Buscar

SP3 - SAUDE DA MULHER (FISIOLOGIA DA GRAVIDEZ E AS PRINCIPAIS MODIFICAÇÕES GRAVÍDICAS, PRÉ-NATAL, MEDIDAS OBSTÉTRICAS, GESTAÇÃO DE BAIXO E ALTO RISCO)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1) DESCREVER A FISIOLOGIA DA GRAVIDEZ E AS 
PRINCIPAIS MODIFICAÇÕES GRAVÍDICAS LOCAIS E 
GERAIS DO ORGANISMO MATERNO. 
 
No advento da gravidez, o organismo feminino sofrerá 
diversas adaptações; são as modificações fisiológicas. 
Essas transformações vão produzir alguns sinais e 
sintomas, e por vezes ficará difícil a distinção entre o 
normal e o patológico. Tais modificações acontecem de 
forma sistêmica e no aparelho reprodutor feminino 
especificamente. Existem as modificações sistêmicas e 
a do aparelho reprodutor. 
 
 Aparelho Cárdio-Circulatório 
Ocorre o aumento da frequência cardíaca, do débito 
cardíaco, do volume sanguíneo e do plasmático 
enquanto há diminuição da resistência vascular e da 
pressão sanguínea. 
O incremento do volume circulante durante a gravidez 
(40%) faz com que o rendimento cardíaco aumente em 
igual proporção. Para atender a essa demanda, o 
coração se adapta hipertrofiando concentricamente 
todas as suas câmaras. Topograficamente, o coração 
desvia-se para frente e para a esquerda, alterando seu 
eixo elétrico, conseqüentemente o eletrocardiograma. 
Por este motivo, é necessário informar à pessoa que 
está analisando o eletrocardiograma que a paciente 
está grávida. 
Devido à ação angiogênica do estrógeno e 
vasodilatadora da progesterona, a pressão arterial 
tende a cair durante a gestação, causada pelo 
desenvolvimento da placenta. Em gestantes 
clinicamente saudáveis, a pressão arterial (PA) diminui 
até a metade da gestação e, então, aumenta até o dia 
do parto, com valores finais similares àqueles 
encontrados no início da gestação. A pressão 
sanguínea arterial apresenta discreta queda na pressão 
sistólica (5 a 10 mmHg) e maior na diastólica (10 a 15 
mmHg), atingindo os menores valores por volta de 20 
semanas, decorrente da diminuição da resistência 
vascular 
O aumento do volume circulante se fez mais às custas 
de parte líquida. Os elementos figurados do sangue 
também aumentam, mas em percentual menor, 
levando a uma hemodiluição, traduzida 
frequentemente por queda dos níveis de hemoglobina 
e aparecimento de sopro sistólico, considerado normal 
neste período 
O débito cardíaco de gestantes normais encontra-se 
duas vezes maior por volta de 32 semanas, em 
comparação com não gestantes, isso decorre do 
aumento do volume sistólico e da frequência cardíaca. 
O débito cardíaco inicia essa elevação por volta da 10ª 
a 12ª semana de gravidez. 
 
 Aparelho respiratório 
Com o evolver da gestação, o útero cresce rechaçando 
alças intestinais, estômago e fígado contra o 
diafragma, reduzindo o tamanho do pulmão no sentido 
céfalo-caudal. Como mecanismo de com pensação 
parcial, o tórax aumenta seus diâmetros látero-lateral 
e ântero-posterior, mas o volume pulmonar global 
acaba reduzido no final da gestação. Esta restrição é 
compensada por ação da progesterona, nos centros 
respiratórios, elevando a frequência do ritmo da 
respiração. 
A capacidade respiratória total encontra-se reduzida 
(cerca de 200 mL), pois ocorre diminuição da 
capacidade residual funcional. Esta é constituída pelo 
volume residual e pela reserva expiratória, que na 
gravidez estão com valores menores. A capacidade 
inspiratória é composta pela reserva inspiratória e pelo 
volume corrente, e apresenta aumento em 
decorrência deste último. O volume corrente provoca 
hiperventilação, que tem como efeito a diminuição da 
pressão parcial de dióxido de carbono (pCO2). Esse 
fenômeno facilita a excreção fetal de CO2 devida ao 
gradiente materno-fetal. 
 
 Sistema Urinário 
As modificações no aparelho urinário são oriundas de 
alterações mecânicas, fisiológicas e anatômicas. Tanto 
os rins quanto ureteres e a bexiga sofrem compressão 
pelo útero gravídico. 
Em decorrência do aumento do volume circulante, 
praticamente todos os índices de fluxo e função renal 
estão aumentados durante a gravidez. A exacerbação 
do sistema renina-angiotencina é compensado pelos 
efeitos de progesterona. É notável a retenção de sódio 
e água, possibilitando arredondamento das formas 
SP3 “Ligeiramente grávida” 
corporais da grávida e hidratação adequada dos 
ligamentos de cintura pélvica (facilita o deslizamento 
articular no momento do parto). 
A bexiga apresenta-se com retificação do trígono 
vesical pela sua posição mais elevada na gestação, 
provocando refluxo vesicoureteral. Essas 
transformações podem favorecer a formação de 
cálculos renais, infecções, incontinência urinária e até 
hematúria, esta principalmente mais frequente em 
parturientes. 
 
 Sistema Endócrino 
Pode-se considerar o período gestacional como de pan-
hiperendocrinismo, com o sistema endócrino 
funcionando com todas as suas reservas. Sobressaem 
o pâncreas, hipófise, tiróide, paratireóide e adrenais. 
Existe uma maior exigência metabólica, em troca do 
aumento do fluxo sanguíneo, a estas glândulas. 
Durante a gestação surge, temporariamente, um novo 
órgão no organismo materno, a placenta. Reconhece-
se, na placenta, funções glandulares específicas, 
produzindo uma infinidade de hormônios, 
notadamente o hormônio lactogênese placentário e a 
gonadotrofina coriônica. 
Desde o primeiro trimestre, a globulina transportadora 
de hormônios tireoidianos encontra-se aumentada e 
atinge seu pico com 20 semanas, permanecendo em 
um platô com valores de cerca do dobro de não 
gestantes. A tiroxina sérica total (T4) e a triiodotironina 
(T3) apresentam picos máximos com seis a nove 
semanas e 18 semanas, respectivamente. O T4 livre 
alcança o nível máximo com o hCG e depois volta ao 
normal. 
O cortisol e a androsterona na suprarrenal têm papel 
fundamental em manter a homeostase. A suprarrenal 
não aumenta a secreção do cortisol, entretanto ele 
sofre redução de sua excreção e apresenta aumento de 
sua meia-vida. As altas concentrações de progesterona 
provocam uma má resposta dos tecidos ao cortisol. 
A calcitonina promove a deposição de cálcio nos ossos 
e diminui a concentração desse íon no líquido 
extracelular. Na gravidez e na lactação, ocorrem altos 
níveis desse hormônio. 
A paratireoide, por meio do paratormônio (PTH), 
controla a concentração do íon cálcio no soro por 
aumento da absorção pelo intestino e rins e liberação 
nos ossos. Esse hormônio tem sua liberação na 
dependência da redução de cálcio e de magnésio. Após 
o primeiro trimestre, o PTH se eleva em resposta à 
diminuição de cálcio pelo aumento do volume 
plasmático e da TFG, além da transferência de cálcio 
materna para o feto. 
 
 Sistema metabólico 
A gravidez está associada a significantes alterações 
metabólicas no organismo materno, das quais 
depende a boa evolução da gestação. Tais 
modificações acontecem como resposta ao processo 
adaptativo materno, bem como para viabilizar o 
desenvolvimento fetal. 
O consumo de glicose fetal é contínuo, enquanto a 
ingestão materna passa por períodos de jejum, como é 
o caso do período noturno, quando a grávida está 
dormindo. Para manter a fonte de energia contínua ao 
feto, o transporte da glicose, através da placenta, 
ocorre por difusão facilitada, mesmo com pequenas 
diferenças nos gradientes de concentração. Para 
manter a disponibilização da glicose ao feto priorizada, 
há aumento da resistência insulínica materna, 
conhecido como efeito diabetogênico, que é 
determinado pelo hormônio lactogênio placentário 
humano (hPL) em associação ao hormônio de 
crescimento placentário humano (hPGH) e adipocinas 
(leptina, adiponectina, fator de necrose tumoral alfa – 
TNFα – e interleucina-6). Essas alterações são 
evidenciadas no terceiro trimestre da gravidez e estão 
associadas às alterações catabólicas do metabolismo 
lipídico. 
As alterações no metabolismo lipídico ocorrem de 
forma diferenciada, de acordo com o período 
gestacional. A fase anabólica acontece no primeiro e 
segundo trimestre, quando existe favorecimento da 
lipogênese aumentandoo depósito de gordura e a 
reserva energética materna. Na fase catabólica, 
evidenciada no terceiro trimestre, há incentivo à 
lipólise. Nesse processo, a resistência insulínica reduz o 
efeito inibitório da insulina sobre a lipólise e favorece 
o recrutamento dos depósitos de gordura como fonte 
energética para compensar o jejum materno e priorizar 
a disponibilização de glicose e aminoácidos ao feto. 
Outro objetivo da lipólise é facilitar a disponibilização 
dos ácidos graxos que são necessários à constituição de 
estruturas importantes do cérebro e do aparelho 
ocular, bem como exercem fundamental importância 
na composição das membranas celulares fetais. 
Elevam-se os triglicerídeos e as lipoproteínas, em 
especial a lipoproteína de muito baixa densidade 
(VLDL-colesterol). Em menor escala, também 
aumentam as demais lipoproteínas (HDL-colesterol e 
LDL-colesterol). 
No metabolismo proteico, verifica-se maior 
concentração dos aminoácidos fetais em relação aos 
níveis maternos. As proteínas totais maternas, embora 
em maiores concentrações durante a gravidez, 
apresentam-se reduzidas devido à hemodiluição. A 
albumina está reduzida e, em menor evidência, as 
globulinas. Há aumento do fibrinogênio, da 
alfaglobulina e da betaglobulina. No metabolismo 
hidroeletrolítico, advém a retenção de líquido intra e 
extracelular determinada por mecanismos adaptativos 
no sistema renina-angiotensina-aldosterona, que 
estão relacionados à preservação do sódio, bem como 
à redução da pressão coloidosmótica, que está 
associada à redução da concentração plasmática da 
albumina. 
 
