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Sarah Silva Cordeiro | 3º período 2021.2 | MEDICINA – FITS | @study.sarahs Sindrome de imobilidade 3º modulo temático – 5º problema Objetivos: 1. Conhecer a síndrome da imobilidade; 2. Entender a úlcera por pressão; 3. Citar os principais riscos pré-operatórios em pacientes idosos; 4. Relacionar os principais riscos pós-operatórios em pacientes geriátricos; 5. Esquematizar cuidados paliativos em geriatria. Conhecer a síndrome da imobilidade: É um conjunto de sinais e sintomas decorrentes da falta de movimento. Acontece quando uma pessoa fica restrita a uma poltrona ou ao leito (cama), por tempo prolongado. Múltiplas podem ser as causas desta restrição. Mas, é importante reconhecer que as implicações físicas e psicológicas podem ser tão graves a ponto de levar ao óbito. Imobilidade = fraqueza e atrofia muscular. ➢ Sistema nervoso: interação menor com o meio, maior chance de desorientação, consequentemente mais delirium. ➢ Sistema respiratório: menor expansibilidade pulmonar, maior dificuldade de eliminar expectoração = pneumonia ➢ Sistema gastrointestinal: redução da peristalse = constipação intestinal, fecaloma ➢ Sistema urinário: menor possibilidade de controle esfincteriano = incontinência urinaria ➢ Sistema muscular: fraqueza e atrofia ➢ Sistema ósseo: aumento da reabsorção óssea = osteoporose, fraturas ➢ Sistema articular: menor mobilidade articular. Panturrilha = estase venosa, trombose e embolia pulmonar. Calcanhar = redução da perfusão cutânea, mais lesão por pressão. O desenvolvimento da síndrome depende de fatores extrínsecos e intrínsecos. Fatores extrínsecos: ➢ Repouso prolongado no leito. Normalmente, acontece após um período de hospitalização e se agrava quando o idoso volta para casa; o Falta de informação ou falta de orientação médica adequada, é dificultada a movimentação do idoso. o Importância da movimentação do idoso Fatores intrínsecos: ➢ Disfunções: o Osteoarticulares, neuromusculares e cardiovasculares ➢ Tratamentos ortopédicos ➢ Medicamentos o Sedação ▪ Benzodiazepínicos, opioides o Sintomas extrapiramidais ▪ Antipsicóticos, antieméticos o Alteração da visão ▪ Perda de sensório Critérios de diagnostico: ➢ Critérios maiores: o déficit cognitivos médio a grave o múltiplas contraturas ➢ Critérios menores: o Ulcera de pressão o Disfagia leve a grave o Dupla incontinência o Afasia Diagnostico (tardio): Uma maior + duas menores Fase tardia: presença de lesão de pressão, osteoporose e pneumonia. Fase inicial: idoso acamado, restrito ao leito com perda de capacidade de realizar algumas das suas atividades de vida diária. Sarah Silva Cordeiro | 3º período 2021.2 | MEDICINA – FITS | @study.sarahs Através de uma equipe interdisciplinar, atuar preventivamente nessa fase, com uma alta hospitalar precoce, mobilização precoce (fisioterapia), evitar contenções mecânicas, melhorar estado nutrição (prevenção de sarcopenia, desnutrição) e atenção ao cuidador. Medidas preventivas!! Complicações e formas de atuação: ➢ Tromboembolismo pulmonar o Geralmente idosos com déficits cognitivos; o Idosos comorbes, já tem uma insuficiência venosa periférica, insuficiência cardíaca, edema de MMII que podem mascarar o diagnostico o ATUAÇÃO: ▪ Exercícios de MMII ▪ Meias elásticas ou compressão pneumática externa ▪ Anticoagulação profilática (excluir aqueles com sangramento ativo importante) ➢ Pneumonia aspirativa o ATUAÇÃO: ▪ Fisioterapia respiratória ▪ Elevação da cabeceira e mobilização no leito ▪ Higiene oral efetiva ▪ Fonoterapia ▪ Evitar uso desnecessário de protetores gástricos • Não deve ser usado de forma indiscriminada, ACIDEZ estomacal é uma forma de proteção o Atenção a alterações do imobilismo ➢ Úlceras de pressão o Cuidados com o decúbito ▪ Mudança frequente (2/2hrs) ▪ Colchoes apropriados (caixa de ovos, pneumáticos) ▪ Apoio para troncos e membros • Atenção ao calcâneo, se coloca na panturrilha não diretamente no calcâneo o Cuidados com a pele ▪ Inspecionar a pele frequentemente ▪ Atenção a eritemas fixos ▪ Cuidado com atrito cutâneo nas transferências, trocas de decúbito e higienização ▪ Minimize exposição a urina, sudorese ou drenagem de feridas ▪ Manter a pele hidratada ➢ Retenção urinaria e fecaloma o Bexigoma ▪ Agitação psicomotora, incontinência de início súbito, insuficiência renal