interação significa que os elementos estão em relação. E que os comportamentos destes elementos modificam– se quando há mudança na relação. (2014/FGV/AL-BA) Dentre as teorias administrativas, uma delas se mostrou inovadora pelo fato de ter trazido à tona a ideia de que o ambiente externo possui influência direta no ambiente organizacional. Com isso, abandonou-se o antigo conceito de que a organização era um ambiente à parte do contexto social e que, apenas um aprimoramento dos processos internos garantiria o sucesso da empresa. Essa teoria ficou conhecida como: a) Teoria de Taylor. b) Teoria Quântica. c) Teoria dos Sistemas. d) Teoria Comportamental. e) Teoria da Burocracia. Resposta Correta: c) Teoria dos Sistemas. 20 Comentário: A abordagem da estrutura de sistema relaciona a estrutura (organização) com o meio que lhe dá suporte e afirma que a maneira de manter a organização é fortalecer os seus recursos humanos que é a fonte motivadora da mesma. A palavra sistema está intimamente ligada com a palavra ambiente. O sistema necessita de constantes informações vindas do ambiente, para ser analisado o desempenho de produção a fim de atingir os seus objetivos. (ARAÚJO, 2007). Teoria Contingencial A origem da Teoria da Contingência se deu pela pesquisa de Lawrence e Lorsch sobre a confrontação da organização versus ambiente. Uma característica importante da teoria da contingência é que não se consegue sucesso na organização partindo de um único ponto, é necessária diversidade de alternativas para encaminha estudos, demandas organizacionais e problemas (ARAÚJO, 2007). Segundo Masiero (2007), contingência significa eventualidade, incerteza, ou seja, a teoria da contingência aborda as diferentes formas de administrar, a forma de administrar é "relativa", envolvendo uma série de fatores, assim sendo, a maneira que uma organização deve ser administrada está condicionada ao ambiente em que ela está inserida. O fato da teoria de contingência considerar a forma de administrar relativa, dependendo do ambiente em que a organização está envolvida limita o processo administrativo, pois não estabelece nenhum técnico padrão, e por outro lado enriquece as habilidades do administrador. A busca por modelos de estruturas organizacionais eficazes, relacionando variáveis ambientais e formas estruturais, dá origem a Abordagem Contingencial e marca o surgimento de um modelo denominado orgânico nas organizações. Este modelo, dotado de grande flexibilidade, descentralização e desburocratização, é colocado como opção para ambientes em constante mutação e condições instáveis, contrapondo–se, de certa forma, ao modelo mecanicista que prevalece em situações e ambientes relativamente estáveis. 21 No que se refere à organização do trabalho esta abordagem privilegia a análise tecnológica, entre as diversas contingências, no sentido de limites à reorganização do trabalho. Está associada à participação do trabalhador, sendo que os estudos desenvolvidos colocam a participação relacionada às variáveis de condições estruturais, que facilitam ou dificultam a interação trabalhador/gerência e a propensão dos trabalhadores para buscar a participação. Desmistifica a administração científica do trabalho e reconhece os fatores contingenciais que interferem nas organizações e nas relações funcionais. Breve resumo – Teoria Contingencial (Lawrence e Lorsch) (2016/CESPE/FUNPRESP-JUD) Em relação às principais abordagens teóricas da administração, julgue o item a seguir. Cronologicamente, a perspectiva contingencial da administração é contemporânea à administração científica. (A) Certa (B) Errada Resposta Correta: (B) Errada Comentário: Em outras palavras, a questão quer saber se é verdade que a Teoria da Contingencia surgiu na mesma época que a científica. O que está errado, pois a administração contingencia é contemporânea e a científica foi criada no início do século XX. As características ambientais são as variáveis independentes, enquanto as características organizacionais são variáveis dependentes daquelas. As características organizacionais apresentam umainteração entre si e com o ambiente. A organização é de natureza sistêmica, isto é, ela é um sistema aberto. 22 (2016/CESPE/FUNPRESP-JUD) A administração é um processo de criação, direção, manutenção, operação e controle de uma organização. A respeito desse assunto, julgue o próximo item. De acordo com a abordagem contingencial da administração, uma organização dinâmica relaciona-se com o ambiente externo ajustando-se a ele ou modificando-o. (A) Certa (B) Errada Resposta Correta: (A) Certa Comentário: As contingências seriam responsáveis pela estruturação da organização, cujo foco estaria em responder aos estímulos do ambiente, criando produtos e serviços que, por sua vez, também modificariam o ambiente. Segundo Lawrence e Lorch, o ambiente interage com a organização e vice- versa. (2016/ESAF/ANAC). Indique qual abordagem da administração preconiza que situações diferentes exigem práticas diferentes, apregoando o uso das teorias tradicionais, comportamentais e de sistemas separadamente ou combinadas para resolver problemas das organizações. a) Teoria da Administração Científica. b) Teoria Administrativa. c) Teoria da Burocracia. d) Teoria Estruturalista. e) Teoria Contingencial Resposta Correta: e) Teoria Contingencial Comentário: A teoria da contingência baseia-se na premissa da inexistência de um modelo que se adapte a todas as empresas em todas as circunstâncias, pois as mudanças ocorrem nos sistemas em função do impacto de determinados tipos de ocorrências. A Teoria da Contingência enfatiza que não há nada de absoluto, ou seja, tudo é relativo nas organizações ou na teoria administrativa. Existe uma relação funcional entre as condições do ambiente e as técnicas administrativas apropriadas para o alcance eficaz dos objetivos nas organizações. 