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História – Concílio de Niceia Geraldo M. Batista Curriculum: www.geraldofadipa.comunidades.net 1 1. Introdução. Aconteceu no ano de 325. Primeiro evento promovido pela Igreja para discutir a fé cristã. Objetivo. Criação de um consenso entre os representantes da instituição acerca da natureza divina de Jesus Cristo Convocação. Imperador Constantino I. A assembleia contou a participação de bispos de todas as regiões do império. Observações. No ano de 787, o concílio ecumênico do cristianismo volta a acontecer na cidade de Niceia. Nessa edição, a pauta central era veneração de imagens. Essa prática havia sido banida pelo imperador bizantino Constantino V. O Segundo Concílio de Niceia foi convocado pela imperatriz Irene e pelo Patriarca Tarasios. A cidade de Niceia da Bitínia é a atual Iznik (Turquia). Pertencia a província de Anatólia (Ásia Menor), localizada próxima à Constantinopla. 2. Razões para sua realização. Com o fim das perseguições religiosas, a fé cristã havia se espalhado pelo Império Romano. Esse processo deu origem a uma forma distinta de interpretar os dogmas da instituição. No Império Bizantino, o sacerdote alexandrino Ário colocou em questão a natureza divina de Jesus Cristo. . Na sua interpretação, Cristo deveria ser entendido como uma criatura de origem divina e não como uma divindade em si. Observação. Sendo assim, Jesus não possuiria vida eterna, seria marcado por um traço de humanidade que o desvincularia da condição sagrada defendida pelos demais seguidores do cristianismo. O posicionamento de Ário criou uma situação conflituosa com o bispo de Alexandria. Ele foi excomungado por todos os bispos do Egito e se refugiou na cidade de Nicomédia. Contudo, seu argumento acerca da natureza divina já havia conquistado adeptos que possuíam prestígio com o imperador Constantino. O agravamento das divergências entre a perspectiva de Ário e a visão ortodoxa impulsionou a convocação do Primeiro Concílio de Niceia, que deveria apresentar o posicionamento da Igreja acerca do arianismo. História – Concílio de Niceia Geraldo M. Batista Curriculum: www.geraldofadipa.comunidades.net 2 3. Decisões tomadas pelos Bispos Por maioria absoluta dos votos, os bispos não aceitaram a interpretação sobre a natureza de Jesus apresentada pelo arianismo. Pela decisão (do Concílio) Jesus era o verdadeiro Deus. Esse posicionamento foi embasado pela forma como Cristo é apresentado na Bíblia, que contém as bases de transmissão da crença cristã elaboradas pelos apóstolos. Essa decisão foi registrada no Credo de Niceia. O documento afirma que Jesus é feito "da substância do Pai, Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado e não criado, homoousios tou Patrou (consubstancial ao Pai”). Com exceção de dois dos bispos presentes, todos assinaram o documento que formula o consenso universal da Igreja sobre a questão. O Credo de Niceia também abriu a possibilidade de que os bispos realizassem assembleias locais. Esses eventos de menor proporção são denominados Sínodos. Outras decisões importantes para o cristianismo obtidas no Primeiro Concílio de Niceia foi a promulgação dos cânones da Igreja. Basicamente, eles são leis imutáveis que estruturam o sistema de crença. Além disso, a assembleia dos bispos definiu que a Páscoa deveria ser celebrada no primeiro domingo após a primeira lua cheia da primavera. 4. O arianismo Tema principal do Primeiro Concílio de Niceia. O arianismo é considerado a maior das heresias identificadas pela Igreja na Alta Idade Média. A perspectiva apresentada por Ário é categorizada pela instituição como uma questão relacionada à cristologia, campo da teologia dedicado a refletir sobre a natureza de Cristo. Na interpretação de Ário, Jesus Cristo é uma obra de Deus como todas as outras criaturas. Logo, ele não seria o Filho. Ainda que essa perspectiva possa ser vista como negativa, ao atribuir humanidade a Jesus, o arianismo reforça a dimensão de espiritualidade do Messias. Isso acontece porque o sofrimento que ele enfrentou durante o período na Terra, assim como seus feitos, se tornam mais excepcionais por estarem associados à história de um homem comum. 