o Fecaloma ▪ Agitação psicomotora, irritabilidade, dor abdominal, refluxo gástrico (mais aspiração, mais pneumonia), hiporexia e diarreia paradoxal (acumulo de fezes, ressecadas e endurecidas, pode levar a formação de muco, Sarah Silva Cordeiro | 3º período 2021.2 | MEDICINA – FITS | @study.sarahs levando a impressão de diarreia) ➢ Geralmente idosos são demenciados (menor comunicação) Entender a úlcera por pressão: Conceito: As úlceras de pressão da pele e tecidos moles são lesões decorrentes da pressão não aliviada em um mesmo ponto, o que resulta em danos ao tecido subjacente. Normalmente ocorrem em locais entre uma proeminência óssea e uma superfície externa, na qual o tecido mole que permeia esse local sofre por um período prolongado. Essas lesões podem ser desde um eritema na pele até úlceras profundas. Epidemiologia: As lesões cutâneas e de tecidos moles induzidas por pressão estão entre as condições mais comuns encontradas em pacientes agudos hospitalizados ou naqueles que necessitam de cuidados residenciais a longo prazo. Estima-se que 2,5 milhões de lesões induzidas por pressão sejam tratadas anualmente em centros de UTIs somente nos Estados Unidos. Fisiopatologia: Forças externas sozinhas raramente são suficientes para causar uma úlcera; pelo contrário, a interação dessas forças com fatores específicos do hospedeiro é o que leva a danos nos tecidos. É necessário considerar as condições mecânicas (magnitude e duração das cargas aplicadas) e a tolerância do indivíduo, que é impactada por fatores como a morfologia do tecido e sua capacidade de reparo. A pressão aplicada à pele superior a pressão arteriolar (32 mmHg) impede a liberação de oxigênio e nutrientes aos tecidos, resultando em hipóxia tecidual, acúmulo de resíduos metabólicos e geração de radicais livres. SE LIGA! Pressões acima de 70 mmHg por duas horas resultam em danos irreversíveis ao tecido em modelos animais. Uma síntese de estudos clínicos, animais e in vitro sugeriu que lesões induzidas por pressão podem se desenvolver com uma a quatro horas de carga de pressão sustentada. Fatores de risco: Mais de 100 fatores de risco para o desenvolvimento de lesões cutâneas e moles induzidas por pressão foram identificados na literatura. Os fatores de risco podem ser divididos naqueles que afetam a magnitude e a duração da pressão e aqueles que afetam a suscetibilidade e a tolerância individuais. Os fatores mais importantes incluem imobilidade, desnutrição, perfusão reduzida e perda sensorial, que são discutidas abaixo. Outros fatores de risco incluem doenças cerebrovasculares, doenças cardiovasculares, fraturas recentes dos membros inferiores, incontinência e diabetes. ➢ Imobilidade Sarah Silva Cordeiro | 3º período 2021.2 | MEDICINA – FITS | @study.sarahs o Intrínseco ao paciente o Pode ser permanente ou transitória o Alta correlação entre a falta de movimentos noturnos espontâneos ➢ Desnutrição o Desnutrição cutânea induzida por pressão é mais grave quando ocorre em animais desnutridos do que em animais bem nutridos expostos a quantidades semelhantes de pressão o Lesões por pressão tem maior probabilidade de ter hipoalbuminemia ➢ Perda sensorial o Demência, delírio, lesãomedular o Perda sensorial se torna comum ➢ Perfusão cutânea diminuída o Falha no aumento do fluxo sanguíneo em resposta a pressão prolongada contribui para o desenvolvimento da úlcera. Escores para avaliar o risco de lesões: ➢ Escalas de Norton e Braden São geralmente úteis para prever quais pacientes correm risco de desenvolver lesões na pele e nos tecidos moles induzidas por pressão. A escala de Norton geralmente identifica mais pacientes com alto risco do que a escala de Braden. A sensibilidade geralmente varia de 70 a 90% e a especificidade é de 60 a 80%. Manifestações clínicas: As úlceras de pressão na pele e em tecidos moles são representadas por áreas de dano localizado na pele e/ou tecido subjacente, geralmente sobre uma proeminência óssea, como resultado da pressão ou em combinação com cisalhamento. Estes são geralmente clinicamente aparentes no exame clínico pela aparência da pele e localização. As lesões superficiais induzidas pela umidade, localizadas sobre uma proeminência óssea, não devem ser rotuladas como lesões por pressão, nem queimaduras em fita, dermatite perineal ou escoriação. As áreas