23 Abordagem Sócio–Técnica De um amplo arranjo de teorias e técnicas das ciências comportamentais surge a Abordagem Sócio–Técnica com ênfase nas relações entre o funcionamento dos subsistemas social (os indivíduos e suas relações, relações sociais no trabalho e cultura), e técnico (tecnologia, máquinas e equipamentos, procedimentos e tarefas); princípio da otimização conjunta; escolha organizacional; desenvolvimento de trabalho em grupos semiautônomos; preocupação com evolução e aprendizado contínuo. Coloca–se numa lógica distinta e oposta de organização do trabalho em relação ao modelo taylorista–fordista. É importante salientar que não há um corpo único de conceitos que represente a essa teoria. O conceito sociotécnico está relacionado ao de sistemas abertos, em função de pressupostos, como a interdependência das partes, equilíbrio dos estados e efeitos sistêmicos. As organizações então são tratadas como “sistemas sociotécnicos, compostos pelos su sistemas social e t cnico” sendo que a visão desses dois subsistemas é integrada (e não dissociada) e as mudanças percebidas em cada um deles, refletem-se no sistema como um todo. 24 Breve resumo – Teoria Sócio Técnica A partir dos anos 80 foram sendo difundidas, alternativas administrativas, de gestão e organização do trabalho que estão associadas, frequentemente, à superação dos modelos taylorista/fordistas de organização do trabalho, na medida em que podem favorecer a participação dos trabalhadores nos processos de tomada de decisão. Enfatizam a cooperação; a valorização de grupos de trabalho; a diminuição de níveis hierárquicos; autogerenciamento por setores e áreas; delegação de tarefas, responsabilidade compartilhada e transparência nas decisões. A padronização excessiva das habilidades dificulta a mudança organizacional. Certa ambiguidade e diversidade cultural são necessárias nesse contexto. Os indivíduos não são meras extensões das máquinas, eles a completam. Os papéis sociais no ambiente de trabalho não devem ser prescritivos, uma vez que, tendo autonomia, os atores sociais sentir-se-ão mais à vontade para modificar o seu comportamento e adquirir novos padrões de conduta no caso de mudança de tarefas e de estrutura organizacional. Quando o sistema de trabalho necessita ser modificado, são as funções e tarefas que devem ser vistas como redundantes e modificadas, e não os indivíduos; dessa forma, eles estarão prontos a readaptar-se e adquirir novas habilidades, sem se especializar em demasia, o que é positivo para o sistema organizacional. Deve-se trabalhar a perspectiva de que o próprio grupo de trabalho tem de se ajustar de modo informal e organizar seu trabalho, e não a imposição de regras externas e o controle burocrático excessivo, que geram reações do grupo informal e mostram não ser efetivos; O grupo organizacional, e não o indivíduo, deve ser a unidade de análise principal O trabalho não pode ser apenas considerado um conjunto de tarefas rotineiras e individuais justapostas, mas sim um sistema de atividades que tem uma unidade clara, formada por partes diferenciadas que devem ser integradas e reagir; 25 1.2 Teorias da administração e as influências para o Setor Saúde A atenção à saúde ao longo da história da humanidade vem sendo desenvolvida de muitos modos e por diversos atores sociais. "Nunca foi um espaço exclusivo de atuação profissional, e nem envolveu uma única abordagem diagnóstico–terapêutica”. É possível, no entanto, identificar em diferentes períodos históricos abordagens hegemônicas. Desenvolve–se em diversos espaços sociais, porém, atualmente, no mundo todo ocorre, majoritariamente em instituições formais públicas e privadas de âmbito ambulatorial ou hospitalar. O trabalho em saúde "é um trabalho essencial para a vida humana e é parte do setor de serviços. É um trabalho da esfera da produção não–material, que se completa no ato de sua produção. [...] O produto é indissolúvel do processo que o produz, é a própria realização da atividade. O trabalho em saúde envolve um trabalho profissional, realizado por trabalhadores que dominam os conhecimentos e técnicas especiais para assistir o indivíduo ou grupo com problemas de saúde ou com risco de adoecer, em atividades de cunho investigativo, preventivo, curativo ou com o objetivo de reabilitação". No espaço institucional, esse trabalho envolve um conjunto de profissionais especializados, sendo que o número e a composição da equipe são definidos, dentre outros critérios, pelo tipo e complexidade do serviço prestado. Nos espaços ambulatoriais atuam, pelo menos, médico, enfermeiro e trabalhadores de enfermagem de nível médio (quando existem), porém, dependendo da complexidade destes serviços pode–se observar a presença de outros profissionais