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1 Victória Veiga – Medicina UNIFACS Suporte básico de vida Quando alguém evolui com uma parada cardiorrespiratória divide-se essa PCR em 4 ritmos, sendo eles chocáveis ou não. A identificação desses ritmos é importante para que a conduta seja feita da melhor maneira. Aqueles pacientes que tem uma PCR em ritmos chocáveis tem prognósticos melhores porque o manejo é conhecido, já aqueles que evoluem com ritmos não chocáveis nem sempre o tratamento é conhecido. A FV é o resultado de múltiplos focos de reentrada em tempos diferentes, resultando em uma contração sem ordem e efetividade alguma. No ECG é representado por um traçado completamente anárquico, sem a visualização de padrão nenhum. A TV sem pulso ocorre com uma taquicardia ventricular sustentada proveniente de focos ectópicos, porém que não gera frequência e intensidade adequadas para manter o débito cardíaco, gerando ausência de pulso palpável. No ECG tem-se um traçado com visualização do QRS monomórfico. Na AESP há atividade elétrica organizada no traçado, porém sem intensidade o suficiente para gerar uma contração efetiva para perfusão e a geração de pulso. Pode ser gerado qualquer traçado elétrico no ECG, que não seja um FV, nem TV e nem assistolia. A assistolia é um ritmo que a gente nunca quer encontrar em nenhum paciente, porque tem um prognostico muito ruim, por melhores que sejam as manobras ou equipamento e o desfecho na grande maioria é o óbito. Nele não há atividade elétrica! Sempre que se percebe uma linha isoelétrica é mandatória que se realize o protocolo da linha reta, mais conhecido como “KAGADA”. KA: checar os cabos; GA: checar ganhos – “dar um zoom” e checar se não existe uma fibrilação fina; DA: checar derivações – mudar de D2 para D3 verificando se há atividade elétrica. Se estou diante em PCR e no ambiente que estou tem acesso há um desfibrilador manual e o paciente não está com eletrodos do monitor cardíaco, deve-se checar esse ritmo com as pás, porque já está com o dispositivo que irá disparar o choque. DESFIBRILAÇÃO: choque assíncrono. A carga do choque pode cair em qualquer local do traçado gráfico. Não existe a necessidade de definir em que momento essa carga vai ser disparada. CARDIOVERSÃO: é uma eletroterapia sincronizada. A primeira coisa antes de fazer a eletroterapia para realizar uma cardioversão é a sincronização – vai surgir uma espícula em cima da onda R. As pás devem ser deixadas onde estão, pois o choque só vai ser liberado quando chegar a onda R. Caso ele caia na onda T, a probabilidade de desencadear uma arritmia é altíssima. O DEA não tem função de cardioverter! Toda vez que estamos diante de um paciente temos que entender o grau de criticidade dele. Essa impressão inicial é fundamental e devemos observar o nível de consciência, o padrão respiratório, checar o pulso... - Se o paciente tem pulso – MOVE! M: monitorização; O: oferta de oxigênio; VE: venóclise. Deve depois seguir com a avaliação inicial – ABCDE. - Se o paciente não tem pulso – PÁS! → Desfibrilador Deve seguir com o protocolo CABD. IMPORTÂNCIA DO ATENDIMENTO PRÉ- HOSPITALAR 85% dos casos atendidos de morte súbita em ambiente pré- hospitalar tem como ritmos cardíacos a FV e a TV sem pulso, para os quais o único tratamento efetivo é a desfibrilação elétrica e a rápida implementação das manobras de suporte básico de vida. A taxa de sobrevivência a uma PCR por FV declina de 7% a 10% por minuto de atraso entre o colapso e a primeira desfibrilação. 2 Victória Veiga – Medicina UNIFACS Então, quanto mais rápido desfibrilar o paciente, melhor a evolução dele, sem sequelas. TEMPO É MUSCULO! O que é preciso para respirar? o Ter uma via aérea pérvia; o Ter uma ventilação efetiva; o Ter sangue circulante. Oxigenação = oferta de O2. Ventilação = oferta O2 numa pressão positiva. E quanto tempo tenho para começar a RCP? As melhores chances de sobrevivências dependem a RCP e da desfibrilação precoce. o 4 min de PCR – inicia-se a lesão cerebral; o 10 min em PCR – morte cerebral estabelecida. Em pacientes submetidos a hipotermia/afogados, insistimos mais, porque eles suportam um pouco mais essa condição de PCR. CADEIA DE SOBREVIVÊNCIA PARA ADULTOS *PCRIH – PCR intra-hospitalar. Reconhecimento e prevenção precoce – Acionamento de serviço médico de emergência – RCP de alta qualidade – Desfibrilação – Cuidados pós-PCR – Recuperação. *PCREH – PCR extra-hospitalar. Acionamento de serviço médico de emergência – RCP de alta qualidade – Desfibrilação – Ressuscitação avançada – Cuidados pós-PCR – Recuperação. CADEIA DE SOBREVIVÊNCIA EM PEDIATRIA * PCRIH – PCR intra-hospitalar. Reconhecimento e prevenção precoce – Acionamento de serviço médico de emergência – RCP de alta qualidade – Ressuscitação avançada – Cuidados pós-PCR – Recuperação. *PCREH – PCR extra-hospitalar. Prevenção – Acionamento de serviço médico de emergência – RCP de alta qualidade – Ressuscitação avançada – Cuidados pós-PCR – Recuperação. PCR NO ADULTO X CRIANÇAS AVALIAÇÃO INICIAL Segurança do ambiente e pessoal. Checar responsividade do paciente – nível de consciência → O sr. está bem? Chamar ajuda – “ligue o 192 e traga/peça DEA”. Checar pulso – carotídeo de 5 a 10 segundos. *Em crianças – checar pulso braquial. 