Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PSICOTERAPIA BREVE PSICOTERAPIA BREVE (PB) • Realidade econômica e social: assistência a um número maior de pessoas. • Tratamento de natureza psicológica, de inspiração psicanalítica, cuja duração é limitada, na qual busca-se obter uma melhora da qualidade de vida em curto prazo, escolhendo um determinado problema e focando os esforços na sua resolução. TIPOS DE PSICOTERAPIA BREVE • PB MOBILIZADORA: tem como objetivo a evidenciação da ansiedade contida em processos mórbidos que o paciente apresenta. • PB DE APOIO: processo de ação terapêutica que tem como objetivo diminuir a ansiedade do paciente que sofre de dificuldades emocionais, independente de sua origem. (hospitais) TIPOS DE PSICOTERAPIA BREVE • PB RESOLUTIVA: procura a origem intrapsíquica da situação de crise vivida pelo paciente com o objetivo de solucionar o quadro apresentado. Seu objetivo principal é tratar. PB- ASPECTOS FUNDAMENTAIS • PROCESSO TERAPÊUTICO: envolve a criação de um vínculo transitório entre terapeuta e cliente; baseado na relação dialógica e na empatia; visando alcançar o equilíbrio existente antes da crise. PB- ASPECTOS FUNDAMENTAIS • A PB surge como uma tentativa de solucionar problemas que a técnica psicanalítica clássica não conseguiria resolver a curto prazo como: • Situações de crise; • Emergências; • Problemas de ajustamento de origem recente; • Reações depressivas e ansiosas não complicadas. OBJETIVOS PB – OBJETIVOS PRINCIPAIS • Terapeuta e cliente devem concordar quanto à meta do tratamento; • Avaliar a motivação do paciente para o tratamento, para o insight e para a mudança e não somente para o alívio dos sintomas; PB – OBJETIVOS PRINCIPAIS • Resolver a necessidade imediata do indivíduo, a superação dos sintomas e os problemas atuais da realidade; • Visa o enfrentamento de situações de conflito, a aquisição da consciência da enfermidade e a recuperação da auto-estima; • A indicação terapêutica de Psicoterapia Breve tem como fator imprescindível a motivação do paciente; PB – OBJETIVOS PRINCIPAIS • Encontrar solução para a aflição, primeiramente pesquisando no campo do mundo externo e a seguir no seu mundo interno; • Envolve a criação de um vínculo entre terapeuta e cliente baseado na relação dialógica e estruturado na empatia, permitindo o surgimento de insights e a liberação de cargas emocionais bloqueadas. PSICOTERAPIA BREVE (PB) • Fatores que favorecem o sucesso dessa técnica: a presença de um problema específico; capacidade de expressar sentimentos e interagir flexivelmente com o terapeuta; disposição para participar ativamente da avaliação de seu problema, reconhecer que os sintomas são de origem psicológica, curiosidade, abertura a novas ideias, expectativas realistas e disponibilidade interna para mudanças. INDICAÇÃO INDICAÇÃO DA PB Nem todos os pacientes podem se beneficiar da PB. Eis alguns critérios: INICIO RECENTE DOS TRANSTORNOS: o trabalho é mais benéfico com pacientes cujos sintomas tenham se manifestado recentemente, ou então que se trate de um episódio agudo dentro de um transtorno crônico. INDICAÇÃO DA PB • CAPACIDADE EGÓICA: capacidade do paciente tolerar a ansiedade e a frustração, aliada a ampla utilização de mecanismos saudáveis de defesa, bem como sua capacidade de introspecção e reconhecimento da vida interior, enfim sua capacidade de insight. • MOTIVAÇÃO PARA O TRATAMENTO: o terapeuta deve ter a certeza de que o conflito interno do paciente não foi aceito por ele como integrado em sua estrutura. INDICAÇÃO DA PB • FATORES DO TERAPEUTA: capacidade de empatia e não de identificação ou de contratransferência exacerbada em relação ao paciente. FOCALIZAÇÃO FOCALIZAÇÃO • Foco no tratamento, ou seja, um ponto específico da vida do paciente em que será trabalhada as questões de maneira objetiva e eficaz. A participação ativa do terapeuta e o planejamento terapêutico também são importantes na PB. FOCALIZAÇÃO • A demanda do cliente deve estar contemplada no foco, assim como seu sintoma, sua queixa, suas características de personalidade, sua crise e algum tipo de explicação psicológica. • o foco é necessário para haver um acordo