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Autismo e tecnologia

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AUTISMO E TECNOLOGIA: 
DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE 
APRENDIZAGEM E INCLUSÃO
TEA: VIAJANDO NO MUNDO AUTISTA
AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO
TEA: VIAJANDO NO 
MUNDO AUTISTA
.01
1 COMPREENDENDO O TEA E OS PRINCIPAIS SINTOMAS
Nos últimos anos temos visto um aumento nas discussões a respeito 
do autismo, mas infelizmente a maioria das pessoas ainda desconhece esse 
transtorno e a sua relevância.
Você saberia explicar o que é o autismo? 
Então participe da nossa pesquisa! 
Basta ler o QR Code ao lado e responder
O autismo atualmente é chamado de TEA e significa Transtorno do 
Espectro Autista. Essa visão do autismo como um espectro é razoavelmente 
recente, pois apenas em 2013 que o Manual Diagnóstico e Estatístico 
de Transtornos Mentais (classificação de transtornos mentais e critérios 
Organização
Ana Clarisse 
Alencar Barbosa
Marcelo Martins
Valéria Becher Trentin
Reitor da 
UNIASSELVI
Prof. Hermínio Kloch
Pró-Reitora do EAD
Prof.ª Francieli Stano 
Torres
Edição Gráfi ca 
e Revisão
UNIASSELVI
Autoras
Luciana 
Fonfoka
Karen Sartori
AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO
associados elaborado para facilitar o estabelecimento de diagnósticos mais 
confiáveis), o DSM-5 (em sua quinta edição) definiu o conceito do Transtorno 
do Espectro Autista (TEA). 
Ass im, d i s túrb ios que antes eram v is tos como independentes 
como o Autismo Infanti l Precoce, Autismo Infanti l , Autismo de Alto 
Funcionamento, Autismo Atípico, Transtorno Global do Desenvolvimento 
sem outra especificação, Síndrome de Asperger, Transtorno invasivo do 
desenvolvimento sem outra especificação – TID-SOE passaram a ser analisadas 
como um transtorno único podendo ser afetados em diferentes graus de 
comprometimento (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2002).
O termo espectro foi definido por conta da variabilidade dos sintomas, 
que estão relacionados à gravidade, ao nível de desenvolvimento e à idade.
O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é um transtorno do 
desenvolvimento neurológico, caracterizado por déficit de comunicação 
e interação social e pela presença de comportamentos e/ou interesses 
repetitivos ou restritos. É considerado um dos problemas de saúde mental 
que mais prejudicam o desenvolvimento infantil.
O transtorno do espectro autista caracteriza-se por déficits persistentes na 
comunicação social e na interação social em múltiplos contextos, incluindo 
déficits na reciprocidade social , em comportamentos não verbais de 
comunicação usados para interação social e em habilidades para desenvolver, 
manter e compreender relacionamentos. Além dos déficits na comunicação 
social, o diagnóstico do transtorno do espectro autista requer a presença de 
padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades. 
Considerando que os sintomas mudam com o desenvolvimento, podendo 
ser mascarados por mecanismos compensatórios, os critérios diagnósticos 
podem ser preenchidos com base em informações retrospectivas, embora 
a apresentação atual deva causar prejuízo significativo (ARAUJO; LOTUFO 
NETO, 2014, p. 31).
O autismo é um transtorno invasivo e sem cura. É possível “transitar” no 
espectro, principalmente quando a intervenção é precoce assim alterando o 
prognóstico e suavizando os sintomas. 
O autismo também se manifesta de forma diferente, podendo aparecer 
os sintomas logo que a criança nasce ou então levar anos para fechar o 
diagnóstico, principalmente nos casos leves, onde os pais, médicos não 
percebem os sintomas como sendo TEA. 
Segundo o Manual de Orientação do TEA do Departamento Científico 
de Pediatria do Desenvolvimento e Comportamento (PSBP, 2019, p. 1) “os 
sintomas do TEA só são consistentemente identificados entre os 12 e 24 
meses de idade”. E no Brasil o diagnóstico do TEA ocorre por volta dos 4 ou 5 
anos de idade, o que é lamentável diante da possibilidade de evolução dessas 
AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO
crianças se estimuladas precocemente, já que se sabe que é na 
primeira infância que a plasticidade neural maior. Plasticidade neural 
refere-se à capacidade do cérebro de mudar, se adaptar e desenvolver 
novas conexões sinápticas entre os neurônios (ANDRADE, 2020, s.p.).
Alguns estudiosos têm até mesmo sugerido que a intervenção precoce 
e intensiva tem o potencial de impedir a manifestação completa do TEA, 
por coincidir com um período do desenvolvimento em que o cérebro é 
altamente plástico e maleável (DEPARTAMENTO CIENTÍFICO DE PEDIATRIA 
DO DESENVOLVIMENTO E COMPORTAMENTO, 2019, p. 2).
Embora seja um espectro, existem alguns marcadores 
importantes no primeiro ano de vida que incluem anormalidades no 
controle motor, atraso no desenvolvimento motor, sensibilidade diminuída a 
recompensas sociais e dificuldade no controle da atenção. 
Segundo o Departamento Científico de Pediatria do Desenvolvimento e 
Comportamento (2019, p. 2) são sintomas no 1º ano de vida:
 
- perder habilidades já adquiridas, como balbucio ou gesto dêitico de alcançar, 
contato ocular ou sorriso social; - não se voltar para sons, ruídos e vozes 
no ambiente; - não apresentar; - sorriso social; - baixo contato ocular e 
deficiência no olhar sustentado; - baixa atenção à face humana (preferência 
por objetos); - demonstrar maior interesse por objetos do que por pessoas; 
- não seguir objetos e pessoas próximos em movimento;- apresentar pouca 
ou nenhuma vocalização; - não aceitar o toque; - não responder ao nome; 
- imitação pobre; - baixa frequência de sorriso e reciprocidade social, bem 
como restrito; - engajamento social (pouca iniciativa e baixa disponibilidade 
de resposta); - interesses não usuais, como 
fixação em estímulos sensório-viso-motores; - 
incômodo incomum com sons altos; - distúrbio 
de sono moderado ou grave; - irritabilidade no 
colo e pouca responsividade no momento da 
amamentação.
Lembrando que são sinais e que nenhuma criança 
com TEA é igual a outra, pois dentro desse espectro não 
existe regra, nem uniformidade, cada autista é único. 
O Departamento Cient í f ico de Pediatr ia do Desenvolvimento e 
Comportamento (2019) organizou um quadro com os principais sinais de 
risco para TEA em crianças de 6, 9 e 12 meses (Quadro 1).
Quando a habilidade de orientação social não está desenvolvida ou há 
falhas, a criança tem dificuldades em processar os estímulos sociais cotidianos, 
como a expressão facial, falar e gesticular (OZONOFF et al., 2008).
É importante destacar que estudos mostram que as falhas nas habilidades 
de orientação social em crianças com TEA são mais evidentes para o 
processamento de estímulos sociais do que para os estímulos não sociais 
(DAWSON et al., 2004).
AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO
QUADRO 1 – SINAIS DE RISCO PARA TEA EM CRIANÇAS DOS 6, 9 E 12 MESES
FONTE: Departamento Científico de Pediatria do Desenvolvimento (2019)
Por isso a dificuldade em interpretar as interações sociais, como os 
cumprimentos, certas insinuações, sarcasmo, metáforas, podem não identificar 
o tom de voz e expressões faciais que são capazes de mudar o significado 
do que alguém está dizendo. Em consequência, muitos interpretam as coisas 
literalmente ao “pé da letra”, por exemplo, quando dizemos: “Vai chover 
canivetes”!
