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Biotécnicas na reprodução de animais selvagens Introdução Atualmente temos visto o aumento da ocupação do meio ambiente por seres humanos, além de demanda por recursos naturais que ocorre de forma desordenada assim como a utilização de recursos naturais causando a destruição de diversos ecossistemas podendo promover a perda do habitat e isolamento de populações causando perda de variabilidade genética como ocorrem nas geleiras que acabam sendo derretidas em razão do aquecimento global isolando os ursos polares. Quando pensamos em trabalhar com animais silvestres podemos citar o aspecto conservacionista que consiste na reprodução assistida para conservar uma espécie ameaçada de extinção. Há também o aspecto comercial para comercialização de carne, couro e penas. Por último podemos citar o esporte que ocorre muito nos Emirados Árabes em que os camelídeos são utilizados para fins esportivos. Selvagem x Silvestre x Exótico Animal silvestre: todo aquele que pertence às espécies nativas, ou seja, passam sua vida inteira ou parte dela em terras brasileiras. Podemos citar a onça pintada, botos, papagaios, etc. Animal exótico: todo aquele que vem de fora do Brasil, ou seja, foram introduzidos pelo homem como tigres, furão, calopsita, leão. Animal Selvagem: é um animal não domesticado. Aplicações da biotecnologia da reprodução • Conservação de gametas buscando o aumento da variabilidade genética; • Monitoramento reprodutivo sabendo o que é normal de cada espécie conhecendo o ciclo estral para então compreender o melhor momento para realizar atividade reprodutiva com esses animais. As informações a respeito dos animais são conhecidas sendo baseadas na literatura em que iremos buscar a espécie em questão, espécies próximas e, por fim animais domésticos. Todas as biotecnologias podem ser utilizadas na reprodução desses animais desde a coleta de sêmen até a clonagem. Colheita do sêmen Pode ser realizada em diversas espécies, porém não utilizando a mesma técnica em todas as espécies já que a anatomia pode ser diferente como animais que têm pênis enquanto outros têm hemipênis (serpentes) ou falos (aves). Devemos saber quais glândulas acessórias possuem e onde estão os testículos. Além disso devemos conhecer também a fisiologia da espécie a ser trabalhada sabendo quando ocorre a maturidade sexual, se possui sazonalidade reprodutiva além de ser importante saber também a velocidade da cópula. Por ultimo é essencial que saibamos a respeito do temperamento do animal. TÉCNICAS EJACULATÓRIAS: • Massagem manual; • Vagina artificial; • Eletroejaculador; • Vibroejaculador; • Recuperação do sêmen pós cio TÉCNICAS NÃO EJACULATÓRIAS: Sêmen do epidídimo em que estarão armazenados os espermatozoides maduros; Massagem transretal CONTENÇÃO Física Química Condicionamento Massagem manual Precisamos da colaboração do animal não devendo ser realizada a contenção química, somente física. Essa técnica pode ser utilizada em avestruzes e emas em que podemos colocar um capuz na cabeça dos machos fazendo com que fiquem parados e realizamos massagem manual para exposição do falo além de fazer pressão até que o animal ejacule. As aves ejaculam em pequenas quantidades, logo devemos ficar atentos para não perdermos. Essa técnica também é utilizada em animais domésticos. Pela massagem manual também podemos realizar coleta de serpentes. Ao lidarmos com animais peçonhentos devemos realizar uma boa contenção para então realizarmos a massagem abdominal, próximo ao hemipênis e então realizamos a coleta com uma seringa. Em mamíferos aquáticos também podemos realizar essa técnica como vemos nas orcas abaixo. Vagina artificial Depende muito da colaboração do animal e do condicionamento. É mais utilizada em camelídeos já que os animais estão mais condicionados para isso. Eletroejaculador É necessária a contenção química não sendo dependente da colaboração do animal. É a mais utilizada em animais selvagens. Pode ser utilizada em tamanduás como podemos ver abaixo: Em felinos também é muito utilizada: Vibroejaculador É necessário a colaboração do animal, logo não devemos realizar contenção química. É semelhante a massagem manual já que o vibroejaculador é inserido no pênis estimulando a ejaculação. Essa técnica é realizada principalmente em saguis como vemos abaixo: Coleta de espermatozoides do epidídimo Pouco utilizada, mas é realizada em animais que tiveram morte súbita ou a partir de orquiectomias. É bastante estudado em animais domésticos e em silvestres pode ser utilizado em cervídeos e caprídeos. Estimulação transretal É realizada uma massagem transretal permitida pelo animal. Depende do condicionamento do animal, porém é pouco utilizada, sendo empregada na reprodução de elefantes. Análise e preservação do sêmen A preservação vai depender das características peculiares do sêmen, porém em silvestres o volume tende a ser menor e não há diluidores específicos para esses animais havendo a necessidade de testes. Primatas possuem o sêmen com muito coágulo logo é necessário realizar centrifugação em gradiente para retirar essa porção. Em fêmeas podemos realizar monitoramento para sincronização do ciclo estral. Esse monitoramento é realizado por meio de fezes e urina ou em coleta de sangue para realizar a dosagem hormonal. Em camelídeos o acompanhamento reprodutivo já é mais fácil já que os animais são condicionados a isso. A dosagem hormonal e ultrassonografia também podem ser realizadas se o animal for de fácil manipulação. Inseminação artificial pode ser realizada cirurgicamente (laparoscopia/ videolaparoscopia) sendo necessária a contenção química. Também pode ser realizada de forma não cirúrgica utilizando pipeta, endoscopia sendo necessária a colaboração do animal. Colheita e conservação de oócito IN VIVO Realizamos superovulação, laparoscopia, punção transabdominal sendo guiada por US havendo a necessidade da presença de um folículo dominante. Em animais mortos há a coleta dos ovários. Pode ser realizada então a FIV ou ICSI (introdução do espermatozoide dentro do oócito). TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÕES Normalmente é realizada cirurgicamente havendo deposição dos embriões no útero. CLONAGEM É mais utilizada em animais domésticos, mas pode ser realizada em animais silvestres. Devemos tomar cuidado em relação a variabilidade genética que não haverá.
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