 Sistema esquelético 
A embebição gravídica acomete todas as articulações. 
Por meio dela, articulações da bacia apresentam mais 
elasticidade e maior capacidade pélvica. Ainda 
promove modificação da postura e da deambulação. O 
aumento dos diâmetros e estreitos da pelve é 
indispensável para a expulsão fetal. 
A marcha anserina da gestante decorre da necessidade 
de mudança de centro da gravidade para manter o 
equilíbrio. Ela projeta o ventre para frente, afasta a 
base de sustentação dos membros inferiores e os 
ombros se inclinam para trás. Esse esforço faz com que 
ela utilize um conjunto de músculos tanto cervicais 
como lombares pouco empregados fora da gestação. 
Em contrapartida, vai desencadear fadiga muscular, 
parestesia de extremidades e dores cervicais e 
lombares decorrentes da compressão de raízes 
cervicais (nervo ulnar e mediano). 
O equilíbrio entre a secreção de paratormônio e 
calcitonina se fez em nível mais elevado durante a 
gravidez. O que se observa, em decorrência deste fato, 
é um “turnover” mais acelerado da incorporação e 
reabsorção deste íon durante a gravidez. Com a 
reabsorção de sódio e água, os ligamentos e cartilagem 
de interposição óssea, também, participam desse 
processo. Se por um lado, a maior elasticidade dos 
ligamentos pélvicos é desejável no momento do parto, 
nas articulações dos membros inferiores predispõem a 
entorses, luxações e até fraturas ósseas. 
 
 Sistema Nervoso Central - Psíquicas 
Dentre as alterações/adaptações do sistema nervoso 
central à gravidez a mais frequente é a sonolência. A 
etiologia desse sintoma está associada aos altos níveis 
de progesterona, potente depressor do sistema 
nervoso central, e à hiperventilação, pela produção da 
alcalose respiratória. Pode surgir fadiga relacionada a 
distúrbios do sono, principalmente no final da gravidez, 
facilitando o desenvolvimento de hiperêmese 
gravídica, enxaqueca e quadros psíquicos (blues, 
depressão). Apresentam também certa dificuldade na 
concentração e na memória, talvez decorrente das 
alterações vasculares da artéria cerebral média e da 
posterior. Esses sintomas tendem a piorar com o 
evoluir da gravidez. 
 
 Útero (resumido) 
Durante a gestação, observa-se hipertrofia e 
hiperplasia das fibras miometriais resultando em 
aumento uterino. Este crescimento aliando os dois 
processos, possibilita o desenvolvimento de gestação 
e, ao mesmo tempo, permite ao útero condições que 
proporcionem satisfatória força motriz no momento 
do parto. O aumento do volume uterino, talvez seja a 
alteração mais notável neste órgão, durante o período 
gestacional. A consistência uterina diminuída, desde o 
início da gestação (mais acentuada ao nível do istmo), 
permite inferir o diagnóstico de gestação. No local de 
implantação da placenta o útero se desenvolve 
diferentemente, provocando assimetria do órgão. 
Com o desenvolvimento fetal, o útero passa a ocupar 
os fundos de saco vaginal posterior, constituindo-se 
num dos sinais indiretos de gravidez. A formação das 
decíduas é um processo que ocorre na camada 
superficial do endométrio, protegendo o ovo após sua 
nidação. 
Sobre o ovo nidado, forma-se a decídua reflexa. 
Abaixo, tem-se a decídua basal. No restante de 
cavidade uterina, observa-se a decídua parietal. Até a 
14ª semana de gestação a decídua reflexa, ainda, não 
se acolou à parietal na parede uterina oposta à 
nidação, permitindo teoricamente a ascensão do 
espermatozóide, possibilitando a ocorrência de 
multifetação. Após este período, com a fusão das 
decíduas parietal e reflexa o útero não é mais pérvio. O 
colo uterino passa de coloração rósea (não gravídica) 
para vinhosa, fato que permite inferir o diagnóstico 
precoce de gestação. 
 
Highlight
 Vagina (resumido) 
Chama atenção a coloração vinhosa da vagina no 
período gestacional perdendo aquela tonalidade rósea 
característica do período não gravídico. A superfície 
brilhante com diminuição de rugosidade informa sobre 
o edema que, fisiologicamente, ocorre neste sítio. 
Dentro do processo global de armazenamento e 
reserva de glicídios, a parede vaginal aumenta seus 
depósitos de glicogênio, substrato para os bacilos de 
Dodërlein. Esses bacilos quebram o glicogênio 
metabolizando-o até ácido láctico, mantendo o pH do 
meio vaginal dentro de limites ideais para a 
manutenção da microflora habitual e normal deste 
local. Com o aumento desses bacilos, aumenta o teor 
de ácido láctico vaginal, diminuindo o pH e 
predispondo a infecção vaginal por fungos, bastante 
frequente na vigência de pH vaginal mais baixo que o 
normal. 
 
 Vulva (resumido) 
Como ocorre em todas as linhas de fechamento do 
organismo no esqueleto axial, a coloração acentua 
durante a gravidez. A vagina adquire coloração 
acastanhada, acompanhada de aumento do volume 
decorrente do edema observado nessa região. Esse 
edema teria a função de coxim, evitando danos 
tissulares de maior gravidade no momento do parto. 
 