3 Victória Veiga – Medicina UNIFACS Se paciente sem pulso → iniciar compressões na metade inferior do esterno, CABD. Resumindo... Se paciente consciente: o Avaliar causas; o Chamar socorro; o Reavaliar (sinais vitais); o Colocar paciente em posição de segurança. Não se faz essa manobra em qualquer suspeita de trauma! Se paciente inconsciente: o Ligue 192, peça um DEA e Unidade Avançada; o Respira? Tem pulso? C – Circulation: Circulação. A – Airway: Ar / Vias aéreas. B – Breathing: Boa Respiração. D - Desfibrilation: Desfibrilação. C – CIRCULAÇÃO Para profissionais de saúde: Checar pulso em 05 a 10 segundos: Carotídeo → em adultos e crianças; Braquial → em crianças < 1 ano. Se pulso ausente: Fazer 30 compressões torácicas para 2 ventilações. Se paciente pediátrico, faz-se 15 compressões para 2 ventilações. A cada 2 minutos troca-se com outra pessoa. OBS: A American Heart Association divide em 4 faixas etárias: ✓ 1ª – RN → 0 a 28 dias. ✓ 2ª – Lactente/Bebê → 28 dias a < 12 meses. ✓ 3ª – Criança → A partir de 1 ano até o aparecimento das características pré-púberes = broto mamário em meninas e pelos axilares em meninos. ✓ 4º - Adulto. COMPRESSÕES TORÁCICAS Deve-se colocar a região hipotênar da mão na metade inferior do esterno, acima do processo xifoide. Trocar o compressor a cada 2 min, nesse tempo são realizados em média 5 ciclos de compressão/ventilação. Coloque a região hipotênar de uma mão, no centro do tórax, na metade inferior do esterno, acima do apêndice xifoide e o da outra mão sobre a primeira. Estique os braços e posicione seus ombros diretamente sobre as mãos. Fazer um vetor de 90 graus. Travar os membros superiores retos e comprimir o tórax para baixo, deprimindo no mínimo 5 cm e no máximo 6 cm, num adulto, permitindo o retorno total do gradil costal. OBS: Mais que 6 cm gera lesão. Na faixa pediátrica, o ideal é que se rebaixe 1/3 do gradil costal, ou seja, cerca de 5 cm. No lactente, em torno de 4 cm. Frequência mínima de 100 compressões/min e máxima de 120 compressões/min, no adulto. Relação universal para o adulto com 1 socorrista é de 30:2. Em crianças, se 1 socorrista, a relação é de 30:2. Já, se forem 2 socorristas, a relação é de 15:2. Minimizar as interrupções das compressões torácicas, tentando limitá-las a menos de 10 seg. A compressão em bebês/latente usa- se 1 mão ou dois dedos a depender da estrutura da criança, com frequência mínima de100/ min. E máxima de 120 compressões/min. Em neonatos, usa-se apenas 2 dedos ou envolve-se o tórax da vítima com as mãos. A relação é de 3:1. *O protocolo permite lançar mão da técnica dos 2 polegares quando se tem apenas 1 socorrista. 4 Victória Veiga – Medicina UNIFACS A – VIAS AÉREAS Para garantir ventilações de efetividade deve-se liberar a via aérea. Manobra de Head Tilt + Chin Lift: inclinação da cabeça + elevação do queixo (pacientes sem história de trauma). B – RESPIRAÇÃO 2 VENTILAÇÕES DE RESGATE: - Boca - a - Boca*; - Boca - Boca - Nariz; - Dispositivo de Barreira. *Não é obrigatório, o profissional de saúde faz se ele se sentir confortável. Cada ventilação dura 1s. *Técnica C-E. D – DESFIBRILADOR EXTERNO AUTOMÁTICO Aparelho capaz de aplicar uma corrente elétrica determinada no coração, com o objetivo de cessar o ritmo anormal e reestabelecer as funções normais (elétricas e mecânicas). Ele é feito para ser usado por leigos, então ele fornece todos os comandos que devem ser feitos. Assim que se tem o DEA, deve-se ligá-lo e seguir suas orientações. Não aguarde o término de um ciclo para colocar o DEA. Com a colocação do DEA corretamente pelas suas instruções, o aparelho indicará 2 caminhos: → Ritmo chocável: Todos devem se afastar da vítima para aplicação do choque. Após a aplicação do choque, reiniciar a RCP imediatamente. Enquanto o aparelho estiver carregando, as compressões devem ser feitas até o momento do disparo do choque. → Se ritmo não chocável: Reiniciar imediatamente a RCP. O DEA irá automaticamente checar o ritmo a cada 2 minutos e avaliar a necessidade de aplicar o choque. SEQUÊNCIA DO DEA = Ligá-lo → Conecte as pás adesivas no peito do paciente (logo abaixo da clavícula direita e na linha axilar anterior) → Análise do ritmo (não toque no paciente) → Caso choque indicado certificar que todos se afastem → Disparo do choque → Reinicia RCP por 2 min, relação 30:2. RCP – RESSUSCITAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA: - Sucesso sem DEA = 2 a 5%. - Sucesso com DEA = 50 a 80%. LEMBRE-SE: Compressões Torácicas de Qualidade! ✓ Comprima forte e rápido; ✓ Mantenha uma frequência de no mínimo 100/min. e no máximo 120/min.; ✓ Deixe o tórax voltar à posição de repouso, após cada compressão; ✓ Minimize as interrupções; ✓ Alterne os socorristas a cada 2 min. 5 Victória Veiga – Medicina UNIFACS
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