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1 1 Efeitos da radiação e radioproteção Fontes de radiação Naturais • Fontes externas: radiação cósmica (depende da altitude e latitude), radiação terrestre (areia monazítica possui 10x mais radiação, é um tipo de areia que possui uma concentração natural de minerais pesados, podendo ocorrer ao longo do litoral e em determinados trechos de rios. No Brasil, o local de maior concentração de areia monazítica é o balneário de Guarapari, no Espírito Santo. • Fontes internas: núcleos ingeridos ou inalados, rodônio (ar, agua, materiais de construção, 54% de radiação natural), castanha do pará (possui 1000x mais núcleos que outros alimentos. Ingestão de 100g/semana = 200 unidades de radiação por ano= aproximadamente 40 periapicais) Artificiais • Radiagnóstico/radioterapia • Bens e produtos: combustíveis, porcelana dental, televisão, relógios de pulso • Outros: armas e usinas nucleares Tipos de radiação • Radiação Corpuscular: Possuem MASSA e CARGA ELÉTRICA. Compostos por feixe e partículas sub- atomicas (elétrons, prótons, nêutrons). Alfa: + 2 P e 2 N. penetra cm / Beta: -, penetra metros. • Radiação Eletromagnética: NÃO Possuem MASSA e NEM CARGA ELÉTRICA (Pura ENERGIA em movimento) • Radiação Ionizante: Capaz de arrancar elétrons de átomos ou moléculas, produz íons. Tem efeitos Biológicos (nível atômico; altera moléculas biológicas, celulares e organismos), que podem passar para outras gerações. →oscilação em fase dos campos elétricos e magnéticos: não possuem massa e nem carga elétrica Interação a nível atômico • Espalhamento Coerente - Efeito Thompson (8%): um feixe de baixa energia interage com elétron da camada externa e esse fica excitado. Produz radiação secundária com menos energia e direção diferente (não há ionização). • Efeito Compton (62%): um feixe interage com elétron da camada externa, EJETANDO-O (ionização). Feixe perde parte da energia, produzindo radiação secundária com menor energia e direção diferente. • Absorção Fotoelétrica (30%): um feixe interage com elétron da camada externa, EJETANDO-O (ionização). O feixe perde toda energia e não há radiação secundária. Efeito nas moléculas biológicas • Diretos • Indiretos: fóton é absorvido pela agua, ionizando suas moléculas e resultando em radicais livres que produzem alterações em moléculas biológicas. A agua produz radicais livrs (H+ e oH, que são agentes oxidantes) • Efeitos celulares (no DNA): rompimento duplos ou combinados, causando mutações (alterações da função celulares; alteração descontrolada - câncer; alterações hereditárias) ou morte celular. Efeitos biológicos da radiação • Determinísticos: severidade é proporcional à dose, que depende do limiar. Dano letal ao DNA; morte celular; ↓função do órgão e tecido (xerostomia; catarata…). Depende de altas doses, raio x para disgnostico não os produzem. • Estocásticos: Dano subletal ao DNA; mutação genética; replicação de células mutantes (leucemia, câncer) • Somáticos: Imediatos (até 2 meses) e Tardios (após 2 meses). Fatores que influenciam (dose de radiação X; ritmo de aplicação; tamanho da área; tipo de radiação; idade do paciente; e presença de oxigênio). • Genéticos: se manifestam em descendentes - consequência da exposição das células da reprodução às radiações ionizantes. Dose limite anual de radiação: 1mSv (população em geral), radiodiagnóstico: 5mSv, Profissionais: 50mSv. Operador do raio X (odonto): 0,2 mSv 2 2 Doses e riscos da radiação →Risco de morrer engasgado: 13 em 1.000.000 Ritmo de aplicação Doses só serão fatais ao ser humano quando administradas de uma só vez, podem ser absolutamente suportáveis se administrados de maneira fracionada: • Aguda • Crônica Exposição aguda em todo corpo: • 50-100 rad → diminui o numero de celulas sanguíneas • 100-200 rad → náuseas, vômitos, diarreia • Acima de 200rad → pode ser letal de 1 a 