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A2 - PROCESSO GERAL PENAL

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
DIREITO
PODE O MINISTÉRIO PÚBLICO INVESTIGAR DE FORMA AUTÔNOMA?
Atividade Avaliativa A2
RIO DE JANEIRO
2020
INTRODUÇÃO
O presente resumo objetiva identificar se dentre as competências atribuídas ao Ministério Público na CRFB/1988 estaria a de conduzir, de forma autônoma ou em parceria com a Polícia, a investigação criminal.
Com o fortalecimento do Ministério Público no Brasil na CRFB/1988 tem sido corriqueiramente anunciado que várias investigações conduzidas, de forma autônoma ou com o auxílio das Polícias, a referida instituição tem logrado êxito em desmantelar organizações criminosas, especialmente aquelas formadas por agentes estatais.
Porém há vozes que defendam a ilegalidade das investigações realizadas pelo Parquet ao argumento de que a CRFB/1988 atribui tal incumbência somente à Polícia Federal e às Polícias Civis dos Estados, o que vem causando calorosos debates na doutrina e julgamentos conflitantes nos Tribunais.
PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS
Os princípios institucionais do Ministério Público estão relacionados no artigo 127, §1º da CFRB/1988, que diz: “São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a independência Funcional”.
Por unidade entende-se que Ministério Público é instituição una, e sob a coordenação de um único chefe. Entretanto, deve ser observada que essa unidade de chefia está para cada entidade política, portanto não há unidade entre o Ministério Público Federal e os Ministérios Públicos estaduais, por óbvio, que nada impede que eles trabalhem conjuntamente, o que é até recomendado em alguns casos (LENZA, 2010).
Por indivisibilidade é decorrência lógica e coerente do princípio da unidade, pois se a instituição é una, nada mais coerente que um membro possa substituir, dentro da mesma função, outro sem que necessite de qualquer formalismo para tal. Quem exerce os atos, quem fala no processo é a Instituição e não a pessoa do promotor ou procurador.
Por independência funcional diz a constituição que os membros do Ministério Público são independentes em suas convicções, já que não se submetem suas manifestações a qualquer poder hierárquico, devendo agir nos feitos judiciais e extrajudiciais de sua competência forma livre. A chefia somente diz respeito à parte administrativa da instituição e jamais sob o enfoque funcional. Deve ser registrado que, a tentativa do Presidente da República de impedir o livre-exercício da instituição configura crime de responsabilidade, nos termos do artigo 85, inciso II, da CRFB/1988.
O Ministério Público também goza de autonomia funcional e administrativa, nos termos dos §§1º e 2º do artigo 127 da CRFB/1988, podendo elaborar sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos pela na lei de diretrizes orçamentárias e, ainda, propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares.
Todos esses princípios e garantias institucionais são dados ao Ministério Público para que ele possa desenvolver sua atividade de fiscal da lei da forma mais isenta e independente possível, e sem qualquer possibilidade de represálias ou perseguições.
ARGUMENTOS CONTRÁRIOS À INVESTIGAÇÃO CRIMINAL PELO MINISTÉRIO PÚBLICO
O artigo 144, §1º, incisos I e IV, e §4º, da CRFB/1988 atribui de forma expressa às Polícias Federais e Civil a apuração de infrações penais, sendo que tal atribuição está garantida pelo princípio do devido processo legal, contido no artigo 5º, inciso LIII, da Constituição. Não há nenhum permissivo constitucional para que o Ministério Público realize investigações criminais, sendo que nem mesmo uma Lei infraconstitucional poderia dar essa incumbência ao Parquet brasileiro.
No artigo 129, inciso VII, a CRFB/1988 permite ao Ministério Público o controle externo da atividade policial, e não sua substituição, ou seja, não existe no Brasil a figura do “Promotor de Investigação”.
O disposto no inciso VI, do artigo 129, da CRFB/1988, que dispõe sobre a possibilidade de o Ministério Público expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua competência, está restrito aos inquéritos civis públicos e outros de natureza administrativa, tanto que o inquérito criminal é disciplinado no inciso VIII, e sendo que neste a atuação do Ministério Público se limita à requisição de instauração do inquérito e de diligências investigatórias.
A competência privativa para promover a ação penal, conforme disposto no artigo 129, inciso I, da CRFB/1988, não engloba a investigação criminal, já que esta não está subordinada e nem se trata de um minus em relação àquela, não podendo ser aplicado aqui a teoria dos poderes implícitos, pelo qual quem compete o mais, compete o menos. Assim, necessitaria de uma emenda constitucional para que o Ministério Público pudesse realizar a investigação criminal.
A FUNÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO NA INVESTIGAÇÃO CRIMINAL
O Ministério Público não pode ser mero expectador da investigação criminal, até porque ele é o titular da ação penal, observando que o inquérito policial é instrumento facultativo e dispensável para o exercício dá direito de ação. O Ministério Público não pode ser tido como mero expectador no inquérito, já que a razão de ser do inquérito é a ação penal, não haveria motivos para a existência da investigação criminal (inquérito) se não fosse à ação penal.
Toda a investigação tem um propósito: esclarecer os fatos. E como subsequente: verificar se houve a prática de um ilícito penal e, se positivo, encontrar o autor do fato delituoso para a consequente responsabilização penal.