Cabe aqui alertar que não podemos achar que obviamente uma pessoa 
autista não vai entender uma conversa que tenha alguma insinuação, 
sarcasmo... porque alguns aprendem a identificar esses sinais através das 
terapias.
1.1 TEORIA DA MENTE E AS DIFICULDADES DOS AUTISTAS
Você já ouviu falar na Teoria da Mente? 
Qual sua relação com o TEA? Vamos já compreender!
AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO
Segundo o Guia de Manejo Comportamental de crianças com TEA em 
Condição de Inclusão Escolar (2014), os estudos mais recentes incluem a 
dificuldade dos autistas nas habilidades de Teoria da Mente.
A Teoriada Mente se refere à capacidade de colocar-se no lugar do 
outro; fazer suposições sobre o que os outros pensam ou sentem; ser capaz 
de prever o que os outros dirão, farão, como se comportarão. Pessoas com 
TEA têm dificuldades em representar assuntos do ponto de vista de outras 
pessoas e em se colocar no lugar do outro (GAIATO, 2020).
Por apresentarem prejuízos relacionados à teoria da mente, essas crianças 
costumam apresentar dificuldades em: - apontar coisas para outros; - 
estabelecer contato visual; - seguir o olhar de outro indivíduo quando ele 
fala sobre algum objeto que estão olhando; - usar gestos de maneira social; 
- entender emoções em rostos alheios; - usar variação normal de expressões 
emocionais no próprio rosto; - mostrar interesses em outras crianças; - saber 
como envolver-se com outras crianças; - manter-se calma quando se sente 
frustrada; - entender que alguém pode ajudá-la; - entender como os outros 
se sentem em algumas situações (GUIA DE MANEJO COMPORTAMENTAL DE 
CRIANÇAS COM TEA, 2014, p. 23). 
Quando a Teoria da Mente está comprometida, as relações interpessoais 
e a aprendizagem poderão ser prejudicadas, pois estas interferem na 
comunicação, compreensão e na interpretação, no entendimento de símbolos 
e comportamentos sociais, assim como na interpretação de instruções dadas. 
Você conhece o teste Sally e Anne? Não?
Então vamos conhecer agora!
O teste Sally e Anne (Figura 1) criado por Baron-Cohen foi um dos 
primeiros experimentos para compreender a Teoria da Mente no ano de 1985. 
AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO
FIGURA 1 – O TESTE SALLY E
FONTE: https://www.scielo.br/j/prc/a/YSj4qypT88q7CSqhN5cmH4m/?lang=pt. Acesso 
em: 21 jun. 2021.
O autor e seus colaboradores compararam crianças autistas e com 
deficiência intelectual com crianças típicas. Atualmente, é aplicada em 
crianças a partir dos 4 anos para verificar se a criança apresenta alguma 
dificuldade nesta habilidade social (LACERDA, 2020). 
Que tal aplicar o teste Sally e Anne com seu (sua) filho(a), 
alunos(as)...? Não precisa ser autista, pode ser feito também 
com crianças típicas. O professor Dr. Lucelmo Lacerda ensina 
a fazer o teste e fala de sua importância. Vamos aprender? O 
link do vídeo está abaixo da imagem:
AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO
FONTE: https://www.youtube.com/watch?v=F7QdIG3JQ6M. Acesso em: 21 jun. 
2021.
FONTE: https://www.youtube.com/
watch?v=OjZWcVDpKVU. Acesso em: 21 
jun. 2021.
Para seguir com nossas discussões com relação à habilidade de orientação 
social, convidamos você para assistir Marcos Petry.
Você já ouvir falar em Marcos Petry?
Agora que você conhece mais sobre o autismo, nos diga
qual das crianças abaixo está dentro do espectro?
É um autista de alta funcionalidade 
que compartilha suas experiências em 
um canal do YouTube chamado Diário 
de um Autista. Em uma entrevista com 
Mayra Gaito, neurocientista ele descreve 
exatamente o que d iscut imos ac ima 
sobre a dif iculdade em interpretar os 
sinais sociais . É uma conversa muito 
interessante. Vamos assistir?
AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO
FIGURA 2 – QUAL É A CRIANÇA COM TEA?
FONTE: As autoras
FIGURA 2 – QUAL É A CRIANÇA COM TEA?
Você até pode ter acertado, o menino autista é o que está no meio. O 
Lucca tem 3 anos e meio, é meu filho e é grau moderado, segundo o DSM-5 
é nível 2 (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2014). 
Mas mesmo que tenha acertado, autismo não tem cara, não tem 
nenhuma característica física que o identifique dentro do espectro. Mais 
adiante vou falar mais a respeito da minha experiência com o Lucca. 
[...] O autismo não tem “cara”, forma física, sinais na pele ou no rosto da criança 
e não aparece em exames de imagem ou de sangue. Esta condição só pode 
ser identificada por meio de observação do comportamento da criança e 
por informações coletadas por meio de relatos de seus cuidadores, até que 
se preencham os critérios necessários para se confirmá-lo ou descartá-lo 
(ALEXANDRE, 2017, p. 9).
1.2 UM CÉREBRO ABERRANTE
Você já parou para pensar como é o cérebro do autista?
Vamos adiante!
AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO
Segundo Mundy (2003 apud ROGERS; DAWSON 2014), o autismo afeta 
especificamente os circuitos cerebrais sociocomunicativos, deixando as 
demais áreas do cérebro relativamente preservadas. Portanto, é fundamental 
conhecermos o funcionamento da “rede social” do cérebro para o planejamento 
de intervenções adequadas, como destacam os autores.
Através da Figura 3, pode-se observar as estruturas da rede social do 
cérebro que estão envolvidas no processamento de informações social, 
emocional e comportamental.
FIGURA 3 – CIRCUITOS DO CÉREBRO SOCIAL
FONTE: Rogers e Dawson (2014)
“A ativação cerebral ocorre nestas áreas como resposta a estímulos 
sociais; lesões nestas áreas resultam em alterações nos comportamentos 
sociais” (ROGERS; DAWSON, 2014, p. 5). As principais áreas cerebrais da “rede 
sócia” do cérebro incluem as partes do lobo temporal (giro fusiforme e sulco 
temporal superior), a amígdala e partes do córtex pré-frontal.
Conforme Rogers e Dawson (2014), tanto o giro fusiforme que é 
especializado na percepção e reconhecimento de rostos, como o sulco 
temporal superior – STS – que é especializado na percepção de movimentos 
(“movimento biológico”) são fundamentais para a detecção e interpretação 
das informações sociais, como exemplo, as expressões faciais. A amígdala é 
responsável pela atribuição de valores emocionais a vários estímulos, tanto 
positivos, como as recompensas, como negativos, como o medo, o castigo.
AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO
Imagine como é que uma criança se comportaria se a todos os estímulos 
que a rodeassem fossem atribuídos os mesmos valores emocionais ou se a 
estímulos invulgares fossem atribuídos valores. Em vez de focar a atenção 
em coisas importantes no ambiente (como, por exemplo, outras pessoas), a 
atenção da criança poderia vaguear ou ficar presa em estímulos irrelevantes 
(como um barulho de fundo ou um bocado de cotão no tapete). Esta 
diminuição da atenção em aspectos-chave do ambiente social é muitas vezes 
observada em crianças com autismo. A dificuldade em atribuir um valor 
negativo a determinados estímulos (como o medo) ajuda a explicar porque 
é que algumas crianças com autismo têm uma aparente falta de consciência 
do perigo (ROGERS; DAWSON, 2014, p. 5).
