CLÍNICA MÉDICA DE GRANDES 1 – 14/04/2021 DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS · Anemia Infecciosa Equina – exame dela é necessário para tirar o GTA · Mormo – exame dela é necessário para tirar o GTA · Febre Aftosa – atinge principalmente os bovinos, sendo maior importância nele, por mais que atinja outras espécies também · Raiva – o teste de raiva não é pedido para transporte por conta do jeito que o exame é feito, sendo que ele é necessário fazer pós-mortem, através do tecido nervoso e o curso é muito rápido também, então não é possível fazer o diagnóstico tão rápido dependendo da circunstancia ANEMIA INFECCIOSA EQUINA · Enfermidade infectocontagiosa causada por vírus da família Retroviridae e do gênero Lentivírus · É conhecida pela a sigla de AIE · Ela é conhecida também como Febre dos Pântanos ou Swamp Fever, Malária Equina, AIDS do cavalo, Mal do Cochilo ou Cochilão · Acomete os equinos, asininos e muares, os equídeos domésticos de forma geral TRANSMISSÃO DA AIE · Várias fontes de contaminação · Os insetos hematófagos de forma geral, como as moscas de estábulos, mutuca, todos de hábitos hematófagos · É sempre necessário um manejo sanitário decente, manejo de dejetos de animais em baías, para evitar a proliferação de moscas, pois elas ovipõe nas fezes dos animais · Tem complicação em região mais quentes devido a grande proliferação das moscas nesses locais · Não apenas os insetos são responsáveis pela a transmissão, os veterinários e funcionários/proprietário por exemplo, precisa ter cuidado, porque essa patologia pode ser transmitida por seringas, material cirúrgico, agulhas. Sendo que o material cirúrgico é necessário fazer processo de autoclavagem, e seringas e as agulhas é necessário uma para cada animal · Existe outras transmissões como a vertical e a sexual, podendo passar de mãe para filho via placenta, ou através de contato sexual, então é necessário saber se são ou não positivo para a doença · O grande problema dela, é que uma vez que o vírus for instalado no organismo do animal, ele permanece para toda vida, ou seja, não há tratamento eficaz para acabar com essa patologia · Pode ser desenvolvida de forma aguda ou crônica, porém sempre será um transmissor da patologia, então logo que é identificado com essa doença, ele é eutanasiado · Sua progressão é de forma importante e rápida, sendo que muitos animais morrem, então para controlar é necessário eutanasiar o animal · O maior problema são animais de alto valor financeiro, e que são totalmente assintomáticos com a patologia, e quando o animal precisa se reproduzir ou fazer alguma prova, e é dado como positivo, é necessário eutanasiar de acordo com a lei · O laboratório que faz os exames são o IDAF, e o proprietário pede provas, e contraprovas dos exames · As doenças que tem eutanásia obrigatória, não há um avanço do conhecimento da patologia, então como os animais precisam ser eutanasiados, você não consegue testar protocolos diferentes para ela, e acaba que fica estagnado PATOGENIA DA AIE · Muito ainda ela não é completamente entendida como ocorre · Imediatamente após a infecção com o vírus da AIE, eles começam a se replicar rapidamente, e primeiramente os macrófagos fazem o processo de fagocitose, e acaba contaminando tecido hepático, baço, nódulos linfáticos, pulmões, rins e glândulas adrenais · Os vírions, que são oriundos da infecção viral, são liberados na circulação e geralmente o primeiro sinal clinico visto, é o aumento da temperatura retal, o que pode acabar despercebido, tendo um tempo de incubação, ocorrendo de 7 a 21 dias da infecção · Os cavalos não são capazes de remover a infecção · Permanecem infectados por toda a vida · Em caso de infecção viral, temos a complicação, porque não conseguimos atacar de maneira eficiente o vírus, dependendo da resposta imune do animal, e ela ser eficiente o suficiente, diferente de uma doença bacteriana que mesmo sendo grave, existe um leque de antibióticos que fazem efeito · O organismo do animal consegue gerar