como: nutricionistas, psicólogos, bioquímicos, odontólogos, assistentes sociais e outros. No hospital, instituição geralmente mais complexa, observa–se uma inserção cada vez maior de profissões da saúde além de trabalhadores das áreas administrativas, limpeza, manutenção ou outras que se fizerem necessárias. Uma análise da organização do trabalho, nestes espaços tem que considerar os diferentes processos de trabalho e as diferenças institucionais. Além disso, as necessidades de atenção à saúde e o modelo assistencial adotado demandam mudanças gerenciais. Exemplo disto é o processo de implantação, no Brasil, do 26 Sistema Único de Saúde (SUS) cujas diretrizes de descentralização e regionalização, e princípios de integralidade, equidade e resolutividade geram demandas gerencias diferenciadas, exigindo mudanças na organização e gestão do trabalho para sua concretização. A organização do trabalho e o gerenciamento no setor saúde, especialmente no ambiente hospitalar sofre, até hoje, forte influência do modelo taylorista/fordista,da administração clássica e do modelo burocrático. As organizações de saúde configuram–se em instituições complexas, em que convivem projetos políticos bastante diferenciados entre si, influenciando a gestão e organização do trabalho. A instituição hospitalar coloca–se como um amplo campo de disputas de grupos profissionais altamente qualificados e com grande autonomia de trabalho, os quais não se subordinam às chefias superiores ou a uma direção, no clássico modelo taylorista–fordista. Além disso, existe uma forte fragmentação das linhas de mando entre as várias categorias e as corporações organizam–se, até certo ponto, segundo lógicas próprias. Estudos recentes realizados no Brasil apontam que nas instituições hospitalares existem três grupos principais: os médicos, a enfermagem e o corpo administrativo. A estrutura organizacional dos hospitais segue ainda nos dias de hoje as diretrizes estabelecidas por organogramas clássicos, as estruturas hierarquizadas verticais, fragmentação das responsabilidades, formalização das relações, pautando– se nas lógicas de autoridade legal, herdados da concepção burocrática. No entanto, atualmente, muitos autores têm desenvolvido estudos em busca de novos rumos para a gestão e organização do trabalho em saúde utilizando teorias administrativas mais atuais como a estruturalista, a contingencial e outras, bem como tem apontado as dificuldades para promover mudanças no modelo de gestão, em especial nos hospitais públicos brasileiros. A adoção de modelos mais democráticos e participativos implica em 'mexer em esquemas de poder' e isto envolve uma gama de trabalhadores no meio hospitalar. Qualquer mudança na estrutura de gerenciamento destas organizações implica em negociações com os diversos segmentos para que se concretize". A organização do trabalho, a divisão parcelar e a fixação do profissional a uma determinada etapa do processo terapêutico, tendem a produzir alienação. Para 27 mudar a realidade do trabalho em saúde "é necessário reaproximar os trabalhadores do resultado de seu trabalho. [...] voltar a valorizar o orgulho profissional. É necessário que as instituições procurem mecanismos que favoreçam o envolvimento dos trabalhadores para efetuar as mudanças. [...] tornar a reinvenção uma possibilidade cotidiana e garantir a participação da maioria nesses processos são maneiras de implicar trabalhadores com as instituições e com os pacientes. ” A perspectiva de construção de organogramas mais horizontais, de um modelo de gestão mais participativa nestas instituições, implica em reunir os profissionais naquilo que os mesmos têm em comum: o objeto de trabalho. A atenção ao usuário é a única proposta capaz de reunir grupos profissionais com interesses e lógicas de organização do trabalho tão diferenciadas e esta proposta deve ser amplamente negociada entre os diversos segmentos, com vistas à construção de uma proposta assistencial o mais consensual possível. Os modelos clássicos de gerenciamento influenciaram a administração de recursos humanos em saúde o que, nas últimas décadas, têm levado as organizações a resultados insatisfatórios e ineficientes, pois não respondem as necessidades atuais. A descentralização promovida pela implantação do SUS, no Brasil, as mudanças no modelo assistencial, bem como outros fatores como uso intensivo de tecnologia de ponta, flexibilização das relações de trabalho e outros exigem um gerenciamento voltado para a realidade atual. 1.3. A enfermagem neste contexto Na 2ª metade do século XIX, o modelo proposto por Florence Nightingale na Inglaterra, influenciado pela lógica de organização capitalista do trabalho, institui a divisão entre trabalho intelectual e manual e a hierarquização no trabalho da enfermagem, ainda tão presente em nossos dias. Neste modelo a enfermeira desempenha a função de gerente centralizador do saber, que domina a concepção do processo de trabalho de enfermagem e delega atividades parcelares aos demais trabalhadores de enfermagem. 