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ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA FUNCIONAL - FES PROFESSORA: ANA PAULA DA SILVA CARVALHO ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA FUNCIONAL - FES Mundialmente conhecida pela sigla FES(Functional Electrical Stimulation); É uma forma de tratamento que utiliza a corrente elétrica para provocar a contração de músculos paralisados ou enfraquecidos decorrentes de lesão do neurônio motor superior, como derrames, traumas raquimedulares ou crânios encefálicos, paralisia cerebral, dentre outros. ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA FUNCIONAL - FES Essa corrente elétrica é específica para que possibilita a contração muscular funcional. A FES é uma técnica destinada a produzir contrações mediante trens de impulsos em grupos musculares que desencadearão movimentos e atividades da vida diária no momento e forma que o paciente desejar. Contribui para uma reabilitação física e emocional ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA FUNCIONAL - FES TIPOS DE F.E.S.: SISTEMA EXTERNO: os eletrodos são acoplados a pele, o estimulador e controle ficam fora do corpo do paciente. SISTEMA PERCUTÂNEO: os eletrodos são colocados nos pontos musculares ou nervos (dentro do corpo do paciente), o estimulador e o controle ficam fora do corpo do paciente. SISTEMA IMPLANTÁVEL: os eletrodos e o estimulador são colocados dentro do corpo do paciente e o controle fora. ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA FUNCIONAL - FES FISIOLOGIA A técnica FES produz a contração através da estimulação elétrica, que despolariza o nervo motor, produzindo uma resposta sincrônica em todas as unidades motoras do músculo. Este sincronismo promove uma contração eficiente, mas requer treinamento específico para evitar a fadiga precoce que impediria a utilização funcional. ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA FUNCIONAL - FES CONDIÇÕES PARA APLICAÇÃO Circuito de inervação motora entre medula e músculo deve está conservado; Paciente deve possuir sensibilidade na região; Áreas anatômicas próximas devem conservar sua integridade morfológica e funcional; Ausência de alterações cardíacas e metabólicas; Certo nível intelectual do paciente ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA FUNCIONAL - FES FORMA DA ONDA Correntes devem ser bifásicas evitando agressão na pele; Impulsos curtos: < 1ms; Frequência entre 10-50Hz; <10Hz: não permite contração >50Hz: produz fadiga ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA FUNCIONAL - FES ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA FUNCIONAL - FES A forma do trem de pulsos pode ser retangular, porém fases de ascensão e descida mais inclinadas possibilitam uma contração muscular com características mais biológica, se o tempo de subida do pulso for muito lento, a fibra nervosa sofre um processo de acomodação de membrana e pode não responder, apesar da intensidade da corrente satisfatória ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA FUNCIONAL - FES EFEITOS Imediatos: inibição recíproca, relaxamento do músculo espástico e estimulação sensorial de vias aferentes. Tardios: agem neuroplasticidade ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA FUNCIONAL - FES Estimulação dos nervos motores; Contração muscular;(exercício voluntário) Inibição da dor ou lesão recente; Reeducação muscular; Aprendizagem de uma nova ação muscular; Hipertrofia e aumento da potencia muscular. Aumento da irrigação sanguínea; Prevenção e eliminação de aderências; Aumento do retorno venoso e linfático; contrações sequenciadas = relaxamento muscular = ginástica vascular = bombeamento venoso e linfático. EFEITOS FISIOLÓGICOS ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA FUNCIONAL - FES INDICAÇÕES Facilitação neuromuscular; Controle da espasticidade; Paraplegias (sem comprometimento periférico), paraparesia; Hipotrofia por desuso; Paralisia cerebral Amplitude dos movimentos e contraturas ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA FUNCIONAL - FES CONTRA-INCAÇÕES Eixo do marcapasso; Sobre o seio carotídeo; Sobre a área cardíaca; Espasticidade grave; Lesão nervosa periférica; Implante eletrônico; Área com sensibilidades alterada; ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA FUNCIONAL - FES Rampa ou tempo de subida (ON) do trem de pulsos -Tempo de contração muscular; Rampa ou tempo de descida (OFF) do trem de pulsos -Tempo de repouso da contração muscular. Em caso de grande necessidade de reforço muscular o tempo de subida deverá ser maior que o de descida. ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA FUNCIONAL - FES CONTROLE DA ESPASTICIDADE: OBJETIVO : controlar a espasticidade, ainda que temporariamente, permitindo a realização de programas de treinamento funcional, facilitação e fortalecimento muscular. Intensidade : moderada. Indicações : pacientes hemiplégicos espásticos. Cuidados : interromper tratamento se for observada resposta paradoxal (desencadear movimentos antagônicos ao grupo muscular estimulado) CONTROLE DA ESPASTICIDADE: Tempo de On : de 10 à 15 segundos, mobilizando a articulação em todo o seu arco. Tempo de OFF : 20 à 60 segundos, para evitar a fadiga. Duração (sessão) : 30 minutos, 3 vezes ao dia durante um mês. Os relatos sobre o controle da espasticidade ainda são muito pobres e dispersos. Mais pesquisas são necessárias antes que uma afirmação definitiva sobre a efetividade da estimulação sobre a espasticidade possa ser feita. FORTALECIMENTO MUSCULAR: Objetivo : fortalecer um músculo ou grupo muscular debilitado por desuso. Intensidade : suficiente para vencer uma carga adequada. Freqüência : entre 20 e 50 Hz. Tempo de ON : aproximadamente 4 à 6 segundos. Tempo de OFF : aproximadamente 12 à 18 segundos. Duração (sessão) : 30 à 60 minutos, duas vezes ao dia. Colocação dos eletrodos : Próximo aos pontos motores dos músculos. FORTALECIMENTO MUSCULAR: Indicações : Atrofias por desuso causadas por problemas ortopédicos como: artrites, lesões antigas do motoneurônio superior, lesões com reinervação dos nervos periféricos, lesões medulares incompletas. Cuidados : evitar fadiga muscular. Os resultados aparecem em 2 à 10 semanas dependendo da causa e gravidade da atrofia FORTALECIMENTO MUSCULAR: A cooperação ativa do paciente pode ser mínima. Pode-se intercalar 30 minutos de estimulação com 30 minutos de exercitação ativa; aumentar este tempo para até 60 minutos se não houver sinais de fadiga. Na sequência do tratamento, o ciclo on pode ser alterado para até 16 segundos e o ciclo off para 4 segundos, estabelecendo uma relação on/off de 4/1. FACILITAÇÃO NEUROMUSCULAR Objetivo : aumentar o movimento e facilitar a reaprendizagem motora. Intensidade : suficiente para produzir um estímulo “gatilho”, para auxiliar o início do movimento ou para completar seu arco total, amplificando o esforço voluntário do paciente. Tempo de ON : variável Tempo de OFF : suficientemente grande para permitir uma nova participação ativa do paciente. Duração (sessão) : curta, varias vezes ao dia (máximo de 15 minutos). Colocação dos Eletrodos : nos músculos paréticos agonistas do movimento que se quer facilitar FACILITAÇÃO NEUROMUSCULAR Indicações : pacientes hemiplégicos; traumatismo craniano; traumas raqui-medulares incompletos; lesões nervosas periféricas, sem reação de degeneração; pacientes ortopédicos que tiveram sua musculatura submetida a desuso prolongado. O paciente deve visualizar a ação muscular, pois sua cooperação ativa é obrigatória e determinante no tratamento. ( 15 à 30 minutos ). Colocação dos eletrodos : nos músculos agonistas ao movimento limitado. AMPLITUDE DE MOVIMENTOS E CONTRATURAS Objetivo : permitir que uma articulação seja mobilizada em toda sua excursão disponível. Intensidade : suficiente para produzir uma contração ampla e uniforme do músculo, que movimente a articulação em todo seu arco disponível. Frequência : maior que 20 Hz. Tempo de ON : aproximadamente 6 segundos. Tempo de OFF : aproximadamente 12 segundos. Relação ON/OFF : ½ Duração (sessão) : para manter ADM - 30 à 60 minutos; para ganhar ADM - 1 à 2 horas, realizadas em várias sessões curtas, durante o dia ( 15 à 30 minutos ). AMPLITUDE DE MOVIMENTOS E CONTRATURAS Colocação dos eletrodos : nos músculos agonistas ao movimento limitado. Indicações : limitaçõese contraturas articulares de qualquer natureza. Cuidados : evitar produzir contração excessiva, nos limites funcionais da articulação. Pode provocar inflamação , edema e dor articular. A técnica não necessita da cooperação ativa do paciente e as articulações que melhor respondem a esta técnica são o cotovelo e o joelho. REFERÊNCIA BIBLIOGRAFIA: AGNE, Jones E. Eu sei eletroterapia. 2. ed. Santa Maria: Pallotti, 2009. AGNE, Jones E. Eletrotermoterapia: teoria e prática. Santa Maria: Pallotti, 2004. KITHCEN, Sheila. Eletroterapia: prática baseada em evidências. 11. ed. São Paulo: Manole, 2003.
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