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1 Eduarda Rebés Müller Hemorragia Digestiva Alta Sangramento acima do ângulo de Treitz Sintomas: o Hematêmese (sangue visível no vômito) o Melena (fezes escurecidas) o Enterorragia (fezes com sangue – avermelhadas) Causas: o Úlcera gástrica e duodenal o Varizes esofágicas o Mallory-Weis Abordagem inicial Estimativa de risco: escore de Glasgow-Blatchford o GBS ≤ 1 → tratamento ambulatorial Hospitalização/ambulatório Ressuscitação volêmica Transfusão de sangue Medicamentos pré-endoscopia Endoscopia História Uso de AINES o Alguns têm risco aumentado de HDA: Cetorolaco, Piroxicam (Feldene), Cetoprofeno Consumo alcóolico excessivo Emagrecimento Doenças: cirrose, doença ulcerosa péptica, gastrites e duodenites, varizes esofágicas, Mallory-Weiss, tumores malignos gastrointestinais, malformações arteriovenosas, esofagite Exame físico Perda de sangue, PA, hipotensão ortostática, FC, pele quente ou fria, FR, débito urinário, sensório o O débito urinário é importante nas primeiras horas, pois guia a quantidade de volume necessária para reposição o Sensório: sonolência é mau prognóstico Laboratório Hemograma, função renal e prova de coagulação: em todos o O primeiro hemograma vai verificar o basal do paciente. Se faz hemogramas subsequentes para comparar com o basal. o Função renal: ureia, creatinina, sódio, potássio Função hepática (TGO, TGP, albumina, bilirrubinas): em pacientes em que suspeita de hepatopatia 2 Eduarda Rebés Müller Medidas gerais NPO (caso precise de EDA) O2 suplementar (se SatO2 < 92%) Acesso periférico calibroso (abocat 16 ou 18) Obs → não colocar SNG (se úlcera com coágulo, a sonda pode empurrar o coágulo) Ressucitação hídrica 500 mL de SF 0,9% ou Ringer em 30 min Após, conforme clínica Transfusão CHAD se Hb < 8 g/gL Considerar vitamina K e plasma fresco se uso de Varfarin Considerar antídoto para os outros anticoagulantes (não atrasar a endoscopia!!!) Supressão ácida – para todos! Omeprazol EV 8mg/h por 72h (ou 40 mg de 12/12h) Elevação do pH gástrico leva à estabilização dos coágulos Redução do ressangramento, mas sem efeito na mortalidade Procinéticos Eritromicina EV e Metoclopramida 30-90 minutos antes da EDA Redução da necessidade de segunda EDA, volume de sangue transfundido e tempo de internação hospitalar Sem efeito na mortalidade Não usado de rotina Momento da endoscopia: Deve ser feita nas primeiras 24h – estabilizar o paciente antes Muito precoce (< 12h) → em casos de: instabilidade hemodinâmica persistente, hematêmese persistente, sem possibilidade de interromper anticoagulação Precoce (< 24h) Doença Ulcerosa Péptica Classificação de Forrest - classificação endoscópica que indica risco de ressangramento Forrest I: sangramento ativo o Ia: sangramento em jato o Ib: sangramento em porejamento Forrest II: estigmas de sangramento recente o IIa: vaso visível o IIb: coágulo aderido (se tenta tirar para ver o que tem embaixo, mas as vezes está aderido) o IIc: hematina na base – não precisa de tratamento endoscópico Forrest III: sem estigmas de sangramento, base limpa – não precisa de tratamento endoscópico Tratamento endoscópico Forrest Ia e Ib: injeção de adrenalina + 2ª modalidade hemostática (termal, mecânica ou injeção de substância esclerosante) Forrest IIa: termal, mecânica ou injeção de substância esclerosante Forrest IIb: remover o coágulo Obs: → Termal: queimar → Mecânica: clipe → Injeção de substância esclerosante: álcool absoluto, glicose hipertônica, morruato de sódio a 5%, oleato de etanolamina a 5%, tetradicil sulfato de sódio, polidocanol a 2%, trombina 3 Eduarda Rebés Müller Termocoagulação Coagulação da artéria sob a base da úlcera Coaptação aplicando pressão no vaso com o probe (heat probe e goldprobe) Outra alternativa: plasma de argônio (não há coaptação) Hemoclipe (mecânico) Atingem a hemostasia como um clipe