28 A teoria da administração científica, que tem influenciado a organização e gestão do trabalho industrial, também tem influenciado os serviços de saúde e a enfermagem. Como herança desta teoria, presente até os dias atuais, destaca– se: a ênfase no "como fazer", a divisão do trabalho em tarefas, a excessiva preocupação com manuais de procedimentos, rotinas, normas, escalas diárias de distribuição de tarefas, fragmentação da assistência, dentre outros. Destaca–se na equipe a preocupação em cumprir a tarefa e o desempenho é avaliado pelo quantitativo de procedimentos realizados. Técnicos e auxiliares cuidam da assistência direta e a enfermeira assume a supervisão e o controle do processo de trabalho. O enfermeiro gerencia o trabalho da equipe com muitas características das abordagens taylorista, fayolista e burocrática. Volta–se para o cumprimento de normas rotinas e tarefas, reproduzindo aquilo que outros profissionais e a instituição esperam, deixando, muitas vezes, de priorizar as necessidades do doente e gerando descontentamento e desmotivação nos trabalhadores de enfermagem. O poder de decisão é centralizado no enfermeiro/a, enfatiza–se a disciplina desconsiderando as pessoas e as relações interpessoais. Herda da teoria burocrática a excessiva burocratização. O pessoal de enfermagem assume características de técnicos especializados, com comportamento e posições definidas institucionalmente, valorizando normas e regras. As chefias de enfermagem assumem um papel administrativo voltado para os interesses da instituição; a vontade do enfermeiro se sobrepõe a dos demais trabalhadores, caracterizando um processo de dominação, impessoalidade, relações hierárquicas e ênfase na comunicação formal. Influenciada pelo movimento das relações humanas surge a discussão acerca da importância da liderança e da comunicação na formação do enfermeiro para qualificar o seu trabalho com o pessoal de enfermagem. 29 Percebe–se que mais recentemente a enfermagem tem sofrido a influência de outras teorias da administração. Estas influências ainda não são suficientemente significativas e não representam mudanças maiores na organização dos serviços de enfermagem. "A busca por novas formas de gestão nos serviços de saúde torna necessária à incorporação de novos conhecimentos e habilidades, sintonizados a uma prática administrativa mais aberta, mais flexível e participativa". No entanto, o ensino da administração nos cursos de enfermagem continua, predominantemente, voltado para as velhas teorias administrativas, não preparando o enfermeiro para uma intervenção adequada na realidade e para uma gerência inovadora e centrada na aquisição de competências. No debate atual sobre a necessidade de mudança na gestão e organização do trabalho na enfermagem destacam–se contribuições teóricas e práticas envolvendo a defesa e implementação dos chamados "cuidados integrais"; o envolvimento da equipe de enfermagem, bem como do usuário e família no planejamento e avaliação da assistência; a gestão participativa dos serviços de enfermagem; o trabalho em equipe; a educação no trabalho como forma de garantir o desenvolvimento contínuo dos trabalhadores e também como fator de motivação para o trabalho. (2016/CESGRANRIO/UNIRIO). Nas organizações de saúde, é fundamental, para os profissionais que ali desenvolvem seu trabalho, saber gerenciar situações de conflitos e encaminhar negociações. A partir do enfoque contemporâneo da administração, para gerenciar situações de conflito no cotidiano do trabalho da equipe de uma determinada Unidade, o enfermeiro deve: a) reconhecer os fatores geradoresdo conflito para suprimi-los, aperfeiçoando as normas da organização. b) buscar a harmonia na situação, sem abordar o conflito diretamente, de modo a evitar aborrecimentos ou problemas emocionais. c) criar condições para que os conflitos possam ser explicitados e discutidos entre os membros da equipe, na busca de soluções integrativas dos problemas. d) determinar a estratégia para a solução do conflito, impondo suas preferências diante da situação- problema. e) impedir que os conflitos gerados entre os membros da equipe da Unidade sejam compartilhados com a Chefia de Enfermagem. 30 Resposta Correta: c) criar condições para que os conflitos possam ser explicitados e discutidos entre os membros da equipe, na busca de soluções integrativas dos problemas. Comentário: O enfoque contemporâneo da administração nos remete à mediação de conflitos através de diálogos em equipe, onde todos possam explicitar sua visão e pensamento buscando soluções conjuntas. (2016/IDECAN/Prefeitura de Miraí – MG) Os sistemas de saúde são compostos de estruturas distintas dividindo-se em assistenciais e de “função”. Pode-se afirmar que se tratam das assistenciais, EXCETO: a) Hospitais. b) Ambulatórios. c) Laboratórios clínicos. d) Estruturas com atividade de regulação. Resposta Correta: d) Estruturas com atividade de regulação. Comentário: Levando em consideração o conceito de sistema, dado pela Teoria do Sistema – "um sistema pode ser definido como um complexo de elementos em interação”. Interação significa que os elementos estão em relação. “E que os comportamentos destes elementos modificam–se quando há mudança na relação.” Das estruturas citadas na questão a única que não se configura como um sistema ASSISTENCIAL são aquelas relacionadas com atividades de regulação. (2015/NUCEPE/FMS) A estrutura formal de uma organização causa impacto na comunicação. As pessoas em níveis mais inferiores na hierarquia organizacional estão mais suscetíveis a uma comunicação inadequada oriunda dos níveis superiores. Assinale a alternativa que NÃO corresponde a uma das características que dificultam a comunicação nas grandes organizações: a) A distância espacial na organização pode ser uma barreira a comunicação. b) Subgrupos e subculturas diferentes na organização têm seu próprio sistema de valores e identidades. Os membros desses subgrupos estabelecem uma lealdade entre si. A consequência são decodificações diferentes das mensagens oriundas da administração, dependendo da importância das mesmas para as coisas que o subgrupo valoriza e batalha para conseguir. 