O cérebro humano está programado para observar, dar atenção e 
responder a outros rostos. Nesse processo é possível avaliar a fixação do 
olhar, a atenção conjunta e a percepção da emoção.
Quando uma criança olha para outra pessoa, prestando atenção nela e 
na sua voz e sente uma emoção positiva (alegria, paz...), ativa o giro fusiforme, 
o STS e a amígdala. E quando a “rede social” não funciona corretamente, 
as pessoas se tornam insensíveis às necessidades dos outros e voltam-se 
apenas a seus interesses e necessidades. Essa falha é uma das características 
encontradas nas pessoas com TEA (ROGERS; DAWSON, 2014).
Com relação à fixação do olhar, desde bebê se percebe a sensibilidade 
ao contato visual e à direção do olhar. Tal sensibilidade pode estar relacionada 
com as áreas cerebrais fusiformes e mais tarde a ativação do STS.
Quanto à atenção conjunta desde os primeiros meses, o bebê demonstra 
sensibilidade à atenção conjunta marcado por padrões oculares que na fase 
adulta envolve o STS e a parte dorsal do córtex medial pré-frontal (ROGERS; 
DAWSON, 2014).
A percepção da emoção (tanto visual como auditiva) também já é 
notada nos bebês desde os 7 meses tanto para emoções positivas, como para 
negativas, com diferentes reações. As regiões cerebrais que fazem parte desse 
processo compreendem a amígdala dentro do lobo temporal. 
Desde que nascem, os bebês são sensíveis aos estímulos sociais e 
emocionais. Estudossugerem que a “preferência por estímulos sociais e 
a atenção automática aos mesmos são propriedades básicas do cérebro 
humano” (ROGERS; DAWSON, 2014, p. 8). O cérebro infantil é muito sensível 
ao mundo social e rapidamente aprende sobre as pessoas.
 
No caso das crianças autistas, estas são menos sensíveis a estímulos 
sociais, com dificuldades para iniciar uma interação social. Apresentam 
hiperfoco em objetos e tendem a brincar da mesma forma, com jogos 
AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO
repetitivos. Preferem brincar com objetos sozinhos do que com pessoas e 
isso pode estar associado com a ausência de redes neuronais ou sistemas de 
atenção orientados para os eventos sociais. 
E o que significa hiperfoco dentro do TEA?
Para ajudar a entender o hiperfoco, analise a imagem a seguir (Figura 4).
FIGURA 4 – HUMOR AZUL: O LADO ENGRAÇADO DO AUTISMO
FONTE: Tramonte (2015)
No mínimo, interessante não é verdade? Enquanto a maioria das pessoas 
iria desenhar todos os objetos que estavam sobre a mesa, o autista se detém 
naquilo que mais lhe chama atenção, normalmente no centro da imagem.
Essa figura acima faz parte do livro "Humor Azul - o lado engraçado 
do autismo" e foi escrito e ilustrado por Rodrigo Tramonte, de Florianópolis, 
SC, cartunista, caricaturista e autista com diagnóstico tardio. É formado em 
Artes Plásticas e Pós-Graduado em Produção Multimídia. E a Figura 5 é a foto 
da capa do seu livro, ótima sugestão de leitura! 
AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO
Sinopse: O livro Humor Azul procura 
mostrar o lado engraçado e irreverente dos 
autistas através dos desenhos do cartunista 
Rodrigo Tramonte (também autista), e das 
aventuras e desventuras do Zé Azul e de 
seus companheiros. Os “normais” certamente 
descobrirão que são muito mais parecidos 
com os autistas do que pensavam. 
FIGURA 5 – CAPA DO LIVRO HUMOR 
AZUL
FONTE: TRAMONTE (2015)
Vamos voltar ao hiperfoco para não perder o foco! 
 
Você também tem algum hiperfoco? 
O hiperfoco pode ser definido como uma forma intensa de concentração 
em um mesmo assunto, tópico ou tarefa e é bastante frequente em pessoas 
autistas, sendo um padrão de comportamento restrito e repetitivo. No entanto, 
pessoas fora do espectro também podem ter hiperfoco. Vejamos alguns 
exemplos: músicas, livros, filmes, um personagem, letras, números, figuras 
geométricas, dinossauros entre outras infinitas possibilidades.
O cérebro no autismo é hiperexcitado, então o hiperfoco pode ser um 
porto-seguro durante situações desconfortáveis ou momentos de ociosidade. 
Porém, o hiperfoco precisa ser explorado corretamente, ampliando seu 
repertório de jogo, de interesse, possibilitando novas oportunidades de 
aprendizagem. Segundo Kerches (2019), o hiperfoco pode inclusive ajudar a 
desenvolver novas habilidades, pode ainda se tornar a própria profissão da 
pessoa, aumentando também a autoestima (KERCHES, 2019).
A partir do exposto até aqui, podemos compreender o porquê chamamos 
o cérebro do autista de aberrante (no título desse capítulo). O cérebro das 
pessoas com TEA é muito excitado, não tem um mecanismo de filtragem e 
tudo acontece de uma vez, desorganizando os pensamentos e desviando a 
atenção. 
Se você quiser saber mais sobre o assunto, não pode 
perder o Psiquiatra Infantil, Dr. Caio Abujadi, explicando 
como funciona o cérebro dos autistas, suas especificidades 
e particularidades com uma linguagem muito clara e 
objetiva. 
AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO
Vamos assistir o Dr. Caio?!
Segue o link do YouTube:
FONTE: https://www.youtube.com/watch?v=t7i5LzSuCCY&t=87s. Acesso em: 21 jun. 
2021.
1.2.1 O tamanho da Cabeça maior que a média
Muitas bebês com TEA apresentam um padrão irregular no crescimento 
da cabeça. Conforme Rogers e Dawson (2014), as crianças que desenvolvem 
autismo mais tarde têm a cabeça com um tamanho normal ao nascimento, 
porém, por volta dos 4 meses de idade ocorre um crescimento acelerado da 
cabeça.
Segundo o estudo publicado pelo American Journal of Medical Genetics, 
no ano de 2000 cerca de 23% dos participantes com autismo apresentavam 
um tamanho de cabeça maior que o normal (GALET, 2020).
Uma cabeça grande reflete um cérebro também grande. O crescimento do 
cérebro ocorre com a adição de massa cinzenta (os neurônios), de massa 
branca (que envolve a camada de mielina que contorna e isola os neurônios) 
e de células gliais, que fazem parte da estrutura celular subjacente ao cérebro 
(ROGERS; DAWSON, 2014, p. 10).
Um estudo de 2018 realizado pelo Dr. Alysson R. Muotri, professor dos 
Departamentos de Pediatria e Medicina Celular e Molecular da Universidade 
da Califórnia, em San Diego, também apresentou informações a respeito 
do tamanho do cérebro dos autistas, afirmando que 20 a 30% dos autistas 
possuem o volume cerebral maior que a média. 
AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO
É importante ter em mente que um tamanho da cabeça maior que a 
média ou um surto de crescimento na circunferência da cabeça não é um 
sintoma de autismo. Existe uma associação entre o tamanho da cabeça e 
o TEA, mas isso não significa que todos com uma cabeça maior estão no 
espectro. Também não significa que todo mundo com autismo tenha uma 
cabeça maior (GALET, 2020, p. 43).
