INTERNATO CLÍNICA MÉDICA - PACIENTE TERMINAL (exercícios comentados)

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JULIA MINODA | RESUMOS INTERNATO
PACIENTE TERMINAL
Questão 1
Paciente com quadro câncer de próstata avançado, sem proposta de tratamento curativo. Queixa-se de dor
constante, que varia de 2-3 numa escala de 10, na região lombar baixa. A TC de coluna mostrou lesões
osteolíticas compatíveis com metástases ósseas. No momento, o paciente faz uso esporádico de dipirona, quando
a dor está mais intensa. Marque a alternativa que indica o tratamento correto da dor desse paciente.
a. Nimesulida em horário fixo.
b. Opióide forte em horário fixo.
c. Análgésico simples e horário fixo
d. Opióide fraco em horário fixo.
Questão 2
Paciente com quadro terminal de câncer com metástases ósseas na bacia e na coluna vertebral e dores que o
paciente relata serem nível 6 numa escala de zero a 10. Faz uso praticamente constante de dipirona e
paracetamol quando a dor está mais intensa, com controle apenas parcial do sintoma. Marque a alternativa que
indica a conduta mais adequada para o tratamento da dor desse paciente.
a. Opioide fraco em horário fixo, associado à dipirona (1g até de 6/6 horas) em caso de dor.
b. Opioide fraco em horário fixo, associado a opioide forte.
c. Opioide forte em horário fixo, associado à dipirona 1g de de 6/6 horas também fixo.
d. Dipirona (1 g de 6/6 horas), associado a opioide forte em caso de dor.
Questão 3
Paciente com quadro terminal de neoplasia de intestino, apresenta múltiplas metástases e queixa de dores
disseminadas constantes, 8 em 10. Faz uso de dipirona 1 g 6/6 horas, com alívio parcial do sintoma. Entre os
intervalos, usa paracetamol ou AINE's, quando a dor piora. Marque a alternativa que indica a conduta mais
adequada para o tratamento da dor desse paciente.
a. Opióide fraco em horário fixo, associado a opióide forte e paracetamol 750 mg 8/8 horas em caso de dor.
b. Opióide fraco em horário fixo, associado à paracetamol 750 mg 8/8 horas em caso de dor.
c. Opioide forte em horário fixo, associado à paracetamol 750 mg 8/8 horas.
d. Paracetamol 750 mg 8/8 horas, associado a opióide forte em caso de dor.
Questão 4
Paciente é diagnosticado com câncer hepático avançado com metástases disseminadas, incluindo cerebrais.
Apresenta-se muito debilitado, desnutrido e sonolento e confinado ao leito. Apesar da doença avançada,
encontra-se consciente e capacidade cognitiva preservada. Não há possibilidade de tratamento curativo ou
paliativo. Considerando o Código de Ética Médica e as resoluções sobre temas éticos e de sigilo médico do CFM,
marque a alternativa que apresenta uma resposta correta:
a. mesmo o paciente sendo autônomo, o médico pode optar por não contar o diagnóstico para ele na situação
descrita.
b. nessa situação, o médico é obrigado a obter o consentimento dos familiares para contar o diagnóstico ao
paciente.
c. em caso de doenças graves, o médico sempre deve comunicar o diagnóstico inicialmente aos familiares, que
devem comunicar ao paciente.
d. independentemente da condição clínica do paciente, o médico é obrigado a comunicar o diagnóstico para ele.
Questão 5
"O prontuário médico é um documento elaborado pelo profissional e é uma ferramenta fundamental para seu
trabalho. Nele constam, de forma organizada e concisa, todos os dados relativos ao paciente, como seu histórico
familiar, anamnese, descrição e evolução de sintomas e exames, além das indicações de tratamentos e
prescrições. Feito no consultório ou hospital, o prontuário é composto de informações valiosas tanto para o
paciente como para o próprio médico. Seu principal objetivo é facilitar assistência ao paciente."
Fonte: FARINA, A. Prontuário Médio. Disponível em:
http://portal.cfm.org.br/index.php?option=com_content&id=20462:prontuario-medico. Acessado em: 23/06/2017.
Considerando a legislação atual sobre sigilo médico e acesso ao prontuário do paciente, marque a alternativa
INCORRETA. Escolha uma opção:
a. Após o óbito do paciente, de acordo com decisão do Superior Tribunal de Justiça, qualquer parente pode
solicitar cópia do prontuário.
b. O médico assistente só pode copiar o prontuário de seu paciente em caso de processo ético.
c. O serviço de saúde é responsável pela guarda do prontuário do paciente.
d. O paciente pode solicitar uma cópia de seu prontuário em qualquer momento, sem necessidade de justificativa.
