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Partograma: Representação gráfica do trabalho de parto

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Obstetrícia Thomás R. Campos | Medicina - UFOB 
 
PARTOGRAMA 
O partograma é uma representação gráfica da evolução do trabalho de parto na qual são anotadas 
a progressão do trabalho de parto e as condições da mãe e do feto. É um sistema precoce de identificação 
de anormalidades na evolução da dilatação cervical e da descida da apresentação fetal na pelve. Quando 
bem utilizado, o partograma permite diminuição de intervenções desnecessárias e contribui para melhores 
desfechos obstétricos. 
 
O primeiro partograma foi desenvolvido por Emanuel Friedman em 1978. Friedman observou que a 
curva de dilatação cervical assume um aspecto sigmoide e se divide em duas fases bem distintas: a fase 
latente (período inicial, em que a velocidade de dilatação é menor) e fase ativa (após 4 cm de dilatação, a 
velocidade aumenta espontaneamente). 
 
[?] Qual o momento correto de iniciar o partograma? 
O partograma deve ser aberto apenas quando a parturiente estiver na fase ativa do trabalho de parto (2 a 
3 contrações generalizadas em 10 min, dilatação cervical mínima de 3 a 4 cm). 
 
[?] Como é feito o registro? 
A forma mais comum de montagem do partograma utiliza papel quadriculado, no qual são anotados: 
Eixo X: Tempo em horas (cada divisória horizontal corresponde à 01h). 
Eixo Y: Dilatação cervical (triângulo) e a descida da apresentação (círculo). 
A dilatação cervical deve ser indicada no ponto correspondente do gráfico, traçando-se na hora 
imediatamente seguinte a linha de alerta e, em paralelo, quatro horas após, a linha de ação. 
 
Ao lado, um exemplo de um partograma 
normal (parto eutócito) corretamente 
preenchido. 
 
Veja que também há espaço para registrar os 
batimentos cardiofetais, a integridade da 
bolsa, o aspecto do líquido amniótico, uso de 
ocitocina e outros medicamentos... 
 
▪ Toques vaginais são realizados a cada 2h: 
Em cada toque, deve-se anotar a dilatação cervical, a 
altura da apresentação, a variedade de posição e as 
condições da bolsa das águas e do líquido amniótico. 
▪ Linha de alerta: 
Quando a dilatação atinge ou cruza a linha de alerta, 
isso significa a necessidade de melhor observação 
clínica; 
▪ Linha de ação: 
Quando a curva de dilatação cervical atinge a linha de 
ação torna-se necessária intervenção médica (não 
significa necessariamente conduta cirúrgica... pode ser 
iniciar ocitocina, amniotomia... Depende. 
O primeiro passo é identificar que existe um problema 
(parto disfuncional) e o qual a causa para então tomar 
condutas específicas. O parto disfuncional inclui: 
– Fase ativa prolongada; 
– Parada secundária da dilatação; 
– Período pélvico prolongado; 
– Parada secundária da descida; 
– Parto precipitado (ou taquitócito). 
 
Obstetrícia Thomás R. Campos | Medicina - UFOB 
 
FASE ATIVA PROLONGADA 
Quando a dilatação cervical ocorre de maneira muito lenta (<1 cm/hora), ultrapassando a linha de alerta. 
e, às vezes, a linha de ação. 
 
[?] Causas? 
Essa distocia geralmente decorre de contrações uterinas 
ineficientes (falta de motor). 
 
[?] Conduta? 
A correção é feita inicialmente pelo emprego de técnicas 
humanizadas de estímulo ao parto normal, por exemplo, 
estimulando-se a deambulação e, se necessário, 
posteriormente pela administração de ocitocina ou 
amniotomia... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PARADA SECUNDÁRIA DA DILATAÇÃO 
Quando a dilatação cervical permanece a mesma por 2h ou mais em dois toques sucessivos, em uma 
paciente na fase ativa do parto. 
 