entre paciente e terapeuta sobre o que seria importante trabalhar naquele momento. FOCALIZAÇÃO • É a forma do terapeuta informar (ao paciente) que ele entendeu seu problema atual, que está ciente da razão pela procura da terapia. • O foco está ligado à queixa e ao motivo da consulta, contempla o interesse do paciente de compreender sua angústia e fazê-lo sentir- se acompanhado pelo seu terapeuta FOCALIZAÇÃO • O fato de haver um foco não quer dizer quer a Psicoterapia Breve não possa ser profunda. Ela será aprofundada naquele foco. FOCALIZAÇÃO • Enfatiza aspectos sintomáticos (como o próprio motivo da consulta) aspectos interacionais (o conflito interpessoal que desencadeou a crise), aspectos caracterológicos (uma zona problemática do individuo), além de aspectos próprios da díade terapeuta-cliente e o desenvolvimento da técnica. FOCALIZAÇÃO • Com a delimitação do foco temos a sintomatologia, a ansiedade que lhe deu origem e o conflito atual que gerou essa ansiedade. O conflito atual é a situação vivida pelo sujeito que encontra dificuldade para resolver um problema que a vida lhe coloca. FOCALIZAÇÃO • Esse conflito atual, uma perturbação na relação EU-TU ou EU-ISSO, pode ser um curto circuito ligado a uma situação emocional semelhante vivida no passado e mal elaborada por ele em seu desenvolvimento. Tal situação pretérita se refere à outro aspecto do foco, agora mergulhando no mundo interno, inconsciente, projetado no presente pelo mecanismo de transferência. Aqui chegamos ao conflito nuclear. FOCALIZAÇÃO • O objetivo da Técnica Focal não é atingir todos os aspectos de mudanças estruturais, mas sim, dar início ao processo e deixar o paciente suficientemente estabilizado de forma que possa dar continuidade a esse processo de crescimento através de outros relacionamento em sua vida. TEMPORALIDADE TEMPORALIDADE • Existem terapias que mesmo durando apenas alguns meses não podem ser consideradas como Psicoterapias Breves. • Há que distinguir entre uma Psicoterapia Breve e uma terapia encurtada pelas circunstâncias, sendo que nesta última não houve proposta de um trabalho específico para o tempo considerado. TEMPORALIDADE • Cada terapeuta define a questão do tempo pertinente a sua teoria de referência. • É importante o tempo entre uma consulta e outra para o analisando refletir sobre o que ocorreu no espaço da sessão. • O que acontece em cada sessão não termina após os cinquenta minutos, o poder da relação terapeuta-paciente vai muito além do tempo de contato pessoal entre ambos. TEMPORALIDADE • Na Psicoterapia Breve com tempo determinado, a questão da alta está inebriada pelo prazo previsto no início do tratamento. • O término combinado de antemão evita as dificuldades relacionadas a quais critérios levar em conta na hora da alta, que estará decidida pelo par terapeuta/paciente independentemente dos resultados. TEMPORALIDADE • Quando se pensa em alta, não se pode deixar de refletir sobre todo o processo de uma psicoterapia. • Alta implica em resultados, em planejamento, em indicação, em objetivos e na interligação destes. TEMPORALIDADE • O paciente ressente-se do término da psicoterapia, mas a separação também é complicada para o terapeuta. • O paciente que vai bem gratifica seu analista e o luto da separação pode provocar profundos sentimentos de perda no terapeuta, que se sente desvalorizado com a intenção do paciente de ir embora, e passa a trabalhar, semperceber, no sentido de desconsiderar a melhora de seu paciente TEMPORALIDADE • Há pacientes, por exemplo, que sentirão a separação como abandono; outros como castração, embora tenha sido combinado anteriormente; • Para outros, a separação pode ser um fator de desorganização interna por não se sentirem preparados para um fato novo que supõem não saber enfrentar. TEMPORALIDADE • Alguns pacientes encaram o término da terapia com alívio, ou como oportunidade de crescimento, ou como possibilidade de experimentar novos rumos • Após o término da Psicoterapia Breve, é interessante marcar um retorno para avaliação. O prazo de seis meses é o mais comum, até como elemento de pesquisa TEMPORALIDADE • Em Psicoterapia Breve não se pode protelar