 Sistema genital feminino 
A gestação exige várias adaptações do aparelho 
reprodutor, principalmente do útero, que tem como 
função albergar o feto. O útero não gravídico possui 
peso de 70g, cerca de 7 cm de comprimento e 10 mL 
de volume; com o decorrer da gestação, seu peso 
alcança 1.100g e seu volume atinge 4.500 a 5.000 mL. 
Na prática clínica, pode-se observar o crescimento 
uterino de 4 cm por mês após ultrapassar os limites da 
pelve, alcança a cicatriz umbilical na 20ª semana e o 
apêndice xifoide ao termo. Portanto, a medida do 
púbis ao fundo uterino constitui ferramenta 
importante no evoluir da gestação. Ele sofre alterações 
na coloração, na forma e na consistência. Pelo 
aumento da vascularização e a vasodilatação venosa, o 
útero apresenta cor violácea. 
Enquanto ocupa a pelve materna, a forma do útero é 
de pera, evoluindo ao redor de 12 semanas para 
esférico, pelo aspecto globoso do corpo e fundo 
uterino. Posteriormente, torna-se ovoide pelo 
crescimento longitudinal maior que a largura. O sinal 
de Piscacek aparece pela assimetria uterina provocada 
no local da implantação do embrião. 
A embebição gravídica leva à diminuição da 
consistência uterina, além do adelgaçamento das 
fibras uterinas com o evoluir da gestação, propiciando 
a palpação de partes fetais. Peloamolecimento dos 
tecidos adjacentes e pelo peso uterino, ocorre a 
ocupação dos fórnices vaginais laterais, o sinal de 
Nobile-Budin. 
A polaciúria do início da gestação devida à 
anteversoflexão (sinal de Hegar, amolecimento do 
istmo sentido ao toque vaginal) melhora com o 
crescimento uterino que leva à dextrorrotação do 
mesmo devido à presença do sigmoide. A conversão 
uterina acontece quando o útero adquire a forma 
esférica, para promover melhor circulação uterina ao 
redor de 20 semanas. Nesse momento, o istmo é 
incorporado ao corpo uterino e vai se denominar 
segmento inferior. 
O endométrio desenvolve a decídua basal, onde o 
embrião se implanta, a decídua parietal, restante da 
cavidade uterina em que não ocorre a implantação, e a 
decídua reflexa, que envolve o embrião e se funde com 
a parietal com 16 semanas, quando o embrião passa a 
preencher toda a cavidade uterina. 
O miométrio é constituído por fibras musculares, 
colágeno e matriz extracelular. A consistência sofre 
modificação pela retenção hídrica da embebição 
gravídica e pelo afastamento das fibras musculares 
devido à alteração das frações solúveis e da matriz 
extracelular. As fibras musculares apresentam 
hiperplasia nas primeiras semanas da gestação, 
importante hipertrofia (50 µ passam a 500 µ) e, 
finalmente, alongamento em resposta ao crescimento 
do feto. As fibras musculares se dispõem em sistemas 
de espirais, que se originam de cada lado das tubas e 
vão formar ângulos na porção mediana. Essa 
disposição das fibras facilita o estiramento durante a 
evolução da gravidez. Também tem fundamental papel 
no pós-parto para o tônus uterino e o clampeamento 
fisiológico dos vasos, ligadura viva. 
Apesar da existência de contrações irregulares e 
indolores desde a gestação inicial, somente as 
contrações de Braxton-Hicks podem ser detectadas por 
palpação após o segundo trimestre. Essas têm 
intensidade cerca de 5 a 25 mmHg e aparecem 
aleatoriamente sem intervalo ou frequência 
predeterminados. 
As artérias uterinas e as artérias ovarianas são 
responsáveis pela vascularização. O fluxo sanguíneo 
local chega a níveis de 500 a 700 mL/min. Na região do 
istmo, os ramos das artérias uterinas passam 
transversamente e paralelamente às fibras 
musculares. A recomendação de incisão transversa 
segmentar para a cesárea favorece a menor perda 
sanguínea e poupa as fibras musculares. 
As ondas de invasão trofoblásticas aumentam o 
número de vasos placentários, destruindo a camada 
média das arteríolas espiraladas para transformá-las 
em uteroplacentárias. Em decorrência, obtém-se 
aumento do fluxo e redução da resistência das artérias 
uterinas. O sistema nervoso autônomo promove a 
inervação uterina, através de fibras aferentes 
(sensitivas) e eferentes (motoras, secretoras, 
simpáticas e parassimpáticas). O plexo uterovaginal 
(plexo de Frankenhauser) é o principal e age na 
atividade contrátil involuntária da musculatura uterina, 
tubária e vaginal. Essa região tem ainda outros plexos 
importantes como hipogástrico e pélvico. 
O istmo é limitado superiormente pelo seu orifício 
interno (orifício interno anatômico) e inferiormente 
pelo orifício interno do colo uterino. O colo uterino 
gravídico apresenta, ao toque, amolecimento, que 
pode auxiliar no diagnóstico da gravidez (regra de 
Goodell – consistência semelhante à do lábio, na 
presença de gravidez). O esvaecimento do colo em 
primíparas e a perda do tampão mucoso são sinais 
clínicos importantes da proximidade do parto. Não se 
observa o apagamento em multíparas, pois os 
ligamentos uterossacros encontram-se frouxos, de 
forma que as contrações de Braxton-Hicks não 
conseguem pressionar a apresentação na pelve. O colo 
do útero pode ser influenciado pelos hormônios e 
sofrer eversão da mucosa da endocérvice, o que 
constitui a mácula rubra, evidenciada ao exame 
especular. Também pela intensa vascularização, possui 
sangramento fácil. 
No ovário, o corpo lúteo gravídico fornece quantidades 
suficientes de progesterona para preparar a decídua 
para a implantação do blastocisto. Os altos níveis de 
beta-hCG mantêm o corpo lúteo. A regressão dele 
começa por volta de 12 semanas. 
A vulva e a vagina apresentam cor arroxeada pelo 
aumento vascular local, cujas denominações são, 
respectivamente, sinal de Jacquemier-Chadwick e sinal 
de Kluge. O sinal de Osiander é a percepção da 
pulsação das artérias vaginais dilatadas nos fórnices 
laterais. Novamente, a retenção hídrica e a hipertrofia 
das células musculares e do tecido conjuntivo vão 
garantir a distensão vaginal para o parto. O pH vaginal 
oscila entre 3,5 e 6,0 e age na defesa contra infecções 
bacterianas, contudo pode facilitar a candidíase. 
O epitélio da vagina é submetido a altos níveis de 
progesterona, que propicia a proliferação de 
Lactobacillus acidophilus por meio do acúmulo de 
glicogênio e da excessiva descamação. As células 
naviculares são típicas de esfregaços de gestantes, 
provenientes da descamação da camada 
intermediária. 
 As modificações das mamas ocorrem na gestação 
incipiente. Aumento da temperatura mamária 
(hipervascularização da rede venosa, denominada de 
rede de Haller), mastalgia e hipersensibilidade são 
sintomas comuns. A prolactina, produzida pela 
adenoipófise, os estrógenos e a progesterona 
procedentes do compartimento placentário têm a 
função de preparar as mamas para a lactação. O 
aumento do volume mamário se inicia com seis 
semanas. Os mamilos se apresentam com cor 
acastanhada, e os limites da aréola não precisos dão 
origem à aréola secundária ou de sinal de Hunter. Os 
tubérculos de Montgomery são elevações visíveis nas 
mamas (aréolas e mamilos), decorrentes da hipertrofia 
das glândulas sebáceas. Não existe correlação do 
tamanho pré-gravídico das mamas com o êxito da 
produção láctea. À expressão mamária, pode-se 
observar saída de colostro após a segunda metade da 
gestação. 
 
2) CARACTERIZAR AS MODIFICAÇÕES PSICOLÓGICAS 
MATERNAS DURANTE ESTE PERÍODO. 
 
O tema em estudo possui questões que se apresentam 
abertas no que se refere à saúde mental das mulheres 
durante a gestação, do ponto de vista de suas 
alterações morfológicas, funcionais e psicológicas. 
Muitas gestantes demonstram tristeza ou ansiedade 
ao invés de alegria. A gestação é um período da vida 
que necessita ser avaliado com especial atenção, pois 
é de particular suscetibilidade para as mulheres, sendo, 
com frequência, estressante física e mentalmente. 
Para Miranda, Dias e Brenes (2007) constitui o evento 
de vida mais complexo da experiência humana, 
podendo ser considerado um agente estressor que 
produz alterações biopsicossociais na mulher, cujas 
repercussões são diretamente influenciadas pela carga 
genética, pelo desenvolvimento psicológico e pela 
estrutura social da futura mãe. 
Os hormônios femininos, durante a gravidez, sofrem 
um aumento em sua concentração, modificando o 
corpo da mulher para proporcionar o crescimento 
adequado do bebê, o que pode trazer mudanças 
orgânicas e comportamentais significativas para a 
mulher, inclusive o desencadeamento ou a 
exacerbação de sintomatologia depressiva, podendo 
apresentar sintomas como ansiedade, baixa 
concentração, irritabilidade, mudança no apetite, 
insônia, hipersônia e perda de energia. 
Por ser um fator gerador de ansiedade, a gestação 
pode tornar a mulher mais vulnerável ao 
desenvolvimento de perturbações emocionais. Como 
indica Zugaib (2008), o gravídico-puerperal é a fase de 
maior incidência de transtornos psíquicos na mulher, 
como a intensidade das alterações psicológicas 
relacionada a fatores familiares, conjugais, sociais, 
culturais e da própria personalidade da gestante. Este 
autor defende que 25% a 35% das mulheres 
desenvolvem sintomas depressivos na gestação, 
incluindo desde quadros transitórios benignos até 
situações graves que podemculminar em prejuízos 
irreparáveis para a gestante. 
Dependendo do grau, as alterações podem causar 
sérios prejuízos na interação social da mulher, 
originando a problemas graves de relacionamento, 
dificultando e, em determinados casos, até excluindo a 
gestante de relações sociais, como o trabalho, 
podendo interferir na produtividade do local. 
No ciclo vital da mulher, segundo Maldonado (2002), 
há três períodos críticos de transição que constituem 
verdadeiras fases do desenvolvimento da 
personalidade: a adolescência, a gravidez e o 
climatério. São três períodos de transição 
biologicamente determinados, caracterizados por 
mudanças metabólicas complexas, em que há a 
necessidade de novas adaptações, reajustamentos 
interpessoais e intrapsíquicos, além da mudança de 
identidade. 
Rancure/ e Marmie (1975) falam que mesmo as 
gravidezes mais «normais» apresentam modificações 
psicológicas. Toda mulher grávida experimenta certa 
angústia que se exprimiria nos sonhos, nos problemas 
com o sono, nos temores conscientemente ditos. 
Também seriam, as modificações do paladar, os 
desejos, fases de irritabilidade, de instabilidade de 
humor com passagens rápidas dos sorrisos às lágrimas. 
Poder-se-ia ver a alternância de períodos de ciúmes e 
indiferença e desregramento dos apetites sexuais, 
além de uma certa lentidão de ideias e apatia levando 
a sonolência. 
As alterações psicológicas da gravidez estão divididas 
em três trimestres apenas para fim didático. O segundo 
trimestre é considerado o mais estável do ponto de 
vista emocional. O impacto dos primeiros movimentos 
fetais é um fenômeno central neste trimestre - é a 
primeira vez que a mulher sente o feto como uma 
realidade concreta dentro de si, como um ser separado 
dela e no entanto tão dependente, mas já com 
características próprias. As alterações do desejo e do 
desempenho sexual tendem a surgir com maior 
intensidade a partir deste momento. 
A introversão e a passividade constituem 
características emocionais das mais comuns na 
gravidez. Este aspecto ocorre por modificações 
metabólicas necessárias na preparação para o papel da 
mãe. Neste período também, a mulher sente maior 
necessidade de afeto, cuidados e proteção. 
No terceiro trimestre, o nível de ansiedade deve 
elevar-se novamente com a proximidade do parto e da 
mudança de rotina da vida após a chegada do bebê. A 
ansiedade é maior principalmente nos dias que 
antecedem a data prevista do parto e tende a 
intensificar-se quando esta é ultrapassada. 
 
3) DESCREVER O PRÉ-NATAL DE ACORDO COM AS 
ORIENTAÇÕES DO MINISTÉRIO DA SAÚDE, SUA 
IMPORTÂNCIA, PERIODICIDADE, CONSIDERANDO OS 
EXAMES CLÍNICOS E EXAMES SUBSIDIÁRIOS E 
PRINCIPAIS ORIENTAÇÕES. 
 