Em outro estudo de 2007, publicado no Journal of Child Neurology, 
também descobriram que a circunferência da cabeça de crianças com TEA 
aumentou mais rapidamente entre sete e dez meses do que seus pares 
neurotípicos. A taxa de crescimento da cabeça também superou o crescimento 
geral da criança neste período (GALET, 2020).
Vamos conhecer esse 
estudo?
Nosso cérebro é 
fantástico!
O link é esse abaixo:
FONTE: https://www.youtube.com/watch?v=9Ou2APMeKr0. Acesso em: 21 jun. 2021.
E você também sabia que a circunferência da cabeça do bebê é medida 
a cada consulta com o pediatra no primeiro ano de vida? Quem já é mãe sabe 
dessa informação. Quando o bebê nasce, ele já ganha no hospital a Caderneta 
de Saúde da Criança que é um documento importante para acompanhar a 
saúde, o crescimento e o desenvolvimento da criança, do nascimento até 
os 9 anos. Entre outros acompanhamentos e controle, o pediatra examina a 
forma da cabeça, mede o perímetro cefálico e registra o seu valor no Gráfico 
de Perímetro Cefálico encontrado na caderneta para avaliar se o crescimento 
está normal.
Quer conhecer a Caderneta de Saúde? 
Ela traz muitas informações importantes 
para a criança e seus pais/responsáveis. 
Basta ler o QR Code ao lado:
AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO
1.3 PREVALÊNCIA DO TEA
Inicialmente precisamos entender: o que é a prevalência?
Prevalência é um termo científico de estimar o número de pessoas em 
uma população que apresenta uma doença em relação a todas as pessoas da 
população. A prevalência é normalmente mostrada como uma porcentagem 
(por exemplo, 1%) ou uma proporção (por exemplo, 1 em 100) (CDC, 2021).
E quando pensamos em prevalência, precisamos buscar fontes confiáveis 
como o CDC. E por que dessa escolha? O CDC é Centro de Controle e 
Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (Centers for Disease Control and 
Prevention), uma agência do Departamento de Saúde e Serviços Humanos, 
que tem sede em Geórgia, e tem o objetivo de proteger o país das ameaças 
à saúde e à segurança, tanto no exterior quanto em território americano, 
conduzindo pesquisas e compartilhando informações.
O CDC vem rastreando há mais de duas décadas a quantidade e as 
características de crianças com TEA no território americano. “Mesmo que 
não seja brasileiro, o Brasil ainda usa os estudos do CDC como base, por não 
ter pesquisas concretas sobre a prevalência no país” (FUNDAÇÃO JOSÉ LUIZ 
EGYDIO SETÚBAL, 2021).
Nesse contexto, buscando o último relatório dessa rede de monitoramentodo CDC percebe-se que o diagnóstico de autismo continua aumentando, com 
abrangência em todas as classes, raças e etnias. Neste relatório publicado 
em 2020, cerca de 1 em 54 crianças foi identificada com TEA (Gráfico 1). O 
aumento é de 10% em relação ao número anterior, de 2014, que era de 1 para 
59 (CDC, 2021). 
Você deve estar se perguntando: quantos autistas deve ter no Brasil? 
Infelizmente o nosso país como tantos outros não tem números atuais de 
prevalência. O único estudo estatístico brasileiro de prevalência de autismo foi 
uma pesquisa-piloto de 2011 (com dados coletados em 2007), realizada pela 
Universidade Presbiteriana Mackenzie na cidade de Atibaia (SP), sendo que a 
pesquisa foi feita apenas em um bairro de 20 mil habitantes da cidade com 
resultado de 27,2 por 10.000 (ou 1 criança com autismo a cada 367) (TISMOO, 
2021).
AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO
FONTE: Paiva Junior (2021)
GRÁFICO 1 – PREVALÊNCIA DE AUTISMO NOS EUA (2020)
E no mundo? A ONU afirma haver cerca de 70 milhões de autistas no 
mundo - sendo mais comum em meninos do que em meninas. No Brasil, 
embora não tenha estatísticas oficiais, estima-se que 2 milhões de pessoas
estejam no espectro autista (STOCK, 2018).
Para conhecer melhor sobre a prevalência de autistas no 
mundo, vejamos o mapa feito pela Spectrum News. No mapa 
também é possível ver o Brasil. Só ler o QR Code a seguir:
FONTE: https://tismoo.us/ciencia/quantos-autistas-ha-no-mundo/. Acesso em: 21 jun. 2021.
FIGURA 6 – MAPA MUNDIAL DA PREVALÊNCIA DE AUTISMO
AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO
Ao clicar num ponto do mapa, os dados básicos do estudo são mostrados, 
como prevalência, ano, país e região, além de um link para o estudo publicado, 
para quem quiser ler a pesquisa toda e aprofundar-se (TISMOO, 2021).
Então, os casos de autismo estão 
aumentando?
Possivelmente não, mas o número de diagnóstico sim. Conforme a 
psiquiatra infantil Dra. Gledis Lisiane Motta (2020), o TEA é um transtorno 
gené tico altamente herdá vel e doenças genéticas nã o aumentam a prevalê ncia 
tã o rapidamente. Esse aumento pode ter relação ao fato de muitas crianças 
serem diagnosticadas erroneamente, ficando dentro de outros transtornos. 
Outro aspecto tem relação com as mudanças na definição 
clínica de TEA, que pode incluir mais pessoas do que as definições 
anteriores, pois atualmente as crianças são diagnosticadas no 
Transtorno do Espectro Autista, que é mais amplo envolvendo 
vários distúrbios e atrasos do desenvolvimento. 
Ex is te mais conhecimento sobre esse transtorno
favorecendo aos médicos a fazerem um diagnóstico precoce 
e assim identif icar pessoas com TEA que não entraram 
nas estatísticas.  Também, houve a ampliação dos critérios 
diagnósticos e do desenvolvimento de instrumentos de 
rastreamento e diagnóstico com propriedades psicométricas 
mais adequadas (PSBP, 2019).
Importante destacar com relação à prevalência é que o autismo não 
discrimina, ele acontece em todos os grupos raciais e étnicos. No entanto, 
o diagnóstico e o tratamento acontecem mais nas famílias com um melhor 
poder aquisitivo. Em se tratando de diagnóstico precoce, que possibilita 
um melhor prognóstico de evolução dentro do espectro, a situação é mais 
crítica ainda, porque além dos pais não terem condições financeiras, muitos 
médicos ainda não se sentem seguros para fechar o diagnóstico antes dos 
3 anos de idade e assim, essas pessoas ficam de fora das estatísticas (PAIVA 
JUNIOR, 2021).
AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO
Também é preciso ressaltar que na mesma pesquisa 
divulgada, em 2020, pelo CTC, a proporção de autismo em 
meninos não é igual a de meninas. Existem mais meninos
conforme as estatísticas, numa proporção de  4 meninos 
para cada menina (Figura 7) ou seja, há quatro meninos 
autistas para cada menina autista.
Em 2007, a ONU declarou o dia 2 de abril como o 
Dia Mundial de Conscientização do Autismo e a 
cor escolhida foi azul, justamente por haver mais 
meninos autistas do que meninas. E o símbolo é 
um quebra-cabeça representando sua diversidade e 
complexidade. O dia 18 de junho é o Dia do Orgulho 
Autista e tem como símbolo o infinito nas cores 
do espectro do arco-íris, considerando o autismo 
como identidade, ou seja, uma característica do 
indivíduo.
