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CASO CLÍNICO - Antibióticos

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Eunilde Andressa 
CASO CLÍNICO (Antibióticos) 
 
Em abril de 1953, a Guerra da Coréia atingiu um momento crítico. No hospital geral em Tóquio, 
a enfermaria acaba de receber uma nova baixa do front. Três dias antes, um soldado de 22 anos 
de idade, foi atingido acima do joelho esquerdo por um atirador quando estava em 
reconhecimento. No ambulatório, a ferida foi debridada e foi feito um curativo. O soldado 
começou imediatamente um ciclo de penicilina em altas doses. Entretanto, ao chegar em 
Tóquio, o soldado apresentava um quadro de fraqueza, delírio e febre de 39,4 °C. No exame 
inicial, o médico percebe um odor doce e enjoativo da perna do soldado. Ao remover o curativo, 
constata que a perna está inchada abaixo do joelho, e o ferimento, pútrido e coberto de pus 
sanguinolento. O diagnóstico é de gangrena, uma infecção causada pela bactéria Gram-positiva 
Clostridium perfringens. Ordena-se a realização imediata de amputação na esperança de salvar 
a vida do paciente. O médico fica perturbado com o caso. No ano anterior, tinha visto inúmeros 
ferimentos mais graves que o do soldado, porém todos sempre responderam bem ao tratamento 
agressivo com penicilina. Enquanto refletia sobre o caso, o médico recebe um comunicado da 
chegada de mais pacientes — oito homens supostamente acometidos por tuberculose que 
acabaram de ser liberados. Ele dispõe apenas de estreptomicina, mas decide verificar se pode 
adquirir um suprimento de 6 meses do novo agente antituberculose, a isoniazida. 
 
1- A penicilina pertence à classe mais amplamente prescrita de antibióticos. Qual o 
mecanismo de ação da penicilina? 
Primeiro é necessário saber qual o tipo de microrganismo, se é Gram-positiva ou se é Gram-
negativa. 
• Se for Gram-positiva: 
A penicilina atravessa a parede celular, composta quase completamente por peptidioglicano 
e, se liga às Proteínas Ligadoras de Penicilinas (PLPS), proteína produzida pelo próprio 
organismo. Com isso, elas vão agir em toda a bactéria, causando, assim, sua morte. 
 
• Se for Gram-negativa: 
A penicilina entra por um canal chamado porina e, vai para a região periplasmática. Com 
isso, inibe a síntese do peptidioglicano, destruindo, assim, a síntese bacteriana. 
 
Eunilde Andressa 
2- Qual o mecanismo mais comum para o desenvolvimento de resistência bacteriana à 
penicilina? 
• Alteração da permeabilidade: 
A bactéria pode alterar a permeabilidade da membrana plasmática através de ações no 
material genético. Com isso, produz sinais para modificar a forma da parede celular, 
alterando, assim, a permeabilidade da parede. Portanto, a penicilina não consegue penetrar 
e acaba sendo perdida no organismo. 
 
• Mecanismo enzimático: 
A bactéria identifica como a penicilina funciona e, produz uma enzima chamada β-
lactamase. Com isso, essa enzima se liga e degrada a penicilina. 
 
• Bomba de efluxo: 
A bactéria pode desenvolver métodos de intensificar o efluxo da penicilina da célula 
bacteriana. 
 
• Alteração do sítio de ação: 
A bactéria muda o gene e altera sítio de ação. Com isso, a penicilina não consegue achar o 
gene e, acaba sendo dispersa no organismo. 
 
3- Como agem os ®-lactâmicos e qual o efeito adverso potencial mais comum da terapia 
com ®-lactâmicos? 
R= Os ß-lactâmicos agem inibindo a síntese da parede celular bacteriana (estrutura essencial 
que mantém sua integridade). 
 
Para que isso ocorra: 
• Os ß-lactâmicos devem penetrar na bactéria através das porinas presentes na membrana 
externa da parede celular bacteriana (Gram-negativas); 
• Devem ligar-se e inibir as Proteínas Ligadoras de Penicilina (PLP), responsáveis pelo 
passo final da síntese da parede bacteriana (Gram-positivas). 
 
Efeitos adversos: 
Eunilde Andressa 
• Reação de hipersensibilidade; 
• Manifestações cutâneas; 
• Toxicidade renal; 
• Toxicidade hematológica; 
• Anafilaxia; 
• Anemia hemolítica autoimune. 
 
4- Qual a principal razão pela qual o médico solicitou um suprimento de isoniazida? 
R= Porque o médico percebeu que o paciente piorava, enquanto os outros pacientes 
melhoravam. Isso ocorreu devido à alta taxa de resistências microbacterianas desse paciente 
ao antibiótico. Com isso, houve a necessidade de tratamento simultâneo com três ou quatro 
fármacos. 
 
5- O desenvolvimento de resistência aos agentes antibacterianos é objeto de preocupação 
crescente no tratamento das infecções bacterianas. Esse problema exige o uso 
criterioso de agentes antibacterianos apropriados pelos médicos, bem como uma 
pesquisa constante de novos agentes antibacterianos por pesquisadores em 
farmacologia. 
a) Qual dos fármacos é mais indicado? 
 
A. Ampicilina; 
B. Bacitracina; 
C. Vancomicina; 
D. Fosfomicina e fosmidomicina: a mutação nos transportadores celulares impede a 
entrada do fármaco no interior da célula. Ambos os agentes inibem a síntese 
intracelular de monômeros de mureína. Sua ação depende de seu transporte no 
interior do citoplasma. Por conseguinte, a ocorrência de mutações nos 
transportadores de glicerofosfato e glicose-6-fosfato impede a entrada desses 
fármacos no interior da célula; 
E. Aminoglicosídeos. 
 
6- Explique como age cada um dos anteriores: 
Eunilde Andressa 
• Ampicilina: age inibindo a síntese da parede celular bacteriana. É indicada para diversas 
infecções urinárias, respiratórias, digestivas, biliares, bucais. Além disso, é indicada para o 
tratamento de infecções causadas por bactérias do grupo enterococos, Haemophilus, 
Proteus, Salmonella e E. coli; 
• Bacitracina: age inibindo a síntese da parede celular bacteriana, impedindo a incorporação 
de aminoácidos e nucleotídeos na parede celular. É indicada para o tratamento de infecções 
da pele e/ou de mucosas, causadas por diferentes bactérias; 
• Vancomicina: sua ação resulta da inibição da síntese da parede celular bacteriana, da 
alteração da permeabilidade da membrana citoplasmática e da síntese do RNA (ácido 
ribonucleico). É indicada para infecções graves por alguns tipos de bactérias, especialmente 
nos ossos, pulmões, pele, músculos e coração; 
• Fosfomicina e fosmidomicina: ambos inibem a síntese intracelular de monômeros de 
mureína. Sua ação depende de seu transporte no interior do citoplasma. É indicada para o 
tratamento de infecções nas vias urinárias, como cistite aguda ou recidivante, síndrome da 
bexiga dolorosa e uretrite; 
• Aminoglicosídeos: age impedindo que as bactérias produzam as proteínas que necessitam 
para crescer e se multiplicar. É indicada para tratar infecções bacterianas sérias, como as 
causadas por bactérias Gram-negativas, por exemplo: Escherichia, Helicobcater e 
Hemophilus. 
 
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/infec%C3%A7%C3%B5es/infec%C3%A7%C3%B5es-bacterianas-bact%C3%A9rias-gram-negativas/considera%C3%A7%C3%B5es-gerais-sobre-bact%C3%A9rias-gram-negativas

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