 IMPORTÂNCIA 
A realização do pré-natal representa papel 
fundamental em termos de prevenção e/ou detecção 
precoce de patologias tanto maternas como fetais, 
permitindo um desenvolvimento saudável do bebê e 
reduzindo os riscos da gestante. Informações sobre as 
diferentes vivências devem ser trocadas entre as 
mulheres e os profissionais de saúde. Essa 
possibilidade de intercâmbio de experiências e 
conhecimentos é considerada a melhor forma de 
promover a compreensão do processo de gestação. 
 
 Deverão ser fornecidos pelo serviço de 
saúde: 
 O cartão da gestante com a identificação 
preenchida e orientação sobre o mesmo; 
 O calendário de vacinas e suas orientações; 
 A solicitação dos exames de rotina; 
 As orientações sobre a sua participação nas 
atividades educativas – reuniões em grupo e visitas 
domiciliares; 
 O agendamento da consulta médica para pesquisa 
de fatores de risco. 
 
 PRINCIPAIS OBJETIVOS: 
 Preparar a mulher para a maternidade, 
proporcionando informações educativas sobre o 
parto e o cuidado da criança (puericultura); 
 Fornecer orientações essenciais sobre hábitos de 
vida e higiene pré-natal; 
 Orientar sobre a manutenção essencial de estado 
nutricional apropriado; 
 Orientar sobre o uso de medicações que possam 
afetar o feto ou o parto ou medidas que possam 
prejudicar o feto; 
 Tratar das manifestações físicas próprias da 
gravidez; 
 Tratar de doenças existentes, que de alguma forma 
interfiram no bom andamento da gravidez; 
 Fazer prevenção, diagnóstico precoce e 
tratamento de doenças próprias da gestação ou 
que sejam intercorrências previsíveis dela; 
 Orientar psicologicamente a gestante para o 
enfrentamento da maternidade; 
 Nas consultas médicas, o profissional deverá 
orientar a paciente com relação a dieta, higiene, 
sono, hábito intestinal, exercícios, vestuário, 
recreação, sexualidade, hábitos de fumo, álcool, 
drogas e outras eventuais orientações que se 
façam necessárias. 
 
 Como condições para uma assistência pré-
natal efetiva, os seguintes elementos 
devem ser garantidos: 
 
 Captação precoce da gestante na comunidade; 
 Controle periódico, contínuo e extensivo à 
população-alvo; 
 Recursos humanos treinados; 
 Área física adequada; 
 Equipamento e instrumental mínimos; 
 Instrumentos de registro e estatística; 
 Medicamentos básicos; 
 Apoio laboratorial mínimo; 
 Sistema eficiente de referência e 
contrarreferência; 
 Avaliação das ações da assistência pré-natal. 
 
 
 PERIODICIDADE 
O pré-natal deve começar assim que a mulher 
descobre que está grávida. No Brasil, a partir desse 
momento, o Ministério da Saúde recomenda que 
sejam realizadas no mínimo seis consultas (uma no 
primeiro trimestre da gravidez, duas no segundo e três 
no terceiro), Sendo ideal é que a primeira consulta 
aconteça no primeiro trimestre e que, até a 34ª 
semana, sejam realizadas consultas mensais. Entre a 
34ª e 38ª semanas, o indicado seria uma consulta a 
cada duas semanas e, a partir da 38ª semana, consultas 
toda semana até o parto, que geralmente acontece na 
40ª semana, mas pode durar até 42 semanas. 
O calendário de atendimento pré-natal foi programado 
em função: 
 Da idade gestacional na primeira consulta; 
 Dos períodos mais adequados para a coleta de 
dados clínicos, necessários ao bom seguimento da 
gestação; 
 Dos períodos nos quais se necessita intensificar a 
vigilância, pela possibilidade maior de incidência 
de complicações; 
 Dos recursos disponíveis nos serviços de saúde e da 
possibilidade de acesso da clientela aos mesmos. 
 
Para uma gestante sem fatores de risco detectados, 
estabelece-se que, no mínimo, duas consultas sejam 
realizadas pelo médico: uma no início do pré-natal (não 
necessariamente a 1ª consulta) e outra entre 29ª e a 
32ª semana de gestação. 
Se o parto não ocorrer até 7 dias após a data provável, 
a gestante deverá ter consulta médica assegurada, ou 
ser referida para um serviço de maior complexidade. 
Até 28ª semana – mensalmente; 
Da 28ª até a 36ª semana – quinzenalmente; 
Da 36ª até a 41ª semana – semanalmente. 
 
 EXAMES CLÍNICOS 
Deve ser feita a anamnese e o exame físico geral, 
principalmente focado no gineco-obstétrico. 
 Exame de mamas (realizar orientações para o 
aleitamento materno em diferentes momentos 
educativos, principalmente se for adolescente. Nos 
casos em que a amamentação estiver 
contraindicada – portadoras de HIV/HTLV –, 
orientar a mulher quanto à inibição da lactação 
(mecânica e/ou química) e para a aquisição da 
fórmula infantil); 
 Palpação obstétrica e identificação da situação e 
apresentação fetal; 
 Medida da altura uterina; 
 Ausculta dos batimentos cardíacos fetais; 
 Inspeção dos genitais externos; 
 Exame especular: 
 Inspeção das paredes vaginais; 
 Inspeção do conteúdo vaginal; 
 Inspeção do colo uterino; 
 Coleta de material para exame colpocitológico 
(preventivo de câncer), se houver indicação, e para 
a pesquisa de infecção por clamídia e gonococo, se 
houver sinais de inflamação e corrimento cervical 
mucopurulento; 
 Toque vaginal; 
 
 EXAMES COMPLEMENTARES 
Na primeiraconsulta solicitar: 
 Dosagem de hemoglobina e hematócrito (Hb/Ht); 
 Grupo sangüíneo e fator Rh; 
 Sorologia para sífilis (VDRL): repetir próximo à 30ª 
semana; 
 Glicemia em jejum: repetir próximo à 30ª semana; 
 Exame sumário de urina (Tipo I): repetir próxima à 
30ª semana; 
 Sorologia anti-HIV, com o consentimento da 
mulher; 
 Sorologia para hepatite B (HBsAg, de preferência 
próximo à 30ª semana de gestação); 
 Sorologia para toxoplasmose (IgM para todas as 
gestantes e IgG, quando houver disponibilidade 
para realização). 
Outros exames podem ser acrescidos a esta rotina 
mínima em algumas situações especiais: 
 Protoparasitológico: solicitado na primeira 
consulta, sobretudo para mulheres de baixa renda; 
 Colpocitologia oncótica (papanicolau), se a 
mulher não a tiver realizado nos últimos três anos 
ou se houver indicação; 
 Bacterioscopia da secreção vaginal: em torno da 
30ª semana de gestação, particularmente nas 
mulheres com antecedente de prematuridade; 
 Sorologia para rubéola; 
 Urocultura para o diagnóstico de bacteriúria 
assintomática, em que exista disponibilidade para 
esse exame; 
 Ultrassonografia obstétrica. Caso a gestante inicie 
o pré-natal precocemente o primeiro ultrassom 
pode ser realizado entre 10º à 13º semana e deve 
se repetir entre 20º á 24º semanas. 
 
 ROTEIRO DAS CONSULTAS SUBSEQUENTES 
 Revisão da ficha pré-natal; 
 Anamnese atual sucinta; 
 Verificação do calendário de vacinação. 
 I. Controles maternos: 
 Cálculo e anotação da idade gestacional; 
 Determinação do peso para avaliação do índice de 
massa corporal (IMC). Anotar no gráfico e observar 
o sentido da curva para avaliação do estado 
nutricional; 
 Medida da pressão arterial (observar a aferição da 
PA com técnica adequada); 
 Palpação obstétrica e medida da altura uterina. 
Anotar no gráfico e observar o sentido da curva 
para avaliação do crescimento fetal; 
 Pesquisa de edema; 
 Verificação dos resultados dos testes para sífilis 
(VDRL e confirmatório, sempre que possível) e, no 
caso de resultado positivo, o esquema terapêutico 
utilizado (na gestante e em seu parceiro), além do 
resultado dos exames (VDRL) realizados 
mensalmente para o controle de cura; 
 Avaliação dos outros resultados de exames 
laboratoriais. 
 II. Controles fetais: 
 Ausculta dos batimentos cardíacos; 
 Avaliação dos movimentos percebidos pela mulher 
e/ou detectados no exame obstétrico. 
 III. Condutas: 
 Interpretação dos dados de anamnese, do exame 
obstétrico e dos exames laboratoriais com 
solicitação de outros, se necessários; 
 Tratamento de alterações encontradas, ou 
encaminhamento, se necessário; 
 Prescrição de suplementação de sulfato ferroso 
(60mg de ferro elementar/dia) e ácido fólico 
(5mg/dia); 
 Orientação alimentar; 
 Acompanhamento das condutas adotadas em 
serviços clínicos especializados (a mulher 
referenciada ao serviço especializado deverá 
continuar sendo acompanhada pela equipe da 
atenção básica); 
 Agendamento de consultas subsequentes. 
 
