Buscar

MORTE SÚBITA - Cardiologia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Branda de Oliveira de Lima, Turma LVI - MedUnicamp 
A morte súbita é quando o óbito é repentino, num curto espaço de tempo e que, muitas vezes, nada 
se pode fazer. Mesmo assim é importante investiga-la para saber se foi problema no medicamento 
e se há recorrência desses eventos na família (morte súbita familiar). 
Ocorre preferencialmente em idosos, mas uma 
pequena parcela também acomete crianças 
menores de 5 anos. 
As causas variam conforme a população. No japão 
a causa principal são cardiomiopatias, enquanto no 
ocidente é por doença coronariana. Essa variação 
conforme a cultura reflete o estilo de vida da 
população, a alimentação, obesidade e exercícios 
físicos. O fenômeno é mundial, mas com causas 
distintas. 
Uma das causas mais frequentes de morte súbita é a oclusão 
da artéria coronária por trombose aguda em placa 
ateromatosa rota. Nessa situação, o paciente pode morrer 
em poucos minutos, ainda nem desenvolveu um infarto. 
Geralmente a queda da energia celular causa despolarização 
e fibrilação ventricular. O sangue não é ejetado, o paciente 
perde imediatamente a consciência e logo os neurônios 
morrem. Nesse caso, o paciente morreu por morte neuronal 
sem infarto. O atestado de óbito seria morte súbita por 
‘trombose coronariana’. 
Caso o paciente com oclusão por trombose não desenvolva 
essa fibrilação, com o tempo terá infarto. Mesmo depois do 
infarto o paciente pode sofrer morte súbita, isso 
principalmente nos oligo/assintomáticos. Nesse caso o infarto 
silencioso não é diagnosticado e tratado e depois de alguns 
dias ele desenvolve arritmias e morte súbita. 
O infarto pode, também, afetar o sistema de condução 
elétrica do coração e causar bloqueios parcial e bloqueio total, levando à morte súbita. Há falta de 
impulso para a sístole, síncope e, caso não surja um ritmo ventricular próprio, o paciente morre. 
 OUTRAS CAUSAS DE MORTE SÚBITA 
A rotura do músculo papilar também pode causar morte súbita, nesse caso por edema pulmonar 
maciço súbito. 
O derrame pericárdico pode causar tamponamento cardíaco e também causar morte súbita 
(compressão das veias cardíacas). 
A dissecção aguda da coronária também pode causar morte subita, apesar de menos comum. 
Infelizmente a maioria só é detectado na autopsia. 
Branda de Oliveira de Lima, Turma LVI - MedUnicamp 
A poliarterite nodosa da coronária também pode causar morte 
subita, mas mais raras. 
Uma anomalia coronariana que pode causar morte subita e não é 
tão rara é quando a coronária (geralmente descendente anterior) 
mergulha dentro do septo, no miocárdio numa parte e depois retorna 
para o epicárdio. Muitos pacientes não tem sintomas, mas quando 
o trabalho cardíaco aumenta (esportes), pode haver compressão da 
artéria pelo miocárdio durante a sístole e causar morte súbita. Esse 
fenômeno mergulhante é chamado de Ponte Miocárdica. 
Outro evento congênito seria a ramificação das coronárias de um 
modo anômalo da aorta, num ângulo diferente e causando 
estenoses funcionais e espasmos. Quando não acha outro motivo 
para morte súbita mas o paciente possui essas coronárias em local 
diferente, é reconhecido internacionalmente que isso pode ser a 
causa. 
 
O espasmo coronário também pode causar morte súbita. Pode ocorrer próximo a uma placa de 
aterosclerose e causar rotura dessa placa formando um trombo oclusivo, ou pode ocorrer livremente 
e ser tão grande que colapsou. Dependendo do local e da gravidade, pode causar infarto ou morte 
súbita. Geralmente ligado a fortes emoções, como um paciente cardiopata e com placas de ateroma 
que levou um susto ou foi no casamento do filho e morreu. 
A hipertrofia cardíaca com áreas de fibrose 
aumenta muito o risco de morte súbita, pois 
aumenta o risco de arritmias. 
Os processos inflamatórios, como miocardites, 
também aumentam o risco. A miocardite viral é 
comum e tem infiltrado inflamatório no coração que 
causa dor precordial, disfunção sistólica (ICC) ou 
arritmias (morte súbita). Importante frisar que 
miocardite é uma das causas mais comuns de 
morte súbita em atletas, pois quando se tem 
miocardite, qualquer exercício físico pode 
desencadear a morte. As miocardites podem ser 
crônicas (ex.: doença de Chagas) e causar 
arritmias. 
Branda de Oliveira de Lima, Turma LVI - MedUnicamp 
 