identificadas de danos à pele devem ser avaliadas quanto ao comprimento, largura e profundidade; presença de tecido necrótico ou exsudato; e evidências de cicatrização, como a presença de granulação. É classificada em estágios: classificar as úlceras de pressão em função do estadiamento estadiamento NPIAP ➢ Estágio 1 o Pele intacta o Eritema não “apaziguável” o Presença de eritema palpável ou alteração na sensação, temperatura ou firmeza podem preceder as alterações visuais o Não incluem descoloração roxa ou marrom Sarah Silva Cordeiro | 3º período 2021.2 | MEDICINA – FITS | @study.sarahs ➢ Estágio 2: o Perda parcial da espessura da pele coma derme exposta o O leito é viável, rosa ou vermelho, úmido e pode apresentar bolha cheia de soro intacta ou rompida o Gordura não visível o Tecido de granulação, lobo e escara não estão presentes o Essas lesões geralmente resultam de microclima adverso e cisalhamento na pele sobre a pélvis e cisalhamento no calcanhar. ➢ Estágio 3: o Perda de espessura total da pele o Visível tecido adiposo e tecido de granulação o Profundidade varia de acordo com a localização o Fáscia, músculo, tendão, ligamento, cartilagem e / ou osso não são expostos. Sarah Silva Cordeiro | 3º período 2021.2 | MEDICINA – FITS | @study.sarahs ➢ Estágio 4: o Perda total da pele o Fáscia, musculo, tendão, ligamento, cartilagem ou osso exposto ou palpável ➢ Instável o Perda de tecido e pele em toda a espessura o Obscurecida por escara o Se a escória ou escara for removida, uma lesão por pressão no estágio 3 ou 4 será revelada. Tratamento: Cuidados Gerais A abordagem geral ao tratamento de um paciente com lesão na pele e nos tecidos moles induzida por pressão deve incluir os seguintes itens: ➢ Reduzir ou eliminar os fatores contribuintes ➢ Redistribuição de pressão com superfícies de posicionamento e suporte adequadas; ➢ Fornecer cuidados locais apropriados para feridas; ➢ Considerar terapias adjuvantes, como terapia de feridas por pressão negativa; ➢ Monitorar e documentar o progresso do paciente; Sarah Silva Cordeiro | 3º período 2021.2 | MEDICINA – FITS | @study.sarahs ➢ Fornecer suporte psicossocial apropriado. Controle da dor: Fatores locais que podem estar contribuindo para dores como isquemia, infecção ou ruptura da pele circundante devem ser abordados. Medicações orais não opioides para dor podem ser usadas para dores leves. Analgésicos opioides podem ser necessários para dor moderada a intensa. Anestésicos locais tópicos (por exemplo, lidocaína), que mostraram algum benefício em pequenos ensaios, podem proporcionar dormência por um curto período e podem ser úteis para um procedimento específico, mas não devem ser usados como o único método de alívio da dor. Curativos de espuma liberadores de ibuprofeno podem ser usados, se disponíveis. No entanto, muitos pacientes com úlceras profundas precisarão de terapia sistêmica para dor. Tratar infecção: Todas as úlceras abertas são colonizadas por bactérias, mas apenas infecções clinicamente evidentes devem ser tratadas com cultura e tratamento com antibióticos. Pacientes com feridas profundas devem ser avaliados quanto à presença de osteomielite. Otimize a nutrição: Pacientes com lesões cutâneas e moles induzidas por pressão estão em um estado catabólico crônico. A otimização da ingestão proteica e calórica total é importante, principalmente para pacientes com lesões por pressão nos estágios 3 e 4. Redistribuir pressão: O posicionamento e o suporte adequados para minimizar a pressão do tecido devem ser fornecidos a todos os pacientes, principalmente aqueles com feridas abertas. Cuidados com as feridas O gerenciamento de feridas está de acordo com os princípios gerais de tratamento de feridas, que incluem desbridamento de tecido necrótico e curativos adequados ou a realização de curativos das feridas para promover a cicatrização do leito da ferida e a cobertura da ferida, quando indicado. Complicações: As principais complicações que um paciente com úlcera de pressão está exposto são as infecções. ➢ Colonização ➢ Diminuição da cicatrização ➢ Biofilme ➢ Sepse ➢ Infecção superficial Os fatores locais que contribuem para a infecção das úlceras por pressão incluem quebras na integridade da barreira cutânea, alterações induzidas pela pressão e contaminação de áreas sujas contíguas, como a incontinência