FONTE: As autoras
FIGURA 7 – PROPORÇÃO DE MENINOS AUTISTAS EM RELAÇÃO ÀS MENINAS (4:1)
E por que existem mais meninos autistas do que meninas?
AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO
Existem muitas teorias, mas a mais recente acredita 
que diagnosticar autismo em meninos seja mais fácil. Isso 
pode ter relação com a própria forma como o autismo é 
tradicionalmente definido, bem como os instrumentos de 
diagnóstico padronizados e a metodologia de pesquisa que 
dificultam o diagnóstico em meninas/mulheres. 
A maior parte das pesquisas usa resultados diagnósticos 
já existentes, onde o número de pessoas do sexo masculino 
é bem maior e não tem grupos controle comparativos de ambos os sexos 
(FUNDAÇÃO JOSÉ LUIZ EGYDIO SETÚBAL, 2021).
1.4 TEA EM MENINAS E A SUTILEZA DOS SINAIS
O TEA em meninas costuma apresentar dois quadros: um mais grave,
que acaba sendo identificado mais facilmente, ainda na infância uma vez 
que já se percebem sintomas mais expressivas, como, por exemplo, as 
estereotipias e atraso de linguagem e um quadro mais leve, com sintomas 
mais sutis, passando completamente despercebidas pela família ou acabam 
sendo diagnosticadas erroneamente como outros problemas de saúde mental, 
como o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), Transtorno de Déficit de 
Atenção com Hiperatividade (TDAH), Transtorno Opositivo Desafiador (TOD), 
entre outros (INSTITUTO NEUROSABER, 2020).
Conforme o Instituto Neurosaber (2020), os sintomas do autismo em 
meninas muitas vezes passam despercebidos, vistos como naturais. Dentre 
eles, pode-se apontar alguns aspectos:
– São retraídas.
– Tendem a ser mais passivas nas relações sociais.
– Tendem a ser mais comportadas.
– Tendem a ser mais deprimidas.
– Procuram não se envolver tanto em situações que 
vivenciam.
– Tendem a ser aficionadas em temas específicos 
(mas que não estão ligados à tecnologia ou ao ramo 
das exatas).
– Tendem a se esforçar mais para se adequarem aos padrões.
– Tendem a ser menos isoladas que os meninos.
Estudo feito no Reino Unido indica que 23% das mulheres 
 hospital izadas com quadro de anorexia se encaixavam nos critérios 
diagnósticos para o Transtorno do Espectro Autista.
AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO
Os sintomas do autismo em meninas são muito semelhantes aos 
meninos. Porém, as meninas/mulheres apresentam uma maior capacidade de 
camuflar ou esconder seus sintomas, por exemplo: elas se esforçam para se 
envolverem em jogos imaginativos e “fingirem” desde pequenas; apresentam 
mais palavras do vocabulário relacionadas a emoções; possuem um maior 
desejo de interação social, onde imitam os outros; têm uma tendência a 
esconderem as dificuldades, com estratégias de enfrentamentos – mantendo 
pelo menos 1 ou 2 amigos próximos; possuem interesses restritos associados 
a pessoas (famosas) ou animais (GREEN et al., 2019).
Camuflagem é a diferença entre como as pessoas parecem em contextos 
sociais e o que está acontecendo com elas no interior. Se, por exemplo, 
alguém tem traços de autismo intenso, mas tende a não demonstrá-los em 
seu comportamento, a disparidade significa que ela está se camuflando, 
diz Meng-Chuan Lai, professor assistente de psiquiatria da Universidade de 
Toronto, no Canadá, que trabalhou no estudo (RUSSO, 2018). 
Nesse contexto então, a camuflagem é qualquer esforço para mascarar 
uma característica do autismo, que pode ser para disfarçar comportamentos 
repetitivos e estereotipados, falar sobre interesses restritos com hiperfoco na 
busca pelo comportamento dito neurotípico (que não exibetraços de autismo 
ou de outra condição neurológica atípica).
Como já vimos, entre as crianças, o autismo é mais comum em meninos 
do que em meninas. No entanto, um estudo no ano de 2013 (Banco de 
dados altamente respeitado do National Institutes of Health) com quase 
2.500 crianças autistas sugere que muitas vezes não é diagnosticado em 
meninas. Isso poderia explicar porque o autismo parece ser mais comum em 
meninos (ALMEIDA, 2020).
Embora tanto homens quanto mulheres autistas possam camuflar seus 
sintomas, as mulheres são mais eficientes, reforçando o porquê de elas terem 
menos probabilidade de serem diagnosticadas como autistas.
As mulheres ainda nos dias de hoje continuam sendo criadas 
para serem boas mães e esposas. Esse é um padrão socialmente 
construído em uma cultura machista onde as mulheres são 
exigidas desde pequenas a serem mais sociáveis, complacentes, 
a se esforçarem para se adaptar e agradar. 
Já os homens normalmente são criados sem essa exigência, são mais 
livres e o incentivo é para fazerem o que quiserem. Por terem essa liberdade, 
eles exibem mais livremente seus traços autistas enquanto as meninas tendem 
a suprimi-los, explica Abby Sesterka, pesquisadora do AutismMQ, um grupo 
que investiga a condição na Macquarie University, em Sydney, na Austrália 
(WENZEL; LISBOA, 2021).
AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO
A sutileza dos sinais nas meninas dificulta o diagnóstico precoce, 
escapando da atenção dos médicos. “Os meninos com autismo podem ser 
hiperativos ou parecerem comportar-se mal, as meninas geralmente parecem 
ansiosas ou deprimidas” (RUSSO, 2018, s.p.). Também é importante ressaltar 
que a camuflagem é mais comum entre mulheres com alto quociente de 
inteligência (QI) e com sintomas menos graves. 
Percebe-se que as meninas/mulheres acabam sendo diagnosticadas 
significativamente mais tarde do que os meninos/homens, o que traz prejuízos 
nas suas relações sociais, como estudo, trabalho, namoro. Ter a consciência de 
que é diferente perante os padrões da sociedade cria nas meninas/ mulheres 
autistas o sentimento de que não “se encaixam” nesse mundo, gerando 
frustração, baixa autoestima, depressão e demais problemas de saúde mental.
Há uma crescente preocupação de que autistas do sexo feminino não 
estão sendo diagnosticadas ou que isso esteja acontecendo muito tarde e 
ainda que tenham recebido diagnósticos equivocados anteriores alertam 
as pesquisadoras da Universidade de Londres e do King’s College (WENZEL; 
LISBOA, 2021).
Cabe ressaltar que o protocolo Autism Diagnostic Observation Schedule
- ADOS, que significa Protocolo de Observação para Diagnóstico de Autismo 
pode deixar de fora muitas meninas com autismo porque foram elaborados 
para identificar o TEA em meninos, diz a pesquisadora Allison Ratto (2018), 
professora assistente do Centro de Distúrbios do Espectro do Autismo do 
Sistema Nacional de Saúde Infantil em Washington, DC (RUSSO, 2018). Vejamos 
um exemplo: 
Na triagem de testes para interesses restritos, os médicos podem não 
reconhecer os interesses restritos que as meninas com autismo têm. Conforme 
Russo (2018), sabe-se que a maioria dos meninos com autismo têm hiperfoco 
por dinossauros, carros, rodas (girar rodinhas), figuras geométricas, letras, 
números. . . já as meninas autistas gostam muito de animais, bonecas, 
celebridades. . . ou seja, interesses muito comuns a seus pares típicos, 
mais socialmente aceitáveis e nessa sutiliza de sinais acabam passando 
despercebidas enquanto TEA. 