2 meses depois (ex: acidentes nucleares Exposição aguda em área limitada: • 4.000 a 6.000 rad → morte de células tumorais e substituição por células normais Exposição crônica em todo corpo • Em condições normais Exposição crônica em área limitada • Operadores de raio X e dentistas no passado • Unhas quebradiças e estrias longitudinais • Ressecamento da pele • Degeneração hialina do conjuntivo • Ulceração da cutícula • Câncer Tipo de radiação Transferência linear de energia: é a energia transferida de um eletron primário à medida em que ele se move através do tecido • Alta • Baixa Raio gama < raio X < raio beta < raio alfa Radiossensibilidade celular Lei de Bergonié & Trbondeau: a radiossensibilidade é diretamente proporcional a sua capacidade de reprodução e inversamente proporcional ao seu grau de diferenciação. Ou seja, quando mais diferenciada a célula (as do cérebro, por exemplo) menor a sua radiossensibilidade. E quando maior o grau de reprodução de uma célula, maior sua radiossensbilidade. • Mais sensíveis: linfócitos, eritrócitos, celulas epiteliais (pouco diferenciadas e altamente proliferativas) • Menos sensíveis: celulas nervosas e musculares (baixa proliferação e maior diferenciação) Idade do paciente: mais jovens, mais radiossensíveis pois tem maior atividade reprodutiva das células, células menos diferenciadas e mais tempo de vida pela frente. Logo em crianças triplica. E é por isso também que idosos dificilmente respondem a radioterapias. Presença de oxigênio: a radioresistência celular aumenta de 2 a 3x quando a exposição é feita com oxigênio reduzido (hipóxia). Ou seja, quanto mais oxigênio, mais radiossensível o tecido é. Radioproteção Medidas para equipe de forma a evitar a exposição baseando-se em propriedades do raio X: • Se propagam em linha reta • A intensidade diminui a medida que a distancia da fonte aumenta • Pode haver radiação espalhada em seu trajeto Para a radioproteção, existem 3 princípios norteadores: • Justificativa: o dentista deve identificar situações em que o benefício para um paciente a ser exposto a um diagnostico excede o risco de dano • Otimização: os dentistas devem utilizar todos os meios possíveis para reduzir a exposição desnecessária sofrida por seus pacientes, equipes de funcionários e eles mesmos • Limitação da dose: este princípio aplica-se aos dentistas e as suas respectivas equipes expostas ocupacionalmente, uma vez que não há limite de dose para indivíduos expostos para fins de diagóstico. Todos os métodos que reduzem a exposição dos pacientes também reduzem a exposição da equipe odontológica e normalmente melhoram a qualidade das radiografias realizadas. Principio ALARA: “tao baixo quanto razoavelmente possível” 3 3 Fatores universais da radioproteção • Parâmetros energéticos • Colimador (regulador de raios divergentes) • Filmes rapdos/sensores digitais • Evitar repetições: uso de técnica correta e posicionadores • Processamento: método temperatura-tempo, cuidado com a lavagem final • Radiografias digitais: não imprimir pois altera brilho/contraste • Interpretação dos exames: evitar levantar o filme contra luz, e utilizar a prancha ou o computador • Para o paciente: avental de chumbo e protetor de tireóide. • Para o operador: se posicionar atras do biombo de chumbo, nunca se posicionar atras do cabeçote (distanciaminima de 2m, posição perferivle a 90º a 135º), nunca segurar o filme na boca do paciente mas utilizar uma estabilidade da cabeça dele ou posicionador durante a exposição. Existe um “PRORAD” que fica no bolso do operador e mede a exposição a qual ele foi submetido durante aquele dia. • Ambiente: adequação das paredes (1cm de massa batida, 8cm de concreto, 12cm de alvenaria, 5mm de vidro plumbífero), aferição da vigilância sanitária em dias. • Para gestantes: evitar no primeiro trimestre
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