[?] Causas? 
As principais causas são a desproporção cefalopélvica e a 
alteração da posição da apresentação fetal (ex.: deflexão, 
variedades transversas ou posteriores). 
 
[?] Conduta? 
A desproporção cefalopélvica absoluta traduz tamanho do polo 
cefálico maior que a bacia (feto macrossômico) ou feto de 
tamanho normal e bacia obstétrica inadequada. Nesses casos, 
a resolução da gestação é feita por cesárea. 
Nas alterações de posição da apresentação fetal, a 
deambulação, a amniotomia ou a analgesia peridural podem 
favorecer a evolução normal do parto, e caso essas medidas 
não sejam eficientes, a resolução por cesárea deverá ser 
indicada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Obstetrícia Thomás R. Campos | Medicina - UFOB 
 
PERÍODO PÉLVICO PROLONGADO 
Quando ocorre a descida progressiva da apresentação, só que de uma forma excessivamente lenta, isto é, 
há dilatação completa do colo uterino e demora na descida e expulsão do feto. 
 
O Ministério da Saúde não especifica quanto tempo, mas alguns autores definem como: 
>2h em nulíparas ou >1h em multíparas. 
 
[?] Causas? 
Em geral decore da contratilidade uterina deficiente ou 
alterações de posição da apresentação fetal (deflexões, má 
rotações). 
 
[?] Conduta? 
A correção é obtida pela administração de ocitocina, 
amniotomia e, ainda, pela utilização do fórcipe (desde que 
preenchidos os pré-requisitos para sua aplicação). Também se 
recomenda a posição verticalizada para favorecer a descida da 
apresentação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PARADA SECUNDÁRIA DA DESCIDA 
Quando há parada da descida fetal por pelo menos uma 1 após atingir a dilatação completa. É 
diagnosticada por dois toques sucessivos, com intervalo de uma hora ou mais, desde que a dilatação esteja 
completa. 
 
[?] Causas? 
É decorrente em geral da desproporção cefalopélvica ou 
alteração da posição da apresentação fetal (ex.: deflexão, 
variedades transversas ou posteriores). Ocorre mais 
frequentemente em pacientes submetidas à analgesia. 
 
[?] Conduta? 
Nesses casos, é necessário ter pronta correção. Há 
necessidade de se reavaliar as relações fetopélvicas, pois a 
causa mais frequente desse tipo de distocia é a desproporção 
cefalopélvica. A presença de desproporção absoluta leva à 
indicação de cesárea. Na vigência de alterações de posição e 
apresentação fetal, com polo cefálico profundamente 
insinuado e cervicodilatação completa, é válida a tentativa de 
fórcipe de tração ou rotação, dependendo da variedade de 
posição. 
 
 
 
 
Obstetrícia Thomás R. Campos | Medicina - UFOB 
 
PARTO PRECIPITADO ou PARTO TAQUITÓCITO 
Quando a dilatação, descida e expulsão do feto ocorrem de maneira muito rápida (≤4h). É diagnosticado 
quando a dilatação cervical e a descida e expulsão do feto ocorrem num período de quatro horas ou menos 
 
[?] Causas? 
Nesses casos, o padrão da contratilidade uterina é de 
taquissistolia e hipersistolia (que pode ser decorrente, por 
exemplo, da administração excessiva de ocitocina). O parto 
taquitócico pode ser espontâneo em multíparas, sendo mais 
raro em primíparas. 
 
Esse tipo de parto se relaciona a complicações: caso a 
placenta esteja no limite de sua função, pode ocorrer o 
sofrimento fetal. As lacerações do trajeto também são mais 
frequentes neste tipo de parto, pois não há tempo para 
acomodação dos tecidos pélvicos, ocorrendo descida e 
expulsão do feto de modo abrupto. 
 
[?] Conduta? 
Neste caso, deve-se suspender a infusão de ocitocina até o 
retorno a um padrão contratural normal. Orienta-se atenção à 
vitalidade fetal no período de dilatação cervical e revisão 
detalhada do canal de parto após a dequitação.

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