Se por um lado não é possível afirmar uma “superioridade da ação penal” em detrimento do procedimento de “investigação criminal”, não há como discordar que este não existe se não houver aquela (a ação penal). Entretanto a recíproca não é verdadeira, ou seja, a ação penal pode existir sem a investigação criminal, sendo isso previsto em várias passagens (artigos 12, 27, 39, §5º, 46 §1º) do Código de Processo Penal.
 Ora, se a própria legislação processual penal permite a dispensabilidade do inquérito policial com qual fundamento o Ministério Público iria formar sua opinio delicti e consequentemente subsidiar sua denúncia? A resposta somente pode ser uma: por meio de diligências/investigações realizadas pelo próprio titular da ação penal.
Segundo RANGEL (2012) “a função persecutória preliminar, própria e direta, exercida pelo Ministério Público, é inerente à privatividade da ação penal pública que a Constituição lhe conferiu”.
Segundo Sérgio Demoro Hamilton, citado por RANGEL (2012), poderes conferidos ao Ministério Público no artigo 129, inciso I, da CRFB/1988 de nada valeriam se não pudesse promover, de forma autônoma, a investigação criminal. 
Se um dos argumentos da posição contrária é de que se o Ministério Público se transformaria em um “superpoder” caso lhe fosse dada a atribuição investigatória, deve ser observado que o contrário poderia alijá-lo de forma a torná-lo um fantoche nas mãos da polícia, e pior ainda, daqueles que a controlam, pois deve ser registrado que a Polícia em nosso país não possui autonomia e liberdade para investigar, e isso é fato notório até mesmo aos mais iletrados.
Assim, o Ministério Público é o único que pode garantir, devido aos seus princípios institucionais e garantias funcionais uma investigação (apuração dos fatos) isenta de qualquer interferência, garantindo um dos princípios basilares da CRFB/1988, o devido processo legal com acesso a todos os recursos e meios disponíveis.
Deve ser observado que o Ministério Público é parte no processo, porém como fiscal da lei, ou seja, a ele não interessa a condenação ou a absolvição da parte contrária, mas a ele é dado o dever de acusar ou defender conforme os preceitos constitucionais e legais.
E neste ínterim cabe uma observação: o Ministério Público não é órgão de acusação, é órgão de fiscalização da aplicação da Lei. Assim sendo, estando ele próximo à colheita de informações seu opino delicti será tomado de forma livre e convincente, o que afasta a possibilidadede ser manipulado por investigações tendenciosas, o que a história nos mostra ser muito comum no Brasil.
Essa autonomia é uma garantia constitucional ao investigado, que sendo alguém de forte influência não terá a investigação tomada um rumo ignorado, ou também o contrário, sendo pessoa abastarda de apadrinhados políticos e/ou de recursos financeiros não tenha a investigação tomada em seu desfavor.
A autonomia do órgão investigativo é de tamanha importância que, nos termos do artigo 42.1, do Estatuto de Roma, diz que o “O Gabinete do Procurador atuará de forma independente, enquanto órgão autônomo do Tribunal”.
Nesse aspecto, é de fundamental importância registrar que o Ministério Público possui autonomia funcional necessária para melhor acompanhar, e se entender necessário, conduzir a investigação criminal.
A CRFB/1988 não instituiu o monopólio ou a exclusividade da investigação penal à Polícia. não há nenhuma norma na CRFB/1988 que impede a investigação criminal ser conduzida/realizada pelo Ministério Público. O ideal e recomendado é que a investigação criminal não fique monopolizada e nem seja exclusividade de nenhum órgão.
CONCLUSÃO
Conforme afirmado ao longo deste resumo, os princípios institucionais (unidade, indivisibilidade e independência funcional), aliado à autonomia funcional e administrativa e, ainda, as garantias funcionais da vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de subsídios, foram-lhe concedidas para poder desempenhar sua função, dentre as quais se destaca a investigação criminal de forma direta e exclusiva, como meio a garantir o cumprimento da Lei.
Quem perde com a exclusividade ou monopólio da investigação é a democracia, pois, se vivemos em uma democracia é crucial que importantes garantias individuais indisponíveis (artigo 127, caput, da CRFB/1988) não fiquem a cargo somente de um único órgão, mas que possam ter, pelo menos, outra instituição para fiscalizar, acompanhar ou conduzir a investigação criminal.
REFERÊNCIAS
FILHO, Elaercio Fernandes. A investigação autônoma pelo Ministério Público. Jus.com.br, 2015. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/ 39318/a-investigacao-autonoma-pelo-ministerio-publico-admissibilidade-ou-nao-da-investigacao-criminal-pelo-mp>. Acesso em 29 de novembro de 2021.
BRANTES, Thiago Maurílio Salatiel. A função do Ministério Público na investigação criminal. Jus.com.br, 2014. Disponível em: < https://jus.com.br /artigos/33190/a-funcao-do-ministerio-publico-na-investigacao-criminal>. Acesso em 27 de novembro de 2021.
GALLI, Marcelo. Ministério Público pode investigar crimes por conta própria, decide Supremo. Consultor Jurídico, 2015. Disponível em: < https://www.conjur.com.br/2015-mai-14/mp-investigar-crimes-conta-prop ria-decide-supremo#:~:text=Minist%C3%A9rio%20P%C3%BAblico%20p ode%20investigar%20crimes%20por%20conta%20pr%C3%B3pria%2C%20decide%20Supremo&text=O%20Minist%C3%A9rio%20P%C3%BAblico%20tem%20a,a%20razo%C3%A1vel%20dura%C3%A7%C3%A3o%20do%20processo.>. Acesso em 28 de novembro de 2021.

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