 ORIENTAÇÕES 
Durante o pré-natal e no atendimento após o parto, a 
mulher, ou a família, devem receber informações sobre 
os seguintes temas: 
 Importância do pré-natal; 
 Higiene e atividade física; 
 Nutrição: promoção da alimentação saudável 
(enfoque na prevenção dos distúrbios nutricionais 
e das doenças associadas à alimentação e nutrição 
– baixo peso, sobrepeso, obesidade, hipertensão e 
diabetes; e suplementação de ferro, ácido fólico e 
vitamina A – para as áreas e regiões endêmicas); 
 Desenvolvimento da gestação; 
 Modificações corporais e emocionais; 
 Medos e fantasias referentes à gestação e ao 
parto; 
 Atividade sexual, incluindo prevenção das 
DST/Aids e aconselhamento para o teste anti-HIV; 
 Sintomas comuns na gravidez e orientação 
alimentar para as queixas mais frequentes; 
 Sinais de alerta e o que fazer nessas situações 
(sangramento vaginal, dor de cabeça, transtornos 
visuais, dor abdominal, febre, perdas vaginais, 
dificuldade respiratória e cansaço); 
 Preparo para o parto: planejamento individual 
considerando local, transporte, recursos 
necessários para o parto e para o recém-nascido, 
apoio familiar e social; 
 Orientação e incentivo para o aleitamento 
materno e orientação específica para as mulheres 
que não poderão amamentar; 
 Importância do planejamento familiar, num 
contexto de escolha informada, com incentivo à 
dupla proteção; 
 Sinais e sintomas do parto; 
 Cuidados após o parto (para a mulher e o recém-
nascido – estimular o retorno ao serviço de saúde); 
 Saúde mental e violência doméstica e sexual; 
 Informação acerca dos benefícios legais a que a 
mãe tem direito; 
 Impacto e agravos das condições de trabalho sobre 
a gestação, o parto e o puerpério; 
 Importância da participação do pai durante a 
gestação e do desenvolvimento do vínculo pai-filho 
para o desenvolvimento saudável da criança; 
 Gravidez na adolescência e dificuldades sociais e 
familiares; 
 Importância das consultas puerperais; 
 Cuidados com o recém-nascido; 
 Importância da realização da triagem neonatal 
(teste do pezinho) na primeira semana de vida do 
recém-nascido; 
 Importância do acompanhamento do crescimento 
e desenvolvimento da criança, e das medidas 
preventivas (vacinação, higiene e saneamento do 
meio ambiente). 
 
Além disso: 
 Manter uma alimentação saudável: 
 Fazendo pequenas refeições, várias vezes ao 
dia, com alimentos variados como: milho, 
aveia, arroz, feijão, verduras, legumes, frutas, 
leite, iogurte, queijos e carnes; 
 Consumindo cereais e farinhas integrais que 
são ricos em fibras e ajudam a prevenir a prisão 
de ventre; 
 Preferindo alimentos da sua região e da época 
porque são mais baratos e frescos; 
 Evitando consumir alimentos que contenham 
excesso de açúcar, sal, gorduras e com aditivos 
químicos; 
 Consumindo carnes e vísceras, como carne de 
boi, peixes, carne de frango, fígado, pois 
ajudam a prevenir a anemia; 
 Bebendo bastante água, cerca de 6 a 8 copos 
grandes por dia; 
 Bebendo sucos de frutas, água de coco, entre 
as refeições. 
 
 Não usar bebidas alcoólicas e cigarros. Usar 
remédios apenas com prescrição médica, pois 
alguns são prejudiciais à sua saúde e à do bebê: 
 Fumo atrapalha o crescimento do bebê dentro 
do útero e, após o nascimento, pode prejudicar 
o seu desenvolvimento. Também é importante 
evitar o contato com a fumaça. 
 Álcool e algumas outras drogas podem fazer 
seu bebê nascer com baixo peso e outros 
problemas de saúde. 
 
 Ser ainda mais rigorosa com a escovação dos 
dentes depois das refeições e antes de dormir. No 
início da gestação, convém fazer uma consulta com 
o dentista. Caso seja necessário tratamento, este 
poderá ser realizado a partir do quarto mês. 
 
 Preparar-se para amamentar. Sempre que 
possível, tomar banho de sol pela manhã, antes das 
10 horas, expondo os seios. Use sutiã; evitar uso de 
sabões, cremes ou pomadas no mamilo; não 
ordenhar o peito na gestação para retirada do 
colostro. 
 
 Fortalecer os músculos com caminhadas e 
exercícios leves que ajudam a controlar o peso e 
melhoram a circulação do sangue, e lhe dão 
vitalidade e sensação de bem-estar. 
 
 Realizar exercícios para fortalecer o períneo. O 
períneo é a região entre a vagina e o ânus. Relaxar 
esta região no momento do parto facilita a 
passagem do bebê pelo canal vaginal. Um exercício 
muito simples é o de prender e soltar a urina, 
alternadamente, quando for ao banheiro. 
 
 Melhorar a respiração, pois muitas mulheres têm 
falta de ar durante a gravidez. É importante ficar 
atenta à respiração e tornar este processo 
consciente. Procure respirar de forma lenta, 
profunda, de maneira que o ar chegue cada vez 
mais baixo em seu abdômen. 
 
 Prevenir as manchas de pele, que são muitocomuns na gravidez, protegendo-se do sol usando 
bonés ou chapéus e protetor solar, mesmo se o 
tempo estiver nublado. 
 
 Ter um ganho de peso adequado, o que diminui o 
risco de algumas doenças, inclusive diabetes e 
pressão alta. O controle do peso é feito nas 
consultas pré-natais. 
 
 Prevenir as estrias, que são comuns na gravidez. 
Você pode massagear a barriga com hidratante e, 
se tiver dúvidas, pergunte na consulta. 
 
4) RELACIONAR AS MEDIDAS OBSTÉTRICAS 
REALIZADAS CLINICAMENTE COM A AVALIAÇÃO DO 
CRESCIMENTO E VITALIDADE FETAL. 
 
Para um bom acompanhamento pré-natal, é 
necessário que a equipe de saúde realize correta e 
uniformemente os procedimentos técnicos durante o 
exame clínico e obstétrico. Do contrário, ocorrerão 
diferenças significativas, prejudicando a comparação e 
a interpretação dos dados. Cabe aos profissionais de 
formação universitária promover a capacitação dos 
demais membros da equipe, visando a garantir que 
todos os dados colhidos sejam fidedignos. 
É importante ressaltar, no contexto da qualidade de 
atenção e da proteção biológica, a necessidade da 
lavagem das mãos do examinador, antes e após o 
atendimento à gestante e, especialmente, na 
eventualidade da realização de procedimentos. 
Atualmente, a avaliação da vitalidade fetal anteparto é 
solicitada para as gestações nas quais o risco de 
comprometimento fetal é sabidamente aumentado. 
São gestantes portadoras de intercorrências clínicas 
e/ou obstétricas, que potencialmente se relacionam à 
disfunção placentária ou a patologias fetais, e expõem 
o concepto ao risco de sequelas a longo prazo ou ao 
óbito. Os testes utilizados baseiam-se na premissa de 
que o feto com distúrbios de oxigenação apresentará 
quadro clínico caracterizado por respostas adaptativas 
fisiológicas, que podem evoluir para sinais de 
descompensação fetal. 
 
REGISTRO DE MOVIMENTOS FETAIS 
A investigação sobre os movimentos fetais tem grande 
importância na prática obstétrica. Eles são percebidos 
pela mãe no segundo trimestre gestacional, entre a 17ª 
e a 20ª semana de gestação. É dado de fácil observação 
que pode ser investigado na anamnese bem dirigida. A 
movimentação fetal se reduz frente à hipoxemia. 
Quando são relatadas mudanças abruptas no padrão 
de movimentação do concepto, elas podem revelar 
comprometimento fetal, exigindo investigação por 
propedêutica especializada. 
Não existe padronização quanto aos métodos de 
registro dos movimentos fetais. Apesar do Ministério 
da Saúde1 recomendar, para as gestações de baixo 
risco, o registro diário de seis movimentos fetais em 
uma hora de observação a partir da 34ª semana, não 
existem evidências claras do limite abaixo do qual 
ocorra maior risco de comprometimento fetal. Um 
estudo internacional composto por 68.654 casos não 
demonstrou diferença significativa na prevenção de 
mortes fetais tardias, potencialmente evitáveis, entre 
gestantes instruídas a realizar contagem rotineira dos 
movimentos fetais em relação ao Grupo Controle. 
Ademais, revisão sistemática conclui serem 
insuficientes as evidências para se recomendar a 
avaliação rotineira da contagem de movimentos fetais 
na prevenção do óbito fetal. 
Portanto, não existe definição sobre o número ideal de 
movimentos fetais, nem da duração para fins de 
contagem. A reprodutibilidade e a predição desses 
métodos tornam-se precárias e o dado qualitativo 
parece ter melhor aplicabilidade na prática clínica 
diária. Um estudo recente demonstra que informações 
escritas oferecidas às gestantes sobre a importância da 
redução da movimentação fetal, e o estímulo ao 
controle deste parâmetro promoveram melhor 
conduta e estão associados a menor ocorrência de 
óbito fetal. 
 
