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Amebíase
· Entamoeba histolytica 
· Entamoeba dispar 
Introdução
· A E. histolytica é o agente causador da amebíase, importante problema de saúde pública que leva ao óbito, anualmente, cerca de 100.000 pessoas, constituindo a segunda causa de morte por parasitoses.
· No início do século XX estimava-se que cerca de 12% da população mundial portavam o parasito, mas destes, apenas 10% apresentavam sintomatologia.
· Este número de assintomáticos levou alguns pesquisadores a crerem que outra espécie poderia estar parasitando as pessoas e chamaram-na de E. dispar. 
· Contudo, estudos sobre os perfil enzimático desses protozoários, diferenças imunológicas e genéticas levaram a OMS (1997 em estudo no México) a assumir a E. dispar como espécie infectante e essa nova espécie era responsável pelos casos assintomáticos.
· Entamoeba histolytica (Schaudinn, 1903) - patogênica
· Apresenta diversos graus de virulência, invasisa; 
· Apresenta diversas formas clínicas; 
· Entamoeba dispar (Brumpt, 1925) 
· Pode causar erosões na mucosa intestinal, sem invasão; 
· Maior parte dos casos assintomáticos e colite não disentérica. 
· Disenteria - Doença aguda, infecciosa, específica, com lesões inflamatórias e ulcerativa das porções inferiores do intestino. Manifesta-se com diarréia intensa, cólicas, tenesmo, geralmente com eliminação de sangue e muco. 
· São indistinguíveis morfologicamente
Classificação
· Todas as espécies do gênero Entamoeba vivem no intestino grosso, com exceção de algumas amebas de vida livre. 
· Gênero Entamoeba 
· Entamoeba com cistos contendo até 8 núcleos: E. coli
· Entamoeba de cistos com até 4 núcleos: E. histolytica 
· E. dispar 
· E. hartmanni 
· Entamoeba que não possui cistos: E. gingivalis 
· Gênero Endolimax: 
· E. nana
· Gênero Iodamoeba: 
· butschulii 
Morfologia
· Trofozoítos: Medem de 20 a 40 µm, 1 núcleo e membrana delgada.
· Pré-cisto: Menor e oval - 1 núcleo.
· Metacisto: Forma multinucleada dá origem aos trofozoítos.
· Cistos: Formas ovais, 8 a 20 µm de 1 a 4 núcleos. 
· Morfologia: Entamoeba histolytica
· Morfologia: Entamoeba coli
· Morfologia: Iodamoeba butschlii
· Morfologia: Endolimax nana
Ciclo Biológico
· Estágios do parasita: cisto, metacisto, trofozoíta, pré-cisto 
· Cisto: imóvel, não se alimenta - estágio infectante
· Trofozoíta:
· Móvel (pseudópodes)
· Se reproduz (divisão binária)
· Se alimenta (fagocitose, pinocitose)
· Estágio comensal ou invasivo (forma magna - patogênica)
· Principal fator de virulência do parasita: lectina Gal/GalNAc 
Virulência
· Lectina galactose/N-acetilgalactosamina (Gal/GalNac):
· Similar ao CD59, impede a destruição do trofozoíto por sua atividade anti-complemento, através da inibição da formação do complexo de ataque a membrana C5b-9; 
· Estimula a produção de óxido nítrico (NO), (IL-12) e fator de necrose tumoral (TNF) por macrófagos ativados, favorecendo uma resposta inflamatória no local 
· Amebosporos: 
· constituem uma família de três pequenos polipeptídeos de 77 aminoácidos, armazenados no interior dos grânulos citoplasmáticos dos trofozoítos e liberados pelo contato com a membrana da célula-alvo. 
· São estrutural e funcionalmente semelhantes às perforinas das células natural killers (NK), contudo possuem cerca de cinco vezes mais capacidade para formar poros.
· Cisteínas proteases:
· Degradam proteínas da matriz extracelular, como colágeno, elastina, fibrinogênio e laminina, eliminando obstáculos mecânicos que dificultariam a invasão. 
· Redd et al. observaram que a secreção destas proteases é entre 10 e 1000 vezes maior na E. histolytica, quando comparada a E. dispar, espécie não patogênica. 
Ciclo Biológico
· A infecção começa com a ingestão de formas resistentes, os cistos, através da água e alimentos contaminados por fezes de indivíduos infectados.
· o desencistamento tem lugar no intestino delgado, onde cada cisto forma oito pequenas amebas com um só núcleo, os metacistos, que se alimentam na luz intestinal até tornarem-se trofozoítas. Estes podem multiplicar-se indefinidamente na luz do intestino grosso. A E. histolytica tem a capacidade de invadir a mucosa (ceco, reto, sigmóide) e se alimenta de hemácias, células, fragmentos celulares. 
· Em dado momento, algumas destas formas trofozoíticas reduzem sua atividade, deixam de emitir pseudópodes, fagocitar, diminuem seu tamanho e se arredondam para constituir a forma pré-cística.
· Em torno dos pré-cistos forma-se uma membrana cística, um envoltório resistente. No citoplasma surgem o núcleo que se divide (formando os cistos típicos, com 4-8 núcleos).
Transmissão 
· Através da ingestão de cistos com alimentos: verduras e frutas contaminadas, água, veiculadas nas patas de baratas e moscas. Falta de higiene domiciliar e os portadores assintomáticos . 