31 c). As pessoas estão estruturadas em diferentes sistemas de relacionamento nas organizações. Existe uma estrutura de trabalho em que as tarefas devem ser realizadas por determinadas pessoas. Existe também uma estrutura de autoridade quando alguns funcionários estão encarregados da supervisão de outros. Uma estrutura de status determina quais as pessoas detentoras de direitos e privilégios. Uma estrutura de prestígio possibilita que alguns indivíduos tenham tratamento diferenciado dos outros. A estrutura de amizade estimula a confiança interpessoal. Todos esses sistemas influenciam quem deve se comunicar com quem e de que maneira. d). As organizações estão em um constante estado de fluxo. As relações (subgrupos, ou subculturas) e os locais geográficos mudam constantemente. Fica difícil comunicar as decisões a todas as pessoas afetadas por elas devido a esse permanente estado de mudança. e) A comunicação deve ser clara, simples e precisa. O administrador (emissor) não é responsável por garantir que a mensagem seja compreendida, essa função é do supervisor. Resposta Correta: e) A comunicação deve ser clara, simples e precisa. O administrador (emissor) não é responsável por garantir que a mensagem seja compreendida, essa função é do supervisor. Comentário: A comunicação nas organizações deve ser uma condição sine qua non para a harmonia do trabalho em equipe. As assertivas trazem situações que dificultam este processo, salvo a letra e, que traz a característica de uma boa comunicação. (2014/CEPERJ/VIVA COMUNIDADE-VIVA RIO) Segundo Kurgant (2011), para envolver os recursos humanos no caminho da melhoria da qualidade da assistência de enfermagem é essencial o desenvolvimento de estratégias institucionais que favoreçam que as pessoas trabalhem com mais: a) competitividade b) abstenção c) astúcia d) motivação e) hierarquia Resposta Correta: d) motivação 32 Comentário: No debate atual sobre a necessidade de mudança na gestão e organização do trabalho na enfermagem destacam–se contribuições teóricas e práticas envolvendo a defesa e implementação dos chamados "cuidados integrais"; o envolvimento da equipe de enfermagem, bem como do usuário e família no planejamento e avaliação da assistência; a gestão participativa dos serviços de enfermagem; o trabalho em equipe; a educação no trabalho como forma de garantir o desenvolvimento contínuo dos trabalhadores o que demonstra a importância do fator de motivação para o trabalho. (2014/FCCÓ/TRT - 13ª Região (PB). Para a elaboração do Programa de Treinamento e Desenvolvimento destinados aos profissionais de enfermagem, a Educação Continuada, como agente de transformação da realidade organizacional, deverá adotar uma metodologia que favoreça a: I. reflexão crítica. II. adoção de técnicas de ensino prescritivas. III. individualização do processo de ensino-aprendizagem. Está correto o que consta APENAS em a) I e II. b) I e III. c) II e III. d) I e) III. Resposta Correta: b) I e III. Comentário: Dentro da administração em enfermagem uma das ações que deve ser implementada é o treinamento, que consiste em uma ação sistematizada de capacitação teórico-prática e adaptação, realizado em curto prazo. Para obter sucesso em sua ação educativa, o enfermeiro deve adotar uma metodologia que favoreça a reflexão crítica, a criatividade, a confiança, a troca de experiências e informações, e abandonar técnicas de ensino prescritivas, preocupando-se também em individualizar o processo de ensino aprendizagem. 33 (2013/IBFC/SEPLAG-MG). Considerando os tipos de estruturas organizacionais dos serviços de enfermagem, a figura abaixo representa: a) Estrutura organizacional linha-assessoria (Fayol), que possui um órgão de linha (órgão de execução) e um órgão de assessoria (órgão de apoio), visando resolver problemas das estruturas linear e funcional. Pode gerar conflitos, pois órgão assessor não tem autoridade. b) Estrutura Matricial (Inovadora), que é baseada na Teoria das Relações Humanas, isto é, com departamentalização matricial e dupla ou múltipla subordinação. c) Estrutura Linear (Fayol - Teoria Clássica), que possui forma piramidal, flexibilidade no princípio de hierarquia e descentralização da decisão. d) Estrutura Funcional (Taylor-Administração Científica), que possui rigidez no princípio de hierarquia, única unidade de comando; linhas diretas de comunicação e centralização das decisões. Resposta Correta: a) Estrutura organizacional linha-assessoria (Fayol), que possui um órgão de linha (órgão de execução) e um órgão de assessoria (órgão de apoio), visando resolver problemas das estruturas linear e funcional. Pode gerar conflitos, pois órgão assessor não tem autoridade. Comentário: Fayol propôs a racionalização da estrutura administrativa e a organização passa a ser percebida como uma síntese dos diversos órgãos que compõe a sua estrutura. A preocupação maior de Fayol é para com a direção da empresa dando ênfase às funções e operações no interior da mesma. (2013/FCC/TRT - 5ª Região (BA) A estrutura de organização deum serviço de enfermagem segue rigidamente o princípio da hierarquia, com aplicação do princípio da unidade de comando e da centralização das decisões no topo da hierarquia. A denominação dessa organização, que constitui a forma estrutural mais simples, é: a) matricial. b) linha assessoria. 