ALTURA UTERINA 
Embora seja um método simples, seu uso na prática 
obstétrica é relativamente recente. Nos séculos XVIII e 
XIX o pré-natal ainda não havia sido incorporado à 
clínica, logo não se avaliava o crescimento fetal 
durante a gravidez. O tamanho, o peso e o 
comprimento do feto, ou do recém-nascido, embora 
objeto de curiosidade, não tinham relevância clínica. 
“Uns são maiores, maiores e mais pesados; outros são 
pequenos e mais leves; de modo que não se pode 
determinar exatamente a idade gestacional com base 
nas dimensões e no peso do recém-nascido”. 
No início do século XX, com o advento do pré-natal, a 
mensuração da altura uterina foi incorporada à rotina. 
Todavia, o objetivo era estimar a idade gestacional, e o 
tamanho do feto (e da cabeça fetal) no final da 
gravidez, para estabelecer momento e via de parto, nos 
casos suspeitos de desproporção céfalo-pélvica 
(cabeça grande/feto grande e bacia estreita. O 
conceito de crescimento intrauterino restrito não fazia 
sentido, já que nesta época não havia qualquer método 
para o diagnóstico dessa condição, técnicas para 
vigilância da vitalidade ou intervenções eficazes, caso o 
diagnóstico fosse feito. 
De todo modo, a técnica da mensuração da altura 
uterina, com uma fita métrica, era idêntica à técnica 
posteriormente adotada para acompanhar o 
crescimento fetal durante a gestação. A mesma 
técnica, com objetivos diferentes. 
No início da década de 70 é que a mensuração da altura 
do fundo uterino com o objetivo de identificar restrição 
do crescimento intrauterino foram incorporados à 
rotina de pré-natal. Um dos trabalhos mais 
importantes a respeito da técnica foi realizado na 
Suécia. 
“A mortalidade perinatal no Dandeyd Hospital durante 
o período 1968-70 (período I: 9.801 nascimentos) foi 
de 16/1.000 nascimentos. A mortalidade intraparto, 
apesar dos recursos insuficientes para monitoração da 
FCF correspondeu a apenas 11% do mortalidade 
perinatal. O óbito anteparto correspondeu a não 
menos do que 42% da mortalidade perinatal. A maioria 
dos óbitos anteparto ocorreu antes da admissão e mais 
de 50% dos casos não apresentavam anomalia 
congênita. Apesar da vigilância intensiva, o pré-natal 
convencional não foi suficiente para predizer 
crescimento fetal retardado, ou acelerado, ou 
gemelaridade. Por isso, o gravidograma foi desenhado 
para supervisão da gravidez através da visualização 
gráfica das modificações na distância sínfise-fundo 
materno. Após a introdução do gravidograma, houve 
uma queda imediata e persistente da mortalidade 
perinatal, para 8/1.000 nascimentos (em um total de 
12.800 nascimentos). Uma curva de crescimento 
normal na distância sínfise-fundo (Altura uterina – AU) 
implica em crescimento fetal normal, e o risco de óbito 
intrauterino por crescimento fetal retardado é 
praticamente zero.” 
Passados mais de 40 anos desde a publicação deste 
trabalho, muita coisa mudou em relação ao diagnóstico 
do CIUR. O ultrassom, padrão ouro para o diagnóstico 
de anormalidades do crescimento fetal, tornou-se mais 
disponível. Além disso, sua qualidade aumentou 
enormemente. Por causa disso, o ultrassom passou a 
ser defendido como método de escolha não apenas 
para o diagnóstico, mas também para o screening do 
CIUR (crescimento intra-uterino restrito), mesmo em 
mulheres de baixo risco. 
Vários estudos avaliaram a acurácia da mensuração da 
altura uterina como método de triagem para CIUR. Os 
critérios para definição de altura uterina anormal 
variaram entre os diferentes estudos (uma medida 
única abaixo de p10; 2-3 medidas abaixo do p10). O 
Valor Preditivo Negativo da altura uterina foi superior 
a 90%, enquanto que o Valor Preditivo Positivo foi 
inferior a 50% na maioria dos estudos. Isso significa 
que, em gestantes de risco habitual, se o crescimento 
da altura uterina é normal, a probabilidade de CIUR 
passar sem diagnóstico é da ordem de 10%. Por outro 
lado, se o crescimento encontra-se abaixo do 
esperado, um ultrassom deve ser feito, para confirmar 
o diagnóstico. Todavia, ao menos 50% destes exames 
devem dar resultado normal, excluindo o diagnóstico 
de CIUR. 
Assim sendo,malgrado a melhoria da qualidade do 
ultrassom e sua maior disponibilidade, a medida da 
altura uterina com uma fita métrica, e a plotagem das 
medidas em uma curva de crescimento, continuam 
sendo o método de escolha para o rastreio de 
crescimento intrauterino restrito em mulheres com 
gestação de baixo risco. É um método barato, simples, 
amplamente disponível e em geral aceito pelas 
mulheres. O prenatalista deve apenas tomar o cuidado 
de realizar a mensuração com técnica adequada e 
excluir as gestantes nas quais a altura do fundo uterino 
não é confiável (mulheres com miomatose, gemelares 
e obesas/IMC > 35). O ultrassom de rotina deve ser 
oferecido quando a mensuração não é confiável e/ou 
quando o crescimento mensurado pela fita métrica é 
anormal (abaixo da curva). 
 
MEDIDA DA ALTURA UTERINA/ ACOMPANHAMENTO 
DO CRESCIMENTO FETAL 
Indicador: altura uterina em relação ao número de 
semanas de gestação. 
Padrão de referência: curvas de altura uterina para 
idade gestacional desenhadas a partir dos dados do 
Centro LatinoAmericano de Perinatologia (CLAP). 
Ponto de corte: serão considerados parâmetros de 
normalidade para o crescimento uterino o percentil 10, 
para o limite inferior, e o percentil 90, para o limite 
superior. 
Representação do indicador: por meio de gráfico 
constituído de duas linhas: a inferior representa o 
percentil 10, e a superior, o percentil 90. 
I. Avaliação do aumento da altura uterina O 
útero aumenta seu tamanho com a idade 
gestacional. 
Foram desenvolvidas curvas de altura uterina em 
função da Idade gestacional, nas quais os percentis 10 
e 90 marcam os limites da normalidade, 
Quando os dados da amenorréia são confiáveis e se 
descarta a possibilidade de feto morto e oligoâmnio, a 
medida da altura uterina permite diagnosticar o 
crescimento intra-uterino retardado com uma 
sensibilidade de 56% e uma especificidade de 91%. 
A sensibilidade da altura uterina para o diagnóstico de 
macrossomia fetal é de 92% e sua especificidade 72%, 
uma vez que tenham sido excluídos a gravidez gemelar, 
os polidrâmnios e a miomatose uterina. 
A medida é feita em centímetros com uma fita métrica 
flexível e não extensível, do púbis ao fundo do útero, 
determinado por palpação, com a grávida em decúbito 
dorsal. 
Existem diferentes métodos de medida que oferecem 
valores diferentes, por isso é imprescindível normalizar 
a forma de medir e utilizar padrões normais de 
referência que tenham sido elaborados com a mesma 
técnica. 
 
É considerada normal a frequência cardíaca fetal entre 
120 a 160 batimentos por minuto. 
 
 
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL (EN) E DO 
GANHO DE PESO GESTACIONAL 
Objetivo: avaliar e acompanhar o estado nutricional da 
gestante e o ganho de peso durante a gestação para: 
• Identificar, a partir de diagnóstico oportuno, 
as gestantes em risco nutricional (baixo peso, 
sobrepeso ou obesidade), no início da 
gestação; 
• Detectar as gestantes com ganho de peso 
baixo ou excessivo para a idade gestacional; 
• Realizar orientação adequada para cada caso, 
visando à promoção do estado nutricional 
materno, as condições para o parto e o peso 
do recém-nascido. 
Técnicas para a tomada das medidas do peso e da 
altura 
O peso deve ser aferido em todas as consultas de pré-
natal. A estatura da gestante adulta (idade > 19 anos) 
deve ser aferida apenas na primeira consulta e a da 
gestante adolescente*, pelo menos trimestralmente. 
Recomenda-se a utilização da balança eletrônica ou 
mecânica, certificando-se se está em bom 
funcionamento e calibrada. O cuidado com as técnicas 
de medição e a aferição regular dos equipamentos 
garantem a qualidade das medidas coletadas. 
I. Procedimentos para pesagem. Balança de adulto, 
tipo plataforma, com escala apresentando intervalos 
de 100g, ou eletrônica, se disponível. 
• Antes de cada pesagem, a balança deve ser 
destravada, zerada e calibrada; 
 
• A gestante, descalça e vestida apenas com 
avental ou roupas leves, deve subir na 
plataforma e ficar em pé, de costas para o 
medidor, com os braços estendidos ao longo 
do corpo e sem qualquer outro apoio; 
 
• Mover o marcador maior (kg) do zero da 
escala até o ponto em que o braço da balança 
incline-se para baixo; voltar, então, para o 
nível imediatamente anterior (o braço da 
balança inclina-se para cima); 
 
• Mover o marcador menor (g) do zero da 
escala até o ponto em que haja equilíbrio 
entre o peso da escala e o peso da gestante 
(o braço da balança fica em linha reta e o 
cursor aponta para o ponto médio da escala); 
 
• Ler o peso em quilogramas na escala maior e 
em gramas na escala menor. No caso de 
valores intermediários (entre os traços da 
escala), considerar o menor valor. Por 
exemplo: se o cursor estiver entre 200 e 300g, 
considerar 200g; 
 
• Anotar o peso encontrado no prontuário e no 
cartão da gestante. 
II. Procedimentos para medida da estatura: 
• A gestante deve estar em pé e descalça, no 
centro da plataforma da balança, com os 
braços estendidos ao longo do corpo. 
Quando disponível, poderá ser utilizado o 
antropômetro vertical; 
 
• Calcanhares, nádegas e espáduas devem se 
aproximar da haste vertical da balança. No 
caso de se usar antropômetro vertical, a 
gestante deverá ficar com calcanhares, 
nádegas e espáduas encostados no 
equipamento; 
 
• A cabeça deve estar erguida de maneira que 
a borda inferior da órbita fique no mesmo 
plano horizontal que o meato do ouvido 
externo; 
 
• O encarregado de realizar a medida deverá 
baixar lentamente a haste vertical, 
pressionando suavemente os cabelos da 
gestante até que a haste encoste no couro 
cabeludo; • Fazer a leitura na escala da haste. 
No caso de valores intermediários (entre os 
traços da escala), considerar o menor valor. 
Anotar o resultado no prontuário. 
 