5. O Segundo Concílio de Niceia Desencadeada quando o imperador Constantino V decretou a proibição da adoração de ícones (imagens). Essa decisão contou com o apoio do Conselho de Hieria, que mais tarde foi classificado como Falso Sínodo de Constantinopla, História – Concílio de Niceia Geraldo M. Batista Curriculum: www.geraldofadipa.comunidades.net 3 Observação. O Conselho de Hieria. Realizada na cidade de Hieria, na costa asiática do Bósforo. Convocado em 754 pelo imperador bizantino Constantino V, em apoio à iconoclasta política iniciada pelo predecessor Leão III. Contradição o decreto de Constatino V. Interditava a veneração de imagens religiosas, mas não opunha às imagens de imperadores. Essa brecha foi entendida como uma estratégia de aumentar a autoridade do poder imperial em detrimento das figuras da Igreja. O posicionamento iconoclasta do imperador bizantino também foi mantido pelo seu sucessor, Leão I. Somente durante o governo da imperatriz Irene, (que assumiu como regente do seu filho Constatino VI), que o tema volta a entrar em discussão com a convocação do Segundo Concílio de Niceia. No Segundo Concílio de Niceia, a assembleia reestabeleceu a legitimidade da veneração das imagens. Para isso, os bispos usaram argumentos construídos a partir das passagens bíblicas presentes em Êxodo 25:19, Números 7:89, Hebreus 9:5, Ezequiel 41:18 . Farás um querubim na extremidade de uma parte, e o outro querubim na extremidade da outra parte; de uma só peça com o propiciatório, fareis os querubins nas duas extremidades dele. Êxodo 25:19 E, quando Moisés entrava na tenda da congregação para falar com ele, então ouvia a voz que lhe falava de cima do propiciatório, que estava sobre a arca do testemunho entre os dois querubins; assim com ele falava. Números 7:89. E foi feito com querubins e palmeiras, de maneira que cada palmeira estava entre querubim e querubim, e cada querubim tinha dois rostos, A saber: um rosto de homem olhava para a palmeira de um lado, e um rosto de leãozinho para a palmeira do outro lado; assim foi feito por toda a casa em redor. Ezequiel 41:18 6. O que são os Concílios. Os concílios ecumênicos foram reuniões gerais da Igreja para decidir sobre temas que perpassavam a crença cristã. Essas assembleias contavam com a presença de representantes de Igreja de diversas partes do mundo, que em conjunto decidiam o posicionamento da instituição sobre a temática que apresentava divergências. A palavra ecuménico deriva do grego e significa literalmente "o mundo habitado". Inicialmente, ela foi usada para se referir ao Império Romano e, posteriormente, passou a ser aplicado para designar o mundo em geral. História – Concílio de Niceia Geraldo M. Batista Curriculum: www.geraldofadipa.comunidades.net 4 A aceitação desses concílios varia muito entre as diferentes denominações do cristianismo (devido ao cisma -separação). As Igrejas cristãs que se separaram com as demais por causa de divergências cristológicas aceitam somente os concílios ecuménicos que se realizaram antes da sua separação: assim, a Igreja Assíria do Oriente aceita os dois primeiros e as Igrejas ortodoxas orientais os três primeiros. 7. Os sete primeiros concílios. Primeiro Concílio de Niceia (325). Primeiro Concílio de Constantinopla (381). Primeiro Concílio de Éfeso (431). Concílio de Calcedônia (451). Segundo Concílio de Constantinopla (553). Terceiro Concílio de Constantinopla(680). Segundo Concílio de Niceia (787) FIM
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