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AV2_-_PRÁTICA_SIMULA_-_NOITE

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Orientações: 
 Desligue seu aparelho celular ou qualquer outro aparelho 
eletrônico e mantenha-os desligados. 
 Não serão toleradas consultas de nenhuma natureza a colegas, 
livros, anotações ou aparelhos eletrônicos caso tenha alguma 
dúvida levante a mão e aguarde a vinda da professora. 
 Mantenha sobre a mesa apenas a prova, lápis, caneta e 
borracha. 
 
Leia com atenção o caso concreto. E responda os quesitos 
abaixo: 
 
A sociedade empresária K, concessionária do serviço de manutenção de uma 
estrada municipal, na qual deveria realizar investimentos sendo remunerada 
com o valor do pedágio pago pelos usuários do serviço, decidiu ampliar suas 
instalações de apoio. Após amplos estudos, foi identificado o local que melhor 
atenderia às suas necessidades. Ato contínuo, os equipamentos foram alugados 
e foi providenciado o cerco do local com tapumes. De imediato, foi fixada a 
placa, assinada por engenheiro responsável, indicando a natureza da obra a ser 
realizada e a data do seu início, o que ocorreria trinta dias depois, prazo 
necessário para a conclusão dos preparativos. João da Silva, usuário da rodovia 
e candidato ao cargo de deputado estadual no processo eleitoral que estava em 
curso, ficou surpreso com a iniciativa da sociedade empresária K, pois era 
público e notório que o local escolhido era uma área de preservação ambiental 
permanente do Município Alfa. Considerando esse dado, formulou 
requerimento, dirigido à concessionária, solicitando que a obra não fosse 
realizada. A sociedade empresária K indeferiu o requerimento, sob o argumento 
de que o local escolhido fora aprovado pelo Município, que concedeu a 
respectiva licença, assinada pelo prefeito Pedro dos Santos, permitindo o início 
das obras. O local, ademais, era o que traria maiores benefícios aos usuários. 
 
João da Silva, irresignado com esse estado de coisas, contratou seus serviços, 
como advogado(a). Ele afirmou que quer propor uma ação judicial para que seja 
declarada a nulidade da licença concedida e impedir a iminente realização das 
 
FACULDADE ESTÁCIO DO AMAPÁ Rubrica do Professor(a): 
Prova: AV2 
Data: 17/11/2021 
Curso: DIREITO Turma: 
CCJ0035 – 
3001 - A 
Valor da 
Prova: 
 10,0 pontos 
Disciplina: PRÁTICA SIMULADA V 
Professor: HIGOR BARBOSA Grau Obtido:- 
 
 
Aluno (a):DAVID DIAS RAPOSO 
obras no local escolhido, que abriga diversas espécies raras da flora e da fauna 
silvestre. Responda as principais dúvidas do seu cliente abaixo: 
 
 
1 – Qual peça processual poderá ser feita no caso concreto. Explique 
quais são os principais fundamentos para o ajuizamento da ação. E indique a 
fundamentação legal para a defesa dos interesses do seu cliente. 
Resta claro tratar-se da chamada Ação popular, pois conforme o artigo 
5°, inciso LXXIII, qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular 
que vise a anular ato lesiva ao patrimônio público ou de entidade de que o 
Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao 
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento 
de custas judiciais e do ônus da sucumbência. 
Nessa toada, verificando-se que o ato é lesivo ao meio ambiente, 
vislumbra-se o cabimento da ação supramencionada. 
 
 
2 – João da Silva tem legitimidade para propor a ação? Qual será o órgão 
julgador da presente ação? E quais serão as autoridades que estarão sofrendo a 
presente demanda? Indique os fundamentos jurídicos para a legitimidade ativa 
e passiva no caso concreto, bem como qual será o órgão julgador da demanda. 
 
Conforme o artigo 5°, inciso LXXIII c/c o Art. 1º, caput, da Lei nº 
4.717/65, o simples fato de João da Silva ser cidadão já legitima-o para propor 
ação. 
No que diz respeito à legitimidade passiva, estariam nesse polo o 
prefeito por ter concedido, o Município por se almejar obstar os efeitos de uma 
licença que concedeu por intermédio do prefeito, bem A da sociedade 
empresária K pelo fato de ser a beneficiária da licença concedida nos termos 
da Lei nº 4.717/65, Art. 6º, caput, e parágrafo 3°. 
 
 
3 – Quais as suas principais teses que pretende alegar para defesa dos 
interesses de João da Silva. Indique com fundamentos jurídicos, a simples 
menção à dispositivo legal não garante pontuação. 
 
A licença concedida pelo Prefeito Pedro dos Santos é atentatória ou 
lesiva ao meio ambiente, porque o local abriga uma área de preservação 
ambiental permanente do Município, sendo cabível a sua anulação conforme o 
Art. 5º., LXXIII, da CRFB/88 ou Lei nº 4.717/65, Art. 2º, parágrafo único, 
alínea c. 
A proteção ao meio ambiente deve ser observada no âmbito da atividade 
econômica, conforme dispõe o Art. 170, inciso VI, da CRFB/88. 
A licença concedida afrontou a concepção mais ampla de legalidade, 
prevista no Art. 37, caput, da CRFB/88. 
Por fim, Diante do fumus boni iuris decorrente da flagrante ilegalidade da 
licença de construção, e o periculum in mora da iminência de serem causados 
danos irreversíveis ao meio ambiente, considerando as raras espécies da 
fauna e da flora silvestre existentes no local, deve-se requerer a concessão de 
provimento liminar, para impedir que a sociedade empresária K inicie as obras 
no local. 
 
4 – Quais os principais requerimentos e pedidos que devem ser 
realizados ao Judiciário. Fundamente sua resposta. 
 
Concessão de provimento liminar, para impedir que a sociedade 
empresária K inicie as obras no local, Declaração de nulidade da licença 
concedida pelo Município Alfa, assinada pelo Prefeito Pedro dos Santos, 
Proibição de realização de obras na área de preservação ambiental 
permanente, Condenação dos réus ao pagamento de custas, demais despesas 
e honorários advocatícios.