34 c) funcional. d) linear. e) administrativa científica. Resposta Correta: d) linear. Comentário: Estrutura de organização funcional: É o tipo de estrutura organizacional que tem como base a “supervisão funcional”, proposta por Taylor (Administração Científica), que aplica o princípio da especialização das funções. Tem como característica a autoridade funcional Estrutura Linear: Constitui a forma mais simples, e foi concebida por Fayol (Teoria Clássica). É seguido rigidamente o princípio da hierarquia e autoridade linear única e decorrente da unidade de comando. Nesse tipo de estrutura a centralização das decisões está no topo da hierarquia. Estrutura de organização Linha de assessoria: Para o aconselhamento e recomendações aos órgãos de linha, Fayol propôs órgãos staff ou de assessoria, que não obedecem aos princípios de hierarquia e da autoridade de comando, dando origem a esse tipo de estrutura, que busca incrementar as vantagens das estruturas linear e funcional e reduzir suas desvantagens. Estrutura Matricial: Dentre as estruturas inovativas, encontra-se a estrutura matricial, que tem como base a departamentalização sobre os mesmos membros de uma organização, sendo que um dos tipos normalmente é departamentalização por programas ou por projetos. (2013/IBFC/EBSERH). Considerando a estrutura e organização do serviço de enfermagem (SE), leia as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta. I. O SE é um grupo organizado de pessoas, possui um número grande de pessoas, apresenta diversidade e complexidade das atividades e necessidade de divisão e distribuição do trabalho. II. O SE possui exclusivamente uma estrutura formal, que é planejada e formalizada oficialmente. Não sofrendo influência da estrutura informal na dinâmica da instituição, atuação dos integrantes e no alcance dos objetivos propostos. III. A divisão do trabalho e especialização pode ser vertical e horizontal. Sendo que a divisão vertical aumenta a qualidade da supervisão, acrescentando níveis hierárquicos. IV. A Estrutura Linear (baseada em Fayol, na Teoria Clássica) apresenta as seguintes características: forma piramidal, rigidez no princípio de hierarquia (órgãos de linha), centralização da decisão, limitação e inflexibilidade à inovação e demora na ação. 35 a). Apenas as afirmativas I e II estão corretas. b). Apenas as afirmativas II e III estão corretas c). Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas. d). Apenas a afirmativa IV está correta. Resposta Correta: c) Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas. Comentário: O serviço de enfermagem é parte integrante do contexto da saúde, tem cultura própria e representa a maior área em número de profissionais dentro de um hospital. É um serviço atuante vinte e quatro horas por dia e seu objetivo é garantir a continuidade da assistência ao paciente. A equipe de enfermagem é constituída pelo enfermeiro, técnicos e auxiliares de enfermagem, ou seja, um número grande de profissionais que apresenta diversidade e complexidade das atividades e necessidade de divisão e distribuição do trabalho. O SE sofre influência direta da estrutura informal, um exemplo é dentro de uma equipe de enfermagem, o enfermeiro é o líder formal, mas muitas vezes há técnicos de enfermagem que têm mais influência na equipe que o próprio enfermeiro. Em muitos hospitais, a estrutura organizacional da enfermagem foi inspirada no fayolismo, configurando uma estrutura rígida com centralização do poder decisório, dificultando a resolução dos problemas ocorridos nos setores de trabalho. Neste tipo de estrutura, muitas das decisões não estão coerentes com a realidade, visto que as pessoas detentoras do poder decisório estão situadas no ápice da cadeia hierárquica, distante do contato com os trabalhadores e com as situações vivenciadas nos setores. 36 QUESTÕES 1. (IDECAN/Prefeitura de Carangola-MG/ 2012). Assinale a principal função administrativa. a) Método de administração b) Planejamento c) Organização d) Política e) Treinamento 2. (UFAL-COPEVE/Residência em Enfermagem – UFAL/ 2015) A Administração é uma ciência relativamente nova, do início do século XX. Vários teóricos em administração surgiram desde então, dando nomes a várias teorias. A Teoria Científica da Administração foi proposta por a) Frederick Taylor. b) Elton Mayo. c) Henry Fayol. d) Kurt Lewin. e) Max Weber. 