“Podemos precisar repensar nossas medidas”, afirma Ratto (apud RUSSO, 
2018, s.p.), “e talvez usá-las em combinação com outras medidas”. O autor 
ainda reforça que caracterizar a camuflagem com precisão é prioridade e que 
deve ser feita antes mesmo de criar melhores ferramentas de triagem.
O diagnóstico precoce de uma garota com TEA contempla, além da 
investigação de seu comportamento, a análise minuciosa de quadros de 
ansiedade e estresse no contexto das interações sociais, por exemplo.
AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO
Já que estamos falando do TEA em meninas, você lembra do discurso 
emocionante da ativista Greta Thunberg na abertura do Encontro de Cúpula 
sobre Ação Climática? Greta é uma jovem sueca, de 16 anos e é autista. 
Foi eleita personalidade do ano de 2019 pela Time. É inspiradora e faz nós 
revermos nosso papel enquanto cidadãos responsáveis e comprometidos com 
as questões ambientais. E também a refletir sobre os desafios e o potencial 
que têm os autistas. Greta tem facilidade para falar em público, mas será que 
também consegue iniciar e dar sequência a uma conversa? “Bater um papo” 
com um colega da turma? Porque em um discurso não há essa exigência, 
que justamente é o “cerne” do autismo.
Vamos ver/rever o discurso da ativista Greta Thunberg?
Basta ler o QR Code a seguir:
FONTE: https://news.un.org/pt/story/2019/12/1697531. Acesso em: 21 jun. 2021
FIGURA 8 – GRETA THUNBERG NO ENCONTRO DE CÚPULA
1.4.1 O Autocusto da Camufl agem
A maioria das pessoas faz algum tipo de ajuste para se adaptar às 
normas sociais, porém, a camuflagem exige um esforço intenso, constante 
e elaborado. Conforme Russo (2018), a capacidade de camuflar pode auxiliar 
mulheres autistas a fazer e manter seus relacionamentos e trabalho, mas 
esses ganhos geralmente têm um alto custo, incluindo exaustão física e 
extrema ansiedade. Sentem-se muito esgotadas, tanto emocionalmente 
como fisicamente. 
Russo (2018) ressalta que algumas pessoas camuflam seus sinais de 
autista, representando tantos papéis ao longo da vida que acabam perdendo 
de vista sua verdadeira identidade, já não sabendo mais quem são.
AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO
Cabe aqui uma ponderação com relação ao diagnóstico precoce, pois a 
maioria das mulheres diagnosticadas tardiamente descrevem que a falta de 
um diagnóstico desde criança prejudicou muito suas relações interpessoais, 
aceitação e inclusão . Poderiam ter sido melhor compreendidas por sua 
família, na escola e no trabalho. E também poderiam ter recebido terapias, 
tratamento de acordo com seu perfil neuroatípico.
Lawrence diz que se ela tivesse sido diagnosticada quando criança, sua mãe 
poderia tê-la entendido melhor. Ela também podia ter evitado uma longa 
história de depressão e automutilação. “Um dos principais motivos de eu ter 
seguido esse caminho foi porque eu sabia que era diferente, mas não sabia 
por quê - fui maltratada na escola”, diz ela (RUSSO, 2018, s.p.).
Nesse contexto, também é importante ressaltar que a “ingenuidade 
social” de muitas mulheres autistas com o desejo de serem aceitas acabam 
sendo expostas a um maior risco de relacionamentos abusivos, tanto físico 
como sexual. As mulheres autistas estão em maior risco quanto à saúde física 
e mental.
Portanto, cuidem das nossas meninas!
E para você entender mais o mundo feminino autista, seguem duas 
sugestões de leituras: Passarinha e A Diferença Invisível (Figuras 9 e 10), 
com suas respectivas sinopses.
FONTE: As autoras
FIGURA 9 – SINOPSE DO LIVRO: PASSARINHA
FIGURA 10 – SINOPSE DO LIVRO: A DIFERENÇA INVISÍVEL
AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO
1.5 DE REPENTE ELE PAROU DE FALAR: ENTENDA O AUTISMO 
REGRESSIVO
Você já ouviu falar em Autismo Regressivo?
Quer conhecer mais sobre a poda neural?
Esse mecanismo é fundamental para entender sobre o 
autismo regressivo. A neurocientista Mayra Gaiato contribui 
com nossa explicação. Vamos lá?!
Um terço dos casos de autismo é chamado de Autismo Regressivo e 
está relacionado em grande parte a uma prévia programação genética que 
gera consequências no momento em que acontece a poda neural na primeira 
infância, por volta dos 18 meses (MATTOS, 2021). Até essa idade as crianças 
apresentam um desenvolvimento neuropsicomotor e social aparentemente 
normal, mas depois começam a regredir, a perder as habilidades já adquiridas.A poda neural reestrutura o cérebro e nos autistas a poda acontece de 
forma diferente, ineficiente alterando alguns circuitos cerebrais. Em razão 
disso, as crianças autistas podem regredir antes dos três anos.
Essa poda neural é ineficiente porque é menor do que deveria ser e 
cancela sinapses que eram necessárias, deixando o cérebro com mais sinapses 
do que um cérebro neurotípico (isso é, sem TEA). E o resultado é que o que 
deveria ser comunicação vira ruído (GAIATO, 2021).
Importante saber que ao longo do nosso desenvolvimento neurológico 
vão acontecendo outras podas. Mas a poda do autismo só pode acontecer 
por volta dos dois anos, pois é uma poda nas áreas de linguagem, social, de 
interesses restritos.
Conforme a psicóloga Mayra Gaiato (2021), especializada em Autismo 
Infantil, o critério para ser autismo é que os sintomas comecem antes dos 3 
anos de idade, é assim que está definido no Manual de Diagnóstico e Estatístico 
de Transtornos Mentais (DSM-5).
AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO
Temos outras podas ao longo da vida, mas que não influenciam em nada no 
comportamento autístico. Então a gente não poder ter autismo depois, não 
pode acontecer poda de autismo depois. Isso não existe! Se acontecer, será 
outro transtorno (GAIATO, 2021, s.p.).
Com relação ao autismo regressivo, os tipos de perdas podem ocorrer 
da seguinte forma: apenas na área da fala; apenas na área de habilidades 
sociais, tais como imitação, gestos, apontar, sorriso recíproco, contato visual, 
jogo, imaginação, ou em ambas as áreas juntas (OZONONOFF et al., 2005).
As perdas em ambas as áreas é o tipo de regressão mais frequentemente 
encontrado, sendo que não necessariamente precisam acontecer juntas 
(LORD et al., 2003). Os autores ainda ressaltam que a perda da fala é mais 
identificada pelos pais, causando preocupação, embora o comprometimento 
das interações sociais seja mais global e comum de acontecer.
Para corroborar com os estudos sobre o cérebro do autista, o neurocientista 
e professor do Departamento de Psicologia Experimental do IPUSP, Marcelo 
Fernandes da Costa (2019) ressalta que a variedade de sintomas no TEA 
pode ter relação com a forma como o cérebro se desenvolve e com os 
neurônios e conexões a mais que atrapalham o funcionamento sistema 
nervoso central (Figura 11).
