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SEMINÁRIO INTERDISCIPLINAR (Odontogenética) 1 SEMINÁRIO INTERDISCIPLINAR (3° Semestre) (2021.2) – (NP3) Discente: Talita Lima Alves Nº da matrícula: 20.1.001061 Sede: Parque Ecológico Turno: noite • Perguntas disparadoras 01. A lesão apresentada pelo paciente FSH, caso seja um câncer, possui muitos fatores relacionados ao desenvolvimento dessa doença. Nesse caso, descreva quais os grupos de genes relacionados ao desenvolvimento do câncer e como os mesmos encontram-se na carcinogênese. - O câncer é causado por alterações genéticas denominadas mutações, que ocorrem em proto-oncogenes e genes supressores de tumor, entre outros. Uma única mutação geralmente não é suficiente para provocar uma neoplasia maligna. As mutações são geralmente somáticas, isto é, ocorrem nos tecidos em que o câncer se desenvolve, mas podem se dar também nas células germinativas, quando o indivíduo fica predisposto a um câncer familiar ou hereditário. Os genes supressores de tumor e proto-oncogenes são responsáveis pelo controle de funções cruciais para a célula, como o ciclo celular e a diferenciação. A combinação de alterações genéticas nesses genes promove a transformação maligna em decorrência da ativação e da expressão aberrante de proteínas que normalmente controlam a homeostase celular. Os genes supressores de tumor são denominados guardiões da proliferação celular, podendo inibir a proliferação e promover a morte celular por meio da regulação do ciclo celular, das vias de apoptose, da adesão celular e do reparo do DNA. Mutações, perda ou inativação de ambos os alelos de um gene supressor tumoral (perda de heterozigose) promovem proliferação descontrolada e inibição da apoptose. O gene TP53, localizado no cromossomo 17, é um gene supressor de tumor que codifica a proteína p53, a qual está envolvida na manutenção da estabilidade genômica, no controle do ciclo celular, na diferenciação celular, no reparo do DNA e na apoptose. Sua inativação é frequente no carcinoma epidermoide bucal, sendo causada principalmente por mutações e deleções (50%). Como resultado dessas mutações, danos no DNA não são corrigidos durante o ciclo celular e a célula não entra em apoptose. Consequentemente, existe perpetuação de células com instabilidade genômica, favorecendo a transformação maligna. Outros genes supressores de tumor, como o p16 e o p14, também estão frequentemente alterados no carcinoma epidermoide bucal, promovendo a proliferação celular descontrolada. Oncogenes, definidos como as versões alteradas dos proto-oncogenes, são representados por fatores de crescimento e seus respectivos receptores, moléculas de sinalização intracelulares, fatores de transcrição e reguladores do ciclo celular. Esses genes encontram-se frequentemente ativados no carcinoma epidermoide bucal por meio de mutações, translocações cromossômicas e amplificação gênica. O receptor do fator de crescimento epitelial (EGFR) encontra-se frequentemente amplificado e superexpresso no carcinoma epidermoide bucal, resultando na ativação aberrante de sua respectiva via de sinalização. Além dos genes supressores de tumor e oncogenes, outros genes, como genes de reparo do DNA e microRNA podem estar associados à gênese e progressão do câncer. Por exemplo, no carcinoma epidermoide bucal, a enzima telomerase, responsável pela síntese dos telômeros, encontra-se ativada, permitindo que as células tumorais escapem da senescência (envelhecimento natural das células) e proliferem de maneira descontrolada e contínua. Telômeros constituem sequências repetidas de DNA localizadas nas extremidades dos cromossomos, com papel importante em sua estabilidade estrutural. A cada divisão celular, os telômeros são ligeiramente encurtados, até a perda da capacidade de proliferação celular, induzindo a célula à senescência e à morte.
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