Buscar

O câncer e a Psico

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

O câncer e a Psico-oncologia
O diagnóstico do câncer tem um efeito muito grande na vida dos pacientes, além de trazer uma ideia de morte, na qual os deixam com medo de tal. Embora em muitos dos casos ocorra a cura, os tratamentos dolosos e das perdas provocadas pela doença, os deixam muito inseguro e com medo. Um levantamento feito dos termos usados nos artigos de revistas de Psico-Oncologia e nos trabalhos apresentados em congressos nacionais e internacionais, revela o seguinte quadro:
Problemática intrapsíquica – ansiedade, depressão, medo, raiva, revolta, insegurança, perdas, desespero, mudanças de humor e esperança.
Problemática social – isolamento, estigma, mudança de papéis, perda de controle, perda de autonomia.
Problemática relacionada ao câncer – processo da doença, mutilações, tratamentos, dor, efeitos colaterais, relação problemática com o médico.
Em diferentes momentos do processo de enfermidade, o paciente apresenta um ou vários desses aspectos. Segundo Taylor (2005), os pensamentos automáticos mais comuns em um paciente diagnosticado com uma doença crônica podem ser divididos em três eixos: sofrimento físico: Eu serei capaz de suportar este sofrimento? Qualidade de vida: eu serei capaz de comer o que eu gosto novamente? Como isto afetará a minha vida sexual? E mortalidade: eu vou morrer? Todos evidenciam a importância do apoio psicológico. Não há uma linha teórica certa a seguir para conduzir e a ajudar os pacientes com câncer. São diversos psicólogos que atuam na área de Psico-Oncologia com linhas teóricas diferentes, assim como psicanálise, gestáltica, cognitiva, entre outras, com um único objetivo que é de compreender o paciente, à fim de atender a seus problemas a ponto de os ajudar facilitando um melhor enfrentamento da doença e permitindo uma convivência melhor com ela. 
Autores como Moorey e Greer (2002) advogam que a terapia cognitiva poderia ajudar o paciente a adaptar o tratamento a suas vidas bem como adaptar as visões de si próprios a esta nova situação. Já Taylor (2005) argumenta algumas razões para utilizar a terapia cognitiva comportamental com pacientes crônicos, tais como: facilitar a aderência ao tratamento; oferecer suporte emocional frente ao diagnostico, prevenir comportamentos de risco a saúde, dentre outros.
A Psico-Oncologia vem se constituindo em uma ferramenta indispensável para promover as condições de qualidade de vida do paciente com câncer. Atualmente, podemos afirmar que acompanhamento psicológico do paciente e de seus familiares, em todas as etapas do tratamento, constitui elemento indispensável da assistência prestada (Bearison & Mulhern, 1994; Carvalho, 1994; Dahlquist, Czyzewski & Jones, 1996; Gimenes, 1996). Entretanto, por se tratar de uma área relativamente recente, são muitos os fatores psicossociais vinculados a um episódio de câncer ainda não suficientemente compreendidos por pesquisadores e profissionais da área. Temas relacionados à adaptação comportamental e ajuste emocional do paciente ao tratamento, estratégias de enfrentamento em contextos estressantes, indicadores de qualidade de vida, efeitos psicossociais do tratamento do câncer a longo prazo e modalidades de intervenção psicológica junto ao paciente e familiares ainda serão, por exemplo, alvo de estudos científicos e assunto de discussão pelos próximos anos.
Provavelmente, todos os diferentes tipos de câncer não têm uma única causa, mas sim uma etiologia multifatorial (Hugues, 1987). Para que a doença ocorra, parece ser necessária uma operação conjunta de vários fatores tais como, a predisposição genética, a exposição a fatores ambientais de risco, o contágio por determinados vírus, o uso do cigarro, a ingestão de substâncias alimentícias cancerígenas, e muitos outros (Trichopoulos, Li, & Hunter, 1996).
Acredita-se também na possibilidade de contribuições psicológicas no crescimento do câncer. Inúmeros pesquisadores vêm estudando possíveis efeitos de estados emocionais na modificação hormonal e desta na alteração do sistema imunológico (Bovbjerg, 1990). A relação entre o estresse e a depressão com o enfraquecimento do sistema imunológico e esta situação favorecendo o desenvolvimento de formações tumorais foram amplamente analisadas por Le Shan (1992), Simonton, Simonton e Creighton (1987) e pioneiros nos estudos dos aspectos psicológicos envolvidos nos processos de câncer.
Tendo em vistas estas considerações, percebe-se que as cognições possuem um papel importante tanto na melhora do estado emocional quanto na qualidade de vida. Assim convém, no presente estudo, ter como objetivo investigar as cognições ativadas e sentimentos despertados nos pacientes, no momento do diagnóstico

Continue navegando