FONTE: https://www.napolipost.com/autismo-scuola-inclusiva/. Acesso em: 22 jun. 2021.
FIGURA 11 – DIFERENÇA DE CÉREBRO ENTRE UMA CRIANÇA TÍPICA E UM AUTISTA
Diante de tudo o que já vimos até aqui, não resta dúvida do motivo da 
escolha do nome “espectro” diante de tanta variabilidade e particularidade 
de cada caso. 
1.6 POSSÍVEIS ETIOLOGIAS DO TEA
A causa específica do TEA permanece elusiva, porém, existem fortes 
evidências que levam à uma combinação de fatores genéticos e fatores 
ambientais.
AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO
Os pais de uma criança com transtornos do espectro autista, por exemplo, 
têm risco de 50 a 100 vezes mais de ter outro filho dentro do espectro. 
Estudos comparando gêmeos idênticos e gêmeos fraternos mostraram que 
a taxa de concordância do TEA é significativamente maior entre os idênticos 
do que entre os fraternos, indicando assim um forte componente genético 
na etiologia do autismo. 
Importante ressaltar que há fortes evidências de que vacinas não causam 
autismo, mesmo porque o estudo que apontou essa associação foi refutado 
porque seu autor falsificou os dados.
Apesar de claramente importantes , os fatores genét icos não atuam 
sozinhos, sendo sua ação influenciada ou catalisada por fatores de risco 
ambiental, incluindo, entre outros, a idade avançada dos pais no momento 
da concepção, a negligência extrema dos cuidados da criança, a exposição 
a certas medicações durante o período pré-natal, o nascimento prematuro 
e baixo peso ao nascer (DEPARTAMENTO CIENTÍFICO DE PEDIATRIA DO 
DESENVOLVIMENTO E COMPORTAMENTO, 2019, p. 3).
Segundo estudos de Lord et al. (2020) apresentado na Revista Médica 
Nature Reviews Disease Primers, as possíveis etiologias do TEA são: bebês 
prematuros, diabete gestacional, ter muitos filhos, mães maduras, pais 
maduros, já ter filho com TEA, obesidade materna ou ganhar muito peso na 
gestação (Gráfico 1).
FONTE: Lord et al. (2020)
GRÁFICO 1 – POSSÍVEIS ETIOLOGIAS DO TEA PUBLICADAS NA REVISTA MÉDICA NATURE
Nesse estudo de Lord et al. (2020), também aparece que o ácido fólico 
protege, contrariando algumas hipóteses levantadas anteriormente.
AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO
Para Taylor et al. (2021), o risco do autismo é muito mais genético e 
em torno de 97% com herdabilidade de 81%, conferindo apenas 1% a 3% aos 
fatores ambientais. 
1.7 DIAGNÓSTICO E NEUROPLASTICIDADE: A IMPORTÂNCIA DA 
PRECOCIDADE
Desde que o autismo foi descrito nos anos 1940, o diagnóstico continua 
clínico. Embora o indivíduo possa passar por uma avaliação de um psicólogo 
ou terapeuta, apenas médicos podem fechar o diagnóstico do TEA. Um 
neurologista ou psiquiatra é quem são os médicos habilitados para fazer 
o diagnóstico. Eles examinam a criança e avaliam sua história de vida à 
procura de indícios de atraso no desenvolvimento da capacidade de interagir 
socialmente, de se comunicar e de atrasos no desenvolvimento, de acordo 
com o Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais, da Associação 
Psiquiátrica Americana, e na Classificação Internacional de Doenças, da OMS 
(GAIATO, 2021, s.p.). 
Os sintomas que caracterizam o TEA se manifestam de maneira 
heterogênea com diferentes níveis de gravidade. Podemos encontrar, por 
exemplo, autistas verbais e outros que não falam; autistas que não fazem 
contato social e outros que sim, embora a intensidade possa ser menor; 
também existe dentro do espectro pessoas com deficiência intelectual e 
outras com quociente intelectual dentro da variação média normal e até 
acima (BEJEROT, 2007). 
Assim, como já dito no início do nosso 
curso: Não existe nenhum autista igual ao 
outro. Cada autista é único.
O diagnóstico de TEA pode ser demorado e complexo, principalmente 
no nível 1 (leve). Não há exames específicos para sua identificação. Porém, 
durante a investigação para diagnóstico, alguns exames (de audição, de visão, 
de imagem e de mapeamento genético) poderão ser solicitados para descartar 
outros problemas ou doenças.
Para um diagnóstico seguro de TEA, o médico deverá seguir critérios 
definidos internacionalmente, com avaliação completa e uso de escalas 
validadas. Existem alguns testes disponíveis para verificar os sinais de risco para 
autismo, mas nunca substitui uma consulta com um médico especializado.
AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO
Um dos testes usado pelos especialistas é o M-CHAT e M-CHAT-R (sigla 
de Modified Checklist for Autism in Toddlers que, em português, é Lista de 
Verificação Modificada para Autismo em Crianças) que está disponível na 
internet (PSBP, 2019).
Que tal dar uma espiadinha no teste
 M-CHAT? Basta ler o QR Code ao lado:
Lembrando que as informações sobre o diagnóstico do TEA não 
dispensam a consulta a um médico especialista para o diagnóstico.
Apesar do aumento das discussões em torno do TEA e do número de 
diagnósticos, o que observamos é que o diagnóstico precoce ainda está 
aquém do desejável. Existe ainda uma demora no fechamento do diagnóstico 
e, com isso, um atraso no início do tratamento, o que é lamentável, uma vez 
que as crianças acabam perdendo uma janela de oportunidade de evolução 
que não terão igual na fase adulta (GAIATO, 2020).
A psiquiatra infantil Lisiane Motta 
(2020) aborda com o psicólogo 
Thiago Lopes as dificuldades 
para fechar o diagnóstico de 
autismo. IMPERDÍVEL! 
Só entrar no link ao lado: FONTE: https://www.youtube.com/
watch?v=JJGVNz334SE. Acesso em: 
21 jun. 2021.
Desde que o bebê nasce, o médico pediatra é o profissional da saúde 
que acompanha o desenvolvimento da criança.Segundo estudos de Flores e 
Smeha (2013), infelizmente alguns pediatras e neuropediatras não estão muito 
preparados para identificar os sinais de risco do TEA. Muitos desses médicos 
ainda permanecem com aquela visão do autista clássico. 
Muitos pediatras ainda não conseguem perceber os sinais de alerta quando 
se trata de autismo. Às vezes, os pais relatam algum comportamento que 
consideram estranho na criança numa determinada faixa etária, como, por 
exemplo, o atraso para falar, se comunicar. Mas daí o médico diz: ‘Espera mais 
um pouco, é normal’. E com isso o diagnóstico demora e só é feito quando 
a criança tem cerca de 4 ou 5 anos de idade (GIKOVATE, 2021, s.p.).
AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO
É necessário mais estudo e ofertas de congressos e simpósios para os 
médicos discutirem sobre o TEA. 
Conforme Zorzetto (2011), o diagnóstico de autismo só acontece por 
volta dos 5 ou 6 anos de idade da criança, fase que a plasticidade neural já 
não é tão eficiente. “Precisamos melhorar a capacitação dos pediatras para 
que identifiquem os sinais o mais cedo possível” (ZORZETTO, 2011, p. 20).