fecal. Colonização - A colonização da úlcera por pressão por microrganismos precede o desenvolvimento da infecção. A úlcera é colonizada pela flora da pele, que é rapidamente substituída por bactérias do ambiente local e pelo trato urogenital ou gastrointestinal, geralmente por contaminação fecal direta. Prevenção: ➢ Redistribuição de pressão o Posicionamento dinâmico o Superfícies de suporte o Rotação continua o Intervalo de reposicionamento ➢ Uso apropriado de dispositivos e superfícies de redução de pressão ➢ Posicionamento adequado do paciente Sarah Silva Cordeiro | 3º período 2021.2 | MEDICINA – FITS | @study.sarahs Citar os principais riscos pré-operatórios em pacientes idosos: A avaliação pré-operatória procura identificar e quantificar os possíveis fatores de risco e tomar atitudes para, se possível, corrigir ou prevenir as complicações relacionadas no pós-operatório. Risco nutricional: Os objetivos do suporte nutricional são, em tese, restaurar o estado nutricional de um paciente desnutrido no pré-operatório para diminuir o risco cirúrgico. Risco pulmonar: O envelhecimento está associado a uma série de alterações que podem colocar o idoso em uma situação de maior risco para complicações pulmonares perioperatórias. Destacam-se alterações de deglutição que aumentam o risco de disfagia orofaríngea; a diminuição do reflexo de tosse, implicando menor proteção das vias aéreas; alterações de tecido conjuntivo que causam deformidades alveolares similares às encontradas no enfisema; cifoescoliose; e calcificação das cartilagens costais, determinando menor complacência da caixa torácica e sarcopenia que resulta menor desempenho dos músculos intercostais e do diafragma. Relacionar os principais riscos pós- operatórios em pacientes geriátricos: Delirium: Entre os pacientes cirúrgicos, este risco varia de 10% a 50%, associando-se a idosos mais frágeis e a procedimentos mais complexos, como cirurgia cardíaca. Os fatores de risco para delirium podem ser divididos entre aqueles que aumentam a vulnerabilidade do indivíduo eos que precipitam o distúrbio. Entre os principais fatores predisponentes estão doenças do sistema nervoso central, como demência, acidente vascular cerebral e doença de Parkinson. Outros fatores são idade avançada e déficit sensorial. Risco nutricional: dar suporte ao paciente debilitado durante a fase catabólica induzida pela cirurgia e, finalmente, promover a rápida cicatrização, o retorno da função gastrintestinal e da ingesta alimentar via oral. Risco pulmonar: As principais complicações pulmonares encontradas no pós-operatório são: atelectasia, broncoespasmo, infecção traqueobrônquica, pneumonia, exacerbação de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), insuficiência respiratória e ventilação mecânica prolongada. Risco renal: O risco renal é aumentado no idoso por causa da diminuição progressiva do clearance com a idade. As comorbidades, especialmente o diabetes, a hipertensão e a insuficiência cardíaca, agravam o risco de insuficiência renal no pós-operatório. Sarah Silva Cordeiro | 3º período 2021.2 | MEDICINA – FITS | @study.sarahs Esquematizar cuidados paliativos em geriatria: O que são cuidados paliativos? De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), os cuidados paliativos vão muito além do alívio da dor. É uma abordagem que inclui amenizar o sofrimento físico e emocional de pacientes com doenças avançadas, bem como dar suporte a toda a família que acompanha esse indivíduo. Portanto, a cura deixa de ser prioridade, a morte é vista como um processo natural e o foco passa a ser a pessoa, e não a doença — o intuito é cuidar do paciente de forma ética e humana ao promover qualidade de vida, aliviar os sintomas da doença e trazer conforto psicológico. Os cuidados paliativos são indicados para casos de pacientes fragilizados, debilitados, com declínio funcional ou falência orgânica, em que uma intervenção — como o encaminhamento para a UTI, por exemplo — não teria nenhum resultado efetivo e só traria mais sofrimento para o indivíduo e membros da família. Desse modo, é uma prática em que a equipe multidisciplinar (médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas e terapeutas ocupacionais) devem mudar sua conduta, acolhendo, escutando e ficando ao lado do paciente idoso e seus familiares