CARDIOMIOPATIA HIPERTRÓFICA IDIOPÁTICA 
Ou Estenose Subaórtica Idiopática. É uma hipertrofia diferente da que ocorre no hipertenso crônico. 
Esta tem fundo familiar, caráter hereditário, genético (várias alterações genéticas). É uma doença 
muito peculiar. Afeta aprox. 0,2% da população. 
Ocorre um aumento importante da 
massa do VE, uma hipertrofia 
assimétrica, ou seja, concentrada no 
septo interventricular (anteroseptal). 
O septo é muito espesso quando 
comparado com as outras paredes 
ventriculares. A cavidade ventricular 
fica diminuída e deformada “em forma 
de banana”. Há também espessamento 
do endocárdio nas vias de saída e pode 
ter fibrose (pontos brancos). 
Na histologia vemos uma 
desorganização do tecido, desarranjo 
arquitetural. Cardiomiócitos bifurcando 
em Y são super característicos da hipertrofia 
idiopática. Há também leve fibrose entre eles. 
A função contrátil está normal ou aumentada (sístole 
preservada), mas a rigidez na parede e cavidade 
pequena dificulta a diástole. Isso aumenta o 
gradiente pressórico no folheto anterior da valva 
mitral. 
A maioria dos casos tem risco de arritmias com 
morte súbita. Uma das causas mais comuns de 
arritmias em pacientes < 35 anos com morte súbita, 
principalmente nos atletas. Se detectado precocemente tem que orientar o paciente sobre o risco ao 
fazer atividade física. 
 
Branda de Oliveira de Lima, Turma LVI - MedUnicamp 
 
 
 
DISPLASIA ARRITMOGÊNICA DO VENTRÍCULO DIREITO 
É outra causa de morte súbita em jovens (20 anos), mas pouco comum no Brasil. Há alteração no 
VD, o miocárdio parece ser substituído por tecido adiposo e fibroso. Com isso, há muitas arritmias e 
instabilidade elétrica. É uma doença genética que afeta os desmossomos dos cardiomiócitos e, 
assim, criam problemas na transmissão elétrica. 
 
ANEURISMA DISSECANTE 
Ou Dissecção Aguda da Aorta. É uma doença comum, muitos casos tem clínica que se sobrepõe 
totalmente com infarto agudo e dificulta o diagnóstico. Os pacientes são tratados como infartados 
mas esse tratamento não funciona para dissecção e morrem. A dissecção aumenta subitamente a 
espessura da parede da aorta e oclui ela e coronárias, causando isquemia súbita. O paciente morre 
antes de desenvolver infarto. 
Outros aneurismas também podem causar morte súbita, como: 
- Aneurisma Abdominal: paciente perde rapidamente litros de sangue e morte súbita por 
choque hipovolêmico. 
Branda
Destacar
Branda de Oliveira de Lima, Turma LVI - MedUnicamp 
- Aneurismas do Polígono de Willis; 
Os AVCs hemorrágicos também podem causar morte súbita, bem como infarto cerebral, epilepsia, 
tumores, abcessos cerebrais e meningites fulminantes. Em pacientes com epilepsia, a morte súbita 
pode ocorrer durante a crise ou mesmo sem a crise. Uma das teorias é que alguma onda no cérebro 
afeta diretamente centros que controlam o coração e criam uma arritmia. 
USO DE DROGAS E MORTE SÚBITA 
Casos de morte súbita sem causas aparentes deve ser investigados uso de drogas ilícitas, como 
cocaína e anfetaminas. Essas drogas são responsáveis por muitos casos de morte súbita em 
jovens (<30 anos). Outras complicações comuns são infarto miocárdio. 
Mecanismos: aumenta atividade simpatomimética com aumento da demanda de oxigênio, fluxo de 
cálcio alterado pela membrana, disfunção endotelial, aumento de tromboxanos pelas plaquetas e 
aumento da inativação de plasminogênio. 
Pode ter cardiomiopatia ou miocardites em usuários frequentes. Isso ocorre por estado 
hiperadrenérgico com necrose do miocárdio, efeito tóxico direto em miofibrilas e fibrose intersticial, 
reação de hipersensibilidade do miocárdioà cocaína. 
A cocaína pode induzir arritmias também, endocardites (disfunção endotelial) e dissecção de 
aorta. Quando temos um caso de dissecção de aorta pensamos primeiro em duas possibilidades: 
ou síndrome de marfan ou usuário de drogas (cocaína, anfetaminas). A cocaína aumenta muito a 
pressão arterial e isso aumenta o shear-stress. 
Metanfetamina: está crescendo no brasil, mais comum na europa. Causa várias complicações 
semelhantes à cocaína, como se fosse uma chuva adrenérgica. 
Causa taquicardia e hipertensão (hipertensão maligna, vasoespasmos coronários, IAM, dissecção 
de aorta), toxicidade miocárdica (arritmias), hipertensão pulmonar (IVD), depleção de 
neurotransmissores (disrritmias), e endocardites. 
Cannabis (maconha): Trabalhos recentes discutem o envolvimento da maconha com morte súbita. 
O uso pode ser relacionado com AVC ou arterites igual do tabaco (amputamentos). Numa autópsia 
de morte súbita for comprovado concentração de THC no sangue isso está relacionado. A cannabis 
tem derivados sintéticos (Spice, K2) perigosos e relacionados com AVC, infarto, convulsões. 
RITMO CARDÍACO E MORTE SÚBITA 
O nosso ritmo cardíaco varia conforme 
o ambiente, é normal ele variar. Essa 
variabilidade pode ser mais exagerada 
ou menor conforme algumas doenças. 
Observamos que pacientes que tem 
variabilidade muito pequena tem alto 
risco de morte súbita. Isso ocorre 
porque o organismo tem menor 
capacidade de adaptação, o ritmo fica 
tipo um relógio, evidenciando que o 
sistema de modulação não está 
funcionando adequadamente. 
 
Branda
Destacar
Branda
Destacar

Outros materiais