cirúrgico Bom para vaso visível, pois clipa o vaso Adrenalina 1:10.000 – 1:20.000 1-2ml em cada quadrante da úlcera Tamponamento, vasoespasmo e agregação plaquetária Plasma de argônio Substância volátil (como um lança chamas) Second look Não está rotineiramente indicado Indicações: visualização durante a EDA inicial prejudicada por sangue ou debris – se o endoscopista acredita que o tratamento endoscópico ficou subótimo Tratamento endoscópico de resgate – em casos de falha do primeiro tratamento Spray hemostático o Forma uma espuma sobre o sangramento o Não definitivo Over-the-scope clip Embolização angiográfica Cirurgia: o Instabilidade hemodinâmica a despeito da ressuscitação o Choque associado a sangramento o Perfuração Prevenção secundária IBP EV por 72h. Após, VO por 8-12 semanas. Suspender AINES se possível Se não for possível suspender AINES: o AINE seletivo COX-2 + IBP o AINE seletivo COX-2 o AINE não-seletivo + IBP o AINE não-seletivo Erradicação do HP Varizes esofágicas Causa de HDA em 50-90% dos cirróticos 50% cessa espontaneamente O tratamento endoscópico reduz o risco de ressangramento (30%) e mortalidade Preditores de sangramento: o Tamanho das varizes o Sinais vermelhos na superfície o Grau de disfunção hepática: ↑ CHILD, ↑ risco de sangramento Suspeita de hemorragia variceal: ressuscitação, antibióticos e drogas vasoativas, EDA < 12h Ressucitação Manter Hb entre 7 e 8 4 Eduarda Rebés Müller Antibióticos Antibióticoterapia profilática diminui infecção, mortalidade e ressangramento Ceftriaxone 1g IV por 7 dias: mais indicado Norfloxacina, Ciprofloxacina e Bactrim: opções mais baratas Análogos da somatostatina/vasopressina Diminui fluxo portal, fluxo na ázigos e pressão intra-variceal Melhora hemostasia, reduz necessidade de transfusão e reduz duração da hospitalização Terlipressina (análogo da vasopressina): o Único associado a redução da mortalidade o 2mg EV a cada 4h Octreotide (análogo da somatostatina): o 50mcg em bolus + 50mcg/h IC por 3-5 dias Associar IBP 40mg EV 12/12h Procedimentos Escleroterapia (injeção de etanolamina) x LEVE (ligadura elástica) Sucesso em 70-100% Cessação do sangramento LEVE superior na diminuição de ressangramento, mortalidade e formação de estreitamentos Sem sangramento: inicia BB (profilaxia secundária) Ressangramento: TIPS TIPS Shunt transjugular intra-hepático entre a veia hepática e veia porta (é feita uma comunicação dessas veias) Procedimento radiológico Hemostasia em 90-100% Complicações: encefalopatia porta-sistêmica, complicações do procedimento, estenose do TIPS Dura em torno de 6 meses (é uma ponte para a espera de transplante) Tamponamento por balão Era usado como última opção, mas não é utilizado atualmente Com sedação Risco de necrose da parede do esôfago (deixar por no máximo 24h) Cirurgia Não indicada → mais de 50% de mortalidade Derivações portossistêmicas e transecção esofágica/ desvascularização da junção gastroesofágica 5 Eduarda Rebés Müller Varizes gástricas Injeção de Cianoacrilato (super bonder) dentro das varizes Profilaxia primária: o Varizes grau 1 e alto risco (CHILD C): BB ou LEVE o Varizes grau 2 ou 3: BB ou LEVE Profilaxia secundária (já sangrou): BB não seletivo + LEVE o Se não funcionar: TIPS (terapia resgate) Outras causas Lesão de Dieulafoy: o Protusão de uma artéria em um pequeno defeito da mucosa o Só visualiza quando sangramento ativo o Hemoclipe ou termocoagulação Angiodisplasia: o Malformações arteriovenosas o Termocoagulação Estômago em melancia: o Ectasias vasculares no estômago o Associado a hepatopatia o Termocoagulação Gastropatia hipertensiva portal: o Associado a cirrose o Em aspecto de pele de cobra Neoplasias:o Difícil tratamento o Spray, cirurgia Mallory-Weis: o Laceração esofágica provocada por vômitos de repetição o Adrenalina ou Omeprazol em dose alta
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