FISIOLOGIA TECIDO NERVOSO

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Ana Flávia Pereira do Nascimento – Med. Vet. UFPB 2020.2 Ana Flávia Pereira do Nascimento – Med Vet. UFPB 2020.2 
FISIOLOGIA 1 
 Fisiologia do Tecido Nervoso 
INTRODUÇÃO 
Principais componentes celulares são: 
• Neurônios 
- Unidade básica do sistema nervoso. 
o Dendrito 
o Corpo celular 
o Axônio 
o Ramificações terminais 
(terminal pré-sináptico) 
- O impulso nervoso chega no dendrito, passa 
pelo axônio e segue para outro neurônio ou para 
o efetor. 
- Axônios se encontram unidos em feixes e 
tecido conjuntivo envolve esses axônios 
formando os nervos (na periferia). 
- Feixes de axônios dentro do SNC (cérebro e 
medula) chamam-se tratos e fascículos. 
• Células da glia (tecido conjuntivo) 
- Funções de suporte estrutural para os 
neurônios; controle da composição iônica e 
molecular do ambiente extracelular dos 
neurônios; participam da barreira hemato-
encefálica; formam a bainha de mielina 
o Macróglia: 
▪ Astrócitos, que 
formam a barreira 
hemato-encefálica e 
▪ Oligodendrócitos, que 
formam a bainha de 
mielina no SNC. 
o Micróglia: Macrófagos 
dispersos em toda substância 
branca e cinzenta e fazem a 
defesa. 
o Células ependimárias: 
Revestem os ventrículos 
cerebrais e o canal central da 
medula. Barreira seletiva 
entre o cérebro e o líquor. 
o Células de Schwann: Formam 
a bainha de mielina no SNP. 
GERAÇÃO E CONDUÇÃO DO IMPULSO 
NERVOSO 
- O impulso nervoso é um potencial de ação 
andando. É um sinal elétrico que vai percorrendo 
as fibras nervosas em todos os sentidos. 
- Membrana dos neurônios: A diferença de íons 
entre o exterior e interior da membrana é 
chamada de potencial de repouso, de 
aproximadamente -70mV. 
- Dentro da célula é mais negativo que fora por 
três motivos: 
✓ Na membrana possui a bomba 
de sódio e potássio que leva 3 
íons de sódio para fora e trás 2 
íons de potássio para dentro. 
✓ Na condição de repouso a 
membrana é mais permeável à 
saída do potássio. 
✓ A presença de 
macromoléculas (proteínas) 
com cargas negativas no 
interior das células. 
- O potencial de repouso pode ser modificado 
quando: 
o Recebe estímulos vindos dos 
receptores (potencial gerador) 
▪ Dependendo do tamanho 
desse potencial gerador, 
deflagra um potencial de 
ação no neurônio 
aferente. 
o Recebe estímulos vindos de outros 
neurônios 
 