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http://portal.cfm.org.br/index.php?option=com_content&id=20462:prontuario-medico
JULIA MINODA | RESUMOS INTERNATO
Questão 6
Paciente de 62 anos de idade, com quadro de câncer de hepático com metástases pulmonares, ósseas e
cerebrais. Realizou quimioterapia e radioterapia como tratamento paliativo e encontra-se com a doença
estabilizada e com estado geral regular. Hoje comparece a consulta com queixa piora da dor em relação à última
consulta (há 2 meses). A dor que inicialmente era pra 3 passou para 7. Relata falta de interesse e apatia e choro
frequente há 3 semanas. Queixa-se também de insônia terminal (dorme, acorda e não consegue dormir de novo).
Está em uso de paracetamol 750 mg de 8 em 8 horas fixo. Marque a alternativa que indica a conduta mais
adequada para o manejo do quadro atual desse paciente. Escolha uma opção:
a. Prescrever um antidepressivo inibidor da recaptação da serotonina e aguardar seu efeito para reavaliar a dor.
b. Manter o paracetamol em horário fixo e associar morfina nos intervalos, se necessário.
c. Prescrever tramadol fixo associado à dipirona em caso de dor e iniciar com antidepressivo.
d. Prescrever morfina associada a antidepressivo atípico.
Questão 7
Os opióides são medicamentos cheios de tabus e preconceitos que podem prejudicar o seu uso correto e evitar
que o paciente se beneficie de seus efeitos analgésicos. Em relação ao uso de opióides no tratamento da dor
crônica, é correto afirmar que… Escolha uma opção:
a. Os opióides fortes devem ser a primeira escolha no tratamento da dor crônica.
b. O principal limitador do uso de opióides orais é o risco de insuficiência respiratória.
c. A via injetável é a via preferencial para administração de opióides.
d. Os opióides induzem tolerância, sendo necessário o aumento da dose.
Questão 8
A autonomia do paciente é um dos fundamentos da relação médico paciente e do sigilo médico. Apesar de parecer
um conceito claro, algumas situações limítrofes desafiam a capacidade do médico definir se seu paciente é
autônomo ou não. Considerando a definição de autonomia do ponto de vista da ética médica, é possível afirmar
que::
a. a autonomia está relacionada basicamente à tomada de decisão.
b. a autonomia depende primariamente da idade do paciente. Pacientes maiores de idade são sempre
considerados autônomos.
c. pacientes em cuidado paliativo sem possibilidade de tratamento curativo ou terminais podem ser considerados
autônomos.
d. o tratamento de pacientes autônomos só é iniciado após a comunicação de seu diagnóstico..
RESPOSTAS
1- Paciente com quadro de dor leve, constante e de início recente, associado a uma doença sem possibilidade de
tratamento curativo, mas com possibilidade alta de sobrevida em médio prazo. Por se tratar de um quadro de dor
leve, mas constante, deve-se seguir os princípios de tratamento da dor da OMS: pela escala (dor leve), pela boca
e pelo relógio. O paciente deve fazer uso de analgésico simples, como dipirona 500-1g 8/8 ou 6/6 horas ou
paracetamol 500-750 mg 8/8 horas. O tratamento deve ser reavaliado em curto prazo, no máximo uma semana, e
adequações feitas, caso o controle da dor não seja satisfatório. A resposta correta é: Análgésico simples e horário
fixo
2- Paciente com quadro de dor moderada, constante e com doença fora de possibilidade terapêutica, estando
indicado o uso inicial de opioide fraco em horário fixo associado a analgésico comum nos intervalos, se
necessário. Ajustar a dose e intervalo de doses dos opioides e avaliar outros adjuvantes de acordo com a resposta
ao tratamento inicial. A opção de associação de opioide fraco e forte não tem sentido, pois não aumenta a
analgesia e aumenta o risco de efeitos colaterais. O uso de analgésicos simples fixo é indicado para quadros de
dor leve. E o usode opióide forte em horário fixo é indicado para os casos de dor de forte intensidade. A resposta
correta é: Opioide fraco em horário fixo, associado à dipirona (1g até de 6/6 horas) em caso de dor.
3- Paciente com quadro de dor intensa, constante e com doença fora de possibilidade terapêutica, estando
indicado o uso inicial de opióide forte em horário fixo associado a analgésico comum nos intervalos, se necessário.