3. (2016/CESPE/TCE-PA). Com relação às diferentes abordagens da administração e à evolução da administração pública no Brasil, julgue o item a seguir. Dar tratamento com benevolência e justiça às pessoas, sem dispensar a energia e o rigor necessários, é uma tendência difundida desde a escola clássica de Fayol. (A) correta (B) errada 37 4. (2016/FCM/IF Sudeste – MG). Do ponto de vista da abordagem clássica da administração, os princípios descritos por Fayol não preconizavam rigidez, uma vez que na administração nada existe de rígido ou absoluto. De acordo com o precursor dessa a ordagem “tudo em Administração questão de medida, ponderação e bom senso. Os princípios são universais e maleáveis e adaptam-se a qualquer tempo lugar ou circunstância” (CHIAVENATO 2008 p. 11). Considerando a abordagem referenciada e os princípios gerais da administração, marque (V) para verdadeiro ou (F) para falso. ( ) iniciativa e espírito de equipe. ( ) divisão do trabalho e disciplina. ( ) autoridade, responsabilidade e equidade. ( ) unidades de comando e direção e cadeia escalar. ( ) subordinação e centralização de interesses individuais. A sequência correta é: a) V, V, V, V, F. b) V, F, V, F, F. c) V, V, V, F, V d) F, F, F, V, F. e) F, V, F, V, V. 5. (2015/CAIP-IMES/DAE de São Caetano do Sul – SP) A ___________________ é a corrente iniciada por Fayol para o tratamento da Administração como ciência na formatação e estruturação das organizações. a) Administração Cientifica b) Teoria Clássica c) Teoria da Contingência d) Teoria Estruturalista 38 6. (2016/Quadrix/CRF-PR) A ênfase no ambiente surgiu com a _________ (que trata as organizações como sistemas abertos em constante interação e intercâmbio com o meio ambiente), sendo completada pela Teoria da Contingência. Esta, posteriormente, desenvolveu a ênfase na tecnologia. Mais recentemente, as novas abordagens trouxeram à tona a emergente necessidade de competitividade das organizações em um mundo globalizado e carregado de mudanças e transformações. Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna. a) Teoria dos Sistemas b) Teoria das Relações Humanas c) Teoria do Desenvolvimento Organizacional d) Teoria Estruturalista e) Teoria Neoclássica 7. (2014/FGV/AL-BA) Dentre as teorias administrativas, uma delas se mostrou inovadora pelo fato de ter trazido à tona a ideia de que o ambiente externo possui influência direta no ambiente organizacional. Com isso, abandonou-se o antigo conceito de que a organização era um ambiente à parte do contexto social e que, apenas um aprimoramento dos processos internos garantiria o sucesso da empresa. Essa teoria ficou conhecida como: a) Teoria de Taylor. b) Teoria Quântica. c) Teoria dos Sistemas. d) Teoria Comportamental. e) Teoria da Burocracia. 8. (2016/CESPE/FUNPRESP-JUD) Em relação às principais abordagens teóricas da administração,julgue o item a seguir. Cronologicamente, a perspectiva contingencial da administração é contemporânea à administração científica. 39 (A) Certa (B) Errada 9. (2016/CESPE/FUNPRESP-JUD) A administração é um processo de criação, direção, manutenção, operação e controle de uma organização. A respeito desse assunto, julgue o próximo item. De acordo com a abordagem contingencial da administração, uma organização dinâmica relaciona-se com o ambiente externo ajustando-se a ele ou modificando-o. (A) Certa (B) Errada 10. (2016/ESAF/ANAC). Indique qual abordagem da administração preconiza que situações diferentes exigem práticas diferentes, apregoando o uso das teorias tradicionais, comportamentais e de sistemas separadamente ou combinadas para resolver problemas das organizações. a) Teoria da Administração Científica. b) Teoria Administrativa. c) Teoria da Burocracia. d) Teoria Estruturalista. e) Teoria Contingencial 11. (2016/CESGRANRIO/UNIRIO). Nas organizações de saúde, é fundamental, para os profissionais que ali desenvolvem seu trabalho, saber gerenciar situações de conflitos e encaminhar negociações. A partir do enfoque contemporâneo da administração, para gerenciar situações de conflito no cotidiano do trabalho da equipe de uma determinada Unidade, o enfermeiro deve: a) reconhecer os fatores geradores do conflito para suprimi-los, aperfeiçoando as normas da organização. 40 b) buscar a harmonia na situação, sem abordar o conflito diretamente, de modo a evitar aborrecimentos ou problemas emocionais. c) criar condições para que os conflitos possam ser explicitados e discutidos entre os membros da equipe, na busca de soluções integrativas dos problemas. d) determinar a estratégia para a solução do conflito, impondo suas preferências diante da situação-problema. e) impedir que os conflitos gerados entre os membros da equipe da Unidade sejam compartilhados com a Chefia de Enfermagem. 12. (2016/IDECAN/Prefeitura de Miraí – MG) Os sistemas de saúde são compostos de estruturas distintas dividindo-se em assistenciais e de “função”. Pode-se afirmar que se tratam das assistenciais, EXCETO: a) Hospitais. b) Ambulatórios. c) Laboratórios clínicos. d) Estruturas com atividade de regulação. 