Atente para a constatação preocupante de Flores e Smeha (2013, p. 153):
“O mais intrigante nesse relato é que os pais ou outras pessoas percebem 
que algo não está bem com a criança, mas o médico não. Inclusive, nada 
é feito até que apareçam maiores déficits, como atraso na fala ou falta de 
interação social. Decerto isso acontece devido à credibilidade dos pais quanto 
ao saber médico, que dificulta suas percepções. Entretanto, isso é algo que 
foi construído historicamente, o que faz com que os pais se calem”.
A partir do exposto, fica evidente que é preciso muita atenção quando 
verificamos atrasos no desenvolvimento de uma criança. Essa fala de que 
“cada criança tem seu tempo” pode ser muito perigosa, porque existem os 
marcos do desenvolvimento e se esse atraso está muito longe dos parâmetros, 
precisa de uma investigação maior, não de uma espera.
A crença de familiares e profissionais de saúde de que “vamos aguardar 
o tempo da criança”, mesmo quando ela apresenta atrasos evidentes, é um 
dos fatores que interferem diretamente na detecção precoce (PSBP, 2019, p. 4).
Se o atraso foi identificado, as intervenções já devem ser iniciadas, mesmo 
sem diagnóstico, para não perdermos a neuroplasticidade tão importante 
nessa fase da vida de uma criança.
Você já ouviu falar em neuroplasticidade, também chamada 
de plasticidade cerebral/neural/neuronal?
Segundo Robert Lent (2015, p. 112), a neuroplasticidade é a “propriedade 
do sistema nervoso de alterar a sua função ou a sua estrutura em resposta 
às influências ambientais que o atingem”. 
Então a neuroplasticidade é a fantástica capacidade que o cérebro tem de 
mudar ou de se adaptar por meio de alterações fisiológicas resultantes da 
interação ambiental. É um processo dinâmico que “permite uma adaptação a 
diferentes experiências e que contribui para a aprendizagem ou o ‘reaprender” 
(CASTRO, 2021, s.p.).
AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO
Conforme Rogers e Dawson (2014), os primeiros anos de vida de uma 
criança correspondem a um período de grande neuroplasticidade e, com 
isso, as crianças apresentam uma rápida capacidade de aprendizagem. 
Neuroplasticidade refere-se à capacidade do cérebro de mudar, se adaptar e 
desenvolver novas conexões sinápticas entre os neurônios. Entretanto, apesar 
de ser possível a criação de novas conexões neuronais em indivíduos adultos, 
o cérebro é mais plástico até a idade de cinco anos (ANDRADE, 2020, s.p.).
Para entendermos melhor a plasticidade cerebral, convidamos você a 
assistir a neuropediatra Liubiana Arantes do Instituto Farol. Só ler o QR CODE 
a seguir:
FONTE: https://www.youtube.com/watch?v=oTeze6D_BE4. Acesso em: 21 jun. 2021.
É fundamental que crianças que apresentam atrasos no desenvolvimento, 
se encontrando fora dos marcos do desenvolvimento infantil recebam 
tratamento com terapias adequadas, independente de terem fechado 
diagnóstico de TEA para assim aproveitar esse período onde os resultados 
são mais rápidos e no caso de autismo, minimizar os prejuízos do transtorno 
(ROGERS; DAWSON, 2014).
Quer saber quais são os marcos do desenvolvimento infantil? Na 
caderneta de saúde da criança apresentada na página 14 você consegue ver 
esses marcos e analisar se há atrasos a serem investigados.
Também segue uma sugestão de aplicativo (APP) bem bacana para os pais, 
cuidadores e professores. É o KINEDU (Figura 12). É só baixar gratuitamente 
o APP no seu celular ou tablet e criar a sua conta. Ele ajuda a entender o 
desenvolvimento do bebê, os seus principais marcos do desenvolvimento 
e propõe atividades levando em consideração esses marcos.
AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO
FONTE: http://www.julianagoes.com.br/app-para-bebe/. Acesso em: 21 jun. 2021.
FIGURA 12 – APLICATIVO KINEDU PARA ACOMPANHAR O DESENVOLVIMENTO INFANTIL
Também é possível fazer uma avaliação gratuita da criança através de 
APP. Essa avaliação foi desenvolvida em parceria com a Universidade de 
Stanford, contendo os principais marcos de cada área de desenvolvimento 
(física, cognitiva, linguística e socioafetiva) (GOES, 2021). 
A partir do exposto, é necessário que os pais, cuidadores, professores 
e médicos estejam atentos para os sinais de risco do TEA. Já vimos os 
principais sinais do TEA no início do nosso curso, mas não custa nada reforçar.
“Alterações nos domínios da comunicação social e l inguagem e 
comportamentos repetitivos entre 12 e 24 meses têm sido propostos como 
marcadores de identificação precoce para o autismo” (PSBP, 2019, p. 4).
Na busca pelo diagnóstico precoce, uma pesquisa 
conduzida por Warren Jones da Escola de Medicina da Emory 
University em Atlanta, nos Estados Unidos, sugere que o 
autismo pode ser identificado em bebês com até 2 meses 
de vida (INSTITUTO NACIONAL DE SAÚDE MENTAL, 2020).
Esse estudo analisou o olhar das crianças, desde o nascimento até os 
três anos de idade, em direção aos rostos de outras pessoas. Usaram uma 
tecnologia de rastreamento visual para medir a forma como os bebês olhavam 
e respondiam a estímulos sociais.
Eles descobriram que as crianças que foram diagnosticadas mais tarde 
com autismo tinham um contato visual pobre, reduzido (um dos sinais de 
risco do TEA). “[...] Foi a primeira vez que foi possível detectar alguns sinais 
de autismo nos primeiros meses de vida" (INSTITUTO NACIONAL DE SAÚDE 
MENTAL, 2020, s.p).
AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO
A ferramenta de triagem recebeu o nome de teste GeoPref. 
Quer conhecer melhor a pesquisa?
Basta ler o QR Code a seguir:
 Estamos chegando no final dessa primeira etapa e 
esperamos que estejam gostando. É muito importante 
conhecer sobre o TEA, entender sobre as “nuances” que 
envolvem esse espectro para poder ajudar a acabar com 
o preconceito. Tramonte (2015) nos ajuda nessa reflexão 
(Figura 13). Vem com a gente!
#Chegadeachismo!
Apesar de estudos e pesquisas, o diagnóstico do TEA ainda é considerado 
essencialmente clínico e só pode ser dado por um médico especializado 
em desenvolvimento neuropsicomotor, ou seja, um psiquiatra infantil ou 
o neuropediatra, que fará a avaliação em conformidade com os critérios 
estabelecidos pelo DSM-5 (Manual de Diagnóstico e Estatístico da Sociedade 
Norte-Americana de Psiquiatria), que será abordado na próxima etapa do 
nosso curso (Etapa 2).
N ã o p o d e m o s e s q u e c e r q u e o T E A é u m t ra n s t o r n o d o 
neurodesenvolvimento, afetando as pessoas de diferentes formas na área 
da sociabilização, comunicação e comportamento, podendo ser tão sútil que 
seus sintomas “fogem aos olhos” dos médicos ou tão grave que a pessoa não 
consegue desenvolver suas habilidades sociais, vive em um isolamento social 
com forte inflexibilidade de comportamento.
AUTISMO E TECNOLOGIA:DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO
FIGURA 13 – CHEGA DE ACHISMO. LIVRO HUMOR AZUL
FONTE: Tramonte (2015)
AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO
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