Ajustar a dose e intervalo de doses dos opióides e avaliar outros adjuvantes de acordo com a resposta ao
tratamento inicial. A opção de associação de opióide fraco e forte não tem sentido, pois não aumenta a analgesia e
aumenta o risco de efeitos colaterais. O uso de analgésicos simples fixo é indicado para quadros de dor leve. E o
uso de opióide fraco em horário fixo é indicado para os casos de dor de intensidade moderada. A resposta correta
é: Opioide forte em horário fixo, associado à paracetamol 750 mg 8/8 horas.
4- Trata-se de um paciente claramente terminal e fora de possibilidade terapêutica. Trata-se então de um dilema
ético. Por se tratar de um paciente terminal, com doença bastante avançada, o médico pode optar por não contar o
diagnóstico ao paciente, caso considere que a comunicação da má notícia será danosa ao paciente e
considerando que o paciente tem pouco tempo de vida (princípio da não maleficiência). Como o paciente é
autônomo, ele tem a propriedade sobre o seu diagnóstico. Diante disso, o diagnóstico só deve ser comunicado aos
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familiares se houver a autorização do paciente. A resposta correta é: mesmo o paciente sendo autônomo, o
médico pode optar por não contar o diagnóstico para ele na situação descrita.
5- Apesar do Código de Ética Médica determinar que o sigilo do prontuário deve ser mantido mesmo após o óbito
do paciente, uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que os parentes de primeiro grau tem
direito de acesso ao prontuário do paciente. Outros parentes, apenas por meio de decisão judicial. O médico não
pode fazer cópias livremente do prontuário médico, apenas em casos de acusação de infração ética, com o
objetivo de preparar sua defesa. Em caso de pesquisa autorizada pelo Comitê de Ética em Pesquisa, o médico ou
qualquer pesquisador pode ter acesso ao prontuário médico, sem copiá-lo. O paciente tem direito a cópia do seu
prontuário a qualquer momento. No entanto, o prontuário não precisa ser liberado de imediato e o custo da cópia
pode ser cobrado do paciente. O serviço de saúde ou o médico deve guardar a cópia do prontuário do paciente
por pelo menos 20 anos. A resposta correta é: Após o óbito do paciente, de acordo com decisão do Superior
Tribunal de Justiça, qualquer parente pode solicitar cópia do prontuário.
6- Trata-se de paciente com quadro avançado de câncer, fora de possibilidade de tratamento curativo do câncer.
Apresenta um quadro muito sugestivo de depressão há 3 semanas. A depressão pode ter um impacto negativo
sobre a sensação de dor do paciente, o que pode ser responsável, isoladamente, pelo relato de piora da dor.O
paciente tem indicação de tratamento da depressão, mas como os antidepressivos têm início de efeito lento, é
necessário ajustar (elevar) a analgesia do paciente inicialmente. Após a melhora da depressão, o esquema de
tratamento da analgesia deve ser revisto. A resposta correta é: Prescrever tramadol fixo associado à dipirona em
caso de dor e iniciar com antidepressivo.
7- Os opióides orais são a primeira escolha para o tratamento de dor moderada a intensa, uma vez que essa via
oral é bastante segura e raramente produz eventos adversos respiratórios. Os eventos adversos gastrointestinais
normalmente aparecem antes dos efeitos respiratórios. Os opióides induzem tolerância, sendo normalmente
necessário aumentar a dose em casos de uso contínuo. A resposta correta é: Os opióides induzem tolerância,
sendo necessário o aumento da dose.
8 - Autonomia é a capacidade do paciente compreender sua situação (discernimento) e as consequências de suas
decisões. A autonomia não depende da idade, pacientes menores de idade podem ser considerados autônomos
(do ponto de vista da ética médica), bem como pacientes maiores de idade podem não ser autônomos. A
autonomia independe da fase da doença ou de sua gravidade. Pacientes autônomos são "donos" de seus
diagnósticos e podem indicar quem pode ou não ser comunicado sobre sua doença, bem como optar por não
serem comunicados sobre ela. No entanto, o consentimento do tratamento não depende da comunicação do
diagnóstico, devendo ser ofertado ao paciente a possibilidade de tratamento, mesmo que ele não queira saber o
seu diagnóstico. A resposta correta é: pacientes em cuidado paliativo sem possibilidade de tratamento curativo ou
terminais podem ser considerados autônomos.
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