13. (2015/NUCEPE/FMS) A estrutura formal de uma organização causa impacto na comunicação. As pessoas em níveis mais inferiores na hierarquia organizacional estão mais suscetíveis a uma comunicação inadequada oriunda dos níveis superiores. Assinale a alternativa que NÃO corresponde a uma das características que dificultam a comunicação nas grandes organizações: a) A distância espacial na organização pode ser uma barreira a comunicação. b) Subgrupos e subculturas diferentes na organização têm seu próprio sistema de valores e identidades. Os membros desses subgrupos estabelecem uma lealdade entre si. A consequência são decodificações diferentes das mensagens oriundas da administração, dependendo da importância das mesmas para as coisas que o subgrupo valoriza e batalha para conseguir. c) As pessoas estão estruturadas em diferentes sistemas de relacionamento nas organizações. Existe uma estrutura de trabalho em que as tarefas devem ser realizadas por determinadas pessoas. Existe também uma estrutura de autoridade quando alguns funcionários estão encarregados da supervisão de outros. Uma estrutura de status determina quais as pessoas detentoras de direitos e privilégios. Uma estrutura de prestígio possibilita 41 que alguns indivíduos tenham tratamento diferenciado dos outros. A estrutura de amizade estimula a confiança interpessoal. Todos esses sistemas influenciam quem deve se comunicar com quem e de que maneira. d) As organizações estão em um constante estado de fluxo. As relações (subgrupos, ou subculturas) e os locais geográficos mudam constantemente. Fica difícil comunicar as decisões a todas as pessoas afetadas por elas devido a esse permanente estado de mudança. e) A comunicação deve ser clara, simples e precisa. O administrador (emissor) não é responsável por garantir que a mensagem seja compreendida, essa função é do supervisor. 14. (2014/CEPERJ/VIVA COMUNIDADE-VIVA RIO) Segundo Kurgant (2011), para envolver os recursos humanos no caminho da melhoria da qualidade da assistência de enfermagem é essencial o desenvolvimento de estratégias institucionais que favoreçam que as pessoas trabalhem com mais: a) competitividade b) abstenção c) astúcia d) motivação e) hierarquia 15. (2014/FCCÓ/TRT - 13ª Região (PB). Para a elaboração do Programa de Treinamento e Desenvolvimento destinados aos profissionais de enfermagem, a Educação Continuada, como agente de transformação da realidade organizacional, deverá adotar uma metodologia que favoreça a: I. reflexão crítica. II. adoção de técnicas de ensino prescritivas. III. individualização do processo de ensino-aprendizagem. Está correto o que consta APENAS em a) I e II. b) I e III. 42 c) II e III. d) I e) III. 16. (2013/IBFC/SEPLAG-MG). Considerando os tipos de estruturas organizacionais dos serviços de enfermagem, a figura abaixo representa: a) Estrutura organizacional linha-assessoria (Fayol), que possui um órgão de linha (órgão de execução) e um órgão de assessoria (órgão de apoio), visando resolver problemas das estruturas linear e funcional. Pode gerar conflitos, pois órgão assessor não tem autoridade. b) Estrutura Matricial (Inovadora), que é baseada na Teoria das Relações Humanas, isto é, com departamentalização matricial e dupla ou múltipla subordinação. c) Estrutura Linear (Fayol - Teoria Clássica), que possui forma piramidal, flexibilidade no princípio de hierarquia e descentralização da decisão. d) Estrutura Funcional (Taylor-Administração Científica), que possui rigidez no princípio de hierarquia, única unidade de comando; linhas diretas de comunicação e centralização das decisões. 17. (2013/FCC/TRT - 5ª Região (BA) A estrutura de organização de um serviço de enfermagem segue rigidamente o princípio da hierarquia, com aplicação do princípio da unidade de comando e da centralização das decisões no topo da hierarquia. A denominação dessa organização, que constitui a forma estrutural mais simples, é: a) matricial. b) linha assessoria. c) funcional. d) linear. e) administrativa científica. 18. (2013/IBFC/EBSERH). Considerando a estrutura e organização do serviço de enfermagem (SE), leia as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta. I. O SE é um grupo organizado de pessoas, possui um número grande de pessoas, apresenta diversidade e complexidade das atividades e necessidade de divisão e distribuição do trabalho. 43 II. O SE possui exclusivamente uma estrutura formal, que é planejada e formalizada oficialmente. Não sofrendo influência da estrutura informal na dinâmica da instituição, atuação dos integrantes e no alcance dos objetivos propostos. III. A divisão do trabalho e especialização pode ser vertical e horizontal. Sendo que a divisão vertical aumenta a qualidade da supervisão, acrescentando níveis hierárquicos. IV. A Estrutura Linear (baseada em Fayol, na Teoria Clássica) apresenta as seguintes características: forma piramidal, rigidez no princípio de hierarquia (órgãos de linha), centralização da decisão, limitação e inflexibilidade à inovação e demora na ação. a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas. b) Apenas as afirmativas II e III estão corretas c) Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas. d) Apenas a afirmativa IV está correta. 44 GABARITO 1 B 2 A 3 CERTO 4 A 5 B 6 A 7 C 8 ERRADO9 CERTO 10 E 11 C 12 D 13 E 14 D 15 B 16 A 17 D 18 C 45 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Bertalanffy LV. Teoria geral dos sistemas. Petrópolis (RJ): Vozes; 1973. Motta FCP. Teoria geral da administração: uma introdução. 19a ed. São Paulo(SP): Pioneira; 1995. Campos GWS. Subjetividade e Administração de pessoal: considerações sobre modos de gerenciar o trabalho em equipes de saúde. In: Merhi EE, Onocko R., organizadores. Praxis en salud: um desafio para lo publico. São Paulo (SP): Hucitec; 1997. p.229–66. 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