a alta para quando ocorrer a melhora global do paciente, com a reestruturação da sua personalidade. • O manejo adequado da alta permitirá que o terapeuta seja internalizado pelo paciente, tornando a separação um fator de amadurecimento. FINALIDADE DA PB • Experiência emocional corretiva em que se oferece ao paciente a oportunidade de revivenciar uma situação especial num contexto relacional de aceitação e segurança, no qual ele possa chegar a uma formulação interna do conflito e reestruturar sua vivência de ansiedade diante de uma condição emocional antes insuportável. EXPERIÊNCIA EMOCIONAL CORRETIVA • Possibilitar que conflitos antigos, não resolvidos, surjam na relação transferencial que se estabelece no tratamento, permitindo que a diferença entre as reações atuais do terapeuta e as reações das figuras parentais na relação primitiva seja o fator preponderante para produzir as mudanças. ESTRATÉGIAS • O material do paciente é interpretado sempre em relação ao conflito focal, buscando sempre as relações do material apresentado com esse conflito e evitando qualquer outro material que não esteja relacionado com isso, que o terapeuta direciona todo um esforço para o foco a ser trabalhado. Esse foco deve ser estabelecido no início da terapia, depois de discutido e acertado com o paciente. EFEITO CARAMBOLA O efeito carambola é o mecanismo que possibilita a irradiação dos resultados obtidos através da psicoterapia focal permitindo a sua potencialização para outras áreas. CRÍTICAS • Dentro da perspectiva de foco a PB recebe críticas que afirmam que seu trabalho é superficial e visa somente a remoção de sintomas. DURAÇÃO E PROGNÓSTICO • Sanchez: 1 ano de tratamento; • Sifneos: diz ao paciente que o tratamento será interrompido mas não diz quando; • Mann: dispõe de 12 horas de psicoterapia, distribuídas em 12 sessões de uma hora, 24 sessões de meia hora ou 48 sessões de 15 minutos. Mais tarde passou a definir a data de término do tratamento e não a duração das sessões; • SMALL: 6 sessões; • SANTOS: Um período de 1 a 2 sessões para avaliação do caso, e posteriormente um bloco de 10 sessões e após reavaliação, propor ou não mais um bloco. PSICANÁLISE X PSICOTERAPIA BREVE CONTRIBUIÇÕES DA PSICANÁLISE AO CAMPO DAS PSICOTERAPIAS • CONTRIBUIÇÕES DO PONTO DE VISTA TÉCNICO • uso do relato como "material; • a busca do insight através da interpretação; • o papel do silêncio e da discrição do analista; • o reconhecimento da contratransferência; • o critério de timing em função da organização das defesas; • e a noção de um processo aberto de curso livre CONTRIBUIÇÕES DA PSICANÁLISE AO CAMPO DAS PSICOTERAPIAS • As técnicas de psicoterapia, se nutrem dessas aquisições técnicas da psicanálise de um modo peculiar: aplicando algumas delas com usos similares e opondo-se a elas mediante recursos técnicos diferenciados. LIMITAÇÕES DA CONTRIBUIÇÃO PSICANALÍTICA PARA AS PSICOTERAPIAS • TÉCNICAS DE PSICOTERAPIA • O trabalho psicoterapêutico com o paciente, insere contextos múltiplos, incorporando o grupo familiar, sua ocupação, recursos recreativos, papéis comunitários, emprega modelos de doença e de cura - que superam os modelos psicanalíticos correspondentes. LIMITAÇÕES DA CONTRIBUIÇÃO PSICANALÍTICA PARA AS PSICOTERAPIAS • PSICANÁLISE: perspectiva retrospectiva, introspectiva, explicada por meio de construções hipotéticas e, contudo, empanada às vezes por um causalismo linear. • PSICOTERAPIAS: quando se acentuam os fenômenos interacionais em lugar dos intrapsíquicos, expande-se drasticamente a compreensão do comportamento humano. CONTRIBUIÇÕES DAS PSICOTERAPIAS À PSICANÁLISE • As psicoterapias estão em condições de ampliar o campo de observação, de indagar os fatos, de recorrer a múltiplos contextos, a jogos mais flexíveis de papéis na relação terapêutica. • É a partir dessa plataforma metodológica peculiar que as psicoterapias podem dar contribuições significativas à psicanálise. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA • FIORINI, J. H. Teoria e técnicas de psicoterapias. Rio de Janeiro: Francisco • GILLIÉRON, E. Introdução às Psicoterapias Breves. São Paulo: Martins Fontes, 2004.
Compartilhar