uma resposta imune, porém muitas vezes ela gera mais problema pro animal, e acaba que de qualquer forma não elimina o vírus · A resposta imune resulta a deposição de imunocomplexos, trazendo problemas como renais, hepáticos, atingindo sistema linfático, e tudo é acarretado pela a própria resposta imune do animal SINAIS CLÍNICOS DA AIE · A doença pode ser aguda, crônica ou assintomática · Os animais assintomáticos, no quais podem em uma certa época da vida, reativar os vírus, replicar eles, devido ao processo que ataca o sistema imune, mas não se sabe exatamente o motivo · A fase aguda, a rápida, a que acontece logo após a infecção, no intervalo de 7 a 24 dias, caracterizada pela a febre de 40,5 á 41ºC, gera anorexia, anemia, palidez das mucosas, hemorragias petequiais (possível ver em pele e em mucosa, associado a processo de hemólise), destruição das hemácias e por isso a anemia, e esse fator não é explicado mas provavelmente ocorre por conta do sistema imune do animal, animal anêmico fica apático, alimenta-se menos, não é possível controlar, e muitas vezes o animal acaba vindo óbito · O quadro agudo pode ser confundido, tendo um diagnóstico diferencial da patologia de Babesiose, porque o quadro é semelhante, mas no caso da Babesiose, temos também hemólise, anemia por hemólise, e uma anemia imunomediada pela a Anaplasmose · A fase crônica da doença, é mais lento o processo, o animal começa a perder peso, destruição de hemácias, plaquetas, podendo ter presença de hemorragia de uma forma menos brusca, o animal fica mais letárgico, e posso ter problemas oriundos de deposição de imunocomplementos, como glomerulonefrite. Intolerância a exercício, se cansa facilmente, o acaba se tornando muito perceptível ao dono, ao treinador · Os animais assintomáticos, são transmissores da doença por mais que seja saudável CONTROLE E PREVENÇÃO DA AIE · A Anemia Infecciosa Equina é uma moléstia sem tratamento, não existindo também vacina para combate-la · O controle pode ser feito através: · Evitar uso de seringas e agulhas em vários animais, qualquer tipo de instrumento cirúrgico deve ser feito com esterilização do material · Limpeza dos utensílios utilizados nos animais · Isolamento dos animais positivos até a realização do sacrifício, inclusive animais com suspeita precisam se manter afastado dos outros animais · Sacrifício dos animais positivos à prova de diagnóstico · Submeter ao exame de diagnóstico para AIE em todo equídeo que necessite transitar para rodeios, exposição, cavalgada, eventos sérios, qualquer transporte · Realização de exame de diagnóstico para AIE para os animais adquiridos em leilões, feiras ou de outras propriedades · O GTA dura 2 meses, então nesse período tu pode transportar o animal tranquilamente, após isso é necessário a emissão de um novo GTA MEDIDAS – MAPA · O MAPA impõe as medidas para controle da doença, mas quem vai aplica-las é o órgão estadual da região · Interdição da propriedade após identificação do equídeo portador · Deverá ser realizada investigação epidemiológica de todos os animais que reagiram ao teste de diagnóstico de AIE · Marcação permanente dos equídeos portadores da AIE · Sacrifício ou isolamento dos equídeos portadores · Realização de exame laboratorial para o diagnóstico da AIE, de todos os equídeos existes na propriedade · Desinterdição da propriedade foco após a realização de dois exames consecutivos com resultados negativos para AIE, e com intervalo de 30 a 60 dias nos equídeos existentes · Orientação aos proprietários das propriedades que se encontrarem na área perifocal DIAGNÓSTICO DA AIE · Teste de Coggins, que é qualitativo, identificado se o animal está ou não está contaminado, e é feito da imunodifusão em gel de Ágar (IDGA), sendo um processo laboratorial, feito com as amostras do soro do animal · Pode ser feito através de ELISA, mas geralmente é através da imunodifusão · O teste de anemia é feito a coleta do sangue do animal através da jugular, e ai temos duas opções: Mandado para o laboratório