ORIENTAÇÕES PARA O DIAGNÓSTICO E O 
ACOMPANHAMENTO DO ESTADO NUTRICIONAL DA 
GESTANTE 
O primeiro passo para a avaliação nutricional da 
gestante é a aferição do peso e da estatura maternos e 
o cálculo da idade gestacional. 
• Na primeira consulta de pré-natal 
Na primeira consulta de pré-natal, a avaliação 
nutricional da gestante com base em seu peso e sua 
estatura permite conhecer seu estado nutricional atual 
e subsidia a previsão de ganho de peso até o fim da 
gestação. Essa avaliação deve ser feita conforme 
descrito a seguir: 
1. Calcule o IMC 
O valor do IMC também pode ser obtido utilizando-se 
o DISCO para IMC. Esse instrumento é formado por 
dois planos circulares sobrepostos. O plano maior 
(inferior) possui, em suas bordas, valores de peso em 
quilogramas na parte externa e, na parte interna, os 
valores do IMC, que permitem a classificação 
nutricional. O plano menor (superior) possui valores da 
estatura em centímetros, uma seta e um visor. Faz-se a 
leitura do disco emparelhando os valores do peso e da 
estatura da gestante e lendo o valor de IMC na 
“janelinha”. 
 
2. Realize o diagnóstico nutricional 
- Calcule a semana gestacional; 
Obs.: Quando necessário, arredonde a semana 
gestacional da seguinte forma: 1, 2, 3 dias considere o 
número de semanas completas; e 4, 5, 6 dias considere 
a semana seguinte. 
- Localize, na primeira coluna do Quadro 1, a semana 
gestacional calculada e identifique, nas colunas 
seguintes, em que faixa está situado o IMC da gestante. 
- Classifique o estado nutricional (EN) da gestante, 
segundo o IMC por semana gestacional, da seguinte 
forma: 
• Baixo Peso: quando o valor do IMC for igual ou menor 
aos valores apresentados na coluna correspondente a 
baixo peso; 
• Adequado: quando o IMC observado estiver 
compreendido na faixa de valores apresentada na 
coluna correspondente a adequado; 
• Sobrepeso: quando o IMC observado estiver 
compreendido na faixa de valores apresentada na 
coluna correspondente a sobrepeso; 
• Obesidade: quando o valor doIMC for igual ou maior 
do que os valores apresentados na coluna 
correspondente a obesidade. 
 
- Classifique o estado nutricional (EN) da gestante, 
segundo IMC/semana gestacional em: BP (baixo peso), 
A (adequado), S (sobrepeso), O (obesidade). 
Obs.: O ideal é que o IMC considerado no diagnóstico 
inicial da gestante seja o IMC pré-gestacional referido 
ou o IMC calculado a partir de medição realizada até a 
13ª semana gestacional. Caso isso não seja possível, 
inicie a avaliação da gestante com os dados da primeira 
consulta de pré-natal, mesmo que esta ocorra após a 
13ª semana gestacional. 
- Condutas segundo a avaliação do estado nutricional 
encontrado: 
• Baixo Peso (BP): investigar história alimentar, 
hiperêmese gravídica, infecções, parasitoses, anemias 
e doenças debilitantes; dar orientação nutricional, 
visando à promoção do peso adequado e de hábitos 
alimentares saudáveis; remarcar consulta em intervalo 
menor que o fixado no calendário habitual; 
• Adequado (A): seguir calendário habitual, explicar à 
gestante que seu peso está adequado para a idade 
gestacional, dar orientação nutricional, visando à 
manutenção do peso adequado e à promoção de 
hábitos alimentares saudáveis; 
• Sobrepeso e Obesidade (S e O): investigar obesidade 
pré-gestacional, edema, polidrâmnio, macrossomia, 
gravidez múltipla; dar orientação nutricional, visando à 
promoção do peso adequado e de hábitos alimentares 
saudáveis, ressaltando que no período gestacional não 
se deve perder peso; remarcar consulta em intervalo 
menor que o fixado no calendário habitual. 
 
Em função do estado nutricional pré-gestacional ou no 
início do pré-natal, estime o ganho de peso total até o 
fim da gestação. Para cada situação nutricional inicial 
(baixo peso, adequado, sobrepeso ou obesidade), há 
uma faixa de ganho de peso recomendada. Para o 
primeiro trimestre, o ganho foi agrupado para todo 
período, enquanto que, para o segundo e o terceiro 
trimestres, o ganho é previsto por semana. Portanto, já 
na primeira consulta, deve-se estimar quantos gramas 
a gestante deverá ganhar no primeiro trimestre, assim 
como o ganho por semana até o fim da gestação. Essa 
informação deve ser fornecida à gestante. 
Observe que as gestantes deverão ter ganhos de peso 
distintos, de acordo com seu IMC inicial. Para a 
previsão do ganho, faz-se necessário calcular quanto a 
gestante já ganhou de peso e quanto ainda deve 
ganhar até o fim da gestação em função da avaliação 
clínica. 
Gestantes de baixo peso deverão ganhar entre 12,5 e 
18,0kg durante toda a gestação, sendo esse ganho, em 
média, de 2,3Kg no primeiro trimestre da gestação (até 
14ª semana) e de 0,5Kg por semana no segundo e 
terceiro trimestres de gestação. 
Essa variabilidade de ganho recomendado deve-se ao 
entendimento de que gestantes com BP acentuado, ou 
seja, aquelas muito distantes da faixa de normalidade, 
devem ganhar mais peso (até 18kg) do que aquelas 
situadas em área próxima à faixa de normalidade, cujo 
ganho deve situar-se em torno de 12,5kg. 
Da mesma forma, gestantes com IMC adequado devem 
ganhar, ao fim da gestação, entre 11,5 e 16,0kg, 
aquelas com sobrepeso devem acumular entre 7,0 e 
11,5Kg e as obesas devem apresentar ganho em torno 
de 7,0kg, com recomendação específica e diferente por 
trimestre. 
 
• Nas consultas subsequentes 
Nas consultas subsequentes, a avaliação nutricional 
deve ser feita repetindo-se os procedimentos (I) e (II) 
do tópico anterior. Essa avaliação permite acompanhar 
a evolução do ganho de peso durante a gestação e 
examinar se esse ganho está adequado em função do 
estado nutricional da gestante no início do pré-natal. 
Este exame pode ser feito com base em dois 
instrumentos: o Quadro 2, que indica qual o ganho 
recomendado de peso, segundo o estado nutricional 
da gestante no início do pré-natal, e o Gráfico 1, no 
qual se acompanha a curva de índice de massa 
corporal, segundo semana gestacional (ascendente, 
horizontal, descendente). 
Realize o acompanhamento do estado nutricional, 
utilizando o Gráfico de IMC por semana gestacional. O 
gráfico é composto por eixo horizontal com valores de 
semana gestacional e por eixo vertical com valores de 
IMC [peso (Kg)/estatura2 (m)]. O interior do gráfico 
apresenta o desenho de três curvas, que delimitam as 
quatro faixas para classificação do EN: 
Baixo Peso (BP), Adequado (A), Sobrepeso (S) e 
Obesidade (O). 
Para realizar o diagnóstico a cada consulta, deve-se 
proceder conforme descrito a seguir: 
1. Calcule a semana gestacional; 
2. Calcule o IMC conforme descrito no item (I) do tópico 
anterior; 
3. Localize, no eixo horizontal, a semana gestacional 
calculada e identifique, no eixo vertical, o IMC da 
gestante; 
4. Marque um ponto na interseção dos valores de IMC 
e da semana gestacional; 
5. Classifique o EN da gestante, segundo IMC por 
semana gestacional, conforme legenda do gráfico: BP, 
A, S, O; 
6. A marcação de dois ou mais pontos no gráfico 
(primeira consulta e subseqüentes) possibilita 
construir o traçado da curva por semana gestacional. 
Ligue os pontos obtidos e observe o traçado resultante; 
7. Em linhas gerais, considere traçado ascendente 
como ganho de peso adequado e traçado horizontal ou 
descendente como ganho de peso inadequado 
(gestante de risco). 
 
 
É de extrema importância o registro do estado 
nutricional tanto no prontuário, como no cartão da 
gestante. A avaliação do estado nutricional é capaz de 
fornecer informações importantes para a prevenção e 
o controle de agravos à saúde e nutrição, contudo, vale 
ressaltar a importância da realização de outros 
procedimentos que possam complementar o 
diagnóstico nutricional ou alterar a interpretação 
deste, conforme a necessidade de cada gestante. 
Assim, destaca-se a avaliação clínica para detecção de 
doenças associadas à nutrição (ex.: diabetes), a 
observação da presença de edema que acarreta 
aumento de peso e confunde o diagnóstico do estado 
nutricional, a avaliação laboratorial para diagnóstico de 
anemia e outras doenças de interesse clínico, 
conforme as normas deste manual. 
 