Patogenia
· Período de incubação: 7 dias até 4 meses 
· Formas assintomáticas (E. dispar) 
· Formas sintomáticas (E. histolytica) 
· Após a forte adesão à célula do hospedeiro mediada por lectinas, presentes na superfície da ameba, há a fagocitose desta. Uma vez vencida a barreira intestinal, os movimentos amebóides e a ação de enzimas proteolíticas (hialuronidase, protease e mucopolissacaridases) favorecem a progressão e destruição dos tecidos.
· Uma vez invadida a mucosa os trofozoítos se multiplicam e continuam penetrando nos tecidos sob a forma de microulcerações. Na submucosa as amebas podem progredir em todas as direções, determinando úlceras chamadas “botão de camisa” ou “colo de garrafa”
· As amebas podem penetrar nos vasos sanguíneos e atingir, através da veia porta, o fígado (principal localização extra intestinal) formando abscessos. Podem também atingir o pulmão e, mais raramente, o cérebro (podendo levar ao óbito). Podem também atingir o períneo.
· A E. hystolytica começa a fagocitar células do nosso organismo (como as hemácias), ou começa a invadir órgãos e tecidos, como o fígado ou o intestino.
Sintomatologia
· Colites não-disentéricas - Forma mais frequente 
· Se manifesta por duas a 4 evacuações, diarréicas ou não, por dia, com fezes moles ou pastosas, às vez contendo muco ou sangue. 
· Pode apresentar desconforto abdominal ou cólicas. O que caracteriza essa forma em nosso meio é a alternância entre manifestações clínicas e períodos silenciosos, com funcionamento normal do intestino. 
· A maioria das amebas provenientes deste quadro clínico foi identificada como E. dispar.
· Forma disentérica – Colite amebiana
· Cólicas intestinais e diarréia, com evacuações mucosanguinolentas ou com predominância ou de muco ou de sangue, acompanhada de cólicas intestinais, tenesmo e tremores de frio. 
· Pode haver oito, dez ou mais evacuações por dia. O paciente fica prostrado e com grave desidratação, ocorrendo perfurações no intestino.
Patogenia
· Amebíase extra-intestinal
· Amebíase hepática - dor, febre e hepatomegalia (Anorexia, perda de peso e fraqueza geral acompanham o quadro). 
· Amebíase cutânea - região perianal 
· Amebíase em outros órgãos - pulmão, cérebro, baço, rim, etc . 
Diagnóstico
· Amostras utilizadas: fezes, soro, exsudato 
· As fezes devem ser acondicionadas em conservadores: 
· fezes diarréicas 
· Fezes formadas ou semi-sólidas 
· O exame a fresco das fezes (corado com lugol), no máximo 20 a 30 minutos após, pois tem como objetivo o encontro de trofozoítos. O exame a fresco deve servir apenas para triagem.
· Amebíase intestinal
· Pesquisa do parasito (cistos / trofozoítos) nas fezes
· Teste sorológico positivo
· Retrosigmoidoscopia (biópsia)
Profilaxia
· A amebíase ocorre em todo o mundo e geralmente está associada a condições econômica e de higiene precárias. 
· Adquire amebíase ingerindo cistos que contaminam a água e os alimentos. 
· Quando o saneamento básico e as condições de higiene das populações são precárias, a possibilidade de contaminação das águas por fezes humanas aumenta. 
· Esta mesma água poderá ser utilizada, rio abaixo, para a irrigação de hortaliças e frutas ou mesmo para o consumo humano direto. 
· O cistos são resistentes, eles duram em média 30dias na água, 12 dias em fezes frescas, 24 horas em pães e bolos e 20 horas em laticínios. 
· Moscas e baratas atuam como veiculadores mecânicos
· Tratamento dos casos sintomáticos
· Detecção e tratamento de portadores assintomáticos (manipuladores de alimentos)
· Identificação das fontes de infecção
· Educação sanitária
· Saneamento
· Uso de água filtrada ou fervida
Tratamento
· Disenteria grave:
· Repouso
· Dieta rica em proteínas e vitaminas
· Hidratação oral ou parenteral
· Amebicidas:
· Metronidazol (Flagyl)
· Tinidazol
· Secnidazol 
· Nitroimidazóis 
· Ornidazol 
· O metronidazol é o mais utilizado. É bem tolerado sendo a droga de escolha para o tratamento da amebíase intestinal como hepática, nas dose de 500 a 800 mg, 3 vezes ao dia, durante 7 dias. O secnidazol tem sido usado em dose única de 30 mg/Kg de peso para adultos.
Epidemiologia
· Distribuição geográfica mundial (maior prevalência nas regiões tropicais e subtropicais – baixas condições sociais e sanitárias) 
· Transmissão oral através da ingestão de cistos maduros nos alimentos e água 
· Apesar de poder atingir todas as idades, é mais frequentes nos adultos (entre 20 e 60 anos) 
· Algumas profissões são mais atingidas (trabalhadores de esgotos, etc)
· Os cistos permanecem viáveis (ao abrigo da luz solar e em condições e umidade) durante cerca de vinte dias. 
· Diferentes cepas, em diferentes locais, influindo na patogenicidade.

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