nesse momento tão delicado. Por que a abordagem é essencial para os cuidados com idosos? Os cuidados paliativos na terceira idade são importantes devido ao envelhecimento populacional. Em 2060, o Brasil terá um quarto da população idosa (58,2 milhões de pessoas) e a expectativa de vida ao nascer será de 77,9 anos para os homens e 84,2 para as mulheres segundo projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esses dados apontam que o país precisa se adequar para atender esses idosos com mais qualidade, pois sabemos que, com o envelhecimento, há um aumento também das doenças crônico-degenerativas. Dessa forma, é necessário modificar a atenção em relação a esses pacientes e toda a família para que recebam o amparo necessário em casos de doenças que ameaçam a continuidade da vida. Daí a importância dos cuidados paliativos na terceira idade para reduzir a dor, mal-estar, enjoos, falta de ar, entre outros sintomas de enfermidades mais avançadas. Um exemplo é o paciente em fase terminal de Alzheimer que, em muitos casos, é acometido por pneumonias, problemas cardíacos, renais, derrame, entre outras complicações. Uma conduta comum é encaminhar esse idoso com problemas respiratórios graves ao hospital (em situações em que ainda não está internado) e de lá para a UTI. Mesmo com poucas chances de sobrevivência, são feitas várias intervenções para "manter a vida" mesmo que isso implique sofrimento desnecessário. Não raro, ele virá a óbito sozinho, sem estar com sua família por perto. Qual é a relação entre essa prática e a bioética? A bioética norteia as práticas de cuidado à saúde, estabelecendo o respeito à individualidade e dignidade do ser humano — como a capacidade de a pessoa decidir sobre si mesma no momento da morte. É pautada em 4 princípios que atendem a conduta adotada nos cuidados paliativos. São eles: ➢ autonomia — os profissionais de saúde devem respeitar o poder de decisão do paciente e suas individualidades, como cultura e crenças. Dessa maneira, ele não deve ser submetido a nenhum tratamento sem o seu consentimento; ➢ beneficência — é dever do profissional de saúde fazer o bem ao paciente, evitando, assim, submetê-lo a intervenções cujo sofrimento será muito maior ao benefício, como em doenças sem possibilidade de reversão; Sarah Silva Cordeiro | 3º período 2021.2 | MEDICINA – FITS | @study.sarahs ➢ não maleficência — deve-se evitar procedimentos que causem dano ao paciente ou desrespeitem sua dignidade como pessoa; ➢ justiça — é um direito dos pacientes terem suas necessidades de saúde atendidas. No entanto, esse princípio não pode prevalecer sobre os anteriores no caso de pacientes em estado crítico. Como é a realidade no Brasil quando se trata de cuidados paliativos? Por aqui, ainda há carência de profissionais especializados em cuidados paliativos. Em um estudo, de 2015, da consultoria Economist Intelligence Unit, que avaliou tratamentos paliativos para pacientes em estado terminal, o Brasil está em antepenúltimo lugar em um ranking de 40 países — ficou à frente apenas de Uganda e Índia. A lista foi encabeçada por Grã-Bretanha, Austrália e Nova Zelândia. Em 2014, foi divulgado um mapeamento global que indica que apenas uma em cada 10 pessoas no mundo tem acesso aos cuidados paliativos. A pesquisa consta no documento Atlas Global de Cuidados Paliativos no Final da Vida, da Organização Mundial da Saúde (OMS) em parceria com o Worldwide Palliative Care Alliance (WPCA). O levantamento também revelou que somente em 20 países há sistema adequado para essa prática — lista que não inclui o Brasil. Referências: Objetivo 1: https://idosos.com.br/sindrome-da- imobilidade/ + Sanar Objetivo 2: Sanar Objetivo 3 e 4: http://ggaging.com/details/342/pt-BR Objetivo 5: https://www.faculdadeunimed.edu.br/blog/cui dados-paliativos-na-terceira-idade-uma- pratica-essencial https://idosos.com.br/sindrome-da-imobilidade/ https://idosos.com.br/sindrome-da-imobilidade/ http://ggaging.com/details/342/pt-BR https://www.faculdadeunimed.edu.br/blog/cuidados-paliativos-na-terceira-idade-uma-pratica-essencial https://www.faculdadeunimed.edu.br/blog/cuidados-paliativos-na-terceira-idade-uma-pratica-essencial https://www.faculdadeunimed.edu.br/blog/cuidados-paliativos-na-terceira-idade-uma-pratica-essencial
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