Gestante adolescente - observações 
Deve-se observar que a classificação do estado 
nutricional na gestação aqui proposta não é específica 
para gestantes adolescentes, devido ao crescimento e 
à imaturidade biológica, nesta fase do ciclo de vida. No 
entanto, essa classificação pode ser usada, desde que 
a interpretação dos achados seja flexível e considere a 
especificidade deste grupo. Para adolescentes que 
engravidaram dois ou mais anos depois da menarca 
(em geral maiores de 15 anos), a interpretação dos 
achados é equivalente à das adultas. Para gestantes 
que engravidaram menos de dois anos após a menarca, 
é provável que se observe que muitas serão 
classificadas como de baixo peso. Nestes casos, o mais 
importante é acompanhar o traçado, que deverá ser 
ascendente; tratar a gestante adolescente como de 
risco nutricional; reforçar a abordagem nutricional e 
aumentar o número de visitas à unidade de saúde. 
 
5) CARACTERIZAR GESTAÇÃO DE BAIXO E ALTO RISCO 
E IDENTIFICAR AS SITUAÇÕES EM QUE ELAS 
OCORREM. 
 
A gestação é um fenômeno fisiológico e deve ser vista 
pelas gestantes e equipes de saúde como parte de uma 
experiência de vida saudável que envolve mudanças 
dinâmicas do olhar físico, social e emocional. No 
entanto, devido a alguns fatores de risco, algumas 
gestantes podem apresentar maior probabilidade de 
evolução desfavorável. São as chamadas “gestantes de 
alto risco”. 
Gestação de Alto Risco é “aquela na qual a vida ou a 
saúde da mãe e/ou do feto e/ou do recém-nascido têm 
maiores chances de serem atingidas que as da média 
da população considerada” 
Nos casos em que não há necessidade de se utilizar alta 
densidade tecnológica em saúde e nos quais a 
morbidade e a mortalidade materna e perinatalsão 
iguais ou menores do que as da população em geral, as 
gestações podem ser consideradas como de baixo 
risco. Assim definida, a gravidez de baixo risco 
somente pode ser confirmada ao final do processo 
gestacional, após o parto e o puerpério. O processo 
dinâmico e a complexidade das alterações funcionais e 
anatômicas que ocorrem no ciclo gestacional exigem 
avaliações continuadas e específicas em cada período. 
 
FATORES DE RISCO QUE PERMITEM A REALIZAÇÃO DO 
PRÉ-NATAL PELA EQUIPE DE ATENÇÃO BÁSICA 
Fatores relacionados às características individuais e às 
condições sociodemográficas desfavoráveis: 
 Idade menor do que 15 e maior do que 35 
anos; 
 Ocupação: esforço físico excessivo, carga 
horária extensa, rotatividade de horário, 
exposição a agentes físicos, químicos e 
biológicos, estresse; 
 Situação familiar insegura e não aceitação da 
gravidez, principalmente em se tratando de 
adolescente; 
 Situação conjugal insegura; 
 Baixa escolaridade (menor do que cinco anos 
de estudo regular); 
 Condições ambientais desfavoráveis; 
 Altura menor do que 1,45m; 
 IMC que evidencie baixo peso, sobrepeso ou 
obesidade. 
Fatores relacionados à história reprodutiva anterior: 
 Recém-nascido com restrição de crescimento, 
pré-termo ou malformado; 
 Macrossomia fetal; 
 Síndromes hemorrágicas ou hipertensivas; 
 Intervalo interpartal menor do que dois anos 
ou maior do que cinco anos; 
 Nuliparidade e multiparidade (cinco ou mais 
partos); 
 Cirurgia uterina anterior; 
 Três ou mais cesarianas. 
 
Fatores relacionados à gravidez atual: 
 Ganho ponderal inadequado; 
 Infecção urinária; 
 Anemia. 
 
FATORES DE RISCO QUE PODEM INDICAR 
ENCAMINHAMENTO AO PRÉ-NATAL DE ALTO RISCO 
O pré-natal de alto risco abrange cerca de 10% das 
gestações que cursam com critérios de risco, o que 
aumenta significativamente nestas gestantes a 
probabilidade de intercorrências e óbito materno e/ou 
fetal. Atenção especial deverá ser dispensada às 
grávidas com maiores riscos, a fim de reduzir a 
morbidade e a mortalidade materna e perinatal (grau 
de recomendação A). 
Fatores relacionados às condições prévias: 
 Cardiopatias; 
 Pneumopatias graves (incluindo asma brônquica); 
 Nefropatias graves (como insuficiência renal 
crônica e em casos de transplantados); 
 Endocrinopatias (especialmente diabetes mellitus, 
hipotireoidismo e hipertireoidismo); 
 Doenças hematológicas (inclusive doença 
falciforme e talassemia); 
 Hipertensão arterial crônica e/ou caso de paciente 
que faça uso de anti-hipertensivo 
(PA>140/90mmHg antes de 20 semanas de idade 
gestacional – IG); 
 Doenças neurológicas (como epilepsia); 
 Doenças psiquiátricas que necessitam de 
acompanhamento (psicoses, depressão grave 
etc.); 
 Doenças autoimunes (lúpus eritematoso sistêmico, 
outras colagenoses); 
 Alterações genéticas maternas; 
 Antecedente de trombose venosa profunda ou 
embolia pulmonar; 
 Ginecopatias (malformação uterina, miomatose, 
tumores anexiais e outras); 
 Portadoras de doenças infecciosas como hepatites, 
toxoplasmose, infecção pelo HIV, sífilis terciária 
(USG com malformação fetal) e outras DSTs 
(condiloma); 
 Hanseníase; 
 Tuberculose; 
 Dependência de drogas lícitas ou ilícitas; 
 Qualquer patologia clínica que necessite de 
acompanhamento especializado. 
 
Fatores relacionados à história reprodutiva anterior: 
 Morte intrauterina ou perinatal em gestação 
anterior, principalmente se for de causa 
desconhecida; 
 História prévia de doença hipertensiva da 
gestação, com mau resultado obstétrico e/ou 
perinatal (interrupção prematura da gestação, 
morte fetal intrauterina, síndrome Hellp, 
eclâmpsia, internação da mãe em UTI); 
 Abortamento habitual; 
 Esterilidade/infertilidade. 
 
Fatores relacionados à gravidez atual: 
 Restrição do crescimento intrauterino; 
 Polidrâmnio ou oligoidrâmnio; 
 Gemelaridade; 
 Malformações fetais ou arritmia fetal; 
 Distúrbios hipertensivos da gestação (hipertensão 
crônica preexistente, hipertensão gestacional ou 
transitória); 
 Infecção urinária de repetição ou dois ou mais 
episódios de pielonefrite (toda gestante com 
pielonefrite deve ser inicialmente encaminhada ao 
hospital de referência, para avaliação); 
 Anemia grave ou não responsiva a 30-60 dias de 
tratamento com sulfato ferroso; 
 Portadoras de doenças infecciosas como hepatites, 
toxoplasmose, infecção pelo HIV, sífilis terciária 
(USG com malformação fetal) e outras DSTs 
(condiloma); 
 Infecções como a rubéola e a citomegalovirose 
adquiridas na gestação atual; 
 Evidência laboratorial de proteinúria; 
 Diabetes mellitus gestacional; 
 Desnutrição materna severa; 
 Obesidade mórbida ou baixo peso (nestes casos, 
deve-se encaminhar a gestante para avaliação 
nutricional); 
 NIC III (nestes casos, deve-se encaminhar a 
gestante ao oncologista); 
 Alta suspeita clínica de câncer de mama ou 
mamografia com Bi-rads III ou mais (nestes casos, 
deve-se encaminhar a gestante ao oncologista); 
 Adolescentes com fatores de risco psicossocial. 
 
Um pouco sobre as principais situações: 
 Pressão alta e pré-eclâmpsia 
A pressão alta na gravidez é um problema comum e 
ocorre quando esta é superior a 140/90 mmHg após 
duas medições realizadas com um intervalo mínimo de 
6 horas. 
A pressão alta na gravidez pode ser causada por 
alimentação rica em sal, sedentarismo ou malformação 
da placenta, aumentando as chances de ter pré-
eclâmpsia, que é o aumento da pressão arterial e perda 
de proteínas, podendo levar a aborto, convulsões, 
coma e até mesmo a morte da mãe e do bebê, quando 
a situação não é devidamente controlada. 
 Diabetes 
A mulher que é diabética ou que desenvolve a doença 
durante a gestação também possui maior chance de 
ter uma gravidez de risco, pois o açúcar elevado no 
sangue pode atravessar a placenta e chegar ao bebê, o 
que pode fazer com que ele cresça muito e pese mais 
de 4 Kg. Um bebê grande dificulta o parto, sendo 
necessário fazer cesárea, além de haver maior chances 
de nascer com problemas como ictericia, pouco açúcar 
no sangue e problemas respiratórios. 
 Gravidez na adolescência ou depois dos 35 anos 
A gestação em idade inferior a 17 anos pode ser 
perigosa porque o corpo da jovem não está totalmente 
preparado para suportar a gravidez. Além disso, depois 
dos 35 anos, a mulher pode ter mais dificuldade a 
engravidar e as chances de ter um bebê com alterações 
cromossômicas são maiores, como Síndrome de Down. 
 Grávida com baixo peso ou obesidade 
Gestantes muito magras, com IMC abaixo de 18,5 kg/ 
m2, podem ter um parto prematuro, aborto e atraso de 
crescimento do bebê porque a grávida oferece poucos 
nutrientes ao bebê, limitando seu crescimento, o que 
o pode levar a ficar doente facilmente e a desenvolver 
doenças cardíacas. Além disso, mulheres com peso 
excessivo, principalmente quando IMC maior que 35 
kg/ m2, apresentaram mais risco de ter complicações e 
também podem afetar o bebê que pode desenvolver 
obesidade e diabetes.

Outros materiais