• Potenciais graduados: 
o São potenciais que alteram o 
potencial de repouso, mas que 
não geram PA. 
o PEPS: Potencial excitatório 
pós-sináptico que é 
despolarizante, ou seja, 
estimula a entrada do sódio 
(despolariza) na célula e 
aumenta as chances de 
ocorrência de um potencial de 
ação. 
o PIPS: Potencial inibitório pós-
sináptico, que estimula a saída 
(hiperpolariza) do potássio e 
reduz as chances de 
ocorrência de um PA. 
- Os neurônios recebem milhares de estímulos 
(PEPS e PIPS). 
- A membrana dos dendritos e do corpo celular 
que estão recebendo esses estímulos computam 
algebricamente os PEPS e os PIPS, ou seja, 
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somam e o resultado definirá se irá ocorrer ou 
não um PA e com que frequência. 
- Quando o potencial de membrana é 
suficientemente reduzido (potencial limiar), irão 
abrir canais de sódio voltagem dependentes, 
onde ele irá entrar na membrana e ocorre o PA. 
- O potencial de ação ocorre a uma alteração 
transitória na permeabilidade da membrana. 
• Despolarização: Abertura dos canais de 
sódio. (Overshoot: Inversão da 
polaridade, momento que fica positivo) 
• Repolarização: Inativação dos canais de 
sódio e abertura dos canais de potássio. 
• Hiperpolarização: Canais de potássio 
ficam abertos mais do que deveriam e 
fica mais negativo que o potencial de 
repouso. 
- Nos neurônios mielinizados, em vez de formar 
um PA em todo o neurônio, irão ser formados 
apenas nos nós e a transmissão irá chegar muito 
mais rápida. 
REFLEXOS 
- Resposta involuntária do sistema nervoso a um 
estímulo e irá ocorrer sempre do mesmo jeito 
(qualitativamente invariável) 
- Detecção de estímulos sensoriais, integração e 
resposta motora. 
- Estruturas necessárias para que o reflexo 
ocorra: 
• Receptor sensorial: estrutura 
especializada na detecção de um 
estímulo e transformação do estímulo 
em um sinal elétrico. 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO À LOCALIZAÇÃO 
o Exterorreceptores: Fora do 
interior do corpo e são 
sensíveis a modificações na 
superfície do corpo (pele e 
mucosas) ou no meio 
ambiente. 
o Propriorreceptores: Sensíveis 
a modificações no estado 
físico do corpo (músculos, 
tendões, articulações) 
o Interorreceptores ou 
Viscerorreceptores: Estão no 
meio interno, nas paredes das 
artérias, intestinos, estômago, 
vias aéreas, etc e são 
sensíveis a modificações no 
meio interno. 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO TIPO DE 
ESTÍMULO 
o Mecanorreceptores: 
Deformação mecânica. 
o Termorreceptores: 
Temperatura. 
o Nocirreceptores: Pressões ou 
temperaturas extremas nos 
tecidos e substâncias 
químicas nocivas. 
o Fotorreceptores: Detectam luz 
na retina. 
o Quimiorreceptores: 
Substâncias químicas em 
solução. 
o Osmorreceptores: Detectam 
variações na osmolaridade. 
(alta osmolaridade quer dizer 
que precisa de água (perdeu 
água)). 
• Neurônio sensorial ou aferente: 
Transmite potenciais de ação, 
resultantes da ativação do receptor 
sensorial, ao SNC. 
o Se ligam à medula espinhal 
através das raízes dorsais dos 
nervos espinhais. 
o Se ligam ao cérebro através 
dos nervos cranianos. 
• Sinapse no SNC: É necessário que 
tenha pelo menos uma sinapse. 
o Reflexo monossináptico: 
Apenas uma sinapse 
o Reflexo polissináptico: Um ou 
mais neurônios entre a 
estimulação do SNC pelo 
neurônio sensorial e a 
resposta do neurônio motor. 
• Neurônio motor ou eferente: Transmite 
os potenciais de ação do SNC ao órgão 
efetor e deixam a medula espinhal 
através das raízes ventrais dos nervos 
e o cérebro através dos nervos 
cranianos. 
• Órgão efetor: Músculo esquelético ou 
músculo liso 
- Reflexo segmentar: Arco reflexo passa apenas 
por uma pequena porção do SNC. Ex. reflexo de 
retirada 
- Reflexo intersegmentar: Arco reflexo passa 
por muitos segmentos do SNC (pode ser medula 
ou encéfalo). Ex. reflexo do panículo 
- Reflexo intersegmentar de longo trajeto: 
Entrada de neurônio sensorial e saída do 
neurônio motor estão próximas, mas o circuito 
de sinapses do SNC entre os dois conduz para e 
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retorna de uma região distante do SNC. Ex. 
Reação posicional proprioceptiva. 
 
 
 
DIVISÕES DO SISTEMA NERVOSO
SISTEMA NERVOSO CENTRAL 
• Encéfalo 
o Cérebro 
▪ Telencéfalo (hemisférios cerebrais) – Os hemisférios são divididos por uma 
estrutura chamada corpo caloso. Cada hemisfério é dividido em quatro lobos: 
 Frontal – Atividade motora voluntaria, comportamento e intelecto. 
 Parietal – Nocicepção e propriocepção 
 Temporal – Comportamento e audição 
 Occipital – Visão 
- Os hemisférios consistem em córtex cerebral, que é uma camada externa 
de substância cinzenta composta principalmente de corpos celulares. E 
substância branca, que é composta principalmente de tratos (feixes de 
axônios) de fibras mielinizadas. 
▪ Diencéfalo (parte mais central) 
 Hipotálamo: Modula o sistema nervoso autônomo, apetite, 
comportamento sexual, fome, sede, regulação de temperatura e 
balanço de eletrólitos. 
 Tálamo: Complexo de vários núcleos (coleções de corpos celulares 
dentro do SNC) que, entre outras funções, estão relacionados com 
nocicepção, propriocepção e consciência. 
 Subtálamo: Sistema reticulas ativador relacionado com a consciência. 
- O diencéfalo também é o local que abriga o núcleo dos nervos óptico e 
olfatório. 
o Cerebelo: Controle e coordenaçãodo movimento. Possui a região do córtex cerebelar, 
pedúnculos cerebelares (axônios que chegam e saem do cerebelo) e núcleos 
cerebelares. 
- Não é responsável pela sensação ou iniciação do movimento. 
o Tronco encefálico 
▪ Bulbo: Primeira porção vindo do tronco para o encéfalo. Regula funções 
viscerais. Local com maior acúmulo de núcleos de nervos cranianos. 
▪ Ponte: Retransmite informações do córtex cerebral ao cerebelo. Local onde 
está o núcleo do nervo trigêmeo (V), centros vitais de respiração de sono, tratos 
ascendentes e descendentes possuindo atividade sensorial e motora. 
▪ Mesencéfalo: Relacionado com a consciência, núcleos dos nervos cranianos III 
e IV e atividade motora e sensorial. 
-Estruturas subcorticais: Formações neurais que se encontram no interior do cérebro: diencéfalo, hipófise, 
estruturas límbicas e os núcleos da base. 
- Núcleos basais são corpos celulares localizados abaixo do encéfalo. Estão relacionados com o tônus 
muscular e iniciação e controle da atividade motora. 
• Medula espinhal: Recebe PA ao longo dos axônios sensoriais da raiz dorsal 
- Substância branca é dividida em três partes: 
o Funículo dorsal 
o Funículo lateral 
o Funículo ventral 
- Os tratos e fascículos se encontram nos funículos 
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- Substância cinzenta (H medular) é dividida em: 
o Corno dorsal 
o Corno ventral – Corpo celular do neurônio motor inferior está localizado aqui 
o Corno lateral – Corpos celulares do sistema nervoso autônomo 
- Na medula há o canal central que atravessa toda a medula e possui o líquor (líquido 
encefalorraquidiano) 
- Está envolta em três meninges (lâminas de tecido conjuntivo): 
o Pia-máter: mais interna 
o Aracnóide 
o Dura-máter 
Leptomeninge: Aracnóide + pia-máter 
LESÕES NO CÉREBRO 
- Alterações no comportamento 
- Alterações do nível de consciência 
- Posturas anormais 
- Cegueira 
LESÕES NO CEREBELO 
- Tremores de intenção 
- Ataxia (incoordenação) 
- Desequilíbrio 
- Postura em base ampla 
-Hipermetria (dismetria) – dificuldade em medir 
o tamanho de um movimento. Hiper (movimento 
exagerado) 
SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO 
- É formado por nervos cranianos, espinhais e 
gânglios. O corpo dos axônios sensoriais está 
localizado no gânglio da raiz dorsal. 
- Nervos cranianos 
- Nervos espinhais 
o Aferentes: Levam informações 
da periferia para o SNC 
▪ Somática: trazidas do 
soma (corpo) 
▪ Viscerais: trazidas 
das vísceras 
o Eferentes: Levam informações 
do SNC para periferia 
▪ Somáticas: Leva para 
o corpo 
▪ Viscerais: Leva para 
as vísceras 
 
SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO 
- É um sistema periférico e é dividido em 
simpático e parassimpático. 
- Conduz toda as informações do SNC para a 
periferia (músculos liso, cardíaco e glândulas), 
exceto para os músculos esqueléticos. 
- Neurônios: 
• Pré-ganglionares: Corpo celular está 
no SNC e faz sinapse com o neurônio 
pós-ganglionar 
• Pós-ganglionares: corpo celular está 
em gânglio 
o Nos músculos esqueléticos, o 
neurotransmissor é a 
acetilcolina. 
o Entre as fibras simpática e 
parassimpáticas pré-
ganglionar e pós-ganglionar o 
neurotransmissor também é a 
acetilcolina. 
o Na sinapse entre as fibras 
pós-ganglionares 
SIMPÁTICAS e os músculos 
lisos é a noradrenalina. 
o Na sinapse entre as fibras 
pós-ganglionares 
PARASIMPÁTICAS e os 
músculos lisos é a 
acetilcolina. 
- Controla a contração e relaxamento da 
musculatura lisa de vasos e vísceras. 
- Controla secreções exócrinas (secreções que 
não são lançadas na corrente sanguínea) e 
algumas endócrinas (glândulas jogam as 
secreções na corrente sanguínea). 
- Controla os batimentos cardíacos 
- Controla a liberação de adrenalina que tem a 
ver com o metabolismo energético. 
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- Possui duas subdivisões: 
• SN Simpático e SN Parassimpático 
• Divisões dependem da localização dos 
corpos e origem das fibras, e dos 
transmissores sinápticos. 
• Fibras simpáticas saem da raiz ventral 
da região toracolombar da medula (T1 
até L3/L4) 
o Axônios pré são curtos 
o A sinapse com o pós ocorre na 
cadeia ganglionar 
paravertebral simpática 
o Na medula da suprarrenal 
(adrenal) tem uma parte 
externa (córtex) que produz 
alguns hormônios 
• Fibras parassimpáticas saem da região 
do tronco cerebral e da região sacral 
(craniosacral) 
o Axônios pré são longos 
o Deixam o SNC através dos 
pares dos nervos cranianos III, 
VII, IX e X e dos nervos sacrais. 
o O nervo vago (X) inerva todos 
os órgãos da região 
toracolombar 
- Durante situações de estresse físico e 
emocional, há mais estimulação do sistema 
simpático. 
- Ativação do parassimpático ajuda na digestão 
e absorção dos nutrientes (aumenta a motilidade 
intestinal e relaxa o esfíncter pilórico) 
o É um sistema anabólico 
restaurador 
- Nos vasos da musculatura esquelética, o 
neurotransmissor do nervo pós-ganglionar 
simpático é a acetilcolina, pois a noradrenalina 
acarreta a vasoconstricção. 
- Sinapses em liberam acetilcolina são 
chamadas de colinérgicas. (entre os neurônios e 
na junção neuromuscular dos neurônios 
motores inferiores) 
- Sinapses que liberam noradrenalina são 
chamadas de adrenérgicas alfa ou beta. 
- Nas sinapses colinérgicas entre os neurônios, 
o receptor que está no neurônio pós ganglionar 
é chamado de receptor colinérgico nicotínico. 
o Os que estão nas células alvo são 
chamados colinérgicos 
muscarínicos